A seção apresenta informações sobre a estrutura e características da seção de Revisão da Literatura e Metodologia em artigos acadêmicos. Na revisão da literatura, descreve as funções, organização retórica e recursos linguísticos. Na metodologia, explica os tipos de pesquisa, abordagens, métodos de investigação e estrutura retórica desta seção.

1. GRUPO:
José Bruno
Lyna Nayza
Maria Julyanne
Reginaldo Araujo
Tayná Rangel

2. A SEÇÃO DE REVISÃO DA LITERATURA
NO ARTIGO ACADÊMICO.
- Funções, Organização Retórica, Recursos Linguísticos.
- Refere-se a “Revisar itens de pesquisa prévia”.
- Se localiza entre a Introdução e Metodologia.

3. PARA QUE SERVE A REVISÃO DA
LITERATURA?
- Utilizar, Reconhecer , Dar Crédito.
- Familiaridade com a produção de conhecimento
prévia na área.
- Novas pesquisas.
- Voz de autoridade e Posicionamento intelectual.
- Pesquisa: se situa; se fundamenta em; estende;
- Destaca: conceitos, procedimentos , resultados,
discussões e conclusões.

4. UMA BOA LEITURA:
- Identifiquemos e mostremos a relação existente entre as
pesquisas citadas (Sobrepõem-se? Contrastam-se?
Completam-se?);
- Justifiquemos a presença dos estudos citados no nosso
texto, sinalizando a relevância dos mesmo para o tópico do
nosso trabalho;
- Selecionemos o tempo verbal e os verbos de citação
adequados ao reportar a literatura;
- Indiquemos claramente a fonte das ideias/informações de
que nos apropriamos no nosso texto;

5. ITENS SOLTOS:
Segundo A,...
Consoante B,...
Para D,...
Conforme E,...
Com base em F,...

6. QUAL É A ESTRUTURA RETÓRICA DA
SEÇÃO DE REVISÃO DA LITERATURA?
Podemos identificar dois momentos na seção de revisão da
literatura.
SUBFUNÇÕES 1 ( A e B ) – Visão Ampla
SUBFUNÇÕES 2 ( A - D ) - Mais específico

7. SUBFUNÇÃO 1 A
Estabelecer interesse profissional no tópico
Podemos usar diferentes marcadores, que podem indicar o número ou a
quantidade de estudos já realizados em relação ao tópico. Tais como:
“frequentemente”, “bastante”, “muitos”, “um numero considerável” , “crescente”.
Exemplo 1
Nos últimos anos, um número crescente de estudos
têm investigado alternativas para o desenvolvimento
sustentável.
Também caracteriza essa subfunção, como por exemplo : “ X e Y têm sido estudados”,
“muitos autores têm investigado” , “o problema tem atraído a atenção”.

8. SUBFUNÇÃO 1 B
Fazer generalizações do tópico
Identificamos por lexemas explícitos como “reconhecido”, “muita
evidência”, “completamente compreendido”...
Exemplo 2
O desenvolvimento sustentável é reconhecido como
alternativa fundamental para solucionar os
problemas relacionados à miséria mundial e à
degradação ambiental.

9. SUBFUNÇÃO 2 A
Citar pesquisas prévias
Exemplo 3
O modelo para o desenvolvimento sustentável
proposto por fulano (2000) foi aplicado a diferentes
regiões do país.

10. SUBFUNÇÃO 2 B
Estender pesquisas prévias
Para mostrar a concordância, o autor deve continuar a tradição em pesquisa
na área.
Exemplo 4
A fim de testar a eficiência de um modelo de desenvolvimento
sustentável, fulano (2000) realizou um estudo aplicado ao Nordeste
do país, obtendo resultados bastante eficientes. Portanto, o
presente trabalho dá continuidade ao trabalho de fulano (2001),
aplicando seu modelo à região Norte.
Podem aparecer – Assim, entretanto, primeiramente, em seguida...

11. SUBFUNÇÃO 2 C
Contra- argumentar pesquisas prévias
Exemplo 5
A fim de testar a eficiência de um modelo de desenvolvimento
sustentável, Coelho (2000) realizou um estudo aplicado ao
Nordeste do país, obtendo resultados bastante eficientes. Beltrano
(2001), porém, observou que na região Norte o mesmo modelo
apresenta desempenho negativo. Assim, este trabalho propõe um
novo modelo para o desenvolvimento sustentável.

12. SUBFUNÇÃO 2 D
Indicar lacunas em pesquisas prévias.
Exemplo 6
LITERATURA ANTERIOR SELECIONADA
O numero de estudos sobre os mercados emergentes de ações
vem crescendo rapidamente. A maior parte dos estudos limita- se
às correlações entre os mercados. Esse tipo de estudo assume,
implicitamente, que as relações entre os mercados são lineares e
que há-integração total, o que, obviamente, não pode ser
verdadeiro. Uma lista incompleta de estudos recentes inclui:
Aggarwal e Leal (1993); Divecha; Drach e Stefek (1992); Speidell e
Sappenfield (1992); Cheung e Ho (1991) e Bailey e Stulz (1990). A
conclusão em geral é que as correlação entre os mercados
emergentes e os mercados nos EUA e Japão está crescendo com
o tempo, mas que ainda é suficientemente baixa para permitir
importantes ganhos de diversificação. É claro que uma correlação
maior não implica necessariamente em maior integração uma vez
que outros fatores comuns podem estar influenciando os mercados.
Um candidato em potencial são os fluxos de capitais entre países.
Apesar do interesse crescente nos mercados emergentes, os
fundos de pensão americanos não investem mais do que 5% de
suas carteiras em ativos internacionais indicando um tremendo
potencial de crescimento dos fluxos de capitais para os mercados
emergentes no futuro (Errunza, 1994). Outros autores sugerem que
as correlações baixas podem dever-se ao aspecto não linear das
relações entre os mercados (Mullin, 1993; Cheung, 1993). As
correlações não parecem ser estáveis no tempo (Aggardwal e Leal,
1995; Cheung, 1993) e os mecanismos de transmissão entre os
mercados são influenciados pela volatilidade dos mercados
desenvolvidos (Bekaert e Harvey, 1995; Aggarwal, Inclan e Leal,
1995). (...)
Lacuna no
Conhecimento
Interesse no
tópico
Discordância: contra-argumentando
Citação objetiva
Generalizações
Interesse no tópico
Citação objetiva

13. CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS DA
REVISÃO DA LITERATURA
As citações podem ter diferentes orientações temporais. Os padrões (a) e (b) são
mais comuns nas ciências humanas e menos tecnológicas, entretanto para evitar
repetições exaustivas, escritora/es tendem a misturá-las (Swales, Feak, 1994).
(a) Passado – A ênfase recai no que pesquisadores anteriores fizeram, na atividade
do pesquisador como agente de estudos específicos;
“Fulano (1990) investigou a concepção de gêneros do discurso...”
(b) Pretérito perfeito composto – Ênfase na atividade do pesquisador. A referência
é feita a uma área de pesquisa e não ao pesquisador como agente.
“A concepção de gêneros do discurso tem sido investigada (fulano, 1990; sicrano,
1995; beltrano, 1996)...”
(c) Presente- Ênfase no resultado de pesquisas. A referência é feita ao estatuto
corrente do saber e não a atividade do pesquisador.
“A concepção de gêneros do discurso é complexa (sicrano,1976; beltrano, 1990)...”

14. Dentre os itens lexicais usados para fazer referência, os verbos de citação
desempenham um função essencial, pois a partir de determinado verbo é possível
avaliar negativa ou positivamente o trabalho citado.
Em geral os verbos de citação podem ser usados em quatros situações:
1. Com o nome do autor na posição de sujeito gramatical: sicrano (2000) mostra que o
desenvolvimento sustentável e eficiente.
2. Com o nome do autor como agente do verbo na voz passiva: Esse modelo foi
desenvolvido por sicrano (2000).
3. Com um termo que designa uma classe (pesquisadores, autores, estudos, etc.).
Logo após essa generalização, o escritor pode ser mais especifico citando autores
que sustentem essa afirmação: Vários estudos na literatura usam modelos similares.
Sicrano (2000), por exemplo, analisou...
4. Com termos referentes ao processo ou produto da pesquisa que substituem o
agente (resultados, conclusões etc.): Resultados de pesquisas recentes (sicrano,
2000) mostram que o modelo tem ampla aplicabilidade.

15. Segundo Swales e Feak (1994/2004), outra possibilidade de classificar os formatos
de citação é pelo critério de sua integralidade. Exemplos de verbos usados em
citações integrais são: apresentar, argumentar, afirmar, citar, defender, descrever,
discutir, mencionar, postular, referir-se a, relatar e sumarizar.
Os verbos de citação podem ser classificados com base em diferentes critérios.
Thomas e Hawes (1994, p.146), por exemplo, dividem os verbos de citação em três
grupos:
1. Verbos de atividade do mundo real ou experimental: estão ligados ao relato de
procedimentos e resultados de pesquisas previas (p. ex.: mensurar, medir, calcular,
encontrar, obter).
2. Verbos de atividade discursiva: Podem reportar tanto hipóteses quanto resultados
e conclusões de pesquisas prévias, envolvendo sempre expressão verbal (p.ex.:
afirmar, apontar, negar, mencionar).
3. Verbos de atividade cognitiva: Referem-se a processos mentais e reportam
generalizações que são senso comum na área (p. ex.: acreditar, pensar, considerar).
Caracterizam-se como citações literais aquelas em que você transcreve exatamente
fragmentos do texto usado, inclusive com os erros originais.

17. METODOLOGIA
Conjunto de ações determinadas para o propósito
de se investigar, analisar a questão ou o problema
de determinada área.

18. A SEÇÃO DE METODOLOGIA NO ARTIGO
ACADÊMICO
O Processos planejado de investigação, consiste em três
momentos:
- O levantamento de perguntas, hipóteses ou problemas;
- Coleta de dados;
- Análise e interpretação desses dados.

19. TIPOS DE PESQUISAS
Existe também uma variação no modo de conceber
uma pesquisa, onde a diferença está apenas no
caminho. As pesquisas podem ser:
- Indutiva.
- Dedutiva.

20. TIPOS DE ABORDAGEM
Podem ser de base:
- Qualitativa.
- Quantitativa.

21. Abordagem de base
QUANTITATIVA
Abordagem de base
QUALITATIVA
1. Natureza da realidade “Há apenas uma realidade.” “Há múltiplas construções
da realidade.”
2. Validade interna do
estudo
Uma relação é testada em
comparação com a
realidade (controle).
Interpretação observada de
vários ângulos e utilização
de diferentes fontes de
dados comparadas entre si.
3. Validade externa do
estudo
A generalização dos
resultados a outros
contextos.
A interpretação dos
resultados se dá com base
na organização e na
descrição dos dados pelo
pesquisador.
4. Grau de fidedignidade Demonstrados pela
possibilidade de se replicar
o estudo.
Resultados são confiáveis
se as hipóteses são
testadas por meio de uma
observação continuada.

22. MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO
Há diversas maneiras de se classificar métodos,
porém destacam-se esses dois:
- Método de estudo de caso.
- Método pesquisa-ação.

23. A ESTRUTURA RETÓRICA DA SEÇÃO DE
METODOLOGIA
- Objetivo: apresentar os materiais e os métodos a
serem adotados.
- Função: narrar os procedimentos de coleta e
análise dos dados e descrever os materiais que
levam à obtenção de resultados.

24. NWOGU (1997), ANALISANDO O ARTIGO ACADÊMICO EM MEDICINA
• DESCREVER O
PROCEDIMENTOS DE COLETA
DE DADOS
(a)Indicando a fonte dos dados
(b)Indicando o tamanho /dimensão
da amostra
(c)Indicando os critérios
• DESCREVER O
PROCEDIMENTO
EXPERIMENTAL
(a)Identificando o principal aparato
da pesquisa
(b)Narrando o processo
experimental
( c) Indicando critérios para o
sucesso
• DESCREVER O
PROCEDIMENTO DE ANALISE
DOS DADOS
(a)Definindo terminologias
(b)Indicando o processo de
classificação dos dados
(c)Identificando o
procedimento/instrumento analítico

25. NAS ÁREAS DE CIÊNCIAS SÓCIAS E HUMANAS , NO ESTUDO DE LIM (2006) HÁ
ALGUMAS DIFERENÇAS SIGNIFICATIVAS QUANTO AO TIPO DE INFORMAÇÃO QUE
APARECE NESSA SEÇÃO
• Descrever procedimentos de coleta de dados
(a)Descrevendo o local da mostra
(b) Descrevendo o tamanho/dimensão da
amostra/população
(c) Descrevendo as características da amostra
(d) Descrevendo a técnica ou critério de amostragem
Passo 2 : narrar os passos da coleta de dados
Passo 3: justificar o(s) procedimentos de coleta de
dados
(a) Destacando vantagens em se usar a amostra
(b) Mostrando a representatividade da amostra
• DELINEAR OS PROCEDIMENTOS PARA
MENSURAR VARIAVEIS
Passo 1:Apresentar uma visão geral do desing
Passo 2: explicar os métodos para mensurar as
variáveis
(a) Especificando itens em questionários/bases de
dados
(b) Definindo as variáveis
(c) Descrevendo métodos para mensurar as
variáveis
• ELUCIDAR OS PROCEDIMENTOS DE
ANALISE DE DADOS
Passo 1 : relatando (ou narrando/recontando) os
procedimentos de analise dos dados
Passo 2 : justificando os procedimentos de analise de
dados
Passo 3 : prevendo resultados

26. A ESTRUTURA RETÓRICA DA SEÇÃO DE
METODOLOGIA
Há três tipos de pesquisa:
- Exploratórias:
Que envolvera ao procedimento de levantamento da bibliografia e os
documentos referentes ao problema em questão;
- Descritivas (ou de campo):
Muito usado em ciências sociais , desenvolvida por meio de
instrumentos de observação como o questionário e a entrevista;
- Experimentais:
São principalmente usadas para estudar fenômenos das ciências
exatas.

27. REFERÊNCIAS
MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela
Rabuske. Produção textual na universidade. São
Paulo: Parábola, 2010.