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Grupo Focal

Metodologia qualitativa para
pesquisas em Ciências Sociais

1
Origem
•

Columbia University nos anos 1940

•

Pesquisas de audiência para programas de rádio

•

Merton e Kendall (1946)
– American Journal of Sociology, `The focused interview‘.

•

Merton, Fiske e Kendall (1956)
“Most research practitioners agree, however, that the technique began to be
used regularly only in the late 1960s and early 1970s and that it has grown in
popularity every year since” (Greenbaum, 1998: 167).

Grupo Focal
2
Algumas definições
De acordo com David Carey (1996, 226) grupo de foco é uma metodologia qualitativa que pode ser entendida como
uma técnica imprecisa que consiste em “uma sessão em grupo semiestruturada, moderada por um líder, realizada em

um local informal com o propósito de coletar informações sobre um determinado tópico”.

David Morgan (1996, 130) define grupo focal a partir de três componentes principais: “primeiro, é claro que grupo de
foco é um método de pesquisa com o objetivo de geral conteúdo; segundo, a interação no grupo de discussão é a fonte
dessas informações; e terceiro, essa metodologia permite ao investigador manter um papel ativo ao conduzir a

discussão”.

Kitzinger (1995) resume a função essencial dessa técnica ao dizer que:
A ideia por trás do método grupo de foco, é que esse processo pode ajudar as pessoas explorarem e clarificarem suas opiniões mais
facilmente do que em uma entrevista individual. Quando a dinâmica do grupo funciona bem, os participantes trabalham lado o lado
com o investigador, conduzindo a pesquisa para uma nova e, muitas vezes, inesperada direção (229).

Grupo Focal
3
Os grupos de foco são particularmente úteis para refletir sobre realidades sociais e culturais, pois
através

dessa

metodologia

qualitativa,

podemos

aceder

à

experiências, significados, entendimentos, assim como a atitudes, opiniões, conhecimentos e crenças
(Wilkinson 1998).

A coleta de dados através do grupo focal tem como uma de suas maiores riquezas basear-se na
tendência humana de formar opiniões e atitudes na interação com outros indivíduos. Essa metodologia
contrasta, nesse sentido, com dados colhidos em questionários fechados ou entrevistas
individuais, onde o indivíduo é convocado a emitir opiniões sobre assuntos que talvez nunca tenha
pensado anteriormente. As pessoas, em geral, precisam ouvir as opiniões dos outros antes de formar as
suas próprias, e constantemente mudam de posição (ou fundamentam melhor sua posição inicial)
quando expostas à discussão em grupo. É exatamente este processo que o grupo focal tenta captar

(Iervolino e Pelicioni 2001, 116).

Grupo Focal
4
Entrevista em Grupo
“In group interviews, the group is asked a sequence of predetermined questions, just as if the interviewer
were speaking to a single interviewee: the group format is simply a matter of convenience and/or
economy and the objective is to elicit the group's answers to those questions. Group interviews are rarely
to be preferred to individual interviews in academic social research as individual differences in viewpoint
within the group will be blurred and under-reported” (Bloor et al. 2001).

Nas entrevistas em grupo o entrevistador está em busca de respostas para perguntas
específicas, enquanto nos grupos focais o facilitador procura a interação entre os
participantes sobre um determinado tópico.

Grupo Focal
5
Algumas vantagens

•

Utilizado juntamente com outras metodologias;

•

Eventos sociais;

•

Tempo limitado;

•

Nenhuma técnica específica é necessária para participar;

•

Apropriada para investigar assuntos “sensíveis” como: sexo, raça, religião, política.
– Ética.

Grupo Focal
6
Composição dos grupos focais
•

Selecionar os participantes:
– Pessoas com perfis muito diferentes:
•

Pode gerar constrangimentos;

•

Pouca discussão aprofundada;

•

Pode provocar silêncios.
Por exemplo, Kitzinger observou em sua pesquisa sobre HIV que a discussão sobre os riscos das doenças para
homosexuais foi bloqueada devido a uma forte homofobia por parte de alguns membros do grupo de foco (Kitzinger,
1994).

•

Grupos focais não devem ser formados sempre por estranhos (Morgan e Krueger, 1993).
–
–

Leva mais tempo para estarem à vontade;

–

•

Menos coesos;

Menos probabilidade de irem ao grupo de focal;

Grupos pré-exestentes: família, colegas de trabalho, amigos, etc.
–

Prático, mais fácil de serem recrutados.

7
•

Excesso de revelações.
–

•

Pode provocar desconforto entre os participantes (Morgan e Krueger, 1993)

O tamanho importa?
–

Entre seis e oito pessoas (tamanho mais comum);

–

Entre três e quatorze (Pugsley, 1996; Thomas, 1999);

–

Realizar a sessão com as pessoas que aparecem (Madriz, 1998; Thomas, 1999).

–

Grupos muito pequenos:
•
•

–

Podem se tornar inviáveis se um ou dois não comparecerem;
Discussão muito limitada.

Grupos muito grandes
•
•

Pode ser frustante para alguns participantes que não consigam expor suas ideias ;

•

Pode ser um caos (Green e Hart, 1999);

•

Somente algumas pessoas dominam a conversa;

•

–

Difícil de moderar;

Transcrição muito longa.

Espaço suficiente para acomodar os participanetes (ver e ouvir claramente).

8
• Quantos grupos?
– Depende dos objetivos da pesquisa
• Quantos aspectos gostaria de analisar;
• Quantos gostaria de comparar;
• A quantidade não deve ser baseada em cálculos;
• Depende de quanto tempo tem para realizar a pesquisa.

– Deve se manter na barreira mínima;
– Fazer muitos grupos de foco não garante qualidade;
– Possibilidade de entrevistar o mesmo grupo:
• Esclarecer questões descobertas inicialmente.
9
•

Recrutar através de um intermediador:
– Menos esforço;
– Perder o controle;
– Garantir que as pessoas recebem a informação necessária;

– Devem assinar o consentimento informado.

•

O recrutamento é a parte que pode apresentar mais problemas para o
investigador (Morgan, 1995).

•

Assegurar a presença dos participantes:
– Transporte;
– Conhecer os participantes aumenta a possibilidade de comparecerem;
– Dar a oportunidade de fazerem perguntas sobre a pesquisa;
– Ficar com o contato dos participantes (e-mail) para confirmar a presença;
– Oferecer o transporte, comida, bebida.
10
Preparação e condução
•

Escolha do local:
–
–

•

Um lugar livre de interrupções ou supervisão;
Sem barulho (pode atrapalhar a gravação).

Recolher informações prévias:
–

Informações sociodemográficas (antes do grupo focal).

•

Fornecer informações básicas sobre a pesquisa em uma folha.

•

Devem assinar o consentimento informado.

•

Gravar:
–

Garantia de qualidade;

–

Usar mais de um gravador.

•

O facilitador não deve controlar o grupo, mas sim conduzir a discussão.

•

O facilitador deve evitar que algumas pessoas dominem o grupo e deve estimular os mais tímidos.

•

Mas é natural que algumas pessoas se destaquem principalmente entre pessoas que já se conhecem.
“Of course, the facilitator should not seek to overturn these natural features of group interaction: if the objective is to obtain information on group
meanings, processes and norms, then it is clearly a mistake to attempt to alter substantially the character of the group” (Bloor et al. 2001).

11
•

Os silêncios:
– Suspeitar uns dos outros;
– Suspeitar do investigador/facilitador;
– Os silêncios podem ser causados por problemas no recrutamento;
– Pessoas com perfis muito diferentes.

•

Assuntos fora da pauta:
–

O investigador deve reconduzir a discussão;

–

Organizar o ambiente;

–

O facilitador não deve ter um lugar de destaque.

•

Ter atenção à linguagem não verbal.

•

A sessão não deve ultrapassar 1h30.

12
Análise
“Kitzinger (1994) best describes the seemingly chaotic nature of focus group data, drawing on a study of
AIDS media messages. She tells how participants brainstormed, argued, misunderstood, interrupted, and
ridiculed each other. They used a variety of methods to put their message across, including singing, and
acting out. This interactive effect results in data which may include instances where people talk at
once, where sentences remain unfinished, where people go on to contradict themselves and
others, where people's arguments develop as they discuss the topic with others, and where people
misinterpret other's comments and take the discussion off in another direction” (Bloor, 2001).

•
•

Esmagadora quantidade de informações/dados (90 minutos de transcrição pode chegar a 100
páginas).
Transcrição:
–

Não subestime a transcrição (cinco horas para cada uma hora de gravação);

–

Nem sempre a transcrição é necessária (Krueger 1994).
•

–
–

Em um trabalho acadêmico e científico a transcrição deve ser feita.
Deve incluir todos os detalhes:
•
•
•

•
•

Ouvir a gravação, notas, memória.

Pausas, risos, expressões faciais, ironia, quando falam ao mesmo tempo, indicar as partes inaudíveis, as frases
inacabadas e interrompidas, concordâncias e discordâncias (hum..), linguagem corporal.
Todas as pessoas devem ser transcritas;
Identificar todos os participantes.

Construir tabelas.
Ethnograph, NUD·IST.

13
Os Media na Minha Vida - Um Diálogo entre Gerações
CIMJ, Media Lab – Diário de Notícias e BrandMeaning
OBJETIVOS: Partilha intergeracional de vivências e análise da
influência dos Media na vida dos seniores e dos jovens de
hoje

http://olar119.blogspot.pt/2012/12/nos-e-internet.html
http://medialab.dn.pt/content/destaque__um_dia_com_os
_media/

14
Estas pessoas foram selecionadas primeiramente com base na idade e posteriormente pensando na
diversidade que trariam para o debate. Os jovens são todos universitários, porém com áreas de estudo
diferentes (Comunicação Social, Medicina e Direito) enquanto entre os seniores, cinco completaram seus
estudos secundários (correspondente ao atual 12º ano do sistema de ensino português) e o mais velho, o
estudo primário.

Para esta discussão em grupo com duração de uma hora e meia, foi utilizada a seguinte sequência:
1- breve explicação sobre os motivos desta pesquisa;
2- apresentação dos participantes;
3- representações da infância/passado relacionadas com os media;
4- representações atuais relacionadas com os media;
5- representação de geração (os jovens escreveram sobre características da geração dos idosos e vice versa).

15
GERAÇÕES, AUDIÊNCIAS E REPRESENTAÇÕES MEDIÁTICAS
http://www.revistacomunicando.sopcom.pt/ficheiros/20130107-celiana_azevedo.pdf
De acordo com Ponte (2010) “num tempo de acelerada mudança social, milhões de adultos tiveram de realizar
a sua alfabetização informática por via das suas ocupações profissionais”. Portanto, os seniores que ainda
estavam em idade ativa e tiveram o primeiro contato com os computadores ainda no mercado de trabalho,
conseguiram levar esta experiência para suas vidas mesmo depois de se reformarem. No entanto, devemos
referir que nada impede a aquisição de competências informáticas já na terceira idade muitas vezes com a
ajuda de familiares ou através de programas de inclusão digital para pessoas mais velhas.
Eu tenho que ter o papel e o lápis. Eu era empregada bancária e me reformei muito cedo, quando o
computador entrou eu já não estava. (MC, 85)
Já tenho muita idade, lembro-me do aparecimento de muitas coisas, eu comecei a aprender a mexer nos computadores há três anos.
Hoje em dia já faço umas coisitas, embora seja pouco, mas tenho um computador.
(MH, 87)

As duas gerações tendem a especificar características para diferenciarem-se. Os jovens falam da facilidade em
que podem aceder à informação e de acordo com Aroldi (2011) como foram os primeiros a crescerem rodeados
de tecnologia, são vistos como diferentes de todas as outras gerações. Esta ideia está em oposição aos mais
velhos que passaram seus anos formativos num ambiente com restrições à informação e aos meios de
comunicação social, principalmente durante a ditadura militar.
Penso que por ter nascido na década de 90 que os jovens da minha geração, estivemos sempre muito beneficiados no que toca estar no
centro da revolução da era digital porque foi quando se deu o desenvolvimento da televisão e principalmente da Internet. (BC, 19)
A televisão foi para nós uma janela aberta, aberta não, entreaberta, porque quando a televisão apareceu ainda não se podia ouvir tudo
nesse mundo, não é? Muito antes de 74. (MC, 85)

16
TECNOLOGIAS E PESSOAS MAIS VELHAS:
IMPORTÂNCIA DO USO E APROPRIAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO PARA AS RELAÇÕES SOCIAIS DE PESSOAS MAIS VELHAS EM PORTUGAL
http://run.unl.pt/bitstream/10362/10254/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf

•
•
•
•

Procurar perceber se as suas histórias de vida e as suas relações sociais influenciam no uso ou no não uso
do computador, da internet e do telemóvel;
Identificar que motivações existem para usarem ou não essas tecnologias;
Identificar que tipo de atitude possuem perante essas tecnologias (positivas, negativas, acham que
contribuem ou não para a sociedade);
Investigar de que modo usam essas tecnologias como uma ferramenta para mediar relações sociais;

A partir desse cenário, discutimos media e pessoas mais velhas portuguesas e, mais especificamente,
respondemos à seguinte pergunta: qual é a importância do uso e apropriações das novas tecnologias de
informação e comunicação, nomeadamente o computador, a internet e o telemóvel nas relações sociais de um
grupo de pessoas mais velhas em Portugal?

17
Características dos grupos focais
•
•
•
•
•
•
•
•
•

•
•

Pessoas acima dos 60 anos.
Vivem na região de Lisboa.
Necessário que todos os participantes dos grupos de foco tivessem acesso às três
tecnologias alvo da investigação - o telemóvel, computador e internet - e a
possibilidade de as usar se assim o desejassem.
O interesse em se manterem socialmente participativos e com motivação para
prender e aprofundar conhecimentos, aspetos esses que vão de acordo com os
princípios do envelhecimento ativo.
Uma iniciativa social, que frequentavam cursos de informática, que participaram
em um workshop e que frequentavam uma universidade sénior.
Homens e mulheres.
Cresceram em diferentes meios geográficos (urbano, rural).
Profissões diferentes.
Diferentes níveis de literacia mediática, de utilização de tecnologias e de
escolaridade.
Variação significativa de idade (32 anos) entre o mais jovem e o mais idoso.
Mulheres (16) que homens (5).
18
Como vimos no capítulo anterior, um terço dos 21 participantes desta análise possui mais de oitenta
anos. Essa faixa etária é composta por pessoas que possuem as mais longas experiências sobre
mudanças sociais e aquelas que, ao longo de suas vidas, presenciaram inúmeros surgimentos e
evoluções tecnológicas (Hagberg 2012), como podemos constatar a seguir:
Eu lembro-me com certeza disso tudo, já tenho muita idade (...). E fomos acompanhando essas
evoluções, sempre um modelo novo, foi sempre evoluindo até chegarmos ao computador. (Helena, 87 anos, G1)
Agora temos um outro computador que vai passar para mim, aí vou poder usar (…) Sim, vou herdá-lo agora de
forma que vou começar a brincar. Já houve uma tentativa. Um filho que me ofereceu um computador, era o da
última moda, mas aí tinha um outro filho que não tinha o da última moda, de forma que eu cedi. Agora como
este não é da última moda, ninguém vai querer (todos riem). (João, 80 anos, G3)
Eu tinha um Nokia e agora ela (a filha) está na Google e todos os anos lhe oferecem um no final do ano e agora
até foi um… Tablet e até trouxe para mim que é para eu ver os netos. Agora estou a ver se consigo mexer
naquilo, tem internet, tem tudo. (Ana, 69 anos, G2)
Chegamos às festas de natal, às de mudança de ano e não há cartões de boas festas, porque é tudo mensagens e
mensagens. Para mim não serve, não é com 85 anos que eu vou aprender a falar por siglas! (…) Os escritores
continuam, com toda a certeza! Mas esta rapaziada a escrever para as namoradas: “tam-tam-tam-tam”! O que é
que diz? A mim não me diz nada! Se eu visse uma coisa daquelas acabava logo o namoro! (Conceição, 85
anos, G1)

19
Consentimento informado

Declaro ter recebido informação sobre os objetivos e condições de realização do Grupo de Discussão sobre tecnologias
de informação e comunicação (telemóvel, computador e Internet) e aceitar de livre vontade participar na sessão. Os
dados recolhidos nesta iniciativa serão utilizados para análise científica no âmbito de uma dissertação de mestrado em
Ciências da Comunicação - Estudo dos Media e do Jornalismo - da Universidade Nova de Lisboa.

Assinatura:

Data:

20
Referências
Bloor, M, et al. , Focus Groups in social research . London: Sage, 2001.
Carey, M. “The group effect in focus groups: planning, implementing, and interpreting focus group research.” In In Critical Issues in Qualitative
Research Methods, de J. Morse, 225–241. London: Sage Publications, 1996.
Green, J. and Hart, L. (1999) `The impact of context on data', in R. Barbour and J.
Kitzinger (eds) Developing Focus Group Research: Politics, Theory and Practice. London: Sage.
Kitzinger, J. (1993) `Understanding AIDS: researching audience perceptions of acquired immune de®ciency syndrome', in J. Eldridge (ed.)
Getting the Message. London: Routledge.
Kitzinger, J. (1994a) `Focus groups: method or madness?', in M. Boulton (ed.) Challenge and Innovation: Methodological Advances in Social
Research on HIV/AIDS. London: Taylor and Francis.
Kitzinger, J. (1994b) `The methodology of focus groups: the importance of interaction between research participants', Sociology of Health &
Illness, 16 (1): 103-121.
Kitzinger, J. and Barbour, R. (1999) `Introduction: the challenge and promise of focus groups', in R. Barbour and J. Kitzinger (eds) Developing
Focus Group Research: Politics, Theory and Practice. London: Sage.
Kitzinger, J. and Farquar, C. (1999) `The analytic potential of ``sensitive moments'‘ in focus group discussions', in R.
Krueger, R.A. (1994) Focus Groups: a Practical Guide for Applied Research, 2nd edn. Thousand Oaks: Sage.
Iervolino, S., e M. Pelicioni. “ A utilização do grupo focal como metodologia qualitativa na promoção da saúde.” Revista da Escola de
Enfermagem - USP, junho de 2001: 115-121.
Madriz, E.I. (1998) `Using focus groups with lower socioeconomic status Latina women', Qualitative Inquiry, 4 (1): 114±128.
Merton, R. (1987) `Focused interviews and focus groups: continuities and discontinuities', Public Opinion Quarterly, 51: 550-557.
Merton, R. and Kendall, P. (1946) `The focused interview', American Journal of Sociology, 51: 541-557.
Merton, R., Fiske, M. and Kendall, P. (1990) The Focused Interview. Glencoe: The Free Press (original edition 1956).
Morgan, D. (1995) `Why things (sometimes) go wrong in focus groups', Qualitative Health Research, 5 (4): 516-523.
Morgan, D.L. and Krueger, R.A. (1993) `When to use focus groups and why', in D.L. Morgan (ed.) Successful Focus Groups: Advancing the State
of the Art. Thousand Oaks: Sage.
Pugsley, L. (1996) `Focus groups, young people and sex education', in J. Pilcher and A. Coffey (eds) Gender and Qualitative Research.
Aldershot: Avebury.
Thomas, M. (1999) `Foreign Affaires: A Sociological Exploration of Holiday Romance'. PhD Thesis, Cardiff University.
Wilkinson, C. (1998) `Focus groups in feminist research: power interaction, and the co-construction of meaning', Women's Studies
International Forum, 21 (1): 111-125.

21
Celiana Azevedo
celianaazevedo@hotmail.com

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Grupo focal: metodologia qualitativa para pesquisas em Ciências Sociais

  • 1. Grupo Focal Metodologia qualitativa para pesquisas em Ciências Sociais 1
  • 2. Origem • Columbia University nos anos 1940 • Pesquisas de audiência para programas de rádio • Merton e Kendall (1946) – American Journal of Sociology, `The focused interview‘. • Merton, Fiske e Kendall (1956) “Most research practitioners agree, however, that the technique began to be used regularly only in the late 1960s and early 1970s and that it has grown in popularity every year since” (Greenbaum, 1998: 167). Grupo Focal 2
  • 3. Algumas definições De acordo com David Carey (1996, 226) grupo de foco é uma metodologia qualitativa que pode ser entendida como uma técnica imprecisa que consiste em “uma sessão em grupo semiestruturada, moderada por um líder, realizada em um local informal com o propósito de coletar informações sobre um determinado tópico”. David Morgan (1996, 130) define grupo focal a partir de três componentes principais: “primeiro, é claro que grupo de foco é um método de pesquisa com o objetivo de geral conteúdo; segundo, a interação no grupo de discussão é a fonte dessas informações; e terceiro, essa metodologia permite ao investigador manter um papel ativo ao conduzir a discussão”. Kitzinger (1995) resume a função essencial dessa técnica ao dizer que: A ideia por trás do método grupo de foco, é que esse processo pode ajudar as pessoas explorarem e clarificarem suas opiniões mais facilmente do que em uma entrevista individual. Quando a dinâmica do grupo funciona bem, os participantes trabalham lado o lado com o investigador, conduzindo a pesquisa para uma nova e, muitas vezes, inesperada direção (229). Grupo Focal 3
  • 4. Os grupos de foco são particularmente úteis para refletir sobre realidades sociais e culturais, pois através dessa metodologia qualitativa, podemos aceder à experiências, significados, entendimentos, assim como a atitudes, opiniões, conhecimentos e crenças (Wilkinson 1998). A coleta de dados através do grupo focal tem como uma de suas maiores riquezas basear-se na tendência humana de formar opiniões e atitudes na interação com outros indivíduos. Essa metodologia contrasta, nesse sentido, com dados colhidos em questionários fechados ou entrevistas individuais, onde o indivíduo é convocado a emitir opiniões sobre assuntos que talvez nunca tenha pensado anteriormente. As pessoas, em geral, precisam ouvir as opiniões dos outros antes de formar as suas próprias, e constantemente mudam de posição (ou fundamentam melhor sua posição inicial) quando expostas à discussão em grupo. É exatamente este processo que o grupo focal tenta captar (Iervolino e Pelicioni 2001, 116). Grupo Focal 4
  • 5. Entrevista em Grupo “In group interviews, the group is asked a sequence of predetermined questions, just as if the interviewer were speaking to a single interviewee: the group format is simply a matter of convenience and/or economy and the objective is to elicit the group's answers to those questions. Group interviews are rarely to be preferred to individual interviews in academic social research as individual differences in viewpoint within the group will be blurred and under-reported” (Bloor et al. 2001). Nas entrevistas em grupo o entrevistador está em busca de respostas para perguntas específicas, enquanto nos grupos focais o facilitador procura a interação entre os participantes sobre um determinado tópico. Grupo Focal 5
  • 6. Algumas vantagens • Utilizado juntamente com outras metodologias; • Eventos sociais; • Tempo limitado; • Nenhuma técnica específica é necessária para participar; • Apropriada para investigar assuntos “sensíveis” como: sexo, raça, religião, política. – Ética. Grupo Focal 6
  • 7. Composição dos grupos focais • Selecionar os participantes: – Pessoas com perfis muito diferentes: • Pode gerar constrangimentos; • Pouca discussão aprofundada; • Pode provocar silêncios. Por exemplo, Kitzinger observou em sua pesquisa sobre HIV que a discussão sobre os riscos das doenças para homosexuais foi bloqueada devido a uma forte homofobia por parte de alguns membros do grupo de foco (Kitzinger, 1994). • Grupos focais não devem ser formados sempre por estranhos (Morgan e Krueger, 1993). – – Leva mais tempo para estarem à vontade; – • Menos coesos; Menos probabilidade de irem ao grupo de focal; Grupos pré-exestentes: família, colegas de trabalho, amigos, etc. – Prático, mais fácil de serem recrutados. 7
  • 8. • Excesso de revelações. – • Pode provocar desconforto entre os participantes (Morgan e Krueger, 1993) O tamanho importa? – Entre seis e oito pessoas (tamanho mais comum); – Entre três e quatorze (Pugsley, 1996; Thomas, 1999); – Realizar a sessão com as pessoas que aparecem (Madriz, 1998; Thomas, 1999). – Grupos muito pequenos: • • – Podem se tornar inviáveis se um ou dois não comparecerem; Discussão muito limitada. Grupos muito grandes • • Pode ser frustante para alguns participantes que não consigam expor suas ideias ; • Pode ser um caos (Green e Hart, 1999); • Somente algumas pessoas dominam a conversa; • – Difícil de moderar; Transcrição muito longa. Espaço suficiente para acomodar os participanetes (ver e ouvir claramente). 8
  • 9. • Quantos grupos? – Depende dos objetivos da pesquisa • Quantos aspectos gostaria de analisar; • Quantos gostaria de comparar; • A quantidade não deve ser baseada em cálculos; • Depende de quanto tempo tem para realizar a pesquisa. – Deve se manter na barreira mínima; – Fazer muitos grupos de foco não garante qualidade; – Possibilidade de entrevistar o mesmo grupo: • Esclarecer questões descobertas inicialmente. 9
  • 10. • Recrutar através de um intermediador: – Menos esforço; – Perder o controle; – Garantir que as pessoas recebem a informação necessária; – Devem assinar o consentimento informado. • O recrutamento é a parte que pode apresentar mais problemas para o investigador (Morgan, 1995). • Assegurar a presença dos participantes: – Transporte; – Conhecer os participantes aumenta a possibilidade de comparecerem; – Dar a oportunidade de fazerem perguntas sobre a pesquisa; – Ficar com o contato dos participantes (e-mail) para confirmar a presença; – Oferecer o transporte, comida, bebida. 10
  • 11. Preparação e condução • Escolha do local: – – • Um lugar livre de interrupções ou supervisão; Sem barulho (pode atrapalhar a gravação). Recolher informações prévias: – Informações sociodemográficas (antes do grupo focal). • Fornecer informações básicas sobre a pesquisa em uma folha. • Devem assinar o consentimento informado. • Gravar: – Garantia de qualidade; – Usar mais de um gravador. • O facilitador não deve controlar o grupo, mas sim conduzir a discussão. • O facilitador deve evitar que algumas pessoas dominem o grupo e deve estimular os mais tímidos. • Mas é natural que algumas pessoas se destaquem principalmente entre pessoas que já se conhecem. “Of course, the facilitator should not seek to overturn these natural features of group interaction: if the objective is to obtain information on group meanings, processes and norms, then it is clearly a mistake to attempt to alter substantially the character of the group” (Bloor et al. 2001). 11
  • 12. • Os silêncios: – Suspeitar uns dos outros; – Suspeitar do investigador/facilitador; – Os silêncios podem ser causados por problemas no recrutamento; – Pessoas com perfis muito diferentes. • Assuntos fora da pauta: – O investigador deve reconduzir a discussão; – Organizar o ambiente; – O facilitador não deve ter um lugar de destaque. • Ter atenção à linguagem não verbal. • A sessão não deve ultrapassar 1h30. 12
  • 13. Análise “Kitzinger (1994) best describes the seemingly chaotic nature of focus group data, drawing on a study of AIDS media messages. She tells how participants brainstormed, argued, misunderstood, interrupted, and ridiculed each other. They used a variety of methods to put their message across, including singing, and acting out. This interactive effect results in data which may include instances where people talk at once, where sentences remain unfinished, where people go on to contradict themselves and others, where people's arguments develop as they discuss the topic with others, and where people misinterpret other's comments and take the discussion off in another direction” (Bloor, 2001). • • Esmagadora quantidade de informações/dados (90 minutos de transcrição pode chegar a 100 páginas). Transcrição: – Não subestime a transcrição (cinco horas para cada uma hora de gravação); – Nem sempre a transcrição é necessária (Krueger 1994). • – – Em um trabalho acadêmico e científico a transcrição deve ser feita. Deve incluir todos os detalhes: • • • • • Ouvir a gravação, notas, memória. Pausas, risos, expressões faciais, ironia, quando falam ao mesmo tempo, indicar as partes inaudíveis, as frases inacabadas e interrompidas, concordâncias e discordâncias (hum..), linguagem corporal. Todas as pessoas devem ser transcritas; Identificar todos os participantes. Construir tabelas. Ethnograph, NUD·IST. 13
  • 14. Os Media na Minha Vida - Um Diálogo entre Gerações CIMJ, Media Lab – Diário de Notícias e BrandMeaning OBJETIVOS: Partilha intergeracional de vivências e análise da influência dos Media na vida dos seniores e dos jovens de hoje http://olar119.blogspot.pt/2012/12/nos-e-internet.html http://medialab.dn.pt/content/destaque__um_dia_com_os _media/ 14
  • 15. Estas pessoas foram selecionadas primeiramente com base na idade e posteriormente pensando na diversidade que trariam para o debate. Os jovens são todos universitários, porém com áreas de estudo diferentes (Comunicação Social, Medicina e Direito) enquanto entre os seniores, cinco completaram seus estudos secundários (correspondente ao atual 12º ano do sistema de ensino português) e o mais velho, o estudo primário. Para esta discussão em grupo com duração de uma hora e meia, foi utilizada a seguinte sequência: 1- breve explicação sobre os motivos desta pesquisa; 2- apresentação dos participantes; 3- representações da infância/passado relacionadas com os media; 4- representações atuais relacionadas com os media; 5- representação de geração (os jovens escreveram sobre características da geração dos idosos e vice versa). 15
  • 16. GERAÇÕES, AUDIÊNCIAS E REPRESENTAÇÕES MEDIÁTICAS http://www.revistacomunicando.sopcom.pt/ficheiros/20130107-celiana_azevedo.pdf De acordo com Ponte (2010) “num tempo de acelerada mudança social, milhões de adultos tiveram de realizar a sua alfabetização informática por via das suas ocupações profissionais”. Portanto, os seniores que ainda estavam em idade ativa e tiveram o primeiro contato com os computadores ainda no mercado de trabalho, conseguiram levar esta experiência para suas vidas mesmo depois de se reformarem. No entanto, devemos referir que nada impede a aquisição de competências informáticas já na terceira idade muitas vezes com a ajuda de familiares ou através de programas de inclusão digital para pessoas mais velhas. Eu tenho que ter o papel e o lápis. Eu era empregada bancária e me reformei muito cedo, quando o computador entrou eu já não estava. (MC, 85) Já tenho muita idade, lembro-me do aparecimento de muitas coisas, eu comecei a aprender a mexer nos computadores há três anos. Hoje em dia já faço umas coisitas, embora seja pouco, mas tenho um computador. (MH, 87) As duas gerações tendem a especificar características para diferenciarem-se. Os jovens falam da facilidade em que podem aceder à informação e de acordo com Aroldi (2011) como foram os primeiros a crescerem rodeados de tecnologia, são vistos como diferentes de todas as outras gerações. Esta ideia está em oposição aos mais velhos que passaram seus anos formativos num ambiente com restrições à informação e aos meios de comunicação social, principalmente durante a ditadura militar. Penso que por ter nascido na década de 90 que os jovens da minha geração, estivemos sempre muito beneficiados no que toca estar no centro da revolução da era digital porque foi quando se deu o desenvolvimento da televisão e principalmente da Internet. (BC, 19) A televisão foi para nós uma janela aberta, aberta não, entreaberta, porque quando a televisão apareceu ainda não se podia ouvir tudo nesse mundo, não é? Muito antes de 74. (MC, 85) 16
  • 17. TECNOLOGIAS E PESSOAS MAIS VELHAS: IMPORTÂNCIA DO USO E APROPRIAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO PARA AS RELAÇÕES SOCIAIS DE PESSOAS MAIS VELHAS EM PORTUGAL http://run.unl.pt/bitstream/10362/10254/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf • • • • Procurar perceber se as suas histórias de vida e as suas relações sociais influenciam no uso ou no não uso do computador, da internet e do telemóvel; Identificar que motivações existem para usarem ou não essas tecnologias; Identificar que tipo de atitude possuem perante essas tecnologias (positivas, negativas, acham que contribuem ou não para a sociedade); Investigar de que modo usam essas tecnologias como uma ferramenta para mediar relações sociais; A partir desse cenário, discutimos media e pessoas mais velhas portuguesas e, mais especificamente, respondemos à seguinte pergunta: qual é a importância do uso e apropriações das novas tecnologias de informação e comunicação, nomeadamente o computador, a internet e o telemóvel nas relações sociais de um grupo de pessoas mais velhas em Portugal? 17
  • 18. Características dos grupos focais • • • • • • • • • • • Pessoas acima dos 60 anos. Vivem na região de Lisboa. Necessário que todos os participantes dos grupos de foco tivessem acesso às três tecnologias alvo da investigação - o telemóvel, computador e internet - e a possibilidade de as usar se assim o desejassem. O interesse em se manterem socialmente participativos e com motivação para prender e aprofundar conhecimentos, aspetos esses que vão de acordo com os princípios do envelhecimento ativo. Uma iniciativa social, que frequentavam cursos de informática, que participaram em um workshop e que frequentavam uma universidade sénior. Homens e mulheres. Cresceram em diferentes meios geográficos (urbano, rural). Profissões diferentes. Diferentes níveis de literacia mediática, de utilização de tecnologias e de escolaridade. Variação significativa de idade (32 anos) entre o mais jovem e o mais idoso. Mulheres (16) que homens (5). 18
  • 19. Como vimos no capítulo anterior, um terço dos 21 participantes desta análise possui mais de oitenta anos. Essa faixa etária é composta por pessoas que possuem as mais longas experiências sobre mudanças sociais e aquelas que, ao longo de suas vidas, presenciaram inúmeros surgimentos e evoluções tecnológicas (Hagberg 2012), como podemos constatar a seguir: Eu lembro-me com certeza disso tudo, já tenho muita idade (...). E fomos acompanhando essas evoluções, sempre um modelo novo, foi sempre evoluindo até chegarmos ao computador. (Helena, 87 anos, G1) Agora temos um outro computador que vai passar para mim, aí vou poder usar (…) Sim, vou herdá-lo agora de forma que vou começar a brincar. Já houve uma tentativa. Um filho que me ofereceu um computador, era o da última moda, mas aí tinha um outro filho que não tinha o da última moda, de forma que eu cedi. Agora como este não é da última moda, ninguém vai querer (todos riem). (João, 80 anos, G3) Eu tinha um Nokia e agora ela (a filha) está na Google e todos os anos lhe oferecem um no final do ano e agora até foi um… Tablet e até trouxe para mim que é para eu ver os netos. Agora estou a ver se consigo mexer naquilo, tem internet, tem tudo. (Ana, 69 anos, G2) Chegamos às festas de natal, às de mudança de ano e não há cartões de boas festas, porque é tudo mensagens e mensagens. Para mim não serve, não é com 85 anos que eu vou aprender a falar por siglas! (…) Os escritores continuam, com toda a certeza! Mas esta rapaziada a escrever para as namoradas: “tam-tam-tam-tam”! O que é que diz? A mim não me diz nada! Se eu visse uma coisa daquelas acabava logo o namoro! (Conceição, 85 anos, G1) 19
  • 20. Consentimento informado Declaro ter recebido informação sobre os objetivos e condições de realização do Grupo de Discussão sobre tecnologias de informação e comunicação (telemóvel, computador e Internet) e aceitar de livre vontade participar na sessão. Os dados recolhidos nesta iniciativa serão utilizados para análise científica no âmbito de uma dissertação de mestrado em Ciências da Comunicação - Estudo dos Media e do Jornalismo - da Universidade Nova de Lisboa. Assinatura: Data: 20
  • 21. Referências Bloor, M, et al. , Focus Groups in social research . London: Sage, 2001. Carey, M. “The group effect in focus groups: planning, implementing, and interpreting focus group research.” In In Critical Issues in Qualitative Research Methods, de J. Morse, 225–241. London: Sage Publications, 1996. Green, J. and Hart, L. (1999) `The impact of context on data', in R. Barbour and J. Kitzinger (eds) Developing Focus Group Research: Politics, Theory and Practice. London: Sage. Kitzinger, J. (1993) `Understanding AIDS: researching audience perceptions of acquired immune de®ciency syndrome', in J. Eldridge (ed.) Getting the Message. London: Routledge. Kitzinger, J. (1994a) `Focus groups: method or madness?', in M. Boulton (ed.) Challenge and Innovation: Methodological Advances in Social Research on HIV/AIDS. London: Taylor and Francis. Kitzinger, J. (1994b) `The methodology of focus groups: the importance of interaction between research participants', Sociology of Health & Illness, 16 (1): 103-121. Kitzinger, J. and Barbour, R. (1999) `Introduction: the challenge and promise of focus groups', in R. Barbour and J. Kitzinger (eds) Developing Focus Group Research: Politics, Theory and Practice. London: Sage. Kitzinger, J. and Farquar, C. (1999) `The analytic potential of ``sensitive moments'‘ in focus group discussions', in R. Krueger, R.A. (1994) Focus Groups: a Practical Guide for Applied Research, 2nd edn. Thousand Oaks: Sage. Iervolino, S., e M. Pelicioni. “ A utilização do grupo focal como metodologia qualitativa na promoção da saúde.” Revista da Escola de Enfermagem - USP, junho de 2001: 115-121. Madriz, E.I. (1998) `Using focus groups with lower socioeconomic status Latina women', Qualitative Inquiry, 4 (1): 114±128. Merton, R. (1987) `Focused interviews and focus groups: continuities and discontinuities', Public Opinion Quarterly, 51: 550-557. Merton, R. and Kendall, P. (1946) `The focused interview', American Journal of Sociology, 51: 541-557. Merton, R., Fiske, M. and Kendall, P. (1990) The Focused Interview. Glencoe: The Free Press (original edition 1956). Morgan, D. (1995) `Why things (sometimes) go wrong in focus groups', Qualitative Health Research, 5 (4): 516-523. Morgan, D.L. and Krueger, R.A. (1993) `When to use focus groups and why', in D.L. Morgan (ed.) Successful Focus Groups: Advancing the State of the Art. Thousand Oaks: Sage. Pugsley, L. (1996) `Focus groups, young people and sex education', in J. Pilcher and A. Coffey (eds) Gender and Qualitative Research. Aldershot: Avebury. Thomas, M. (1999) `Foreign Affaires: A Sociological Exploration of Holiday Romance'. PhD Thesis, Cardiff University. Wilkinson, C. (1998) `Focus groups in feminist research: power interaction, and the co-construction of meaning', Women's Studies International Forum, 21 (1): 111-125. 21