3. Napoleão Bonaparte
Em 1806, Napoleão Bonaparte dominava
quase toda a Europa, com exceção da
Inglaterra. Como não conseguia submeter
aquele reino pela força, procurou “asfixiá-lo”
economicamente. Assim, em 1806, decretou
o Bloqueio Continental.
Revolução Liberal
Portuguesa: antecedentes
▼ O que terá dado origem ao Bloqueio Continental?
4. Com o Bloqueio Continental, a França pretendia destruir o comércio inglês. Para isso bloqueou os
portos ingleses, impedindo os países europeus de fazer comércio com a Inglaterra. Portugal,
inicialmente, recusou aderir a este Bloqueio, invocando a sua aliança com a Inglaterra.
▼ Qual terá sido o objetivo dos franceses ao decretar o Bloqueio
Continental?
› Será que todos os países europeus aderiram a este Bloqueio?
Revolução Liberal
Portuguesa: antecedentes
5. Em Inglaterra as reações ao Bloqueio Continental divergiram: enquanto o autor da caricatura
da esquerda prevê muitos problemas para os comerciantes ingleses, o autor da caricatura da
direita considera que são os ingleses a saírem beneficiados (a mesa dos ingleses está farta,
enquanto na mesa dos franceses, onde Napoleão está sentado, apenas resta um prato de sopa
e uma toalha rasgada).
▼ Qual terá sido a reação da Inglaterra ao Bloqueio Continental
imposto por Napoleão?
Revolução Liberal
Portuguesa: antecedentes
6. Perante a recusa de Portugal em aderir
ao Bloqueio Continental, Napoleão
ordenou a invasão de Portugal.
▼ O que terá levado Napoleão a ordenar a invasão de
Portugal?
Revolução Liberal
Portuguesa: antecedentes
7. O que terá sido o Tratado de Fontainebleau?
As tropas napoleónicas tinham de passar pelo território espanhol
para chegarem a Portugal. Assim, a 27 de outubro de 1807, o
ministro espanhol Manuel Godoy e Napoleão Bonaparte fizeram um
acordo secreto em Fontainebleau, na França, através do qual era
permitida a passagem das tropas francesas por Espanha. Estabelecia,
também, a divisão de Portugal entre ambos os reinos, a qual nunca
se veio a verificar. Segundo o Tratado de Fontainebleau, Portugal
ficaria dividido em três:
› Lusitânia Setentrional ficaria a pertencer a França;
› Lusitânia ficaria na dependência de Espanha;
› Reino do Algarve seria entregue ao ministro Godoy.
Revolução Liberal
Portuguesa: antecedentes
8. Perante a ameaça de invasão dos franceses, a família
real portuguesa decidiu sair de Portugal. A esquadra
que transferiu a corte para o Brasil partiu de Lisboa
a 29 de novembro de 1807. O governo de Portugal
ficou entregue a uma regência de 5 governadores.
A 8 de março de 1808, a família real com a
sua corte de nobres, servos e demais
empregados domésticos, chegaram ao Rio
de Janeiro, onde passaram a viver.
▼Como terá reagido o governo português à notícia de invasão do
seu território pelas tropas francesas?
Revolução Liberal
Portuguesa: antecedentes
9. Quando os franceses chegaram a Lisboa, a família real estava de partida para o Brasil. Napoleão não
conseguiu aprisionar o príncipe regente.
Nesta caricatura Napoleão, às portas de Lisboa, diz para o seu ministro : “Pára-os, pára-os,
assassino, porque é que não andaste mais depressa, seu preguiçoso cheio de esperanças!!! Agora
os meus desejos estão desfeitos, a minha vingança desapontada".
No lado direito, soldados franceses tentam entrar em Lisboa. Do baluarte da muralha, um
francês, desapontado, exclama que os portugueses destruíram todas as armas.
Revolução Liberal
Portuguesa: antecedentes
▼Como terá reagido o governo português à notícia de invasão do
seu território pelas tropas francesas?
10. A 30 de novembro de 1807, Junot, com as suas
tropas, chegava a Lisboa.
A junta de regência foi extinta e Junot tomou
conta do governo.
▼Quais terão sido as principais consequências da primeira
invasão francesa a Portugal?
As invasões
francesas
I invasão (1807-1808).
I invasão (1807-1808).
11. Em 1808, depois das sucessivas derrotas do exército francês nas batalhas da Roliça e do
Vimeiro, foi assinado um armistício (Convenção de Sintra) entre França e a Grã-Bretanha,
que previa a partida dos franceses de solo português.
▼ O que terá sido a Convenção de Sintra?
As invasões
francesas
12. Soult comandou a 2.ª
invasão francesa
a Portugal que atingiu
o norte do país.
A tragédia da ponte das barcas ocorreu no Porto, a 29 de Março
de 1809. A ponte que cruzava o Douro, assente em barcas, ruiu
quando uma multidão a atravessou, fugindo dos soldados
franceses. Morreram mais de 4000 mil habitantes da cidade.
Batalha do Porto
▼ Quais terão sido as principais características da segunda invasão
francesa a Portugal?
Segunda invasão (1809)
II Invasão (1809). Apesar do
acordo estabelecido para
abandonar Portugal, os franceses
insistem numa nova invasão.
As invasões
francesas
13. Entretanto, em outubro de 1809, Wellington, general
inglês, dava indicações precisas sobre a construção do
sistema defensivo:
«(…) a escolha de uma posição que o inimigo não pudesse tornear
nem deixar à retaguarda, que tivesse comunicação fácil e segura
com o mar; que barrasse todas as comunicações dirigindo-se sobre
Lisboa (…); fortificar solidamente essa posição de forma a
construir uma verdadeira praça de armas onde se concentrassem,
reabastecessem e repousassem durante algum tempo, as forças do
exército de campanha anglo-lusa, a fim de oportunamente se
travar, numa ação geral, a batalha que deveria decidir a sorte da
capital (…).»
▼ Quais terão sido os objetivos que
levaram à construção das Linhas de
Torres Vedras?
As invasões
francesas
14. Exército francês junto às Linhas de
Torres.
Tropas napoleónicas junto a
Pombal.
Batalha do Buçaco.
▼ Quais terão sido as principais
características da terceira invasão francesa
a Portugal?
III Invasão (1810-11)
As tropas francesas foram
comandadas por Massena
e detidas pelas tropas
anglo-portuguesas nas linhas de
Torres Vedras
Terceira invasão (1810-1811)
Linhas de Torres Vedras
Batalhas
As invasões
francesas
15. Batalha da Redinha, vendo-se, ao fundo,
Pombal em chamas.
Com o pretexto de
organizar e garantir a
defesa contra as tropas
francesas, o general inglês
Beresford passou a
governar Portugal.
▼ Como terá ocorrido o abandono definitivo
das tropas francesas a Portugal?
Em 1811,
os franceses
abandonam
definitivamente
Portugal.
No seu regresso
vão deixando um
rasto de destruição
nas povoações por
onde passavam.
As invasões
francesas
16. II Invasão (1809)
› Comandada por Soult;
› Avanço sobre o Porto;
› O pânico dos habitantes
da cidade leva ao
“desastre da ponte das
Barcas”;
› As tropas francesas
abandonam o país.
III Invasão (1810-11)
› Comandada por
Massena;
› Avanço sobre Lisboa;
› Derrota dos franceses na
Batalha do Buçaco;
› Insistindo em avançar
sobre Lisboa, Massena é
barrado nas Linhas de
Torres e retira-se.
I Invasão (1807-1808)
› Comandada por Junot;
› Avanço rápido sobre
Lisboa;
› Retirada da Família Real
para o Brasil;
› Tropas inglesas ajudam
os portugueses;
› Batalhas da Roliça e
Vimeiro: vitórias das
tropas anglo-portuguesas;
› Junot retira-se para
França.
Principais características das invasões francesas a Portugal
Em Síntese…
17. Em 1815, o príncipe regente deu
ao Brasil o título de reino e redefiniu
a monarquia como “Reino unido de
Portugal, do Brasil e do Algarve”.
Em 1808 D. João VI permitiu a abertura dos portos
brasileiros à navegação estrangeira, acabando com o
regime de exclusivo colonial da metrópole.
Revolução Liberal
Portuguesa: antecedentes
▼ Que outros motivos terão contribuído para o
descontentamento dos portugueses?
18. Difusão de novas ideias
Encontrei na Alfândega uma caixa com livros perigosos, que não devem espalhar-se. […] Eu, com
todo o disfarce e cautela, fiz abrir a dita caixa […] e encontrei livros e papéis tão revolucionários
que mereciam ser ali na praça do Rossio queimados pela mão do carrasco. Parece que seria
prudente que sua Alteza mandasse ir para uma das Secretarias de Estado a mesma caixa de livros
fechada, e lá lhe mandasse dar o destino que entendesse.
Carta do Intendente-Geral da Polícia Pina Manique, 27 de novembro de 1794
O Estado do Reino em 1820
Digne-se Vossa Majestade tomar em consideração:
• a Nação Portuguesa […] está […] descontente com a ausência prolongada do seu amado
soberano no Brasil; está consternada pela importantíssima perda de navios e cargas, que lhe
têm causado os insurgentes […] e desde que deixou de ser o entreposto dos géneros coloniais;
vê a agricultura arruinada pelo baixo preço do grão estrangeiro, que tem inundado o reino, de
que resulta o abandono da cultura, que o lavrador não pode continuar sem perda e o
consequente abatimento de todas as rendas […].
Ofício de 2 de junho de 1820, enviado pela Regência a D. João VI
Revolução Liberal
Portuguesa: antecedentes
▼ Que outros motivos terão contribuído para o
descontentamento dos portugueses?
19. Causas da Revolução Liberal Portuguesa
Políticas Sociais
Económicas Ideológicas
• Monarquia absoluta;
• Invasões Francesas;
• Fuga da família Real
e da Corte para o
Brasil;
• “Governo de
Regência”: Portugal
governado por
ingleses
representados por
Beresford (1809
assume plenos
poderes).
• Sobrecarga de
impostos sobre
as classes
populares;
• Burguesia
arruinada devido
ao fim do
exclusivo
colonial e da
concorrência
inglesa.
• Desorganização
da indústria e
ruína da
agricultura;
• Abertura dos
portos brasileiros
à navegação
estrangeira.
• Difusão das
ideias iluministas
(livros e jornais
chegavam
clandestinamente
a Portugal), que
tinham sido
postas em
prática com a
Revolução
Americana e a
Revolução
Francesa.
Em Síntese…
20. • Descontentamento popular;
• Conspirações para a execução de uma revolta
1817 – General Gomes Freire de Andrade tenta uma revolta,
mas é descoberto e esmagado pelos ingleses.
1818 – Sinédrio – associação secreta que reunia burgueses e
militares, para levar a cabo uma revolução.
24 Agosto de 1820, começou
no Porto, a Revolução
Liberal Portuguesa
O exército saiu para a rua e
proclamou a necessidade de
uma Constituição e sem
encontrar resistência tomou
conta do poder no Norte de
Portugal.
Destacam-se:
Manuel
Fernandes
Tomás, José
da Silva
Carvalho e
José Ferreira
Borges.
Revolução Liberal:
do descontentamento à Revolução
▼ Que acontecimentos terão conduzido à revolução de
1820, em Portugal?
21. Os revolucionários exigiam:
› expulsar os ingleses de Portugal;
› o regresso da família real a Portugal (1821);
› a elaboração de uma constituição para o reino (1822).
▼ Quais terão sido os principais objetivos da Revolução
Liberal de 1820?
Revolução Liberal
Portuguesa
22. Gravura da entrada solene da Junta Provisória em Lisboa (Rossio), em 1 de outubro de 1820.
A revolução iniciada no Porto, a 24 de agosto, estendia-se a Lisboa.
À junta provisória cabia assegurar a regência do país até o rei regressar e ainda convocar
eleições para as Cortes Constituintes.
Como se explica o entusiasmo da população presente na gravura?
▼ Como se terá dado a vitória da Revolução Liberal de 1820?
Revolução Liberal
Portuguesa
23. ▼ Que órgãos de poder se terão constituído após a Revolução
Liberal de 1820?
Junta Provisória - governo do
reino
Cortes Constituintes
(janeiro 1821 - novembro
1822)
Eleição dos deputados às
Cortes Constituintes –
dezembro 1820
Em dezembro de 1820, realizaram-se as primeiras
eleições: os Portugueses escolheram os seus
representantes para as Cortes Constituintes.
Revolução Liberal
Portuguesa
24. Elaboraram a
Constituição de 1822
Extinguiram a
censura
Fizeram o Rei
regressar a Portugal
Extinguiram
a Inquisição
Aboliram os direitos e
privilégios senhoriais
Nacionalizaram os
bens da coroa Direitos e deveres
dos Portugueses
Soberania da
Nação
Separação de
poderes
Principais ações
das Cortes
Constituintes
Ação das Cortes
Constituintes
▼ Que medidas terão sido tomadas
pelas Cortes Constituintes?
25. A 4 de julho de 1821, D. João VI desembarcava em Lisboa.
D. João VI, receoso de ser
definitivamente afastado
pelas Cortes, decidiu
regressar a Portugal. Em
Lisboa, sabia-se que o rei
aceitara governar de acordo
com o ideais do liberalismo.
No dia 1 de outubro de
1822 jurou a Constituição
Portuguesa.
Regresso da corte a
Portugal
▼ Em que circunstâncias terá ocorrido o regresso do rei a
Portugal?
26. “Amigos! As Cortes de Lisboa
oprimem-nos e querem-nos escravizar...
A partir deste dia, as nossas relações
estão cortadas. Por meu sangue e por
minha honra e por Deus, farei do
Brasil um país livre. Brasileiros, de
hoje em diante o nosso lema será:
Independência ou morte!”.
Proclamação de D. Pedro em 7 de setembro de 1822
A independência do Brasil foi dada pelo Grito do Ipiranga.
A independência do
Brasil
Em setembro de 1822, o príncipe regente D. Pedro, pressionado pelas
cortes para regressar a Portugal, decidiu pela desobediência.
Apoiado pela elite brasileira, D. Pedro decidiu separar-se totalmente da
metrópole e proclamou a Independência do Brasil.
▼ Que acontecimentos terão contribuído para a
Independência do Brasil?
27. Divisão de poderes
Soberania na Nação
Monarquia
Constitucional
Constituição de 1822
▼ Como terão sido distribuídos os poderes na Constituição
de 1822?
28. Dificuldades de implantação do liberalismo
D. João VI suspendeu a Constituição
e dissolveu as Cortes
Independência do
Brasil
(descontentamento
da burguesia)
Divergências entre os
liberais
Tentativas de
restauração do
absolutismo
Abrilada
(1824)
Golpe Militar liderado
por D. Miguel que,
entretanto, é exilado
Vila-Francada
(1823)
Golpe Militar
liderado por D.
Miguel
Dificuldades de implantação do
liberalismo
▼ Que dificuldades surgiram na implantação do liberalismo em
Portugal?
29. 1826 – Morte de D. João VI
D. Pedro, herdeiro legítimo da coroa portuguesa, mas também Imperador do Brasil.
D. Pedro abdicou da Coroa a favor da filha D. Maria da Glória.
D. Maria casaria com o seu
tio D. Miguel (este ficaria
regente até a maioridade
da rainha).
D. Pedro outorgou uma
Carta Constitucional
(1826), a qual D. Miguel
jurou cumprir.
D. Miguel aceitou as condições e regressou a Portugal.
Aqui restabeleceu a monarquia absoluta.
Regresso de D.
Pedro a Portugal.
▼ Que dificuldades surgiram na implantação do liberalismo em
Portugal?
Dificuldades de implantação
do liberalismo
30. O regresso de D. Pedro
a Portugal deu início a um
período de guerra civil (1832-
1834), opondo absolutistas
(apoiados por D. Miguel) e
liberais (apoiados por D.
Pedro).
A Guerra Civil terminou com a Concessão de Evoramonte. D. Miguel foi
exilado. O liberalismo triunfou.
A Guerra Civil
▼ O que terá provocado a Guerra Civil?
31. A monarquia constitucional foi consolidada pela ação de:
Fim do Antigo Regime em Portugal
O triunfo da monarquia
constitucional
▼ Como terá contribuído a ação de Mouzinho da Silveira e de
Joaquim António de Aguiar para o triunfo do liberalismo em
Portugal?
Mouzinho da Silveira
› Extinguiu os morgadios;
› Aboliu os direitos senhoriais
ainda existentes;
› Reorganizou a administração
pública;
› Reformou a justiça e as finanças;
› Extinguiu a dizima;
› Liberalizou o comércio e a
pequena industria;
› Suprimiu impostos de circulação
no reino.
Joaquim António de
Aguiar
› Aboliu as ordens religiosas;
› Tomou medidas que
beneficiaram a burguesia,
a qual passou a ter mais poder
político e económico.
32. Triunfo da Monarquia Constitucional ou Liberal.
Nova sociedade burguesa
Antigo Regime
1820
Revolução
Liberal
1826
Constituição
1822
Carta
Constitucional
1832-34
Guerra Civil
Em
Síntese…