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1. Considerações gerais:
Os exames bacterioscópicos resultam, amiúde,
inúteis por terem sido colhidos e executados de forma
incorreta.
Por exame bacterioscópico compreendemos o exame
microscópico do material sob a forma de esfregaço corado.
2. Técnica para a feitura do esfregaço;
a -Deve-se sempre usar lâminas limpas e desengorduradas.
b - O material deve ser espalhado na superfície da lâmina
em camada fina e tão uniforme quanto possível
c - Deixar secar ao ar
d - Passar a lâmina, com a face, onde se encontra o
esfregaço, para cima, na chama da lâmpada de álcool ou
bico de gas, "esmagando-se" a chama 2 a 3 vezes,
rapidamente, com a face inferior da lâmina. Isso deve ser
feito com certa rapidez, sem elevar demasiadamente a
temperatura, de maneira que a lâmina possa ser
suportada pelo dorso da mão
e -. Deixar esfriar, e corar.
3. Colheita do material:
Limpar a superfície da pele onde se localiza a
mancha ou hansenoma, com algodão umedecido em
álcool. Com o bisturi, incisar a pele que o operador fixa
firmemente entre o dedo indicador e o polegar. Passar a
sua lâmina ao longo dos bordos da incisão e, com o
material obtido, realizar esfregaços finos e homogêneos em
uma lâmina de vidro.
5. Método de coloração:
Método de Ziehl-Neelsen ( modificado )
a — corar com fucsina de Ziehl aquecendo a lâmina
até a emissão de vapores, durante 5 minutos. Não
deixar ferver ou secar.
b - deixar escorrer o corante e lavar com álcool-
ácido
c - lavar em água corrente
d - cobrir o esfregaço com solução de azul de
metileno, esperar de 30 segundos a 1 minuto.
e - lavar em água corrente. Secar.
5. Preparo dos corantes:
Água destilada ...... 95 ml
Para usar, mesclar uma parte de A com 9 partes de B.
Álcool-ácido
Álcool................... 700 ml
Água destilada .... 290 ml
Hcl concentrada .... 10 ml
Azul de metileno
Azul de metileno ........ 3 g
Álcool 95 ................... 100g
Para usar, diluir uma parte do corante em 9 de água
destilada.
ÍNDICE BACTERIOLÓGICO
Para determinação do Índice Bacteriológico (IB) são
colhidos 6 materiais das lesões mais ativas que o paciente
apresentar. As lâminas são coradas pelo método de Ziehl-
Neelsen de rotina, indicado anteriormente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a
determinação do Índice Bacteriológico deve ser feita
examinando-se pelo menos 100 campos, com aumento de
800 x ou mais. A determinação se faz segundo a seguinte
tabela:
Nenhum bacilo em toda a lâmina.. negativo = 0
De 1 a 10 bacilos em 100 campos . + = 1
De 1 a 10 bacilos em 10 campos... ++ = 2
De 1 a 10 bacilos por campo......... +++ = 3
De 10 a 100 bacilos por campo ..... ++++ = 4
De 100 a 1000 bacilos por campo . +++++ = 5
Mais de 1000 bacilos por campo ... ++++++ = 6
O Índice Bacteriológico será a soma dos valores
obtidos divididos por 6.
Para o trabalho de campo, seria necessário um
Índice Bacteriológico mais simples. Para a realização desse
índice, deverão ser colhidos apenas 2 materiais das lesões
mais ativas que o paciente apresentar. A leitura das
lâminas será feita da seguinte maneira:
Fucsina fenicada
A - Fucsina básica .......... 10 g
Álcool 95 ................. 100 ml
Dissolver em graal e deixar sob agitação constante
até o dia seguinte. Filtrar e guardar em frasco âmbar.
B - Fenol puro........... 5 ml
O Índice Bacterioscópico de uma dada lâmina será
a soma dos valores obtidos, divididos por 2.
ÍNDICE MORFOLÓGICO
Para determinação do Índice Morfológico (IM),
usam-se as mesmas lâminas utilizadas para obtenção do
Índice Bacteriológico.
119
BACTERIOSCOPIA
Existem diversas técnicas, com pequenas variações,
que são utilizadas para o preparo dos corantes utilizados
no método de Ziehl-Neelsen. Citaremos a que temos
utilizado em nosso serviço que vem dando excelentes
resultados e é de fácil preparo.
Nenhum bacilo em toda a lãmina........................... negativa = 0
Menos de 1 bacilo por campo em100 campos pesquisados..+ = 1
De l a 10 bacilos por campo em 50 campos pesquisados....++ = 2
Mais de 10 bacilos por campo em 20 campos pesquisados ..+++ = 3
Devido ao fato de muitos autores acharem que o aquecimento
altera a morfologia bacilar; dever-se-ia dar preferência à
seguinte técnica:
Fixação:
1.- Uma vez que o esfregaço tenha sido secado ao ai;
deve-se fixar durante 3 minutos com vapores de formaldeído
concentrado em copo de. Coplin, colocando as lâminas dentro
e fechando-se o copo.
2.- Fixação delicada e rápida no calor.
3.-Nova fixação por 3 minutos em vapores de
formalina.
Coloração:
Usa-se os mesmos corantes do método de Ziehl-Neelsen de rotina.
A técnica difere quanto à exposição à fucsina, a qual é
deixada sobre o esfregaço durante 20 minutos sem
aquecimento. O restante é igual à técnica de rotina.
Devido às dificuldades técnicas que esse método acarreta,
deve- se utilizar a coloração de rotina do Ziehl-Neelsen
A determinação do Índice Morfológico consiste em
verificar a porcentagem de bacilos típicos ( íntegros)
encontrados no esfregaço. Para isso, são contados 100 bacilos
e anotados quantos são típicos.
O Índice será a média dos valores encontrados. É
considerado bacilo típico somente aquele que esteja
uniformemente corado, com bordos lisos e regulares e que
não apresente zonas de diferente intensidade de cor. Devem
ser examinados, com especial atenção, as extremidades do
bacilo para ver se não apresentam zonas de descoloração.
Antes de começar a classificação de típicos e
granulosos, deve ser feita uma revisão geral da lâmina para
se estudar o tipo de bacilo, ver se a coloração é uniforme em
todo o esfregaço e procurar zona onde se encontre maior
número de bacilos.
Somente serão considerados os bacilos que estejam
isolados, porque quando estão formando grupos de 2 ou
mais, é impossível determinar se são típicos ou não.
TÉCNICA PARA CONTAGEM DE BACILOS EM LÂMINAS
Deve-se utilizar lâminas com círculo impresso, ou
imprimir um círculo de 1 cm de diâmetro com auxílio de um
lápis de diamante.
Para se fazer a contagem, inicialmente deve-se contar
quantos campos existem ao longo do diâmetro do círculo
impresso na lâmina de acordo com as objetivas e oculares de
cada microscópio.
A seguir, conta-se a quantidade de bacilos que se
observa em cada campo e anota-se a quantidade de bacilos e
de campos contados, sempre contando ao longo do diâmetro
médio do círculo.
Para se calcular quantos bacilos existem na amostra utiliza-
se o seguinte procedimento:
1. Calcula-se a área do círculo, usando a regra A = r2 x
3,14. Como conhecemos o diâmetro podemos calcular
o raio e logo a área total, em função do número de
campos.
2. A seguir, calcula-se o número de bacilos por campo,
dividindo o número total de bacilos contados pelo
número de campos contados.
3. Multiplica-se o número de bacilos por campo pelo total
de campos.
4. Como conhecemos o volume do material contado (10
litros = 10l) para se obter a quantidade de bacilos por
mililitro, multiplicamos pela diluição, ou seja, por 100.
Exemplificando:
Supondo que tenhamos contado 80 campos
ao longo do diâmetro e que ao fazer a contagem bacilar
tenhamos encontrado 720 bacilos em 30 campos
A = r2 x 3,14
A = 40 x 40 x 3,14 = 5024
N° de bacilos/ campo = 720/ 30 = 24
N° de bacilos/ ml = 5024 x 24 x 100 = 12.057.600
Este método de contagem pode ser utilizado para
contar qualquer tipo de células, bactérias, etc., usando-se
a coloração e fixação adequadas.
ANTÍGENO DE MITSUDA INTEGRAL
O preparo do antígeno para a reação de Mitsuda é
feito a partir de material humano ou de material obtido de
tatus infectados com o Mycobacterium leprae. Verificou-se
que não há nenhuma diferença entre as respostas obtidas
com material humano e o proveniente de tatus.
Técnica de preparação
1. Se as biópsias estiverem em formol, deve-se lavá-las
durante 24 horas em soro fisiológico, que é trocado
várias vezes.
2. Colocam-se os pedaços de tecido em uma placa de
Petri e com auxílio de pinça e bisturi separa-se a
epiderme que é eliminada.
3. Pesa-se o material e anota-se a quantidade.
4. O material é colocado em um frasco de precipitação e
se agrega pequena quantidade de soro fisiológico e
esteriliza-se em autoclave a 125°C durante 15 minutos.
5. O material esterilizado é macerado, adicionando-se
pequena quantidade de soro fisiológico.
6. Quando todo o material estiver macerado, deixa-se
sedimentar durante uma hora, separa-se o
sobrenadante e volta-se a macerar o sedimento. O
material deve ficar bem homogêneo.
7. Do material macerado toma-se uma amostra, que é
diluída a 1: 10, 1:100 e 1:1000. Com essas diluições é
feita uma contagem bacilar para ajustar o antígeno à
concentração bacilar desejada.
8. Ao fazer a diluição final, agrega-se fenol concentrado
para uma concentração final do antígeno de 0,4%.
120
9. Acondicionar em frascos pequenos (tipo penicilina) e
tindalizar em autoclave durante 20 minutos a 125°C, três
dias seguidos.
O antígeno padrão deve conter uma concentração de
160 x 106 bacilos por ml. No entanto, grande parte do
antígeno que se utiliza atualmente na rotina, varia entre 20
a 40x 106 bacilos por ml.
Em nosso Instituto, utilizamos o antígeno preparado
em nosso laboratório e que contém 60 x 106 bacilos por ml,
com o qual temos obtido resultados satisfatórios.
121

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Fisiologia da Digestão sistema digestiv
 

Bacterioscopia

  • 1. 1. Considerações gerais: Os exames bacterioscópicos resultam, amiúde, inúteis por terem sido colhidos e executados de forma incorreta. Por exame bacterioscópico compreendemos o exame microscópico do material sob a forma de esfregaço corado. 2. Técnica para a feitura do esfregaço; a -Deve-se sempre usar lâminas limpas e desengorduradas. b - O material deve ser espalhado na superfície da lâmina em camada fina e tão uniforme quanto possível c - Deixar secar ao ar d - Passar a lâmina, com a face, onde se encontra o esfregaço, para cima, na chama da lâmpada de álcool ou bico de gas, "esmagando-se" a chama 2 a 3 vezes, rapidamente, com a face inferior da lâmina. Isso deve ser feito com certa rapidez, sem elevar demasiadamente a temperatura, de maneira que a lâmina possa ser suportada pelo dorso da mão e -. Deixar esfriar, e corar. 3. Colheita do material: Limpar a superfície da pele onde se localiza a mancha ou hansenoma, com algodão umedecido em álcool. Com o bisturi, incisar a pele que o operador fixa firmemente entre o dedo indicador e o polegar. Passar a sua lâmina ao longo dos bordos da incisão e, com o material obtido, realizar esfregaços finos e homogêneos em uma lâmina de vidro. 5. Método de coloração: Método de Ziehl-Neelsen ( modificado ) a — corar com fucsina de Ziehl aquecendo a lâmina até a emissão de vapores, durante 5 minutos. Não deixar ferver ou secar. b - deixar escorrer o corante e lavar com álcool- ácido c - lavar em água corrente d - cobrir o esfregaço com solução de azul de metileno, esperar de 30 segundos a 1 minuto. e - lavar em água corrente. Secar. 5. Preparo dos corantes: Água destilada ...... 95 ml Para usar, mesclar uma parte de A com 9 partes de B. Álcool-ácido Álcool................... 700 ml Água destilada .... 290 ml Hcl concentrada .... 10 ml Azul de metileno Azul de metileno ........ 3 g Álcool 95 ................... 100g Para usar, diluir uma parte do corante em 9 de água destilada. ÍNDICE BACTERIOLÓGICO Para determinação do Índice Bacteriológico (IB) são colhidos 6 materiais das lesões mais ativas que o paciente apresentar. As lâminas são coradas pelo método de Ziehl- Neelsen de rotina, indicado anteriormente. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a determinação do Índice Bacteriológico deve ser feita examinando-se pelo menos 100 campos, com aumento de 800 x ou mais. A determinação se faz segundo a seguinte tabela: Nenhum bacilo em toda a lâmina.. negativo = 0 De 1 a 10 bacilos em 100 campos . + = 1 De 1 a 10 bacilos em 10 campos... ++ = 2 De 1 a 10 bacilos por campo......... +++ = 3 De 10 a 100 bacilos por campo ..... ++++ = 4 De 100 a 1000 bacilos por campo . +++++ = 5 Mais de 1000 bacilos por campo ... ++++++ = 6 O Índice Bacteriológico será a soma dos valores obtidos divididos por 6. Para o trabalho de campo, seria necessário um Índice Bacteriológico mais simples. Para a realização desse índice, deverão ser colhidos apenas 2 materiais das lesões mais ativas que o paciente apresentar. A leitura das lâminas será feita da seguinte maneira: Fucsina fenicada A - Fucsina básica .......... 10 g Álcool 95 ................. 100 ml Dissolver em graal e deixar sob agitação constante até o dia seguinte. Filtrar e guardar em frasco âmbar. B - Fenol puro........... 5 ml O Índice Bacterioscópico de uma dada lâmina será a soma dos valores obtidos, divididos por 2. ÍNDICE MORFOLÓGICO Para determinação do Índice Morfológico (IM), usam-se as mesmas lâminas utilizadas para obtenção do Índice Bacteriológico. 119 BACTERIOSCOPIA Existem diversas técnicas, com pequenas variações, que são utilizadas para o preparo dos corantes utilizados no método de Ziehl-Neelsen. Citaremos a que temos utilizado em nosso serviço que vem dando excelentes resultados e é de fácil preparo. Nenhum bacilo em toda a lãmina........................... negativa = 0 Menos de 1 bacilo por campo em100 campos pesquisados..+ = 1 De l a 10 bacilos por campo em 50 campos pesquisados....++ = 2 Mais de 10 bacilos por campo em 20 campos pesquisados ..+++ = 3
  • 2. Devido ao fato de muitos autores acharem que o aquecimento altera a morfologia bacilar; dever-se-ia dar preferência à seguinte técnica: Fixação: 1.- Uma vez que o esfregaço tenha sido secado ao ai; deve-se fixar durante 3 minutos com vapores de formaldeído concentrado em copo de. Coplin, colocando as lâminas dentro e fechando-se o copo. 2.- Fixação delicada e rápida no calor. 3.-Nova fixação por 3 minutos em vapores de formalina. Coloração: Usa-se os mesmos corantes do método de Ziehl-Neelsen de rotina. A técnica difere quanto à exposição à fucsina, a qual é deixada sobre o esfregaço durante 20 minutos sem aquecimento. O restante é igual à técnica de rotina. Devido às dificuldades técnicas que esse método acarreta, deve- se utilizar a coloração de rotina do Ziehl-Neelsen A determinação do Índice Morfológico consiste em verificar a porcentagem de bacilos típicos ( íntegros) encontrados no esfregaço. Para isso, são contados 100 bacilos e anotados quantos são típicos. O Índice será a média dos valores encontrados. É considerado bacilo típico somente aquele que esteja uniformemente corado, com bordos lisos e regulares e que não apresente zonas de diferente intensidade de cor. Devem ser examinados, com especial atenção, as extremidades do bacilo para ver se não apresentam zonas de descoloração. Antes de começar a classificação de típicos e granulosos, deve ser feita uma revisão geral da lâmina para se estudar o tipo de bacilo, ver se a coloração é uniforme em todo o esfregaço e procurar zona onde se encontre maior número de bacilos. Somente serão considerados os bacilos que estejam isolados, porque quando estão formando grupos de 2 ou mais, é impossível determinar se são típicos ou não. TÉCNICA PARA CONTAGEM DE BACILOS EM LÂMINAS Deve-se utilizar lâminas com círculo impresso, ou imprimir um círculo de 1 cm de diâmetro com auxílio de um lápis de diamante. Para se fazer a contagem, inicialmente deve-se contar quantos campos existem ao longo do diâmetro do círculo impresso na lâmina de acordo com as objetivas e oculares de cada microscópio. A seguir, conta-se a quantidade de bacilos que se observa em cada campo e anota-se a quantidade de bacilos e de campos contados, sempre contando ao longo do diâmetro médio do círculo. Para se calcular quantos bacilos existem na amostra utiliza- se o seguinte procedimento: 1. Calcula-se a área do círculo, usando a regra A = r2 x 3,14. Como conhecemos o diâmetro podemos calcular o raio e logo a área total, em função do número de campos. 2. A seguir, calcula-se o número de bacilos por campo, dividindo o número total de bacilos contados pelo número de campos contados. 3. Multiplica-se o número de bacilos por campo pelo total de campos. 4. Como conhecemos o volume do material contado (10 litros = 10l) para se obter a quantidade de bacilos por mililitro, multiplicamos pela diluição, ou seja, por 100. Exemplificando: Supondo que tenhamos contado 80 campos ao longo do diâmetro e que ao fazer a contagem bacilar tenhamos encontrado 720 bacilos em 30 campos A = r2 x 3,14 A = 40 x 40 x 3,14 = 5024 N° de bacilos/ campo = 720/ 30 = 24 N° de bacilos/ ml = 5024 x 24 x 100 = 12.057.600 Este método de contagem pode ser utilizado para contar qualquer tipo de células, bactérias, etc., usando-se a coloração e fixação adequadas. ANTÍGENO DE MITSUDA INTEGRAL O preparo do antígeno para a reação de Mitsuda é feito a partir de material humano ou de material obtido de tatus infectados com o Mycobacterium leprae. Verificou-se que não há nenhuma diferença entre as respostas obtidas com material humano e o proveniente de tatus. Técnica de preparação 1. Se as biópsias estiverem em formol, deve-se lavá-las durante 24 horas em soro fisiológico, que é trocado várias vezes. 2. Colocam-se os pedaços de tecido em uma placa de Petri e com auxílio de pinça e bisturi separa-se a epiderme que é eliminada. 3. Pesa-se o material e anota-se a quantidade. 4. O material é colocado em um frasco de precipitação e se agrega pequena quantidade de soro fisiológico e esteriliza-se em autoclave a 125°C durante 15 minutos. 5. O material esterilizado é macerado, adicionando-se pequena quantidade de soro fisiológico. 6. Quando todo o material estiver macerado, deixa-se sedimentar durante uma hora, separa-se o sobrenadante e volta-se a macerar o sedimento. O material deve ficar bem homogêneo. 7. Do material macerado toma-se uma amostra, que é diluída a 1: 10, 1:100 e 1:1000. Com essas diluições é feita uma contagem bacilar para ajustar o antígeno à concentração bacilar desejada. 8. Ao fazer a diluição final, agrega-se fenol concentrado para uma concentração final do antígeno de 0,4%. 120
  • 3. 9. Acondicionar em frascos pequenos (tipo penicilina) e tindalizar em autoclave durante 20 minutos a 125°C, três dias seguidos. O antígeno padrão deve conter uma concentração de 160 x 106 bacilos por ml. No entanto, grande parte do antígeno que se utiliza atualmente na rotina, varia entre 20 a 40x 106 bacilos por ml. Em nosso Instituto, utilizamos o antígeno preparado em nosso laboratório e que contém 60 x 106 bacilos por ml, com o qual temos obtido resultados satisfatórios. 121