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Uma Nova Escola
para uma Nova Época
Eduardo Chaves
Presidente, Instituto Lumiar
Consultor, Microsoft Educação
Março de 2008
A Necessidade de uma Nova Escola
• O processo de mudanças nos últimos 60 anos (+/-)
• Dois tipos de mudanças
• Umas acontecem dentro de um paradigma e, portanto,
são pequenas, lentas, graduais, superficiais, incrementais
• Outras subvertem paradigmas e, portanto, são maiores,
rápidas, súbitas, profundas, sistêmicas
Menor, lenta,
gradual, superficial,
incremental
Maior, rápida,
súbita, profunda,
sistêmica
Dentro de um
paradigma:
próxima da
prática atual
Subverte o
paradigma:
distante da
prática atual
REFORMA
TRANSFORMAÇÃO
A Natureza da Mudança e a Linha da Inovação
Adaptado de David Hargreaves, Education Epidemic
–
–
+
+
Alternativa para a Educação Escolar
• Realizar mudanças dentro do atual paradigma da escola,
ficando próximos da prática atual, reformando aspectos
não-fundamentais da escola
• Mudar o paradigma, transformando, pela inovação, a
própria instituição escolar – reinventar a escola
A Reinvenção da Escola
• Para reinventar a escola, são necessárias:
• Uma nova visão pedagógica
• Um jeito de ver as coisas:
• Educação
• Aprendizado
• Escola
• Uma nova prática pedagógica (coerente com a visão)
• Um jeito de fazer as coisas:
• Currículo, metodologia, avaliação
• Novos papéis pedagógicos
• Uso da tecnologia
• Forma de gestão
Visão Pedagógica: Educação
• Processo de desenvolvimento humano
• Forma: busca transformar a incompetência, dependência
e irresponsabilidade originais na criança na competência,
autonomia e responsabilidade características do adulto
• Substância: busca levar a criança a definir um “projeto de
vida” e a se capacitar para transformá-lo em realidade,
pois o ser humano não é totalmente programado -- o que
ele se torna é, em parte, questão de escolha e capacidade
• Competência, autonomia e responsabilidade não surgem
naturalmente, como parte do processo de crescimento e
amadurecimento: precisam ser adquiridas (construídas)
• A aprendizagem é o mecanismo que a natureza escolheu
para desenvolvê-las
Visão Pedagógica: Aprendizagem
• Construção e expansão de capacidades
• Aprender é se tornar capaz de fazer o que antes não se
conseguia fazer (Peter Senge, A Quinta Disciplina)
• Assim, aprender é um processo ativo de construir e / ou
expandir capacidades (desenvolver competências), não
um processo passivo de assimilar e acumular informações
• O processo de aprendizagem envolve:
• Observar outras pessoas fazendo coisas
• Desejar fazer essas coisas
• Tentar fazer essas coisas
• Não conseguir e receber “feedback” e apoio
• Tentar novamente
• Alcançar sucesso – e, talvez, se tornar um “expert”
Visão Pedagógica: Escola
• Ambiente formal e dedicado de aprendizagem, criado a
partir da complexificação da vida em sociedade
• Apesar disso, ela deve integrar-se a outros ambientes de
aprendizagem – não formais e não dedicados – existentes
na sociedade: o lar, a comunidade, igrejas, bibliotecas,
clubes, esportes, artes, as várias mídias, etc.
• Assim a escola deixará de ser um gueto e passará a ser
parte da vida e da experiência dos alunos – através de sua
integração com esses outros ambientes mais amplos (e,
talvez, mais eficazes) de aprendizagem que já fazem parte
da vida e da experiência dos alunos
Prática Pedagógica: “Mosaico”
• Ferramenta para integrar currículo, metodologia e
avaliação
• Currículo (o que aprender):
• Base: Competências e habilidades, não matérias escolares
• Foco: Construção de capacidade, desenvolvimento de
competências e habilidades
• Metodologia (como aprender):
• Ativa, foco em solução de problemas, baseada em projetos
• Avaliação (como aferir a aprendizagem):
• Forma: Baseada na observação constante do aluno, não
em testes e exames
• Foco: Centrada no desenvolvimento de competências , não
na posse de informações
Currículo: Matriz de Competências
• Competência:
• Capacidade de nível muito alto de mobilizar habilidades,
informações (conhecimentos), valores, e atitudes para
que produzam desempenho de alto nível, e com certa
naturalidade, nas ações que exigidas dentro de uma área
específica de atuação
• Competências básicas e especializadas :
• Básicas: exigidas para o mister de viver, enquanto tal, num
dado contexto sócio-histórico
• Especializadas: requeridas para projetos de vida específicos
• Exemplo: leitura e escrita são competências básicas hoje –
na Idade Média eram competências especializadas
Currículo: Matriz de Competências
• No currículo da Educação Básica (K-12), a ênfase deve
recair sobre o desenvolvimento de competências básicas
• Entretanto, crianças têm interesses e talentos diferentes
que devem ser respeitados (liberdade de aprender)
• Assim, não precisam desenvolver todas as competências
básica, nem desenvolver as competências escolhidas no
mesmo nível de profundidade
• A escola, de comum acordo com os pais, deve ajudar os
alunos a escolher áreas de concentração
• “Liberdade de aprender”: escolha de onde concentrar os
esforços, respeitadas as “competências inegociáveis”
Currículo: Matriz de Competências
• Uma forma de organizar as competências básicas é usar
os “Quatro Pilares da Educação” da UNESCO como mega-
competências e empregar as inteligências múltiplas de
Gardner como conjuntos de competências
• As mega-competências seriam:
• Pessoais (aprender a ser)
• Interpessoais (aprender a conviver, a viver junto)
• Cognitivas (aprender a saber, aprender a adquirir novas
competências sem necessidade da escola)
• Ativas (aprender a fazer, a agir, a empreender)
Currículo: Matriz de Competências
• Em quase todos os níveis da Educação Básica todas
essas categorias estão envolvidas
• Exemplo: no primeiro ciclo da Educação Fundamental
(idades 6-8) temos:
• Uma “sub-matriz” composta de competências de todas
as quatro mega-competências
• E, debaixo delas, competências verbais, numéricas,
lógicas, espaciais, musicais, artísticas (outras artes),
esportivas, interpessoais…
Currículo: Matriz de Competências
• Diferença entre escola democrática e escola libertária
(ou “laissez-faire”)
• A escola democrática deve respeitar a liberdade de
aprender do aluno, mas não pode abrir mão de sua
responsabilidade, como escola, de definir quais são
as competências cuja aprendizagem é inegociável
Metodologia: Problemas e Projetos
• A raça humana evoluiu enfrentando e solucionando
problemas
• Alguns probremas foram intelectuais: sua solução veio
na forma de teorias…
• Foi assim que surgiram a filosofia e a ciência (“pura”)
• Outros problemas foram práticos: sua solução veio na
forma de métodos, procedimentos, notações ou
ferramentas, instrumentos, equipamentos, etc.
• Foi assim que a ciência aplicada e a tecnologia evoluíram:
mesmo nossas linguagens e instituições são tecnologia
• Um projeto é uma tentativa deliberada e sistemática de
solucionar um problema: teórico ou prático
Metodologia: Problemas e Projetos
• O maior problema que qualquer pessoa enfrenta é
como viver sua vida
• Infelizmente, as escolas tradicionais dão muito pouca
atenção a esse problema
• O resultado é que aquilo que os alunos fazem na escola
não tem virtualmente nenhuma relevância para o seu
projeto de vida (ver o filme “Céu de Outubro”)
• Para enfrentar esse maior problema de todos os alunos
precisam praticar em problemas menores – mas mesmo
esses precisam ser relacionados aos seus interesses e,
oportunamente, ao seu projeto de vida
Metodologia: Problemas e Projetos
• Dois princípios que governam a aprendizagem através
de projetos
• Há sempres múltiplas formas de aprender algo – i.e., de
desenvolver uma competência
• Quando tentamos deliberadamente aprender algo, nós,
em regra, aprendemos várias outras coisas ao lado
• Por causa desses dois princípios, é possível deixar que
os alunos escolham os projetos que lhes interessam –
i.e., que correspondem a problemas que eles gostariam
de solucionar – e, ao mesmo tempo, ter certeza de que,
com a orientação correta, eles vão aprender, também, o
que precisam aprender, como sub-produtos
Metodologia: Problemas e Projetos
• A escola democrática não fica esperando que os alunos
encontrem problemas que gostariam de solucionar: ela
lhes oferece uma ampla escolha de problemas que eles
podem selecionar em diferentes áreas
• Para fazer isso a escola deve manter um rico Banco de
Projetos – em que são descritas as competências que
cada um envolvido em cada projeto vai desenvolver –
com o nome das pessoas que podem oferecê-los
• Os projetos oferecidos são renovados periodicamente,
dando aos alunos ampla oportunidade de escolher, sob
a orientação dos profissionais pedagógicos e dos pais,
que projetos vão contratar
Avaliação: O Porfólio de Aprendizagem
• O Portfólio de Aprendizagem do Aluno deve, a qualquer
tempo, para cada aluno:
• Sua avaliação inicial, que mapeia as competências que já
possui ao entrar na escola nas várias mega-competências
• Uma indicação de seus interesses, talentos especiais e
eventuais fraquezas – com vistas à oportuna definição de
sua projeto de vida, e, portanto, das áreas em que ele
poderá desejar concentrar sua atenção (ou evitar))
• As competências desenvolvidas em cada projeto de que
ele participou
• As competências desenvolvidas em atividades extra-
curriculares em que ele se envolveu, em especial na
Assembléia da Escola
Novos Papéis Pedagógicos
• O professor da escola convencional é “dividido em dois”
na nova escola:
• Um atua como mentor, conselheiro e orientador para um
grupo de alunos de um mesmo ciclo de estudos (3-5, 6-8,
9-11, 12-14 anos), e permanece com eles enquanto eles
estiverem naquele ciclo: ele é profissional pedagógico
permanente e em tempo integral
• Outro atua como facilitador da aprendizagem, elaborando
ou supervisionando projetos de aprendizagem, garantindo
que os alunos participem dos projetos que contratam e
aprendam o que se espera nos projetos: ele não é um
profissional permamente nem em tempo integral, sendo
requisitado à medida da necessidade
Novos Papéis Pedagógicos: O Mentor
• O primeiro dos dois profissionais tem as seguintes
atribuições na área pedagógica:
• Fazer a avaliação inicial do aluno que vai ficar sob sua
responsabilidade e cuidado
• Supervisionar o aluno o tempo todo, dando-lhe as boas
vindas diariamente, servindo de contato para qualquer
eventualidade, interagindo e dialogando com ele sobre
suas atividades, e entregando-o aos pais no final do dia
• Avaliar formalmente o aluno a cada dois meses com base
em suas observações, nas discussões e conversas com o
aluno, e nos relatórios de avaliação de seu desempenho
nos projetos contratados
Novos Papéis Pedagógicos: O Mestre
• O segundo dos dois profissionais pedagógicos tem as
seguintes atribuições:
• Planejar, desenvolver, cadastrar e coordenar projetos de
aprendizagem voltados para os alunos
• Assegurar-se de que os alunos que participem de seus
projetos façam as atividades que se comprometeram
realizar, quando contrataram o projeto
• Assegurar-se de que os alunos aprendem o que devem
quando participam das atividades dos projetos, i.e., que
desenvolvem as competências que a participação no
projeto prevê que desenvolvam
A Tecnologia
• A tecnologia tem duas funções pedagógicas essenciais
na nova escola:
• Ferramenta de aprendizagem
• Ferramenta de gestão da aprendizagem
Tecnologia: Ferramenta de Aprendizagem
• Pressuposto: cada aluno deve ter acesso ao seu próprio
computador, sempre que necessário
• Objetivos do uso:
• Buscar informações (pesquisa)
• Armazenar e organizar informações (gestão)
• Analisar e avaliar informações (reflexão crítica)
• Aplicar informações na solução de problemas (ação)
• Compartilhar informações (comunicação unidirecional)
• Discutir e interagir com mentores , mestres e colegas
(diálogo e discussão crítica)
• Foco: sua aprendizagem, seu desenvolvimento, isto é, a
definição e o desenvolvimento de seu projeto de vida
Tecnologia: Gestão da Aprendizagem
• As duas principais ferramentas aqui são:
• O Mosaico Digital (Digital Mosaic)
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Tecnologia: O Mosaico Digital
• O Mosaico Digital é um software que permite e facilita a
integração dos seguintes componentes pedagógicos:
• Matriz de Competências
• Banco de Projetos
• Portfólio de Aprendizagem dos Alunos
• O Mosaico Digital automaticamente faz conexões entre
os projetos de aprendizagem e as competências que são
desenvolvidas através deles e entre o as atividades dos
alunos nos projetos com as competências inegociáveis e
com aquelas exigidas para seu projeto de vida
• O Mosaico Digital apresenta, a cada momento, uma
fotografia do desenvolvimento do aluno
Tecnologia: O Portal da Aprendizagem
• O Portal da Aprendizagem é o Sistema de Informações,
Comunicação e Gestão de Documentos da escola
• Ele é voltado para suprir as necessidades da direção da
escola, dos mentores e mestres, dos alunos e dos seus
pais
• Cada usuário tem acesso que lhe permite visualizar as
informações e atividades que lhe dizem respeito
• Os pais visualizam as informações acerca dos projetos
que estão sendo e serão oferecidos, informações de
seus filhos que estes definem como públicas, bem como
informações de natureza geral de seu interesse
A Forma de Gestão Democrática
• Para desenvolver as competências necessárias para
atuar como cidadãos nums sociedade democrática,
os alunos precisam atuar democraticamente dentro
da escola: a Assembléia Geral possibilita isso
• Todo mundo que deseja participa – a pauta é feita com
indicações de todos e é distribuída antecipadamente
• A Assembléia é o forum para discutir qualquer questão
relacionada à vida em comum e é deliberativa
• A Assembléia deve lidar também com questões relativas
à disciplina – normas e punições
• A Assembléia não é só ferramenta de gestão: também é
local importante de aprendizagem para os alunos
Observações Finais
• A escola do futuro precisa:
• Ser integrada à vida e democrática
• Levar a sério diferenças e interesses individuais
• Respeitar a liberdade de aprender dos alunos
• Dar atenção personalizada aos alunos
• Ao mesmo tempo, garantir que os alunos desenvolvem as
competências e as habilidades que a sociedade do Século
XXI requer e espera deles
Obrigado!
Eduardo Chaves
eduardo@chaves.com.br

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Oi futuro

  • 1. Uma Nova Escola para uma Nova Época Eduardo Chaves Presidente, Instituto Lumiar Consultor, Microsoft Educação Março de 2008
  • 2. A Necessidade de uma Nova Escola • O processo de mudanças nos últimos 60 anos (+/-) • Dois tipos de mudanças • Umas acontecem dentro de um paradigma e, portanto, são pequenas, lentas, graduais, superficiais, incrementais • Outras subvertem paradigmas e, portanto, são maiores, rápidas, súbitas, profundas, sistêmicas
  • 3. Menor, lenta, gradual, superficial, incremental Maior, rápida, súbita, profunda, sistêmica Dentro de um paradigma: próxima da prática atual Subverte o paradigma: distante da prática atual REFORMA TRANSFORMAÇÃO A Natureza da Mudança e a Linha da Inovação Adaptado de David Hargreaves, Education Epidemic – – + +
  • 4. Alternativa para a Educação Escolar • Realizar mudanças dentro do atual paradigma da escola, ficando próximos da prática atual, reformando aspectos não-fundamentais da escola • Mudar o paradigma, transformando, pela inovação, a própria instituição escolar – reinventar a escola
  • 5. A Reinvenção da Escola • Para reinventar a escola, são necessárias: • Uma nova visão pedagógica • Um jeito de ver as coisas: • Educação • Aprendizado • Escola • Uma nova prática pedagógica (coerente com a visão) • Um jeito de fazer as coisas: • Currículo, metodologia, avaliação • Novos papéis pedagógicos • Uso da tecnologia • Forma de gestão
  • 6. Visão Pedagógica: Educação • Processo de desenvolvimento humano • Forma: busca transformar a incompetência, dependência e irresponsabilidade originais na criança na competência, autonomia e responsabilidade características do adulto • Substância: busca levar a criança a definir um “projeto de vida” e a se capacitar para transformá-lo em realidade, pois o ser humano não é totalmente programado -- o que ele se torna é, em parte, questão de escolha e capacidade • Competência, autonomia e responsabilidade não surgem naturalmente, como parte do processo de crescimento e amadurecimento: precisam ser adquiridas (construídas) • A aprendizagem é o mecanismo que a natureza escolheu para desenvolvê-las
  • 7. Visão Pedagógica: Aprendizagem • Construção e expansão de capacidades • Aprender é se tornar capaz de fazer o que antes não se conseguia fazer (Peter Senge, A Quinta Disciplina) • Assim, aprender é um processo ativo de construir e / ou expandir capacidades (desenvolver competências), não um processo passivo de assimilar e acumular informações • O processo de aprendizagem envolve: • Observar outras pessoas fazendo coisas • Desejar fazer essas coisas • Tentar fazer essas coisas • Não conseguir e receber “feedback” e apoio • Tentar novamente • Alcançar sucesso – e, talvez, se tornar um “expert”
  • 8. Visão Pedagógica: Escola • Ambiente formal e dedicado de aprendizagem, criado a partir da complexificação da vida em sociedade • Apesar disso, ela deve integrar-se a outros ambientes de aprendizagem – não formais e não dedicados – existentes na sociedade: o lar, a comunidade, igrejas, bibliotecas, clubes, esportes, artes, as várias mídias, etc. • Assim a escola deixará de ser um gueto e passará a ser parte da vida e da experiência dos alunos – através de sua integração com esses outros ambientes mais amplos (e, talvez, mais eficazes) de aprendizagem que já fazem parte da vida e da experiência dos alunos
  • 9. Prática Pedagógica: “Mosaico” • Ferramenta para integrar currículo, metodologia e avaliação • Currículo (o que aprender): • Base: Competências e habilidades, não matérias escolares • Foco: Construção de capacidade, desenvolvimento de competências e habilidades • Metodologia (como aprender): • Ativa, foco em solução de problemas, baseada em projetos • Avaliação (como aferir a aprendizagem): • Forma: Baseada na observação constante do aluno, não em testes e exames • Foco: Centrada no desenvolvimento de competências , não na posse de informações
  • 10. Currículo: Matriz de Competências • Competência: • Capacidade de nível muito alto de mobilizar habilidades, informações (conhecimentos), valores, e atitudes para que produzam desempenho de alto nível, e com certa naturalidade, nas ações que exigidas dentro de uma área específica de atuação • Competências básicas e especializadas : • Básicas: exigidas para o mister de viver, enquanto tal, num dado contexto sócio-histórico • Especializadas: requeridas para projetos de vida específicos • Exemplo: leitura e escrita são competências básicas hoje – na Idade Média eram competências especializadas
  • 11. Currículo: Matriz de Competências • No currículo da Educação Básica (K-12), a ênfase deve recair sobre o desenvolvimento de competências básicas • Entretanto, crianças têm interesses e talentos diferentes que devem ser respeitados (liberdade de aprender) • Assim, não precisam desenvolver todas as competências básica, nem desenvolver as competências escolhidas no mesmo nível de profundidade • A escola, de comum acordo com os pais, deve ajudar os alunos a escolher áreas de concentração • “Liberdade de aprender”: escolha de onde concentrar os esforços, respeitadas as “competências inegociáveis”
  • 12. Currículo: Matriz de Competências • Uma forma de organizar as competências básicas é usar os “Quatro Pilares da Educação” da UNESCO como mega- competências e empregar as inteligências múltiplas de Gardner como conjuntos de competências • As mega-competências seriam: • Pessoais (aprender a ser) • Interpessoais (aprender a conviver, a viver junto) • Cognitivas (aprender a saber, aprender a adquirir novas competências sem necessidade da escola) • Ativas (aprender a fazer, a agir, a empreender)
  • 13. Currículo: Matriz de Competências • Em quase todos os níveis da Educação Básica todas essas categorias estão envolvidas • Exemplo: no primeiro ciclo da Educação Fundamental (idades 6-8) temos: • Uma “sub-matriz” composta de competências de todas as quatro mega-competências • E, debaixo delas, competências verbais, numéricas, lógicas, espaciais, musicais, artísticas (outras artes), esportivas, interpessoais…
  • 14. Currículo: Matriz de Competências • Diferença entre escola democrática e escola libertária (ou “laissez-faire”) • A escola democrática deve respeitar a liberdade de aprender do aluno, mas não pode abrir mão de sua responsabilidade, como escola, de definir quais são as competências cuja aprendizagem é inegociável
  • 15. Metodologia: Problemas e Projetos • A raça humana evoluiu enfrentando e solucionando problemas • Alguns probremas foram intelectuais: sua solução veio na forma de teorias… • Foi assim que surgiram a filosofia e a ciência (“pura”) • Outros problemas foram práticos: sua solução veio na forma de métodos, procedimentos, notações ou ferramentas, instrumentos, equipamentos, etc. • Foi assim que a ciência aplicada e a tecnologia evoluíram: mesmo nossas linguagens e instituições são tecnologia • Um projeto é uma tentativa deliberada e sistemática de solucionar um problema: teórico ou prático
  • 16. Metodologia: Problemas e Projetos • O maior problema que qualquer pessoa enfrenta é como viver sua vida • Infelizmente, as escolas tradicionais dão muito pouca atenção a esse problema • O resultado é que aquilo que os alunos fazem na escola não tem virtualmente nenhuma relevância para o seu projeto de vida (ver o filme “Céu de Outubro”) • Para enfrentar esse maior problema de todos os alunos precisam praticar em problemas menores – mas mesmo esses precisam ser relacionados aos seus interesses e, oportunamente, ao seu projeto de vida
  • 17. Metodologia: Problemas e Projetos • Dois princípios que governam a aprendizagem através de projetos • Há sempres múltiplas formas de aprender algo – i.e., de desenvolver uma competência • Quando tentamos deliberadamente aprender algo, nós, em regra, aprendemos várias outras coisas ao lado • Por causa desses dois princípios, é possível deixar que os alunos escolham os projetos que lhes interessam – i.e., que correspondem a problemas que eles gostariam de solucionar – e, ao mesmo tempo, ter certeza de que, com a orientação correta, eles vão aprender, também, o que precisam aprender, como sub-produtos
  • 18. Metodologia: Problemas e Projetos • A escola democrática não fica esperando que os alunos encontrem problemas que gostariam de solucionar: ela lhes oferece uma ampla escolha de problemas que eles podem selecionar em diferentes áreas • Para fazer isso a escola deve manter um rico Banco de Projetos – em que são descritas as competências que cada um envolvido em cada projeto vai desenvolver – com o nome das pessoas que podem oferecê-los • Os projetos oferecidos são renovados periodicamente, dando aos alunos ampla oportunidade de escolher, sob a orientação dos profissionais pedagógicos e dos pais, que projetos vão contratar
  • 19. Avaliação: O Porfólio de Aprendizagem • O Portfólio de Aprendizagem do Aluno deve, a qualquer tempo, para cada aluno: • Sua avaliação inicial, que mapeia as competências que já possui ao entrar na escola nas várias mega-competências • Uma indicação de seus interesses, talentos especiais e eventuais fraquezas – com vistas à oportuna definição de sua projeto de vida, e, portanto, das áreas em que ele poderá desejar concentrar sua atenção (ou evitar)) • As competências desenvolvidas em cada projeto de que ele participou • As competências desenvolvidas em atividades extra- curriculares em que ele se envolveu, em especial na Assembléia da Escola
  • 20. Novos Papéis Pedagógicos • O professor da escola convencional é “dividido em dois” na nova escola: • Um atua como mentor, conselheiro e orientador para um grupo de alunos de um mesmo ciclo de estudos (3-5, 6-8, 9-11, 12-14 anos), e permanece com eles enquanto eles estiverem naquele ciclo: ele é profissional pedagógico permanente e em tempo integral • Outro atua como facilitador da aprendizagem, elaborando ou supervisionando projetos de aprendizagem, garantindo que os alunos participem dos projetos que contratam e aprendam o que se espera nos projetos: ele não é um profissional permamente nem em tempo integral, sendo requisitado à medida da necessidade
  • 21. Novos Papéis Pedagógicos: O Mentor • O primeiro dos dois profissionais tem as seguintes atribuições na área pedagógica: • Fazer a avaliação inicial do aluno que vai ficar sob sua responsabilidade e cuidado • Supervisionar o aluno o tempo todo, dando-lhe as boas vindas diariamente, servindo de contato para qualquer eventualidade, interagindo e dialogando com ele sobre suas atividades, e entregando-o aos pais no final do dia • Avaliar formalmente o aluno a cada dois meses com base em suas observações, nas discussões e conversas com o aluno, e nos relatórios de avaliação de seu desempenho nos projetos contratados
  • 22. Novos Papéis Pedagógicos: O Mestre • O segundo dos dois profissionais pedagógicos tem as seguintes atribuições: • Planejar, desenvolver, cadastrar e coordenar projetos de aprendizagem voltados para os alunos • Assegurar-se de que os alunos que participem de seus projetos façam as atividades que se comprometeram realizar, quando contrataram o projeto • Assegurar-se de que os alunos aprendem o que devem quando participam das atividades dos projetos, i.e., que desenvolvem as competências que a participação no projeto prevê que desenvolvam
  • 23. A Tecnologia • A tecnologia tem duas funções pedagógicas essenciais na nova escola: • Ferramenta de aprendizagem • Ferramenta de gestão da aprendizagem
  • 24. Tecnologia: Ferramenta de Aprendizagem • Pressuposto: cada aluno deve ter acesso ao seu próprio computador, sempre que necessário • Objetivos do uso: • Buscar informações (pesquisa) • Armazenar e organizar informações (gestão) • Analisar e avaliar informações (reflexão crítica) • Aplicar informações na solução de problemas (ação) • Compartilhar informações (comunicação unidirecional) • Discutir e interagir com mentores , mestres e colegas (diálogo e discussão crítica) • Foco: sua aprendizagem, seu desenvolvimento, isto é, a definição e o desenvolvimento de seu projeto de vida
  • 25. Tecnologia: Gestão da Aprendizagem • As duas principais ferramentas aqui são: • O Mosaico Digital (Digital Mosaic) • O Portal da Aprendizagem (Learning Gateway)
  • 26. Tecnologia: O Mosaico Digital • O Mosaico Digital é um software que permite e facilita a integração dos seguintes componentes pedagógicos: • Matriz de Competências • Banco de Projetos • Portfólio de Aprendizagem dos Alunos • O Mosaico Digital automaticamente faz conexões entre os projetos de aprendizagem e as competências que são desenvolvidas através deles e entre o as atividades dos alunos nos projetos com as competências inegociáveis e com aquelas exigidas para seu projeto de vida • O Mosaico Digital apresenta, a cada momento, uma fotografia do desenvolvimento do aluno
  • 27. Tecnologia: O Portal da Aprendizagem • O Portal da Aprendizagem é o Sistema de Informações, Comunicação e Gestão de Documentos da escola • Ele é voltado para suprir as necessidades da direção da escola, dos mentores e mestres, dos alunos e dos seus pais • Cada usuário tem acesso que lhe permite visualizar as informações e atividades que lhe dizem respeito • Os pais visualizam as informações acerca dos projetos que estão sendo e serão oferecidos, informações de seus filhos que estes definem como públicas, bem como informações de natureza geral de seu interesse
  • 28. A Forma de Gestão Democrática • Para desenvolver as competências necessárias para atuar como cidadãos nums sociedade democrática, os alunos precisam atuar democraticamente dentro da escola: a Assembléia Geral possibilita isso • Todo mundo que deseja participa – a pauta é feita com indicações de todos e é distribuída antecipadamente • A Assembléia é o forum para discutir qualquer questão relacionada à vida em comum e é deliberativa • A Assembléia deve lidar também com questões relativas à disciplina – normas e punições • A Assembléia não é só ferramenta de gestão: também é local importante de aprendizagem para os alunos
  • 29. Observações Finais • A escola do futuro precisa: • Ser integrada à vida e democrática • Levar a sério diferenças e interesses individuais • Respeitar a liberdade de aprender dos alunos • Dar atenção personalizada aos alunos • Ao mesmo tempo, garantir que os alunos desenvolvem as competências e as habilidades que a sociedade do Século XXI requer e espera deles