Este documento resume uma visita de estudo realizada por alunos de um curso técnico de controlo de qualidade alimentar a um laboratório de análise microbiológica de águas. A visita incluiu uma explicação das instalações e equipamentos do laboratório, bem como demonstrações das técnicas usadas para análise de amostras de água. Os alunos tiveram a oportunidade de consolidar conhecimentos e adquirir novas aprendizagens sobre este processo.
1. ESCOLA SECUNDÁRIA AUGUSTO GOMES, MATOSINHOS
FORMAÇÃO DE ADULTOS | CURSO EFA DUPLA CERTIFICAÇÃO | 2013-14
Curso Técnico de Controlo de Qualidade Alimentar
Formação tecnológica
Módulo 25h – Análise microbiológica das águas
Formadora – Sofia Pimenta
Visita de estudo
Formando: ______________________ Turma EFA J
Local: IAREN - Instituto da Água da Região Norte, Matosinhos
Preparação da visita
Organização:
Tema: Análise microbiológica das águas
Data: 24 de outubro
Horário: 9.30 às 11.30h
Intervenientes: Formandos EFAJ, Formadora Sofia Pimenta
Técnico da entidade: Diretora Fátima Alpendurada; Técnica Marta Teixeira
Instituição a visitar: IAREN - Instituto da Água da Região Norte. Rua Doutor Eduardo
Torres 229, 4450 Matosinhos.
Objetivos:
1-Conhecer as instalações, material e equipamento do laboratório ligado à análise
microbiológica das águas.
2- Conhecer as técnicas usadas na análise microbiológica das águas.
Atividades a desenvolver:
1- Manipulação de equipamentos e técnicas usadas na análise microbiológica das águas.
2- Levantamento e registo da atividade.
3- Relatório reflexivo da visita pedagógica
Material apoio:
Bata, bloco de notas, lápis, máquina fotográfica.
2. Realização da visita
Atividades realizadas (apontamentos):
Após a receção e apresentação da Técnica Drª. Marta Teixeira, foi-nos pedido que nos
dividíssemos em dois grupos para prosseguimos a visita. Cumprindo o protocolo do Laboratório de
Qualidade Alimentar e Segurança, equipamo-nos todos com bata e o grupo que integrei deu início à
visita.
- Sala de receção de amostras e registo informático, onde se recebem amostras de água de
diversas origens, lamas, solos e sedimentos.
De seguida dirigimo-nos ao Laboratório de Microbiologia, que se encontra dividido em várias salas.
1ª Sala – sala de sementeiras – é constituída por três bancadas:
1ª bancada - efetua-se a análise das águas limpas através da técnica das membranas filtrantes.
Procedimentos:
- No início esteriliza-se a bancada e as mãos com álcool a 70%, as rampas são esterilizados com
álcool a 96%, depois queima-se um pouco de álcool em cada rampa e termina-se passando água
esterilizada.
- Ao iniciar o processo acendem-se todos os bicos de Busen de forma a garantir a assepsia do
local.
- Esta bancada tem uma máquina dispensadora de membranas que permite a garantia de assepsia
e a rapidez de trabalho.
- Coloca-se com uma pinça uma membrana em cada rampa e verte-se a amostra de água que se
vai analisar. Deixa-se terminar a filtração e leva-se a membrana para inoculação na segunda
bancada.
- Terminada a filtração a bancada possui um pequeno motor que retira toda a água excedentária
para um contentor.
2ª bancada - procede-se à incorporação (inoculação e a diluições em meios de cultura).
Foi-nos explicado que se prepara também um meio específico para a pesquisa do número mais
provável (contador de colónias. Colocando 100 ml de amostra de água num frasco com esta marca,
à qual se adiciona 1 pó (meio de cultura), passa-se pelo selador e leva-se a incubar em estufa.
3ª bancada - analisa-se águas sujas e a metodologia é a mesma que se segue na primeira
bancada.
2ª Sala – Sala de incubação
Neste local encontram-se quatro estufas a diversas temperaturas, consoante as exigências de
crescimento dos microrganismos em estudo.
Para os coliformes totais a incubação é de 37º C por 24h e para os coliformes fecais de 44ºC entre
24h e 48h.
Observamos algumas placas que estavam em incubação e verificamos quais os meios de cultura
específicos usados, o teste enterolert para os enterococos (método enzimático que usa a tecnologia
de substrato definido para a identificação de enterococos) e o teste colilert para E.coli (método
enzimático que usa a tecnologia de substrato definido para a identificação de bactérias Escherichia
Coli).
3. Visualizamos uma cultura de E.coli em Agar laurel sulfato (amarelo) para um controlo positivo. Na
presença de E.coli (lactose positiva) dá-se a fermentação do açúcar e acidificação do meio (pH
ácido).
Observamos ainda um saco anaeróbio, que continha um mecanismo gerador de anaerobiose (retira
o oxigénio) específico para a cultura de microrganismos anaeróbicos estritos.
Nesta sala há um frigorífico para guardar culturas contaminadas que aguardam novos testes e um
painel de medição de pressão atmosférica (a variação de pressão atmosférica nas salas do
laboratório é utilizada para manter as condições de assepsia, para que não ocorra contaminação
pela atmosfera, mantem-se alta pressão nas salas limpas e baixa nas salas sujas).
3ª Sala – Sala de Leitura e Repicagem
- Nesta sala faz-se a contagem de colónias e a confirmação positiva/ negativa de microrganismos.
- A contagem de colónias faz-se através da observação na lupa eletrónica da placa. Com um
marcador pica-se cada colónia para efetuar a contagem. Se o teste for positivo (ou seja o número
de colónias for relevante), a amostra segue para repicagem em meio de cultura desidratado. É
colocado numa galeria de quadrados grandes e pequenos, que contêm um indicador específico à
fermentação do microrganismo. O resultado é comparado com uma tabela que determina os
valores do critério positivo, se for o caso, coloca-se a galeria numa câmara de luz florescente que
possibilita visualizar e contar quantos dos quadrados grandes e pequenos apresentam
desenvolvimento de colónias. Este resultado é comparado com uma tabela (tabela do número mais
provável, técnica idealizada por Mc Crady onde se faz a estimativa da densidade média de
microrganismos na amostra) que permite estabelecer se está ou não dentro dos parâmetros legais.
- A visualização das galerias fluorescentes (cultura enterococos, cultura E. coli) realiza-se na
câmara de raios UV (visualização de poços fluorescentes sob luz UV, corresponde ao resultado
positivo).
- Há sempre um formulário que deve ser preenchido durante todas as operações de análise desde
a receção da amostra até ao resultado final, pela necessidade de controlar a rastreabilidade dos
procedimentos, o controlo e a fiabilidade dos processos e apresentação dos resultados finais.
4ª Sala – Sala de preparação de meios de cultura
- Nesta sala preparam-se meios de cultura com controlo de pH, meios de cultura que vão à
autoclave para estilizar e são guardados em arca frigorífica para posterior utilização.
5ª Sala – Sala de esterilização e armazenamento
-Nesta sala há autoclaves, uma pia de lavagem, um aparelho de produção de água destilada e um
frigorífico onde se armazenam os meios de cultura, oscilando entre 2ºC a 8ºC, garantindo uma tª de
5ºC.
- Neste local procede-se à limpeza e esterilização do material utilizado. Todo o material é
descontaminado em autoclave a 121ºC durante 30 minutos, depois os plásticos seguem para o lixo
comum e a vidraria vai para lavagem sendo no fim passada por água destilada.
O laboratório funciona como um ciclo de «marcha à frente» ou seja, caminhamos sempre da sala
mais limpa para a mais suja, assim como as temperaturas a que habitualmente costumam estar as
salas, segundo a técnica, nas salas mais limpas a temperatura costuma estar mais alta, nas mais
sujas a temperatura costuma estar mais baixa.
4. Suporte de registo (fotos):
Pasta em anexo
http://animoto.com/play/uuiDvFA54DCAkVGOnHF0Lw
Novas aprendizagens:
Nesta visita tive a oportunidade de consolidar muitos dos conhecimentos que até agora adquiri,
permitiu ainda conhecer as técnicas usadas na análise microbiológica das águas, contactar com as
instalações, material e equipamento do laboratório.
Após a visita
A visita correspondeu às expectativas:
Excedeu as nossas melhores expectativas.
Aspetos positivos:
A visita foi muito didática, possibilitou-nos o conhecimento real de um laboratório de análise de
águas e de adquirir mais conhecimentos para o nosso percurso como futuros técnicos de controlo
de qualidade alimentar.
Aspetos negativos:
Divisão em grupos, retirando tempo de explicação e interação.