1. O documento discute os problemas da dívida global e como ela é usada pelos bancos para dominar os países.
2. Duas falsas alternativas são oferecidas pelo neoliberalismo: austeridade interna ou desvalorização da moeda. Ambas prejudicam os trabalhadores.
3. Uma verdadeira alternativa deve ir além das dicotomias políticas e desafiar o domínio do capital financeiro, em busca de maior justiça econômica e social.
A dívida como instrumento de domínio e a alternativa coletiva
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Grécia, vítima da gula dos bancos e das desigualdades dentro da UE
Um tributo de solidariedade com o povo grego
O sistema financeiro para sobreviver precisa de
exportar dívida para os povos, servindo-se do
Estado e das classes políticas para impor dois tipos
de modelos – a desvalorização interna (austeridade)
e a da moeda. Existem alternativas mas, somente
saídas da vontade coletiva dos povos, sem taras
nacionalistas ou autoritárias
Sumário
1 - O domínio através da dívida, o verdadeiro problema
2 - Duas falsas alternativas do neoliberalismo
3 – Por onde passa a alternativa?
4 – Sair do euro e/ou da UE como e com que vantagens?
5 – As preocupações do BCE, da UE e do FMI
5.1– Objetivo 1 - A estabilidade e a rendabilidade dos mercados financeiros
5.2– Objetivo 2 - Conter os europeus na austeridade, na ignorância e… no medo
5.3 – Objetivo 3 – Conter as ameaças geoestratégicas
++++++++++xxxxx++++++++++
1 - O domínio através da dívida, o verdadeiro problema
Desenvolvemos recentemente algumas considerações sobre o crescimento e as
desigualdades1
. Vejamos agora como o crédito e a subsequente acumulação de dívida têm sido
instrumentos essenciais para “alavancar” esse crescimento, gerando estratégias empresariais e
pessoais de endividamento, colocando o mundo em estado de servidão face aos donos da
dívida, o sistema financeiro. Esses donos, são bancos, seguradoras, fundos de pensões e outros
- com relevo para os “simpáticos” fundos abutre - e toda uma diversificada panóplia de
serviços e funções parasitárias – analistas financeiros, dealers, consultores, etc; sem esquecer
os reguladores, o FED, o BCE e a rede de bancos centrais europeus, onde se enquadra o
“nosso” Bdp cujo nome nos faz lembrar os pouco recomendáveis, Constâncio e Carlos Costa.
Todo essa maquinaria procura manter oleada a máquina da dívida, do seu demencial
1
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2015/06/crescimento-vantagens-competitivas-e.html
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crescimento, em concertação com os seus funcionários das classes políticas a quem cabe
garantir a estúpida apatia vigente na multidão de seres humanos perante a captura da vida de
cada um, diretamente ou através do “seu” estado, na espiral da dívida.
O gráfico seguinte fornece um quadro do aumento do peso da dívida total – pública, das
empresas financeiras ou não financeiras e das pessoas - que, em última análise sobrecarrega
os humanos. Em 14 anos passou dos 246% do PIB mundial para os 286% e os seus $ 199*1012
representam cerca de $ 28000 por ser humano ou, de outro modo, o correspondente a perto
de três anos de trabalho de cada pessoa. Se se preferir, aquela capitação corresponde a quatro
anos de remunerações brutas de um trabalhador português com o salário mínimo. Trágico e
assustador!
A evolução ali espelhada revela que até 2007 a dívida crescia essencialmente no seio do
próprio sistema financeiro e das famílias, por razões bem conhecidas; nos últimos anos o
crescimento da dívida centrou-se nos estados, a quem compete proceder à sua distribuição
pela população, situando-se o sistema financeiro oculto, na sombra, de corruptos governantes
que fazem o trabalho sujo. Assim, os estados surgem na frente dos detentores de dívida, em
2014 com mais de 29% do total, claramente acima das responsabilidades que cabem
diretamente às famílias e ao próprio sistema financeiro. Esta situação obriga a relembrar o
papel dos estados nas sociedades capitalistas, como instrumentos dos segmentos dominantes
do capital, com funções de articulação das relações inter-capitalistas e de redistribuição
regressiva entre os capitalistas no seu conjunto, por um lado e a grande massa da população,
por outro. Entre nós e “eles”, entre os de baixo e os de cima.
Esta política é global e não se cinge às práticas do BCE ou do FED norte-americano. Desde 2006
acelerou a monetarização massiva das economias – os quantitative easings - por parte do
conjunto dos bancos centrais do mundo. As necessidades intrínsecas do capital financeiro de
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reproduzir lucros não se podiam limitar à formação de poupanças das famílias, nem ao
crescimento do volume dos depósitos nos bancos e daí a demencial criação de dinheiro, muito
para além das necessidades da economia, constituída pela produção de bens e serviços, em
última análise para satisfazer as necessidades humanas. Assim, desde 2006 os ativos do
conjunto dos bancos centrais do mundo passaram de $ 6*109
para $ 22*109
muito acima,
portanto, do crescimento dos rendimentos contabilizados. No caso do FED, os seus ativos
cresceram 23 vezes em 1987/2014 enquanto o PIB se multiplicou apenas três vezes e o
rendimento médio das famílias norte-americanas somente duplicava. Como se diz em
Espanha, não há pão para tanto chouriço.
Esta loucura por parte dos bancos centrais corresponde aos interesses do capital financeiro
muito mais interessado na especulação baseada em cascatas de títulos e jogos na bolsa do que
em financiar a atividade económica. O sistema financeiro, de acordo com as contas das
instituições estatísticas, inclui os juros cobrados e os lucros como contributos para o PIB
mesmo que se acumulem nas contas da oligarquia mundial de banqueiros, executivos e
acionistas de multinacionais, milionários, com fraco impacto na economia. A contabilização
dos lucros, essenciais para agradar aos acionistas, pode basear-se no registo de mais-valias
potenciais, o que como se depreende são incertas e voláteis contribuindo para que a dimensão
do próprio PIB perca muito do seu sempre nebuloso significado, em termos reais.
Por outro lado, esse dinheiro criado e transitado do BCE para os bancos vai permitir que estes
ajudem as classes políticas nacionais e autárquicas a criar obra, com o consequente
endividamento público a que irá corresponder a oneração fiscal da população; e os bancos até
desenvolvem técnicas de perpetuação de dívida pública com contratos de parceria público-
privadas, swaps e outros, com a aprovação de ministros e altos quadros da área das finanças
comprometidos, com o partido no poder ou, por mera ignorância. Enquanto as economias
forem apresentando algum crescimento, este edifício de frágil filigrana vai-se mantendo mas,
quando há emperramento logo surgem as vítimas – empresas que fecham, famílias que não
podem pagar os empréstimos para a habitação e são despejadas, estados constituídos como
devedores eméritos, impulsionadores diretos ou indiretos de políticas de austeridade, de
cortes, privatizações, etc.
As taxas de juro baixíssimas são a única forma de fazer crescer a espiral do crédito em
economias estagnadas; se fossem mais altas então haveria ainda menos procura para
investimentos produtivos. Por outro lado, se com taxas próximo de zero a economia não
cresce, admitindo que a taxa de juro continua a ser o nivelador do volume do crédito, o
crescimento só poderá surgir, matematicamente, de taxas negativas que não incentivarão à
poupança junto dos particulares que, talvez pensem guardar as economias no colchão. Como o
capital financeiro não pode parar de crescer, como acontece com qualquer “mercado” e sendo
insuficiente e esquiva a poupança dos particulares, quem terá de salvar a situação é, como é
usual, o Estado, para além da torneira aberta dos bancos centrais. É o Estado se constituirá em
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devedor compulsivo junto dos bancos que entregarão esses títulos como “colaterais”
(garantias) junto dos bancos centrais. O problema é que a afetação de receitas públicas ao
serviço de dívida acentua o pendor recessionista, ao retirar poder de compra e a impor
medidas de austeridade às populações, coloca restrições de natureza política e social. Enfim, o
Estado, como capitalista coletivo a funcionar em toda a sua transparência a favor do segmento
dominante do capitalismo, o sistema financeiro.
Este modelo em que o Estado se endivida para ajudar o sistema financeiro (entre outros
capitalistas) à custa das populações, sem qualquer benefício para estas é a matriz da
ilegitimidade da dívida contraída. É uma exigência dos povos a sua anulação mesmo que haja
partidos ditos de esquerda que tentam ajudar o sistema financeiro, à custa da multidão,
propondo mansas fórmulas de reestruturação da dívida.
Essas mansas fórmulas apenas adiarão o estoiro da bolha de dívida – pública, das empresas e
das famílias. Nesse estoiro desaparecerão milhares de bancos e empresas financeiras que se
alimentam da bolha, obrigadas a assumir os seus créditos como incobráveis perante
sociedades arrastadas em espirais de falências, de desemprego, de pobreza e repressão por
parte das classes políticas, em defesa dos seus mandantes do sistema financeiro, como
também da sua existência enquanto segmento social parasitário e nefasto.
2 - Duas falsas alternativas do neoliberalismo
Na cartilha neoliberal há duas posições para resolver os desequilíbrios financeiros dos estados.
• Uma, defende a desvalorização interna, com austeridade, reduções salariais, cortes de
pensões, nos direitos, com privatizações e outras “reformas estruturais”, como a
liberalização do “mercado” do trabalho, a carga fiscal agravada, excepto para
empresas, e o desmantelamento da segurança social, com a população na penúria e
com uma precarização que, a partir do trabalho, se estende para todas as áreas que
envolvem a vida. Esta narrativa diz-se necessária para que os países se tornem mais
competitivos e tirem o pescoço do cepo através da exportação. Um dia…
• Outra, é a desvalorização de uma moeda própria (com saída do euro) para obter essa
mesma competitividade face à concorrência nos mercados externos, provocando forte
inflação, perda de poder de compra da população, sobretudo dos assalariados – os
eternos pagadores - e, desigualdades enormes entre quem tem acesso a moeda forte
e quem não tem, com contrabando, mercado negro, fuga de capitais através de
esquemas de subfacturação e sobrefaturação por parte do empresariato2
. Em casos de
forte dependência de importações e de exportações com baixo valor acrescentado,
2
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2014/09/a-nao-solucao-com-um-novo-escudo-1.html
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como é caso de Portugal ou da Grécia, o instrumento monetário seria desastroso, tal
como a chamada desvalorização interna.
A primeira opção foi a adoptada pela troika, imposta para Portugal como para a Grécia dado
que uma desvalorização regional da moeda não está disponível. O fracasso está à vista,
dedicando-se Draghi ao seu quantitative easing, comprando dívida com o produto da emissão
de moeda para alimentar a especulação dos bancos; ou ainda compensando a fuga de dinheiro
da Grécia, dando luz verde ao banco central grego para ir imprimindo euros (é o ELA,
emergency liquidity assistance).
O fracasso actual é evidente, porque se não pretende a colocação em causa da arquitetura
europeia baseada em fundas desigualdades regionais e sociais, na segmentação do território
entre Centro e periferias, elementos esses que são anteriores ao euro; para que se não
molestem os sagrados interesses do capital financeiro, a oligarquia comunitária e o FMI
admitem a colocação da Grécia no “lixo”, como um pária indigno de se sentar à mesa do
banquete capitalista que se abastece na referida arquitetura.
A questão não é entre a desvalorização interna ou a de uma moeda nacional, ou de exercícios
encantatórios sobre a coexistência pacífica entre duas moedas. Em todos os países, mesmo os
que detêm moedas nacionais, manifestam-se grandes desigualdades regionais e sociais quanto
ao desenvolvimento e riqueza; e não consta que se venham a criar moedas próprias para o
conjunto dos lander alemães que constituíam a antiga RDA, para Trás-os-Montes, para a
Extremadura espanhola, para o Mezzogiorno italiano ou o Epiro grego. Existem, mesmo sendo
insuficientes, formas de estabelecimento de solidariedades dentro de cada estado-nação,
incentivos e benefícios fiscais, transferências, qualquer que seja a sua moeda.
Como se sabe, são pouco evidentes essas formas de solidariedade no seio da UE, que se
pretende um espaço único. A UE preocupa-se mais com planos de investimento que viabilizam
empresas, que engordam os bancos, que alegram governos e autarcas nacionais, com a
competitividade fiscal entre os países e entre estes e os off-shores, do que em constituir
fórmulas avançadas de desenvolvimento regional e de transferências que façam da UE, de
facto, um espaço coeso e solidário.
3 – Por onde passa a alternativa?
A dicotomia entre a desvalorização interna ou a de uma moeda nacional é o discurso do
sistema financeiro, das classes políticas que o servem, sendo uns, neoliberais convictos e servis
e outros, keynesianos, convencidos de que maiores poderes a um Estado capitalista (dirigido
por eles, obviamente…) são a porta do Eden. Porém, todos são defensores explícitos ou
implícitos, apenas complacentes com o capitalismo; aquela dicotomia separa apenas os
segmentos mais à direita ou ditos de “esquerda” das classes políticas. Qualquer solução tem
de se construir com:
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• uma base social e política alargada a construir nos planos nacionais;
• a determinada recusa de propostas nacionalistas bem como de intervenções
autoritárias3
construídas e exigidas pelas instituições da troika;
• uma forte componente de construção internacionalista, solidária e supranacional;
• a criação de instituições nacionais e supranacionais democráticas, emanadas
diretamente dos povos e submetidas ao controlo popular;
• a ausência de uma classe política, de profissionais do tráfico de influências;
• o redimensionamento e reconfiguração do sistema financeiro, baseado nas poupanças
e não na estouvada criação de meios artificiais para alimentar a especulação.
4 – Sair do euro e/ou da UE como e com que vantagens?
Os tratados europeus não contemplam a saída de um país da zona euro, embora seja referido
frequentemente, pelos media e pelos membros da classe política, a possibilidade de expulsão
da Grécia, sabendo-se que a Grécia, o seu governo e o seu povo não terão ainda descoberto
nisso qualquer vantagem. Estará a faltar-lhes, certamente os avisados conselhos do seu KKE,
dos lusos PCP e satélites ideológicos, do nacionalista Ferreira do Amaral, do volúvel Louçã e de
vários escolásticos da praça. A adopção do euro é como o nascimento de um filho; pode evitar-
se que venha a nascer mas, fazê-lo desnascer é muito complicado.
O artº 140, nº 3º do Tratado sobre o Funcionamento da UE fixa de modo irrevogável a taxa
com qual o euro substituiu a moeda nacional do país aderente, não se admitindo a saída
voluntária nem a expulsão, nem estando contemplados mecanismos ou calendários para a
concretização dessa saída. No entanto, está previsto que um país pode abandonar a UE (artº
50º do Tratado da União), sendo-lhe dado um prazo não superior a dois anos para o efeito.
Mas não pode ser expulso. Assim, se a Grécia abandonar a UE, por arrastamento deixa o euro;
o que provavelmente não fará, pelos inconvenientes económicos e financeiros que teria e para
não facilitar a vida aos outros membros, colocando nestes a invenção dessa sanção máxima
que o direito comunitário não prevê, a de expulsão da UE. Mesmo que de modo desastrado, o
ministro austríaco das finanças sugere que a Grécia peça para sair da zona euro (?) e que todos
os outros países deverão concordar com isso.
Pode pensar-se que o artº 4º do Tratado da União estatui que os estados-membros se devem
abster de qualquer medida susceptível de colocar em perigo a realização dos objetivos da UE
mas, não esclarece quem tem essa competência. Falar de saída do euro mostra as divergências
3
Em finais de 2011, o então chefe do executivo, Papandreu havia sugerido um referendo para aceitação
ou não do segundo resgate da troika. A oposição das instâncias da UE e dos “mercados” financeiros,
fielmente seguida pela Nova Democracia e parte importante do Pasok impôs na Grécia um financeiro
vindo do BCE – Papademos - para primeiro-ministro de uma coligação ND/Pasok que haveria de
preparar as novas eleições que viriam a ser ganhas pela ND de Antonis Samaris. Não houve referendo, o
segundo resgate foi portanto, aceite e, como se vê, não tornou a Grécia livre do espartilho do capital
financeiro, nem da troika.
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existentes, o azedume mas, legalmente, qualquer tentativa de a levar a cabo redundaria numa
enorme confusão jurídica, política e económica, um desastre para o euro como moeda (para
gáudio dos EUA) e para a Grécia, submetida a todas as pressões e chantagens.
Não deixa de ser ridiculamente curioso, por exemplo que o PCP, seus satélites e Louçã
defendam a saída do euro de modo concertado, num género de acordo de cavalheiros, onde
eles não existem, como se vai observando no seu comportamento com a Grécia. E, ao mesmo
tempo se quedem por algo tão manso e pífio como a reestruturação da dívida pública, não
assumindo nem a sua ilegitimidade e contribuindo no engano de que aquela seja pagável.
Considera-se que uma dívida ao ultrapassar os 100% do PIB jamais será pagável e, para mais
com o crescimento anémico que se observa nos países europeus mais endividados e a
continuidade das suas corruptas classes políticas.
Nas ditaduras o direito vale o que vale, é instrumental e não uma referência para a
convivialidade social. As instituições estatais ou pluri-estatais europeias não são um exemplo
de democracia; implícita ou explicitamente, adoram Carl Schmitt. Segundo o pensamento
deste ideólogo do fascismo, o exercício da soberania comporta a decisão fora de qualquer
norma jurídica, assumindo, como conveniente a existência de uma situação de excepção para
justificar uma decisão arbitrária; não se esquecendo de apontar como objetivo a eficácia de
uma medida que vise o regresso a uma situação de normalidade. Neste contexto, a
normalidade não passa de uma utopia que assoma, sem se fixar, nos evanescentes intervalos
que separam estados de excepção reais ou criados pelas classes políticas – programas de
estabilização financeira, ameaça terrorista, inflação, deflação, desemprego elevado, reformas
estruturais, estabilidade dos mercados… Dito isto, é evidente que, se necessário, os poderes
(BCE, Bundesbank, Eurogrupo, Comissão Europeia) inventarão um dispositivo qualquer, no seio
das suas posturas de ditatorial arrogância, para retirar a Grécia da zona euro; e terão como
apoiantes mais fervorosos os cães, que sempre ladram mais alto que a dona.
Em que estado ficarão o euro, a UE, os chefes nacionais e sobretudo a Merkel que deu a cara
por toda esta situação? Situação que se carateriza por atropelos e trapalhadas, que chegam ao
ponto de condenarem a realização de um referendo na Grécia, negando ao povo grego o
direito elementar de decidir sobre as propostas dos oligarcas comunitários. A rotina, de facto,
tem sido a inexistência de consultas populares (ou que são torpedeadas como no caso da
Irlanda). Cada vez mais a arquitetura da UE se parece com uma ditadura que concede,
sorridente, a realização de romarias eleitorais como toscos espetáculos de final a priori
conhecido.
5 – As preocupações do BCE, da UE e do FMI
É evidente que há uma pressão enorme das instituições da troika (chamamos-lhes assim a
despeito do governo grego ter vincado o seu fim e não usar o vocábulo) para que continue a
desnatação do povo grego, com cortes adicionais nas pensões e aumentos do IVA e não a
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oneração da tributação das empresas de maior gabarito. Alheios a qualquer preocupação
humanitária, às instituições interessam-lhes três ordens de grandezas;
• a estabilidade e a rendabilidade dos mercados financeiros;
• o não agravamento da situação económica e social na Europa, nomeadamente para
que não haja um contágio grego;
• e a disputa entre o euro e o dólar pelas preferências de especuladores e estados
quanto a divisas de transação, de referência nos preços e de reserva.
5.1– Objetivo 1 - A estabilidade e a rendabilidade dos mercados financeiros
A dívida grega, como a portuguesa, não tem tido uma evolução explosiva nos últimos anos, de
modo a colocar em perigo a estabilidade dos mercados financeiros, embora seja real que, em
qualquer dos casos possa haver uma incapacidade de cumprimento dos planos de reembolso e
de pagamento de juros, por implosão das suas capacidades de geração de meios financeiros,
ou de renovação de divida a baixas taxas ou ainda, por explosão social, com repercussões
regionais e até geopolíticas.
O interesse do capital financeiro global como principal baliza de alinhamento das instituições e
das classes políticas europeias, dota a dívida de um caráter odioso e ilegítimo (ver relatório da
Comissão pela Verdade sobre a Dívida Grega4
e no caso português5
) porque os povos nada
beneficiam dela, mostrando-se simples instrumentos, obrigados fornecedores de rendimentos
para os credores, obrigações essas que lhes foram imputadas por parte do capital financeiro,
interessado, quer no caudal dos juros, como na aceitação de títulos das dívidas públicas pelo
BCE, como formas de garantia para o abastecimento de fundos aos bancos.
Sabe-se que os bancos procuram aplicar freneticamente todo o dinheiro que detêm e o que
criam a partir do nada. Em tempos de desemprego, de fraca performance das economias, a
procura de crédito não anda famosa e, por seu turno, os estados têm por detrás populações
susceptíveis de garantir reembolsos e juros, com riscos não comparáveis com nenhuma outra
entidade. Essas aplicações junto dos estados permitem aos bancos assenhorearem-se de
rendas correspondentes, tendencialmente perpétuas, cobrando juros com taxas entre 1.9% ou
5% do PIB, respetivamente, nos casos da Alemanha e de Portugal.
4
http://www.hellenicparliament.gr/Enimerosi/Grafeio-Typou/Deltia-Typou/?press=abd173dc-82dd-4207-a927-a4ba00e245e0
5
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2014/03/porque-nao-e-pagavel-divida-publica.html
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2014/07/por-que-no-se-puede-pagar-la-deuda.html
http://grazia-tanta.blogspot.pt/2014/07/why-portuguese-public-debt-is-not.html
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Esta mina para o conjunto dos países do euro aderentes até 2009, aumentou de € 7.26 biliões
em dezembro daquele ano, para € 9.3 biliões cinco anos depois, com um crescimento de
30.9%, muito acima do crescimento da economia daquele conjunto de países (média anual de
0.67% para a UE entre o 1º trim/2010 e o 2º trim/2014). Há pois, um hiato entre o crescimento
da divida pública e a evolução das capacidades de lhe fazer face, o que prenuncia dificuldades
de pagamento.
Essa dívida pública não fica simplesmente registada nos balanços dos bancos aguardando a
chegada dos juros e o dia do reembolso. Ela é entregue como garantia dos bancos ao BCE para
este lhes fornecer dinheiro fresco à ridícula taxa actual de 0.05%, para aplicação na sua
atividade preferida, a especulação. O BCE, formalmente fornece liquidez aos bancos para estes
o colocarem na atividade económica, em investimento efetivo levado a cabo por empresas
mas, essa afetação só se tornou vinculativa com um programa que se manterá até meados de
2016, numa escala muito inferior à concessão não condicionada de crédito.
Em 2012 o segundo resgate da Grécia contemplou a substituição de títulos de dívida grega por
outros, novos, de forma a continuarem como colaterais oferecidos pelos bancos, mantendo-se
assim intocáveis os níveis de financiamento do BCE aos bancos, sem que a Grécia tivesse tirado
daí qualquer benefício; por exemplo, o BCE poderia ter então condicionado o dinheiro
emprestado aos bancos e garantido por aqueles títulos, a investimentos produtivos na Grécia,
o que não fez, pois isso não era conveniente para os bancos, mais interessados na especulação
e em aplicações corruptas concertadas com as classes políticas.
O gráfico seguinte é eloquente e nele facilmente se observa que os créditos fornecidos – a
vários títulos - pelo BCE à Grécia superam a própria situação líquida do banco. Tecnicamente o
BCE faliria mas, como tem por detrás os estados da zona euro…
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Para continuar a financiar os bancos da zona euro, o BCE irá, até 2016, triplicar o seu capital
próprio actual que é de € 1 bilião. Para ofereceram colaterais (garantias) ao BCE – impedido de
financiar diretamente os estados – os bancos concorrerão aos leilões de arrematação de
dívidas soberanas que entregarão ao BCE como garantia do fornecimento de liquidez,
aumentando-se também a dívida dos estados e o jugo no pescoço das populações.
A pressão exercida sobre o povo grego pelas instituições da UE e o comparsa FMI, consiste em
que a Grécia vá empobrecendo com a nutrição em juros dos bancos, garantindo que a
eternização da dívida irá mantendo o financiamento quase gratuito do BCE aos bancos para
que estes desestruturem a economia global. Daí a pressão contra o governo grego por não ser
complacente com as instituições da troika e os bancos que aquelas representam (Draghi era do
famoso Goldman Sachs6
, por exemplo). Imagina-se o pânico que irá nas cabeças pensantes de
Bruxelas, Frankfurt e Berlim se nos países mais endividados do euro houvesse a resistência que
o governo Syriza está a tentar opor? Para evitar o contágio grego, o falcão Schauble, desde o
princípio, tem sido avesso a concessões aos gregos, remetendo para os serviçais Passos e Rajoy
a figura dos mais desejosos da penalização ou banimento da Grécia; se isso acontecer ficarão
na fotografia dos bons alunos da turma, poderão apontar para a inevitabilidade das suas
miseráveis condutas e, quem sabe, poderão vir a sentar-se na administração de um banco,
provavelmente com um recado expresso “não abra a boca, nem mexa uma palha”, tendo em
conta a imbecilidade de ambos.
Os imbecis não têm vistas largas e a sua atitude de penalização da Grécia permite-lhes
descurarem que, banida a Grécia do palco, o espetáculo irá continuar com outros atores,
mormente Portugal. Este, verá as taxas de juro da dívida a subir, maior retração das ofertas
nos leilões (como aconteceu recentemente) o que irá despedaçar as metas do deficit e
originar, para depois da romaria eleitoral de outubro, novas medidas punitivas da população.
Entretanto, a pobre tesoureira Maria Luís canta constantemente a melodia dos cofres cheios…
que talvez dure até à próxima romaria eleitoral.
5.2– Objetivo 2 - Conter os europeus na austeridade, na ignorância e… no medo
A Alemanha tem deixado arrastar a situação à espera de um acordo com os gregos que deixe
tudo como dantes – os gregos com austeridade sem fim e a Alemanha a exportar os seus
produtos, a proceder à manutenção dos submarinos vendidos à Grécia e com o euro livre de
pressões e flutuações, de todo inconvenientes para países exportadores. A Alemanha, sabendo
perfeitamente que a dívida grega não é suportável pelos gregos, manteve o caldo em fervura
6
O glorioso Goldman Sachs montou na Grécia uma contabilidade fictícia em conluio com os governos da
ND/Pasok e as instituições europeias. Até onde haverá responsabilidades pessoais de Draghi? Há algum
princípio de justiça em ser o povo grego a pagar com desemprego, desespero e privações os efeitos de
uma burla com responsáveis bem conhecidos fora da cadeia?
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lenta nos últimos três anos, com a preciosa ajuda do governo Samaris. A saída deste último
precipitou a situação e tudo indica que a actual situação a propósito da Grécia é apenas o
princípio de uma grave crise do projeto europeu na sua actual configuração e uma
desvalorização/instabilidade do euro que torne a moeda pouco atraente como divisa de
reserva e de fixação de preços em contratos a prazo, com o dólar à espreita para reafirmar a
sua hegemonia. Assim, a Alemanha tudo fará para manter a estabilidade do funcionamento
dos mercados, a paz (podre) social da Europa, agindo em conformidade, banindo, se
necessário, a Grécia da UE/euro, com rápida alteração dos tratados, no sentido de maior
centralização da decisão nos órgãos comunitários e ainda inventando uma contrapartida
conveniente se, em Espanha o Podemos e outros grupos colocarem em causa o binómio
PP/PSOE.
Por outro lado, dada a relevância que a exportação tem para a Alemanha a instabilidade em
torno do euro pode afetar o nível de emprego no país, conduzir a alterações na actual paz
laboral e colocar Merkel em causa, em benefício dos seus irmãos do SPD e do aumento da
popularidade do AfD, susceptível de captar eleitorado tradicional da CDU/CSU.
Entre a oligarquia espera-se com ansiedade a vitória do “sim” no referendo de dia 5 na Grécia
(se ele se concretizar) e que daí advenha o afastamento do actual governo, com o regresso dos
funcionários gregos da troika e a paz celestial aos “mercados”. Porém, a presença de um
governo Syriza, de certo modo, tranquiliza a troika pois esta tem alguém com quem dialogar e
a serenidade nas ruas de Atenas. Imagine-se um regresso de um Samaris, com uma frágil
maioria, obrigado por dever de ofício a satisfazer os interesses da estabilidade do euro e a
aceitar as novas e brutais exigências da UE/FMI, com os gregos em polvorosa, por razões
sociais e políticas, vendo nisso o equivalente a uma nova invasão alemã. A instabilidade
manter-se-ia a não ser que Samaris imitasse em termos de repressão, o regime dos coronéis; a
UE aplaudiria pois as pessoas nasceram para servir os mercados, não é verdade?
A crispação da UE revela que os seus mandadores preferirão enviar a Grécia pela borda fora
para garantir a estabilidade do euro e a paz nos mercados e, com isso, dar um sinal aos outros
países endividados, mormente os de maior gabarito - como Espanha - de que a norma é a
obediência à lógica do endividamento e do empobrecimento, para glória da ditadura do
sistema financeiro. Aliás, essa subordinação dos estados periféricos e a transformação dos
poderes nacionais em meras competências delegadas ou autárquicas, enquadra-se na lógica
da centralização das decisões em instâncias não democráticas, por um lado e, no vincar da
lógica economicista, por outro, como se observa também no âmbito dos nebulosos tratados
TTIP, TISA...
Toda esta fixação no pagamento de dívidas incobráveis também parece estranha nos EUA que
consideram mais avisado proceder a uma redução razoável da dívida grega, com ou sem
acompanhamento por parte do FMI, como aliás sugerido pelo secretário de estado do tesouro
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norte-americano7; resta saber se e como o conselho dado à Europa pelos norte-americanos
será por estes aplicado a Porto Rico, a braços com uma dívida brutal que poderá ter impactos
nos mercados financeiros8
. Por seu turno o próprio FMI divulgou, no último dia 26, um
relatório onde procede a cenários contemplando haircuts e extensões dos prazos de
pagamento até 20649
.
O problema da Alemanha é a manutenção do seu enorme excedente externo que alimenta de
liquidez o seu sistema financeiro, natural credor dos países do Sul; uma redução da dívida
grega levantaria idêntica reivindicação a países altamente endividados como Portugal,
Espanha, Itália… com efeitos devastadores sobre a liderança alemã na arquitetura da zona
euro.
Uma bancarrota grega, como se adivinha, conduz a limitações aos movimentos de capitais (em
Chipre duraram dois anos e na Islândia sete), algo inimaginável dentro dos objetivos mais
sagrados da construção europeia e da ortodoxia neoliberal; e, eventualmente daí poderão
resultar limitações gregas à importação de bens, como excepção a outra das vacas sagradas do
capitalismo, o comércio livre.
A experiência cipriota de 2012, com a intervenção da troika, narra que os depósitos acima dos
€ 100000 foram expropriados para abate na dívida, quer fizessem parte das poupanças de
cidadãos comuns, mormente reformados, ou do fundo de maneio de empresas, por exemplo
de hotelaria; revela também que o serviço de dívida foi estabelecido sem qualquer atenção
aos efeitos desastrosos sobre a economia do país. Esta e as restantes experiências
demonstraram que as populações sofreram a subordinação das suas vidas aos interesses das
instituições que zelam pelos interesses do capital financeiro e dos seus cegos burocratas.
Porém, isso só aconteceu porque as suas classes políticas se renderam totalmente aos
desígnios da arquitetura europeia, marcada pela demarcação de desigualdades entre Centro e
periferias; e, pior que isso, porque as populações se mantêm anestesiadas pelas rotinas da
democracia de mercado, mostrando-se afastadas da chamada a si das decisões sobre
interesses coletivos, relegando as classes políticas, para os capítulos dos maus momentos nos
livros de História.
5.3 – Objetivo 3 – Conter as ameaças geoestratégicas
O euro está presente em 25% das reservas globais de divisas, é a forma de expressão
monetária de 40% do comércio mundial e é em euros que estão denominados 34% dos
7
http://ionline.pt/399553?source=social
8
http://www.zerohedge.com/news/2015-07-02/swedens-qe-officially-broken-riksbank-doubles-down-lowers-
rates-even-more-negative-b
9
http://www.imf.org/external/pubs/cat/longres.aspx?sk=43044.0
13. GRAZIA.TANTA@GMAIL.COM 3/7/2015 13
empréstimos bancários10
. Esses indicadores representam um feito assinalável se se pensar que
o euro tem apenas 14 anos de vida e que a sua representatividade se conseguiu a expensas de
algumas moedas como a libra e, particularmente, do dólar.
Certamente os EUA estão preocupados com a situação do euro, pelos seus efeitos de contágio
sobre o sistema financeiro mundial, nas cotações das bolsas, na procura de divisas para efeito
de pagamentos internacionais ou para a reconfiguração de reservas em divisas. Gostariam de
uma degradação da imagem do euro em lume brando que beneficiasse o dólar (e outras
moedas, como o yuan… como danos colaterais), algo à semelhança do que aconteceu com a
perda de relevância do dólar após o surgimento do euro. Mas não pretendem movimentos
bruscos, susceptíveis de retrações e pânico, como aconteceu em 2008 com a crise dos
“subprimes”.
Como única potência com capacidades de atuação global, em todas as vertentes – política,
económica, militar, informação – os EUA pretendem consolidar o papel do dólar aproveitando
as dificuldades institucionais na Europa ou ainda os impactos ali, do fluxo de emigrantes e
refugiados provenientes de África e do Médio Oriente, que estão a facilitar o argumentário dos
que antipatizam com as regras Schengen e impulsionam a militarização do Mediterrâneo como
resposta à desagregação social e económica nas regiões que rodeiam a Europa.
Nesse âmbito estratégico, os EUA vêm antagonizando a Rússia, arrastando a Europa para
lógicas de crispação que afetarão o preço do acesso ao petróleo e ao gás vindos da Rússia.
A Alemanha, por exemplo, que tem 1800 unidades industriais deslocadas na Ucrânia, onde os
salários são baixos, interessa-lhe a integração ucraniana na sua esfera de influência em
consonância com uma Rússia fornecedora de energia. Esse projeto não interessa aos EUA que
veem aí um reforço da UE e do euro interessando-se mais em colocar a Nato junto à fronteira
russa, empurrando a Rússia para a Ásia. O FMI, por seu turno, admite poder “emprestar
dinheiro à Ucrânia mesmo que o país não possa cumprir o serviço de dívida"11
, depois de ter
avançado com um empréstimo de $ 17500 em março. O contraste face à Grécia que não
pagou no último dia 30 € 1600 não podia ser maior.
Ainda no campo da geopolítica, parece não haver nas instituições europeias quem observe o
convite dos BRIC’s para a Grécia se tornar o sexto membro do seu projetado Banco de
Desenvolvimento, que terá um capital de $ 100000 M, pertencendo à China a maior parcela e
que se pretende apresentar como uma alternativa ao recurso do FMI, dominado pelos EUA e
pela Europa12
. Uma das funções do novo banco será satisfazer as necessidades dos seus
membros que tenham deficits externos. Este projeto pode relacionar-se com o desvio do
10
Retirado de “A solução novo escudo” de João F Amaral e F Louçã
11
http://www.femepress.es/economia/christine-lagarde-ucrania-prestara-dinero-a-ucrania-aunque-no-pueda-pagar-las-deudas/
12
http://br.sputniknews.com/opiniao/20150504/930999.html
14. GRAZIA.TANTA@GMAIL.COM 3/7/2015 14
trajeto de um South Stream – oleoduto entre o Sul da Rússia e a Bulgária, através do mar
Negro para a Turquia e a Grécia, atravessando a Macedónia e a Sérvia (o Turkish Stream).
Mais recentemente, a China apresentou-se para ajudar a Grécia nas dificuldades financeiras
atuais, diretamente ou por intermédio das instituições europeias13
, o que não deixa de mostrar
a todos a menoridade política das instituições europeias, dominadas por membros de dois
gangs, o PPE e o S&D.
Este e outros documentos em:
http://grazia-tanta.blogspot.com/
http://pt.scribd.com/profiles/documents/index/2821310
http://www.slideshare.net/durgarrai/documents
13
http://www.zerohedge/2015-07-02/china-state-official-hints-beijing-may-bailout-greece