O documento discute opções ecológicas para a produção de móveis, incluindo o uso de madeiras de demolição e reflorestamento. Ele destaca a peroba rosa e pinus como madeiras sustentáveis e o reaproveitamento de "restos" de madeira como uma opção de baixo custo. O documento argumenta que a indústria moveleira precisa adotar práticas sustentáveis para preservar o meio ambiente.
1. Móveis Elaborados com Madeiras
Alternativas
Viver em mundo dotado de tanta oferta de produtos não é fácil. Ficamos felizes
quando adquirimos o nosso objeto de desejo, seja uma mesa dobrável pequena, seja uma
mesa de jantar ou seja um computador ou um carro, mas nem sempre pensamos no
impacto que isso traz para o meio ambiente.
O ritmo industrial ditou muitas regras que sempre preservaram a maximização
do lucro e nessas regras a preocupação com o meio ambiente dificilmente foi incluída.
Só mais recentemente a indústria percebeu que maximar lucros não implica
necessariamente em prejudicar o meio ambiente e muitas hoje estão seguindo a política
do ecológicamente correto.
Também o ritmo industrial sufocou a produção artesanal, mas é exatamente
nesse tipo de produção que encontramos a melhor prática da política do ecológicamente
correto. Vejamos por exemplo a produção de móveis. Ninguém tem dúvida de que para
atender milhões de consumidores o impacto da indústria moveileira sobre as florestas
foi e é ainda muito grande. Desnecessário dizer sobre esse impacto. É na produção
artesanal que encontramos um belo exemplo de reciclagem.
Uma fonte ecológicamente correta para a produção de móveis é o uso da peroba
rosa. Opa! Peroba Rosa, parece que há um controle rígido sobre o corte dessa madeira.
Mas e se ela for de árvores que já foram cortadas há uns cincoenta anos ou mais. Aí
temos uma fonte para a produção dos móveis de demolição. Cortadas para se
transformarem em casas e recentemente deixadas de lado para construção de casas de
alvenaria, nada melhor que reaproveitá-las, até porque sua qualidade enquanto madeira
e o resultado estético do móvel elaborado são impressionantes. A gama de opções de
móveis é muito grande: de mesa dobrável a fachada de estabelecimento comerciais.
Mas mesmo no reaproveitamento de madeiras para a elaboração de móveis há
um limite ético. A princípio móvel de demolição pode ser de qualquer madeira. Casas
de madeira suspensas feitas em peroba rosa e trocadas por alvenaria atende a uma
preocupação com a saúde pública, mas madeira retiradas de casas antigas, ícones de um
momento de nossa história, e transformadas em móvel de demolição é um crime em
prol do lucro cego.
Hoje a grande industria está buscando o móvel ecológicamente correto usando
para a produção madeira de reflorestamento. Está aí, o reflorestamento, durante muito
tempo tiramos da natureza e não nos preocupamos em repor. Veja só, criamos bois
constantemente há séculos, para termos o que comer, mas não criamos ou recriamos
florestas como fonte constante de matérias primas. Essa preocupação com o
reflrestamento é muito recente. Creio que a madeira proveniente de reflorestamento é
ecológicamente correta pois é criada e recriada com um fim específico.
Entre os tipos de madeira de reflorestamento encontramos o pinus, madeira clara
de boa densidade. Há um certo preconceito sobre o pinus, preconceito infundado, pois
se o tratamento e manuseio o da madeira são adequados, os resultados são excelentes e,
melhor, com baixo custo.
Outra forma ecológicamente correta para a produção de pequenos móveis é o
reaproveitamento de “restos” (pedaços) de madeiras rígidas (madeiras de boa
2. densidade). É uma prática que está no mesmo caminho do móvel de demolição e
também uma opção relativamente barata de produção. Embora madeiras de qualidade
diferentes podem possuir cores diferentes há inúmeros tratamentos que podem
homogeneizá-las como a cera de carnaúba, o sal azedo, tingidores, etc.
Preservar o meio ambiente necessariamente passa por uma produção e
comercilaização de produtos que respeitam o ritmo da natureza. Há muito o nosso ritmo
é maior que o ritmo da natureza. Então hoje nos cabe preservá-la.