1. O documento discute a gestão como meio de inovação e mudança nas escolas, definindo gestão, inovação e discutindo os papéis da gestão pedagógica, administrativa e estratégica na escola. 2. A gestão escolar envolve implementar políticas, coordenar atividades e influenciar recursos humanos para atingir objetivos educacionais. 3. O gestor lidera uma gestão participativa e democrática, implementa planos estratégicos para atingir objetivos organizacionais e coordena a execução dos plan
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OS CONTORNOS DA GESTÃO COMO MEIO DE INOVAÇÃO E MUDANÇA
NAS ESCOLAS.
Antes de entrarmos para a abordagem do que sucinta este artigo, achamos conveniente
numa primeira fase apresentarmos aqui alguns conceitos que julgamos essenciais e
imprescindíveis para auxiliar a qualquer leitor a compreendê-lo, além de que é o
conveniente de se proceder sempre que se inicia uma abordagem científica. Neste caso
concreto, temos a Gestão e Inovação como termos fundamentais os quais passamos a
defini-los a seguir.
Gestão
Gestão é uma expressão que ganhou corpo no contexto educacional, acompanhando
uma mudança de paradigma no encaminhamento das questões desta área. Ela é
caracterizada pelo reconhecimento da importância da participação consciente e
esclarecida das pessoas nas decisões sobre a orientação e planeamento de seu trabalho e
o seu conceito está associado ao fortalecimento da democratização do processo
pedagógico, a participação responsável de todos nas decisões necessárias e na sua
efectivação mediante um compromisso colectivo com resultados educacionais cada vez
mais efectivos e significativos.
Em linhas gerais, a Gestão compreende a implementação de políticas, procedimentos,
regras e regulamentos, conforme definidos pela organização. No caso concreto pode-se
tomar como exemplo a gestão de uma escola que é feita pelo director da mesma.
Inovação:
LAFONEL (1998) define inovação como sendo um processo de mudança original,
planificado e cuidadosamente definido, que tem por fim ajudar uma organização a:
1.Conseguir, com maior eficácia, os objectivos existentes;
2. Atingir novos objectivos.
Gestão como meio de inovação e mudança na Escola
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Segundo este autor, coloca-se o dirigente perante uma organização escolar como
elemento que promove a inovação, ou por outra, como o homem chave da inovação e
agente de mudança.
A inovação está vinculada ao processo de Reforma Educativa que o Ministério de
Educação e Cultura (MEC) iniciou em 1983 (Hernandez et all 2000:82).
I.GESTÃO COMO MEIO DE INOVAÇÃO
Um primeiro aspecto que importa aqui referir está relacionado com duas categorias
comportamentais:
• Controlo: que se refere a abordagem baseada na autoridade;
• Influencia: referente a abordagens empirico-racionais e de auto-
renovacao.
Assim, uma gestao que queira promover eficazmente formas de inovacao na propria
escola devera, em primeiro lugar, dar particular atencao a estas categorias
comportamentais.
A gestao deve conceder ao director da escola uma amplitude que lhe permita trabalhar
com dinamismo, sem cingir se apenas ao que vem estabelecido nos documentos
normativos da escola ou nos regulamentos do Ministerio.
A gestão pedagógica deve estar voltada para alcançar o equilíbrio de construir a unidade
do trabalho educacional, contemplando, contudo, a diversidade e peculiaridade de cada
escola. O alcance desse todo, internamente articulado com unidade de princípios e de
objectivos, se assenta sobre a capacidade do director escolar de articular unidade e
diversidade. É essa articulação que possibilita a construção e a existência da unidade
escolar e de uma direcção coordenadora e integrada de partes e elementos tão distintos e
complexos que se fazem representar na escola e a constituem.
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II.GESTÃO NA ESCOLA
2.1 Vertentes da Gestão Escolar
São constatadas como vertentes da gestão escolar a gestão pedagógica, gestão
administrativa (recursos humanos, materiais e financeiros), e gestão de espaços.
2.1.1 Gestão Pedagógica
Corresponde a área mais importante da gestão escolar. Enquadra todas as actividades,
projectos, recursos e serviços relacionados com o ensino e a educação. BRITO
(1994:21), defende que os gestores devem realizar as seguintes acções: “tratamento da
reflexão ou enquadramento de questões como relações interpessoais, métodos de ensino,
processo de ensino-aprendizagem, actividades curriculares e extra-curriculares, a gestão
de apoio acrescido, problemas disciplinares; as actividades consequentes da gestão do
aluno como a direcção de turma, avaliação escolar e também todas as actividades
relativas à melhoria da qualidade de ensino que passem pela formação docente,
formalizados no projecto educativo, no plano anual de actividades e em regulamentos
próprios elaborados pela escola”.
2.1.2 Gestão Administrativa
Compreende essencialmente a a gestão de recursos humanos que tem por fim melhorar
os recursos humanos em sí e melhorar o funcionamento dos serviços, órgãos ou
associações. Esta sustenta que o fundamental numa escola é que os seus recursos
humanos agrupados em serviços, órgãos de gestão ou de apoio, associações ou turmas,
independentemente dos seus antecedentes, capacidades e interesses pessoais, sejam
coordenados na procura de metas comuns. Quanto melhor forem articulados os
recursos, a escola poderá enfrentar os desafios e oportunidades que se lhe colocam com
mais facilidade.
Compreende também a gestão de recursos materiais em que a escola é desafiada a
angariar recursos de qualidade e em quantidade necessária ao seu funcionamento
eficiente. Classifica os recursos materiais escolares em fixos e móveis, podendo estes
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ser de longa duração (os que requerem inventariação, como as maquinarias,
equipamentos audiovisual, ferramentas eléctricas, mobiliário escolar, prateleiras,
electrodomésticos, computadores), ou de curta duração (os que tem duração limitada e
correspondem a todos os artigos de uso corrente e de durabilidade reduzida como
apagadores, giz e outros).
2.2 Funções da Gestão Escolar
As funções da gestão escolar consistem em:
• Garantir a formulação de políticas, objectivos e métodos que permitam a escola
o alcance dos objectivos;
• Aplicar as políticas e os métodos de trabalho, visando formar pessoas úteis à
sociedade;
• Assegurar a existência de recursos humanos, materiais e curriculares para a
aprendizagem;
• Coordenar as actividades da escola para que ela funcione com eficácia e
eficiência; e
• Influenciar e estimular os recursos humanos para trabalharem com afinco.
III.GESTÃO ESTRATÉGICA NA ESCOLA
3.1 Gestão estratégica
Gestão estratégica é um modelo de gestão que incorpora os princípios e as ferramentas
do planejamento, desenvolvimento e controle estratégicos e sua aplicação nos diversos
subsistemas que compõem o sistema administrativo de uma organização.
3.1.1 Objectivos da Gestão Estratégica:
• Fornecimento de uma direcção estratégica que contemple os objectivos
organizacionais, as iniciativas necessárias ao alcance destes;
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• Reorientação de recursos materiais, financeiros e humanos;
• Estabelecimento de padrões de excelência;
• Definição de valores comuns;
• As formas de lidar com a incerteza; e
• Fornecimento de uma base para o controle de avaliação (ESTEVÃO, 2001).
3.1.2 Fases do Processo de Gestão Estratégica nas Organizações:
• Planeamento estratégico;
• Desenvolvimento Estratégico;
• Controle Estratégico.
3.1.2.1 Planejamento Estratégico: esta fase desdobra-se em outras quatro fases, a
saber:
• Diagnósticos estratégico, onde são feitas as análises internas e externas (forças,
fraquezas, oportunidades e ameaças);
• Definição da missão da organização (determinação do objectivo fundamental da
organização e do que a organização pretende ser no seu ambiente de negócios);
• Determinação dos instrumentos prescritivos e quantitativos (objectivos, metas,
estratégias, políticas e projectos); e
• Definição do controle de avaliação (critérios e parâmetros).
3.1.2.2 Desenvolvimento estratégico:
Está relacionada com a implantação organizacional das determinações definidas na fase
anterior. Consiste em converter as determinações em resultados e acções concretas,
viabilizados através de planos tácticos e operacionais da estrutura organizacional. Esta
fase pressupõe uma mudança organizacional para incorporação de novos papéis, nova
estrutura hierárquica vigente, o sistema de retribuição organizacional e as peculiaridades
da estrutura de pessoal.
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3.1.2.3 Controle estratégico:
Considera as definições no plano estratégico da organização e avalia periodicamente o
grau de consecução e desvios obtidos, relativamente aos padrões determinados, de
modo a corrigir distorções e aperfeiçoar os resultados alcançados. Esta fase possibilita a
geração de informações úteis para as duas fases anteriores possibilitando o
aprimoramento das acções prescritas e praticadas viabilizando o melhoramento
contínuo, através de mudanças de processos, e a adaptação a diferentes situações
surgidas ao longo do tempo.
3.2 Gestão Estratégica na Escola
Mesmo tendo origem nas organizações militares e religiosas, as metodologias de gestão
estratégica tiveram seu direccionamento voltado, no primeiro momento, para
organizações empresariais. No entanto, seu desenvolvimento e adaptação para aplicação
em outros tipos de organizações mostraram sua viabilidade também para as
organizações de natureza não empresarial, tais como organizações públicas e
organizações não governamentais (OLIVEIRA, 1997; PARENTE, 2001).
Esta abordagem gerencial é coerente, tanto para as escolas particulares bem como para
as públicas. Assim, para escolas particulares, o modelo se torna adequado na medida
em que envolve questões fundamentais para escolas desta natureza, tais como a questão
da competitividade, da produtividade e da lucratividade. Para as escolas públicas, por
outro lado, a transposição do modelo se enquadra na discussão sobre a autonomia, que
procura promover maior liberdade administrativa nestas organizações. (COSTA e
OLIVEIRA: 6 pp)
É relevante considerar, no entanto, que no sector público, a gestão baseada nas
proposições da gestão estratégica será limitada e inconclusiva na medida em que nestas
Escola não há sentido em abordar questões como competitividade ou lucratividade,
questões elevantes às instituições privadas.
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IV. O PAPEL DO GESTOR NAS ORGANIZAÇÕES ESCOLARES
O gestor é definido pelas suas funções no interior da organização. É a ele que compete a
interpretação dos objectivos propostos pela organização e actua, através do
planeamento, da organização, da liderança ou direcção e do controlo, por forma a atingir
os objectivos organizacionais.
É ele que realiza a gestão da escola como director da mesma, cabendo-lhe numa das
suas funções, receber professores ou pedir a sua alocação a fim de atender a procura da
escola pela população. Depois, ele cria condições para que o definido pelo ministério
possa ser feito na sua escola conforme o recomendado. Ele coordena a elaboração dos
horários para os professores, a compra do material com o dinheiro alocado pelo
ministério, aplica diversos regulamentos que recebe do ministério, bem como ajusta as
directrizes e metas superiormente definidas a realidade da sua escola.
O gestor educacional deve liderar uma gestão participativa e democrática na relação
com os professores, funcionários e com a comunidade, mostrando-se positivo e
confiante no desenvolvimento dos trabalhos, actuando como mediador, compartilhando
suas ideias sabendo ouvir, sendo aberto e flexível à contribuição de todos para que os
profissionais da escola e a comunidade se sintam valorizados, reconhecidos e motivados
para que a escola atinja um processo de ensino e aprendizagem de sucesso.
Sendo assim, o gestor é alguém que desenvolve os planos estratégicos e operacionais
que julga mais eficazes para atingir os objectivos organizacionais propostos, concebe as
estruturas e estabelece as regras, políticas e procedimentos mais adequados aos planos
desenvolvidos, implementa e coordena a execução dos planos.
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REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, D. P. R. Estratégia Empresarial: uma abordagem empreendedora. 2. ed.
rev. atual. São Paulo: Atlas, 1991.
ESTEVÃO, C. Gestão Estratégica nas escolas Disponível em: <http//www.iie.min-
edu.pt>. Consultado em: 07/01/2002.
CLUBE DOS PROFESSORES. Guia para a organização da escola. 2ª Edição. Riuniti.
1991.
LAFONEL, André Claude. Autonomia, Gestão e Avaliação das escolas. Lisboa:
Edições Asa. 1998.
LUCK, Heloísa et all. A escola participativa – o trabalho do gestor escolar. 6ª Edição:
Vozes. 2009.
HERNANDEZ, Fernando et all. Aprendendo com as inovações nas escolas. Porto
Alegre. Artimed Editora. 2000.
BRITO, C. Gestão Escolar Participativa – Na escola somos todos gestores. Lisboa,
Texto Editora, 1994.
SECRETARIADO da COMMONWEALTH. Modulo Um: Auto-desenvolvimento para
Gestores Educacionais. Maputo, Ministério da Educação, 1993.
PARENTE, J. Planejamento estratégico na educação. Brasília: Plano Editora, 2001.
António Alfazema.
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