SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 29
Universidade Federal de Mato Grosso
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais
Disciplina: Epistemologia das Ciências Naturais
Docentes:Edward Bertholine de Castro
Marcelo Paes de Barros

A EPISTEMOLOGIA DE IMRE
LAKATOS

DISCENTE:DAIANA DAL’ PUPO PISTER
CLARISSA MOESCH
JEFERSON ZANIN
ALESSANDRO
BIOGRAFIA
PRINCIPAIS OBRAS
“ A própria ciência como um todo pode ser
considerada um imenso programa de pesquisa
com a suprema regra heurística de Popper:
'arquitetar conjecturas que tenham maior
conteúdo empírico do que as suas predecessoras' "
(Lakatos, 1979; p.162)
NÚCLEO FIRME
• É um conjunto de proposições ou hipóteses protegido
por decisão provisória da comunidade científica;

• Mesmo nos casos em que um programa se torne
regressivo e venha a ser abandonado, pode ser
retornado algum tempo depois quando o avanço
tecnológico possibilitar novos testes;
• “O núcleo firme é 'convencionalmente' aceito
(e, portanto, 'irrefutável' por decisão provisória)"
(Lakatos, 1983; p116).
• No caso da mecânica newtoniana, o núcleo
firme compõe-se das três Leis de Newton mais
a Lei Gravitacional;
CINTURÃO PROTETOR
• É constituído por hipóteses e teorias auxiliares e
também pelos métodos observacionais.
• Ele protege o núcleo firme, sendo
constantemente
modificado, expandido, complicado.
• No programa de Newton o"cinturão protetor"
continha modelos do sistema solar, a forma e
a distribuição de massa dos planetas e
satélites, a ótica geométrica, a teoria sobre a
refração da luz na atmosfera, etc.
• As anomalias no cálculo da órbita de
Urano, levaram a modificações no "cinturão
protetor“,transformando-as
em
corroborações, algumas vezes espetaculares
como no caso da previsão de Netuno
HEURÍSTICA NEGATIVA
• Representa uma regra de tolerância, que visa dar chance para os
princípios fundamentais do núcleo mostrem sua potencialidade;
• Proíbe que,frente a qualquer caso problemático, refutação ou anomalia
seja declarado falso o núcleo firme.
• A falsidade incidirá sobre algumas hipóteses do cinturão protetor.
• Impede tentativas de explicação de tipos radicalmente diferentes das
explicações aconselhadas pela heurística positiva;

• Um programa nunca é abandonado sem que um melhor esteja disponível;
HEURÍSTICA POSITIVA
• Orienta, parcialmente, as modificações que devem ser feitasno "cinturão
protetor" para superar as anomalias.

• Conjunto de sugestões e palpites sobre como mudar e desenvolver as
refutações e assim sofisticar o cinturão protetor;
• Impede que os cientistas se confundam, indicando caminhos que
poderão lentamente explicá-las e transformá-las em corroborações;
• Conduz à elaboração de modelos explicativos;
• O desenvolvimento do programa inclui uma sucessão de modelos
crescentes em complexidade, procurando cada vez mais se aproximar da
realidade.
• No caso da astronomia
copernicana, a heurística
positiva indicava claramente a
necessidade do
desenvolvimento de uma
mecânica adequada à hipótese
da Terra móvel, bem como de
novos instrumentos de
observação
astronômica, capazes de
detectar as previstas variações
no tamanho aparente dos
planetas e as fases de
Vênus, por exemplo.
Assim, o telescópio foi
construído algumas décadas
após a morte de Copérnico
pelo seu ardente
defensor, Galileo, que
contribuiu poderosamente
para a criação da nova teoria
mecânica.
• Para Lakatos uma teoria é científica se ela se
enquadrar em dois critérios:
• estar em um programa de pesquisa e este ser
progressivo.
• Os programas de pesquisa podem ser
caracterizados como progressivos ou
regressivos;
PROGRESSIVO
• TEORICAMENTE PROGRESSIVO: Quando cada
modificação do cinturão protetor leva a
novas e inesperadas predições ( antecipação)
ou retrodições (explicação);
• EMPIRICAMENTE PROGRESSIVO: Se pelo
menos algumas das novas predições são
corroboradas;
• O verdadeiro teste de uma teoria, então, é sua capacidade de
prever fatos novos. Se o faz, refutações e anomalias podem ser
ignoradas.
• Um fato novo em relação a uma teoria se ele não fizer parte
daquele conjunto de fatos para os quais a teoria foi
especificamente proposta;

• É considerado novo ou não dependendo da heurística que levou
à construção daquela teoria;
• Os fatos novos não apóiam teorias mas sim programas;
REGRESSIVO OU DEGENERATIVO
• O programa é considerado regressivo quando os
ajustes feitos no cinturão apenas explicam os fatos
que os motivaram sem prever nenhum fato novo, ou
se prevendo nenhum desses fatos é corroborado.

• Estes ajustes são chamados de “ad-hoc” (adição de
hipóteses (s) estranha(s) a uma teoria para salvá-la
de ser falseadada);
• Apresenta proliferação de fatos contraditórios
, resultados experimentais incongruentes;
• Não existem “experimentos cruciais”;
• A superação de um programa por outro é um processo
histórico e racional;

• Pluralismo teórico;

REVOLUÇÃO
• O progresso do conhecimento depende da existência de
CIENTÍFICA
programas concorrentes;
• A superação de um programa de pesquisa, ocorre quando
um programa rival possui maior conteúdo progressivamente
preditivo, ou seja, prediz tudo que o programa confrontado
prediz e ainda mais.
NÚCLEO

FENÔMENOS

CINTURÃO PROTETOR
Uma estratégia de ensino inspirada
em Lakatos com instrução de
racionalidade por uma reconstrução
racional didática
Osmar Henrique Moura da Silva
Roberto Nardi
Carlos Eduardo Laburú
Passo 1: Revelar as concepções alternativas dos alunos em
determinado conteúdo para encará-las como se fossem
“programas”. Isso pode ser feito de várias maneiras, como
avaliações usando questionários, questões orais e discussões
em grupo, dentre outras. Essas concepções devem ser
registradas pelo professor e serem somente usadas no passo
5;
Passo
2:
Apresentar
duas
teorias
científicas
rivais, preferivelmente, de modo a incluir aquela que se
pretende ensinar. Discutir com os alunos os postulados
(núcleo) de cada teoria e analisar as diferenças explicativas
para certos fenômenos. Neste passo, é interessante que o
professor escolha os fenômenos que ambas as teorias
explicam, para que inicialmente os alunos as vejam
igualmente fortalecidas. O objetivo aqui é tornar inteligível
tanto a teoria científica atual como a teoria científica
antecessora;
Passo 3: Avaliar as inteligibilidades alcançadas no passo
anterior. Isso pode ser feito por meio de uma folha com
questões relativas ao assunto entregue ao aluno. Obviamente
que o passo 2 deve ser bem trabalhado com os alunos para que
um nível satisfatório das inteligibilidades seja alcançado para
dar continuidade aos próximos passos;
Passo 4: Apresentar a RRD para os alunos. Nessas discussões
históricas também é possível reforçar as inteligibilidades das
teorias científicas, mas o principal interesse é que as
discussões de superação de uma teoria frente uma rival
sejam direcionadas pela racionalidade inspirada nos critérios
do falseacionismo lakatosiano, intencionadas em fortalecer o
entendimento do estudante de tal racionalidade.
Nesse sentido, ao realizar previsões de fenômenos com
ambas teorias, o estudo deve alcançar uma interpretação
da proliferação de fatos contraditórios à teoria científica
antecessora. Isso por estabelecer fenômenos cujas
interpretações permitem contradições com aquelas em
que essa teoria foi vista fortalecida no passo 2. Já para a
teoria científica atual não há essa proliferação.
Logo,
analogamente,
procura-se
provocar
um
entendimento de degeneração (enfraquecimento) de uma
teoria frente uma rival, fundamentando-se no critério do
grau de explicações sem contradição. Uma maneira
prática é estabelecer leituras da RRD para discussão;
Passo 5: Da mesma forma como se conduziu racionalmente a
discussão pela RRD, agora se inicia a discussão racional entre
concepções alternativas e a teoria científica que foi vencedora no
passo anterior . Essa racionalidade tem a pretensão de orientar a
aceitação de novas concepções. Para isso, neste passo o professor
apenas resgata e apresenta aos alunos quais concepções alternativas
foram encontradas no passo 1 e as compara com a teoria
científica, então inteligível. Realizam-se confrontos entre as
explicações e previsões que as concepções alternativas e a teoria
científica fazem sobre os fenômenos, buscando clarear as
interpretações de ambas;
Passo 6: Em conseqüência do passo 5, aqui é
importante estabelecer uma insatisfação com o
programa alternativo da mesma forma como se tentou
com o programa degenerativo da RRD no passo 4. A
anomalia emerge quando, na resolução de um
determinado problema científico através da teoria
aceita, surge uma dificuldade conceitual ou empírica
que outra teoria não manifesta. Esta última
então, torna-se candidata natural à aceitação pela
comunidade científica. É a partir de então que o
professor, após ter fortalecido seus argumentos pelos
resultados experimentais, procura enfraquecer o
núcleo do programa alternativo ao seguir a analogia
com o critério de eliminação de teorias.
Passo 7: Uma segunda avaliação é feita. Esse passo
serve para verificar se os aprendizes realmente
adquiriram o novo compromisso epistemológico
racionalmente, isto é, se assimilaram a nova
concepção. O que pode ser verificado através da
frutificação de explicações compatíveis com a teoria
científica.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Ficha de exercícios 10º e 11º ano
Ficha de exercícios 10º e 11º anoFicha de exercícios 10º e 11º ano
Ficha de exercícios 10º e 11º ano
Fisica-Quimica
 
Racionalidade Científica
Racionalidade CientíficaRacionalidade Científica
Racionalidade Científica
Elisama Lopes
 
Aulas de filosofia platão
Aulas de filosofia platãoAulas de filosofia platão
Aulas de filosofia platão
Péricles Penuel
 
Uma Introdução à Filosofia
Uma Introdução à FilosofiaUma Introdução à Filosofia
Uma Introdução à Filosofia
Jorge Barbosa
 
Ii lógica proposicional - formalização de proposições e argumentos (7)
Ii   lógica proposicional - formalização de proposições e argumentos (7)Ii   lógica proposicional - formalização de proposições e argumentos (7)
Ii lógica proposicional - formalização de proposições e argumentos (7)
AidaCunha73
 
O racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesianoO racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesiano
Joaquim Melro
 

Mais procurados (20)

As críticas de Karl Popper
As críticas de Karl PopperAs críticas de Karl Popper
As críticas de Karl Popper
 
Ficha de exercícios 10º e 11º ano
Ficha de exercícios 10º e 11º anoFicha de exercícios 10º e 11º ano
Ficha de exercícios 10º e 11º ano
 
A Teoria dos Paradigmas de Thomas Kuhn
A Teoria dos Paradigmas de Thomas KuhnA Teoria dos Paradigmas de Thomas Kuhn
A Teoria dos Paradigmas de Thomas Kuhn
 
Física Quântica
Física QuânticaFísica Quântica
Física Quântica
 
Popper e kuhn
Popper e kuhnPopper e kuhn
Popper e kuhn
 
Racionalidade Científica
Racionalidade CientíficaRacionalidade Científica
Racionalidade Científica
 
OS CRITÉRIOS DE UMA BOA PERGUNTA DE PARTIDA”
OS CRITÉRIOS DE UMA BOA PERGUNTA DE PARTIDA”OS CRITÉRIOS DE UMA BOA PERGUNTA DE PARTIDA”
OS CRITÉRIOS DE UMA BOA PERGUNTA DE PARTIDA”
 
Plano de aula - Sócrates
Plano de aula - SócratesPlano de aula - Sócrates
Plano de aula - Sócrates
 
Filosofia e Opinião
Filosofia e OpiniãoFilosofia e Opinião
Filosofia e Opinião
 
Popper
PopperPopper
Popper
 
Aulas de filosofia platão
Aulas de filosofia platãoAulas de filosofia platão
Aulas de filosofia platão
 
Potencial elétrico
Potencial elétricoPotencial elétrico
Potencial elétrico
 
Dúvida metódica
Dúvida metódicaDúvida metódica
Dúvida metódica
 
Ciência, métodos e paradigmas
Ciência, métodos e paradigmasCiência, métodos e paradigmas
Ciência, métodos e paradigmas
 
Uma Introdução à Filosofia
Uma Introdução à FilosofiaUma Introdução à Filosofia
Uma Introdução à Filosofia
 
UM POUCO DE FILOSOFIA DA CIENCIA (aula 1)
UM POUCO DE FILOSOFIA DA CIENCIA (aula 1)UM POUCO DE FILOSOFIA DA CIENCIA (aula 1)
UM POUCO DE FILOSOFIA DA CIENCIA (aula 1)
 
Ii lógica proposicional - formalização de proposições e argumentos (7)
Ii   lógica proposicional - formalização de proposições e argumentos (7)Ii   lógica proposicional - formalização de proposições e argumentos (7)
Ii lógica proposicional - formalização de proposições e argumentos (7)
 
Aula 21 filosofia da ciência
Aula 21   filosofia da ciênciaAula 21   filosofia da ciência
Aula 21 filosofia da ciência
 
Racionalismo x Empirismo
Racionalismo x EmpirismoRacionalismo x Empirismo
Racionalismo x Empirismo
 
O racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesianoO racionalismo cartesiano
O racionalismo cartesiano
 

Destaque (7)

Lakatos
LakatosLakatos
Lakatos
 
Metodologia de um programa de pesquisa
Metodologia de um programa de pesquisaMetodologia de um programa de pesquisa
Metodologia de um programa de pesquisa
 
Los programas de investigacion de lakatos slideshare
Los programas de investigacion de lakatos slideshareLos programas de investigacion de lakatos slideshare
Los programas de investigacion de lakatos slideshare
 
Programa de Investigación Científica - Imre Lakatos
Programa de Investigación Científica - Imre LakatosPrograma de Investigación Científica - Imre Lakatos
Programa de Investigación Científica - Imre Lakatos
 
Imre lakatos
Imre lakatosImre lakatos
Imre lakatos
 
Abnt referencias bibliograficas
Abnt   referencias bibliograficasAbnt   referencias bibliograficas
Abnt referencias bibliograficas
 
Como colocar as referências segundo a abnt
Como colocar as referências segundo a abntComo colocar as referências segundo a abnt
Como colocar as referências segundo a abnt
 

Semelhante a Lakatos projeto canoa

Roteiro de prática de campo
Roteiro de prática de campoRoteiro de prática de campo
Roteiro de prática de campo
Guilherme LeaL
 
objectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.ppt
objectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.pptobjectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.ppt
objectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.ppt
lgg2hb
 
aulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptx
aulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptxaulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptx
aulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptx
ClaudislaneLima
 
O FAZER CIÊNCIA EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: A EMERGÊNCIA DE UM OL...
O FAZER CIÊNCIA EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: A EMERGÊNCIA DE UM OL...O FAZER CIÊNCIA EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: A EMERGÊNCIA DE UM OL...
O FAZER CIÊNCIA EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: A EMERGÊNCIA DE UM OL...
Cristiane Marcelino
 
Estudo de caso planejamento e m robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m   robert k. yinEstudo de caso planejamento e m   robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m robert k. yin
Erika Bedin
 

Semelhante a Lakatos projeto canoa (20)

A estrutura das revoluções científicas
A estrutura das revoluções científicasA estrutura das revoluções científicas
A estrutura das revoluções científicas
 
O que é paradigma segundo thomas kuhn
O que é paradigma segundo thomas kuhnO que é paradigma segundo thomas kuhn
O que é paradigma segundo thomas kuhn
 
A Evolução da Ciência.pdf. Resumo do tema "A evolução da Ciência" .
A Evolução da Ciência.pdf. Resumo do tema "A evolução da Ciência" .A Evolução da Ciência.pdf. Resumo do tema "A evolução da Ciência" .
A Evolução da Ciência.pdf. Resumo do tema "A evolução da Ciência" .
 
Plano de aula 11º b reg. 18
Plano de aula 11º b   reg. 18Plano de aula 11º b   reg. 18
Plano de aula 11º b reg. 18
 
Lakatos: um referencial para pensar a produção docente
Lakatos: um referencial para pensar a produção docenteLakatos: um referencial para pensar a produção docente
Lakatos: um referencial para pensar a produção docente
 
evolucao-da-ciencia-comparacao-de-thomas-kuhn-e-karl-popper-filosofia-11-ano.pdf
evolucao-da-ciencia-comparacao-de-thomas-kuhn-e-karl-popper-filosofia-11-ano.pdfevolucao-da-ciencia-comparacao-de-thomas-kuhn-e-karl-popper-filosofia-11-ano.pdf
evolucao-da-ciencia-comparacao-de-thomas-kuhn-e-karl-popper-filosofia-11-ano.pdf
 
Roteiro de prática de campo
Roteiro de prática de campoRoteiro de prática de campo
Roteiro de prática de campo
 
Thomas kuhn
Thomas kuhnThomas kuhn
Thomas kuhn
 
Lavoisier na sala de aula
Lavoisier na sala de aulaLavoisier na sala de aula
Lavoisier na sala de aula
 
objectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.ppt
objectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.pptobjectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.ppt
objectividadecientficaeracionalidadecientfica-110301030123-phpapp01.ppt
 
fc.pptx
fc.pptxfc.pptx
fc.pptx
 
aulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptx
aulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptxaulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptx
aulamtodocientifico-130213204339-phpapp01.pptx
 
Trabalho método científico
Trabalho método científico Trabalho método científico
Trabalho método científico
 
O FAZER CIÊNCIA EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: A EMERGÊNCIA DE UM OL...
O FAZER CIÊNCIA EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: A EMERGÊNCIA DE UM OL...O FAZER CIÊNCIA EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: A EMERGÊNCIA DE UM OL...
O FAZER CIÊNCIA EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: A EMERGÊNCIA DE UM OL...
 
aula de metodologia da pesquisa para tecnicos de enfermagem
aula de metodologia da pesquisa para tecnicos de enfermagemaula de metodologia da pesquisa para tecnicos de enfermagem
aula de metodologia da pesquisa para tecnicos de enfermagem
 
Estudo de caso planejamento e m robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m   robert k. yinEstudo de caso planejamento e m   robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m robert k. yin
 
Estudo de caso planejamento e métodos Robert Yin
Estudo de caso planejamento e métodos Robert YinEstudo de caso planejamento e métodos Robert Yin
Estudo de caso planejamento e métodos Robert Yin
 
Estudo de caso planejamento e m robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m   robert k. yinEstudo de caso planejamento e m   robert k. yin
Estudo de caso planejamento e m robert k. yin
 
O FAZER CIÊNCIA EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: A EMERGÊNCIA DE UM OL...
O FAZER CIÊNCIA EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: A EMERGÊNCIA DE UM OL...O FAZER CIÊNCIA EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: A EMERGÊNCIA DE UM OL...
O FAZER CIÊNCIA EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: A EMERGÊNCIA DE UM OL...
 
Ciência natural: os pressupostos filosóficos
Ciência natural: os pressupostos filosóficosCiência natural: os pressupostos filosóficos
Ciência natural: os pressupostos filosóficos
 

Lakatos projeto canoa

  • 1. Universidade Federal de Mato Grosso Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais Disciplina: Epistemologia das Ciências Naturais Docentes:Edward Bertholine de Castro Marcelo Paes de Barros A EPISTEMOLOGIA DE IMRE LAKATOS DISCENTE:DAIANA DAL’ PUPO PISTER CLARISSA MOESCH JEFERSON ZANIN ALESSANDRO
  • 4. “ A própria ciência como um todo pode ser considerada um imenso programa de pesquisa com a suprema regra heurística de Popper: 'arquitetar conjecturas que tenham maior conteúdo empírico do que as suas predecessoras' " (Lakatos, 1979; p.162)
  • 5. NÚCLEO FIRME • É um conjunto de proposições ou hipóteses protegido por decisão provisória da comunidade científica; • Mesmo nos casos em que um programa se torne regressivo e venha a ser abandonado, pode ser retornado algum tempo depois quando o avanço tecnológico possibilitar novos testes; • “O núcleo firme é 'convencionalmente' aceito (e, portanto, 'irrefutável' por decisão provisória)" (Lakatos, 1983; p116).
  • 6. • No caso da mecânica newtoniana, o núcleo firme compõe-se das três Leis de Newton mais a Lei Gravitacional;
  • 7. CINTURÃO PROTETOR • É constituído por hipóteses e teorias auxiliares e também pelos métodos observacionais. • Ele protege o núcleo firme, sendo constantemente modificado, expandido, complicado.
  • 8. • No programa de Newton o"cinturão protetor" continha modelos do sistema solar, a forma e a distribuição de massa dos planetas e satélites, a ótica geométrica, a teoria sobre a refração da luz na atmosfera, etc.
  • 9. • As anomalias no cálculo da órbita de Urano, levaram a modificações no "cinturão protetor“,transformando-as em corroborações, algumas vezes espetaculares como no caso da previsão de Netuno
  • 10. HEURÍSTICA NEGATIVA • Representa uma regra de tolerância, que visa dar chance para os princípios fundamentais do núcleo mostrem sua potencialidade; • Proíbe que,frente a qualquer caso problemático, refutação ou anomalia seja declarado falso o núcleo firme. • A falsidade incidirá sobre algumas hipóteses do cinturão protetor. • Impede tentativas de explicação de tipos radicalmente diferentes das explicações aconselhadas pela heurística positiva; • Um programa nunca é abandonado sem que um melhor esteja disponível;
  • 11. HEURÍSTICA POSITIVA • Orienta, parcialmente, as modificações que devem ser feitasno "cinturão protetor" para superar as anomalias. • Conjunto de sugestões e palpites sobre como mudar e desenvolver as refutações e assim sofisticar o cinturão protetor; • Impede que os cientistas se confundam, indicando caminhos que poderão lentamente explicá-las e transformá-las em corroborações; • Conduz à elaboração de modelos explicativos; • O desenvolvimento do programa inclui uma sucessão de modelos crescentes em complexidade, procurando cada vez mais se aproximar da realidade.
  • 12.
  • 13. • No caso da astronomia copernicana, a heurística positiva indicava claramente a necessidade do desenvolvimento de uma mecânica adequada à hipótese da Terra móvel, bem como de novos instrumentos de observação astronômica, capazes de detectar as previstas variações no tamanho aparente dos planetas e as fases de Vênus, por exemplo.
  • 14. Assim, o telescópio foi construído algumas décadas após a morte de Copérnico pelo seu ardente defensor, Galileo, que contribuiu poderosamente para a criação da nova teoria mecânica.
  • 15. • Para Lakatos uma teoria é científica se ela se enquadrar em dois critérios: • estar em um programa de pesquisa e este ser progressivo. • Os programas de pesquisa podem ser caracterizados como progressivos ou regressivos;
  • 16. PROGRESSIVO • TEORICAMENTE PROGRESSIVO: Quando cada modificação do cinturão protetor leva a novas e inesperadas predições ( antecipação) ou retrodições (explicação); • EMPIRICAMENTE PROGRESSIVO: Se pelo menos algumas das novas predições são corroboradas;
  • 17. • O verdadeiro teste de uma teoria, então, é sua capacidade de prever fatos novos. Se o faz, refutações e anomalias podem ser ignoradas. • Um fato novo em relação a uma teoria se ele não fizer parte daquele conjunto de fatos para os quais a teoria foi especificamente proposta; • É considerado novo ou não dependendo da heurística que levou à construção daquela teoria; • Os fatos novos não apóiam teorias mas sim programas;
  • 18. REGRESSIVO OU DEGENERATIVO • O programa é considerado regressivo quando os ajustes feitos no cinturão apenas explicam os fatos que os motivaram sem prever nenhum fato novo, ou se prevendo nenhum desses fatos é corroborado. • Estes ajustes são chamados de “ad-hoc” (adição de hipóteses (s) estranha(s) a uma teoria para salvá-la de ser falseadada); • Apresenta proliferação de fatos contraditórios , resultados experimentais incongruentes;
  • 19. • Não existem “experimentos cruciais”; • A superação de um programa por outro é um processo histórico e racional; • Pluralismo teórico; REVOLUÇÃO • O progresso do conhecimento depende da existência de CIENTÍFICA programas concorrentes; • A superação de um programa de pesquisa, ocorre quando um programa rival possui maior conteúdo progressivamente preditivo, ou seja, prediz tudo que o programa confrontado prediz e ainda mais.
  • 21. Uma estratégia de ensino inspirada em Lakatos com instrução de racionalidade por uma reconstrução racional didática Osmar Henrique Moura da Silva Roberto Nardi Carlos Eduardo Laburú
  • 22. Passo 1: Revelar as concepções alternativas dos alunos em determinado conteúdo para encará-las como se fossem “programas”. Isso pode ser feito de várias maneiras, como avaliações usando questionários, questões orais e discussões em grupo, dentre outras. Essas concepções devem ser registradas pelo professor e serem somente usadas no passo 5;
  • 23. Passo 2: Apresentar duas teorias científicas rivais, preferivelmente, de modo a incluir aquela que se pretende ensinar. Discutir com os alunos os postulados (núcleo) de cada teoria e analisar as diferenças explicativas para certos fenômenos. Neste passo, é interessante que o professor escolha os fenômenos que ambas as teorias explicam, para que inicialmente os alunos as vejam igualmente fortalecidas. O objetivo aqui é tornar inteligível tanto a teoria científica atual como a teoria científica antecessora;
  • 24. Passo 3: Avaliar as inteligibilidades alcançadas no passo anterior. Isso pode ser feito por meio de uma folha com questões relativas ao assunto entregue ao aluno. Obviamente que o passo 2 deve ser bem trabalhado com os alunos para que um nível satisfatório das inteligibilidades seja alcançado para dar continuidade aos próximos passos;
  • 25. Passo 4: Apresentar a RRD para os alunos. Nessas discussões históricas também é possível reforçar as inteligibilidades das teorias científicas, mas o principal interesse é que as discussões de superação de uma teoria frente uma rival sejam direcionadas pela racionalidade inspirada nos critérios do falseacionismo lakatosiano, intencionadas em fortalecer o entendimento do estudante de tal racionalidade.
  • 26. Nesse sentido, ao realizar previsões de fenômenos com ambas teorias, o estudo deve alcançar uma interpretação da proliferação de fatos contraditórios à teoria científica antecessora. Isso por estabelecer fenômenos cujas interpretações permitem contradições com aquelas em que essa teoria foi vista fortalecida no passo 2. Já para a teoria científica atual não há essa proliferação. Logo, analogamente, procura-se provocar um entendimento de degeneração (enfraquecimento) de uma teoria frente uma rival, fundamentando-se no critério do grau de explicações sem contradição. Uma maneira prática é estabelecer leituras da RRD para discussão;
  • 27. Passo 5: Da mesma forma como se conduziu racionalmente a discussão pela RRD, agora se inicia a discussão racional entre concepções alternativas e a teoria científica que foi vencedora no passo anterior . Essa racionalidade tem a pretensão de orientar a aceitação de novas concepções. Para isso, neste passo o professor apenas resgata e apresenta aos alunos quais concepções alternativas foram encontradas no passo 1 e as compara com a teoria científica, então inteligível. Realizam-se confrontos entre as explicações e previsões que as concepções alternativas e a teoria científica fazem sobre os fenômenos, buscando clarear as interpretações de ambas;
  • 28. Passo 6: Em conseqüência do passo 5, aqui é importante estabelecer uma insatisfação com o programa alternativo da mesma forma como se tentou com o programa degenerativo da RRD no passo 4. A anomalia emerge quando, na resolução de um determinado problema científico através da teoria aceita, surge uma dificuldade conceitual ou empírica que outra teoria não manifesta. Esta última então, torna-se candidata natural à aceitação pela comunidade científica. É a partir de então que o professor, após ter fortalecido seus argumentos pelos resultados experimentais, procura enfraquecer o núcleo do programa alternativo ao seguir a analogia com o critério de eliminação de teorias.
  • 29. Passo 7: Uma segunda avaliação é feita. Esse passo serve para verificar se os aprendizes realmente adquiriram o novo compromisso epistemológico racionalmente, isto é, se assimilaram a nova concepção. O que pode ser verificado através da frutificação de explicações compatíveis com a teoria científica.