SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 30
A Fotografia de mãos dadas com a Poesia O olhar do Henrique, o cantar da Ana  conto contigo
HenriqueSantos AnaFrança Telhado  Céu estrelado   Chaminé Que miras tu  Lá no alto  Em pé?    Telhado  Sonho alado, aguado  Pousado no amanhecer.    Telhado    És o chão do entardecer.   Quando anoitecer Eu sou o meu gato Miro o céu estrelado Lá no alto do telhado. Telhado
HenriqueSantos AnaFrança A flor. A cor. A cor da flor. Colorida - vida! Flor - amor.   Colorida com amor Viva a flor! Viva a cor!   Pode ser amarela Pode estar à janela Ser aroma de canela Pode nascer  neste chão que é o meu coração. Flor
HenriqueSantos AnaFrança Muitos  Paus  Muitos  Pés  Muitas  Estacas  Muitas  Marcas.     Muitos, mesmo muitos!     Muitos postes a pular…  Perfilados a marchar…  Bem certinhos a parar…  Ou  simplesmente  a olhar para o mar?  Postes
HenriqueSantos AnaFrança Macaco: Ligeiro Imitador  Maroto Matreiro. Macaco: Trepa Pula Salta Baloiça. Macaco: Espreitou Tirou Fugiu Desapareceu. O que tirou o macaco? O que pôs dentro do saco? Macaquinho
HenriqueSantos AnaFrança Princesa branca… Borboleta-amor… Mistério, perfume de flor… Cetim florido. Segredo nascido em forma de flor…  Bailarina num só pé. Suave, balança… Tranquila, dança… Brancura de seda… Planta-boneca… Gosto de tocar  a tua pele de flor. Branca-flor
HenriqueSantos AnaFrança Era uma casa na noite. Era uma casa  na noite escura. Era uma casa  na noite escura,  janelas de olhar aceso. Era uma casa  na noite escura,  olhos acesos,  a boca aberta. Uma casa espantada. Janelas a olhar, porta a gritar. Uma casa. Uma casa iluminada. Quem quer lá morar? Casa
HenriqueSantos AnaFrança Pombinhas… Meninas de asas tão finas. Pombinhas… Meninas, vestidinhos leves com penas armados fofos, matizados de desenhos breves.   Pombinhas… Bicos de ternura a comer o pão. São seda pura bicando bicando migalhas ao calhas da minha mão! Pombinhas… Adeus, meninas de belo voar. Pombinhas
HenriqueSantos AnaFrança Em dias que chove  assim, sem parar,  o meu dia fica  de pernas para o ar!  Em vez de acordar  só quero dormir:  a água do céu  embala ao cair...  Se a mãe me deixasse  experimentar  perdia a vergonha:  saía à rua,  mesmo ali à porta, o frasco do gel  a toalha em punho e havia de ser um duche a preceito com águas das nuvens a cair assim mesmo para mim dos céus  no meu peito!  Chuva
HenriqueSantos AnaFrança Há um jardim dentro de mim. Será que sim? Será que sim? Faço um sorriso, assim e assim Nasce um jardim dentro de mim. Dou-te a mão, assim e assim Cresce um jardim dentro de mim. Corremos juntos, assim e assim Voa um jardim dentro de mim. Provo o teu pão, assim e assim Cheira a jardim dentro de mim. Ouço o que dizes, assim e assim Chove agora no meu jardim. Dou gargalhadas, assim e assim E o sol brilha no meu jardim. Há um jardim dentro de mim. Será que sim? Será que sim? Jardim
HenriqueSantos AnaFrança Entreaberta, convida… Entreaberta, espera… Ser empurrada, devagarinho… Pé ante pé,  aqui vou eu. A porta range,  bem de mansinho como a dizer: “Favor entrar, favor entrar!” E lá vou eu a visitar o meu vizinho! Visitas
HenriqueSantos AnaFrança O tempo, lá no alto olha para mim… Diz-me que sim, que está a passar, que não preciso de me ralar. Que o deixe correr. Que o deixe voar. Que apenas queira, que apenas saiba, saborear! Saborear! Saborear! Tempo
HenriqueSantos AnaFrança Malmequer, malmequer, o que quer o malmequer? Mal me vê, mal me sente, o malmequer não mente: Dá-me a cor,  dá-me o seu coração de flor! Mal o olho, mal o toco, mal o vejo no jardim, sou feliz, porque sim, porque vi um malmequer a florir para mim. Malmequer
HenriqueSantos AnaFrança Uma alvura quieta um arco caiado…  De cal ou açúcar barrado?  Um desenho  em traço lavado. Um sossego moldado em tranquila mudez.  Lugar de aconchego  como segredo  sussurrado uma vez…   Brandura calma…  Aqui  sento os medos no chão  e embalo à sombra  o meu coração.   Doçura caiada…  Lugar em arco
HenriqueSantos AnaFrança Ah! Dêem-me um vento! Vento que em mim pegasse  e me transportasse  num pensamento  para lá do mar… Cabelos de lua eu, a navegar ao colo das nuvens… Minha alma nua à solta no ar  em pleno luar! Pensamento… Vento… Subo no azul sem fim. Sou  as montanhas e vales que trago em mim. Faz-me voar, vento!
HenriqueSantos AnaFrança As cegonhas fazem ronha? E são pássaros com vergonha? Há quem diga  que trazem bebés  dentro duma fronha…   São cegonhas tristonhas. Aves pensativas  em ninhos bravios de alturas sem par.  Fazem voos de desenhos serenos  e descem em pousos suaves  para passeios pernaltas  à caça de rãs  à tardinha  e cedo, pelas manhãs. Cegonhas
HenriqueSantos AnaFrança Que bem que sabe  vir para a rua! De dia o sol  à noite a lua. Que bom que é  saltar as pedras  ao pé coxinho,  bater à porta  daquele vizinho! Ai como eu gosto  da minha rua! De dia o sol  à noite a lua. Lavar a rua  à mangueirada com os amigos, largar a rir  à gargalhada! Gosto  de olhar a minha rua! De dia o sol  à noite a lua. Sentar à porta refastelada a mordiscar  pãozinho quente  com marmelada! O escuro chega à minha rua… De dia o sol  à noite a lua. Rua
HenriqueSantos AnaFrança Rosinha amarela  rosinha em botão  gosto de tocar-te  com a minha mão.   O que te dizer? Como te chamar? És rosa,  charmosa  sedosa  cheirosa  mimosa…    Olho a tua cor, minha preferida, e volto a dizer: florida tingida esculpida e plena de vida!  Rosa
HenriqueSantos AnaFrança Espelho. Lago. Reflexo de água,  mudo, encantado. Espelho aguado,  líquido, molhado. Lanço uma pedrinha  assim, a rasar… O espelho vai estilhaçar? Oh! Não, o espelho é água! A pedrinha salta  faz desenhos de água. Ondinhas, mansinhas… Lago. Quieta superfície como uma planície molhada de sonho… O que terá no fundo? Lago
HenriqueSantos AnaFrança Há amigos assim. Como uma casinha quieta,  em ar de sossego… Singela brancura à beira da rua, à espera de alguém a quem dar aconchego. Casinha-amizade. Casinha-segredo. Casinha-verdade. Segredo
HenriqueSantos AnaFrança Vou à praia. De saia. É nova, a minha saia. Hoje estreei-a e vim à praia! Quero brincar correr, saltar, cavar buracos e chapinhar. E a minha saia? É nova, quero-a mostrar! Mas… Se não a tiro como farei para me molhar? Praia
Ah! Se eu fosse ponte! Atravessaria rios… Voaria em vales… Tocaria montes… Mesmo como fazem as pontes! Ah! Se eu fosse ponte! Com um pé aqui e outro acolá deixava passar carros e comboios patins, bicicletas… Ligaria gentes  de cá para lá, de lá para cá… Ah! Se eu fosse ponte!  Que em mim corressem rumo ao horizonte! Ponte HenriqueSantos AnaFrança
HenriqueSantos AnaFrança - Moinho, moinho, que fazes no altinho? ,[object Object],sossegado, parado. Se viesse um vento... - Ou um ventinho? Assim, devagar, devagarinho,  ganhavas movimento? - Com um ventinho  punha-me ligeirinho e já moía um grãozinho!... Com um vento  eu ganhava alento! Minhas velas em movimento já não seria lento: rodar, girar sem parar, nunca parar de girar! - E com um ventão? - Com um vento, ventão eu moía todo o grão! Com um vento, ventania eu moía, moía, moía... Moinho
HenriqueSantos AnaFrança Riso de flor em amarelo perfeito  Cara dourada, risonha  Cabelo de pétala num penteado inclinado,  ajeitado em forma de sol.  Menina vegetal quase que fala quase que olha quase que dança quase que chama quase que corre,  mãos dadas comigo,  e quase me ama… Dourada
HenriqueSantos AnaFrança A minha cadela sentada no verde, quieta, a olhar, atenta, a cheirar, fica tão bonita! Olho para ela, a sentir o sol a saber do vento, a querer brincar! Pousa em mim o olhar: é a sua forma, canina, meiga, de conversar… (em surdina) Gosto dela, da minha cadela. Faz-me companhia é uma alegria! Somos mesmo amigos. Não importa, não, que eu seja “humano” e ela seja “cão”! Ela, a minha cadela
HenriqueSantos AnaFrança - Porta-te bem, ó porta! Vou passar  com a minha torta acabada de fazer para dar à minha avó: ,[object Object],dá-me passagem de mim tem dó! Mas a porta,  teimosa,  mesmo torta,  fez ouvidos moucos. Não tugiu nem mugiu. Não rangeu nem abriu. Que dia de loucos! Porta
Ca-ta-ven-toooooooo!   Catavento… Catavento… Catatoven Catotaven Caventato Caventota - que vento está!   Tacavento – está cá vento, está! Tacatoven Tavencato Taventoca – está vento cá! Tatocaven Tatovenca   Vencatato Ventacato Vencatota Ventocata – que vento cá está! Ventotaca – o vento está cá!   Tovencata Tocataven Totavenca Tocaventa – toca a ventar!   Ca-ta-ven-toooooooo… Cata-vento HenriqueSantos AnaFrança
HenriqueSantos AnaFrança Ser assim, casa sem telhado. Ser assim,  varanda aberta em muro antigo. Lugar de eterno abrigo. Ser assim,  janela sem vidro, debruçada, escancarada, espantada de olhar! Ser assim, presente em mim como a pedra no muro. Agora.  Sempre. Posta no lugar em que deve estar. Lugar
HenriqueSantos AnaFrança Se o mar fosse cama eu dormiria numa onda. Sonharia conchas de cores nunca vistas, ouviria marulhos… Inventaria mergulhos em mundos sem fim  por dentro de mim. Se o mar…
Ficha técnica O Henrique  olhou à sua volta e fotografou  montou os diapositivos  escolheu a música  A Ana  olhou para as fotografias e escreveu fez a animação  O Theme, do musical LoveStory, foi composto pelo HowardGodall , e dá um perfeito “ninho” ao conjunto…

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Rosa lobat - ana branco e marta
Rosa lobat - ana branco e martaRosa lobat - ana branco e marta
Rosa lobat - ana branco e marta101d1
 
Carla Santos ( FT1)
Carla  Santos ( FT1)Carla  Santos ( FT1)
Carla Santos ( FT1)efaesan
 
Faça Lá Um Poema! 2010
Faça Lá Um Poema! 2010Faça Lá Um Poema! 2010
Faça Lá Um Poema! 2010Isabel DA COSTA
 
Hilda hilst o rato no muro
Hilda hilst   o rato no muroHilda hilst   o rato no muro
Hilda hilst o rato no muroNivaldo Freitas
 
Poemas Pra CriançAs
Poemas Pra CriançAsPoemas Pra CriançAs
Poemas Pra CriançAsPaulo Fochi
 
Olimpíada categoria poesias (5º e 6º ano)
Olimpíada categoria  poesias (5º e 6º ano)Olimpíada categoria  poesias (5º e 6º ano)
Olimpíada categoria poesias (5º e 6º ano)Maria de Jesus Câmara
 
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)Mirian Souza
 
O horto-auta-de-souza
O horto-auta-de-souzaO horto-auta-de-souza
O horto-auta-de-souzaAlex Carvalho
 
Hoje eu sou um poema zena maciel e hoje eu sou o vento eda carneiro da rocha
Hoje eu sou um poema zena maciel e hoje eu sou o vento eda carneiro da rochaHoje eu sou um poema zena maciel e hoje eu sou o vento eda carneiro da rocha
Hoje eu sou um poema zena maciel e hoje eu sou o vento eda carneiro da rochaLuzia Gabriele
 

Mais procurados (17)

As pontes da eternidade
As pontes da eternidadeAs pontes da eternidade
As pontes da eternidade
 
Exemplos de poemas
Exemplos de poemasExemplos de poemas
Exemplos de poemas
 
Rosa lobat - ana branco e marta
Rosa lobat - ana branco e martaRosa lobat - ana branco e marta
Rosa lobat - ana branco e marta
 
Carla Santos ( FT1)
Carla  Santos ( FT1)Carla  Santos ( FT1)
Carla Santos ( FT1)
 
Faça Lá Um Poema! 2010
Faça Lá Um Poema! 2010Faça Lá Um Poema! 2010
Faça Lá Um Poema! 2010
 
O RATO NO MURO
O RATO NO MUROO RATO NO MURO
O RATO NO MURO
 
Hilda hilst o rato no muro
Hilda hilst   o rato no muroHilda hilst   o rato no muro
Hilda hilst o rato no muro
 
J A Gomes
J A GomesJ A Gomes
J A Gomes
 
Poetas da I República
Poetas da I RepúblicaPoetas da I República
Poetas da I República
 
Espanta pardais
Espanta pardaisEspanta pardais
Espanta pardais
 
Poemas Pra CriançAs
Poemas Pra CriançAsPoemas Pra CriançAs
Poemas Pra CriançAs
 
Fernando pessoa poema
Fernando pessoa   poemaFernando pessoa   poema
Fernando pessoa poema
 
Olimpíada categoria poesias (5º e 6º ano)
Olimpíada categoria  poesias (5º e 6º ano)Olimpíada categoria  poesias (5º e 6º ano)
Olimpíada categoria poesias (5º e 6º ano)
 
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)
OFICINA DE POEMAS (POWER POINT, WORD E INTERNET)
 
O horto-auta-de-souza
O horto-auta-de-souzaO horto-auta-de-souza
O horto-auta-de-souza
 
Zeli pausa
Zeli pausaZeli pausa
Zeli pausa
 
Hoje eu sou um poema zena maciel e hoje eu sou o vento eda carneiro da rocha
Hoje eu sou um poema zena maciel e hoje eu sou o vento eda carneiro da rochaHoje eu sou um poema zena maciel e hoje eu sou o vento eda carneiro da rocha
Hoje eu sou um poema zena maciel e hoje eu sou o vento eda carneiro da rocha
 

Semelhante a Contocontigo_henana28

Semelhante a Contocontigo_henana28 (20)

Fichas De Poesia
Fichas De PoesiaFichas De Poesia
Fichas De Poesia
 
VERSOS NA REDE. No.1 NOV/DEZ 2018
VERSOS NA REDE. No.1 NOV/DEZ 2018VERSOS NA REDE. No.1 NOV/DEZ 2018
VERSOS NA REDE. No.1 NOV/DEZ 2018
 
Sessão leitura poética 2014
Sessão leitura poética 2014Sessão leitura poética 2014
Sessão leitura poética 2014
 
Poesias mostra cultural
Poesias mostra culturalPoesias mostra cultural
Poesias mostra cultural
 
Biblioteca Global - Ponte entre Culturas
Biblioteca Global - Ponte entre CulturasBiblioteca Global - Ponte entre Culturas
Biblioteca Global - Ponte entre Culturas
 
Concurso poesia na corda 2011
Concurso poesia na corda 2011Concurso poesia na corda 2011
Concurso poesia na corda 2011
 
Concurso poesia na corda 2011
Concurso poesia na corda 2011Concurso poesia na corda 2011
Concurso poesia na corda 2011
 
Antologia livro
Antologia   livroAntologia   livro
Antologia livro
 
Caderno de leitura poesias
Caderno de leitura poesias Caderno de leitura poesias
Caderno de leitura poesias
 
Concurso poesia na_corda_2010
Concurso poesia na_corda_2010Concurso poesia na_corda_2010
Concurso poesia na_corda_2010
 
Letras musicas coral
Letras musicas coralLetras musicas coral
Letras musicas coral
 
Musicas da tafona
Musicas da tafonaMusicas da tafona
Musicas da tafona
 
Livro de poesia 7 a para blogue
Livro de poesia 7 a para blogueLivro de poesia 7 a para blogue
Livro de poesia 7 a para blogue
 
20120803 caderno poemas_ciclo_3
20120803 caderno poemas_ciclo_320120803 caderno poemas_ciclo_3
20120803 caderno poemas_ciclo_3
 
Leituras
LeiturasLeituras
Leituras
 
Semana poesia
Semana poesiaSemana poesia
Semana poesia
 
31
3131
31
 
Cancioneiro - Fernando Pessoa -
Cancioneiro - Fernando Pessoa -Cancioneiro - Fernando Pessoa -
Cancioneiro - Fernando Pessoa -
 
Fernando pessoa
Fernando pessoaFernando pessoa
Fernando pessoa
 
EMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRASEMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRAS
 

Mais de Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim-de-Infância (14)

A lenda arlequim_imag
A lenda arlequim_imagA lenda arlequim_imag
A lenda arlequim_imag
 
Perguntas à Vera Roquete
Perguntas à Vera RoquetePerguntas à Vera Roquete
Perguntas à Vera Roquete
 
Vento e chuva
Vento e chuvaVento e chuva
Vento e chuva
 
São Valentim
São ValentimSão Valentim
São Valentim
 
Silêncio
SilêncioSilêncio
Silêncio
 
Minha rua
Minha ruaMinha rua
Minha rua
 
É ou não é
É ou não éÉ ou não é
É ou não é
 
Descobertas
DescobertasDescobertas
Descobertas
 
Culpa é de ninguem
Culpa é de ninguemCulpa é de ninguem
Culpa é de ninguem
 
Violência
ViolênciaViolência
Violência
 
Poesia Dia do Pai 2011
Poesia Dia do Pai 2011Poesia Dia do Pai 2011
Poesia Dia do Pai 2011
 
Lencinhos namorados sala2
Lencinhos namorados sala2Lencinhos namorados sala2
Lencinhos namorados sala2
 
Conto contigo
Conto contigoConto contigo
Conto contigo
 
A minha surpresa
A minha surpresaA minha surpresa
A minha surpresa
 

Último

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreElianeElika
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.pptErnandesLinhares1
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfÁcidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfJonathasAureliano1
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 

Último (20)

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestreCIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
CIÊNCIAS HUMANAS - ENSINO MÉDIO. 2024 2 bimestre
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppthistoria Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
historia Europa Medieval_7ºano_slides_aula12.ppt
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdfÁcidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
Ácidos Nucleicos - DNA e RNA (Material Genético).pdf
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 

Contocontigo_henana28

  • 1. A Fotografia de mãos dadas com a Poesia O olhar do Henrique, o cantar da Ana conto contigo
  • 2. HenriqueSantos AnaFrança Telhado Céu estrelado   Chaminé Que miras tu Lá no alto Em pé?   Telhado Sonho alado, aguado Pousado no amanhecer.   Telhado És o chão do entardecer.   Quando anoitecer Eu sou o meu gato Miro o céu estrelado Lá no alto do telhado. Telhado
  • 3. HenriqueSantos AnaFrança A flor. A cor. A cor da flor. Colorida - vida! Flor - amor.   Colorida com amor Viva a flor! Viva a cor!   Pode ser amarela Pode estar à janela Ser aroma de canela Pode nascer neste chão que é o meu coração. Flor
  • 4. HenriqueSantos AnaFrança Muitos Paus Muitos Pés Muitas Estacas Muitas Marcas.   Muitos, mesmo muitos!   Muitos postes a pular… Perfilados a marchar… Bem certinhos a parar… Ou simplesmente a olhar para o mar? Postes
  • 5. HenriqueSantos AnaFrança Macaco: Ligeiro Imitador Maroto Matreiro. Macaco: Trepa Pula Salta Baloiça. Macaco: Espreitou Tirou Fugiu Desapareceu. O que tirou o macaco? O que pôs dentro do saco? Macaquinho
  • 6. HenriqueSantos AnaFrança Princesa branca… Borboleta-amor… Mistério, perfume de flor… Cetim florido. Segredo nascido em forma de flor… Bailarina num só pé. Suave, balança… Tranquila, dança… Brancura de seda… Planta-boneca… Gosto de tocar a tua pele de flor. Branca-flor
  • 7. HenriqueSantos AnaFrança Era uma casa na noite. Era uma casa na noite escura. Era uma casa na noite escura, janelas de olhar aceso. Era uma casa na noite escura, olhos acesos, a boca aberta. Uma casa espantada. Janelas a olhar, porta a gritar. Uma casa. Uma casa iluminada. Quem quer lá morar? Casa
  • 8. HenriqueSantos AnaFrança Pombinhas… Meninas de asas tão finas. Pombinhas… Meninas, vestidinhos leves com penas armados fofos, matizados de desenhos breves. Pombinhas… Bicos de ternura a comer o pão. São seda pura bicando bicando migalhas ao calhas da minha mão! Pombinhas… Adeus, meninas de belo voar. Pombinhas
  • 9. HenriqueSantos AnaFrança Em dias que chove assim, sem parar, o meu dia fica de pernas para o ar! Em vez de acordar só quero dormir: a água do céu embala ao cair... Se a mãe me deixasse experimentar perdia a vergonha: saía à rua, mesmo ali à porta, o frasco do gel a toalha em punho e havia de ser um duche a preceito com águas das nuvens a cair assim mesmo para mim dos céus no meu peito! Chuva
  • 10. HenriqueSantos AnaFrança Há um jardim dentro de mim. Será que sim? Será que sim? Faço um sorriso, assim e assim Nasce um jardim dentro de mim. Dou-te a mão, assim e assim Cresce um jardim dentro de mim. Corremos juntos, assim e assim Voa um jardim dentro de mim. Provo o teu pão, assim e assim Cheira a jardim dentro de mim. Ouço o que dizes, assim e assim Chove agora no meu jardim. Dou gargalhadas, assim e assim E o sol brilha no meu jardim. Há um jardim dentro de mim. Será que sim? Será que sim? Jardim
  • 11. HenriqueSantos AnaFrança Entreaberta, convida… Entreaberta, espera… Ser empurrada, devagarinho… Pé ante pé, aqui vou eu. A porta range, bem de mansinho como a dizer: “Favor entrar, favor entrar!” E lá vou eu a visitar o meu vizinho! Visitas
  • 12. HenriqueSantos AnaFrança O tempo, lá no alto olha para mim… Diz-me que sim, que está a passar, que não preciso de me ralar. Que o deixe correr. Que o deixe voar. Que apenas queira, que apenas saiba, saborear! Saborear! Saborear! Tempo
  • 13. HenriqueSantos AnaFrança Malmequer, malmequer, o que quer o malmequer? Mal me vê, mal me sente, o malmequer não mente: Dá-me a cor, dá-me o seu coração de flor! Mal o olho, mal o toco, mal o vejo no jardim, sou feliz, porque sim, porque vi um malmequer a florir para mim. Malmequer
  • 14. HenriqueSantos AnaFrança Uma alvura quieta um arco caiado… De cal ou açúcar barrado? Um desenho em traço lavado. Um sossego moldado em tranquila mudez. Lugar de aconchego como segredo sussurrado uma vez…   Brandura calma… Aqui sento os medos no chão e embalo à sombra o meu coração.   Doçura caiada… Lugar em arco
  • 15. HenriqueSantos AnaFrança Ah! Dêem-me um vento! Vento que em mim pegasse e me transportasse num pensamento para lá do mar… Cabelos de lua eu, a navegar ao colo das nuvens… Minha alma nua à solta no ar em pleno luar! Pensamento… Vento… Subo no azul sem fim. Sou as montanhas e vales que trago em mim. Faz-me voar, vento!
  • 16. HenriqueSantos AnaFrança As cegonhas fazem ronha? E são pássaros com vergonha? Há quem diga que trazem bebés dentro duma fronha…   São cegonhas tristonhas. Aves pensativas em ninhos bravios de alturas sem par. Fazem voos de desenhos serenos e descem em pousos suaves para passeios pernaltas à caça de rãs à tardinha e cedo, pelas manhãs. Cegonhas
  • 17. HenriqueSantos AnaFrança Que bem que sabe vir para a rua! De dia o sol à noite a lua. Que bom que é saltar as pedras ao pé coxinho, bater à porta daquele vizinho! Ai como eu gosto da minha rua! De dia o sol à noite a lua. Lavar a rua à mangueirada com os amigos, largar a rir à gargalhada! Gosto de olhar a minha rua! De dia o sol à noite a lua. Sentar à porta refastelada a mordiscar pãozinho quente com marmelada! O escuro chega à minha rua… De dia o sol à noite a lua. Rua
  • 18. HenriqueSantos AnaFrança Rosinha amarela rosinha em botão gosto de tocar-te com a minha mão.   O que te dizer? Como te chamar? És rosa, charmosa sedosa cheirosa mimosa…   Olho a tua cor, minha preferida, e volto a dizer: florida tingida esculpida e plena de vida! Rosa
  • 19. HenriqueSantos AnaFrança Espelho. Lago. Reflexo de água, mudo, encantado. Espelho aguado, líquido, molhado. Lanço uma pedrinha assim, a rasar… O espelho vai estilhaçar? Oh! Não, o espelho é água! A pedrinha salta faz desenhos de água. Ondinhas, mansinhas… Lago. Quieta superfície como uma planície molhada de sonho… O que terá no fundo? Lago
  • 20. HenriqueSantos AnaFrança Há amigos assim. Como uma casinha quieta, em ar de sossego… Singela brancura à beira da rua, à espera de alguém a quem dar aconchego. Casinha-amizade. Casinha-segredo. Casinha-verdade. Segredo
  • 21. HenriqueSantos AnaFrança Vou à praia. De saia. É nova, a minha saia. Hoje estreei-a e vim à praia! Quero brincar correr, saltar, cavar buracos e chapinhar. E a minha saia? É nova, quero-a mostrar! Mas… Se não a tiro como farei para me molhar? Praia
  • 22. Ah! Se eu fosse ponte! Atravessaria rios… Voaria em vales… Tocaria montes… Mesmo como fazem as pontes! Ah! Se eu fosse ponte! Com um pé aqui e outro acolá deixava passar carros e comboios patins, bicicletas… Ligaria gentes de cá para lá, de lá para cá… Ah! Se eu fosse ponte! Que em mim corressem rumo ao horizonte! Ponte HenriqueSantos AnaFrança
  • 23.
  • 24. HenriqueSantos AnaFrança Riso de flor em amarelo perfeito Cara dourada, risonha Cabelo de pétala num penteado inclinado, ajeitado em forma de sol. Menina vegetal quase que fala quase que olha quase que dança quase que chama quase que corre, mãos dadas comigo, e quase me ama… Dourada
  • 25. HenriqueSantos AnaFrança A minha cadela sentada no verde, quieta, a olhar, atenta, a cheirar, fica tão bonita! Olho para ela, a sentir o sol a saber do vento, a querer brincar! Pousa em mim o olhar: é a sua forma, canina, meiga, de conversar… (em surdina) Gosto dela, da minha cadela. Faz-me companhia é uma alegria! Somos mesmo amigos. Não importa, não, que eu seja “humano” e ela seja “cão”! Ela, a minha cadela
  • 26.
  • 27. Ca-ta-ven-toooooooo!   Catavento… Catavento… Catatoven Catotaven Caventato Caventota - que vento está!   Tacavento – está cá vento, está! Tacatoven Tavencato Taventoca – está vento cá! Tatocaven Tatovenca   Vencatato Ventacato Vencatota Ventocata – que vento cá está! Ventotaca – o vento está cá!   Tovencata Tocataven Totavenca Tocaventa – toca a ventar!   Ca-ta-ven-toooooooo… Cata-vento HenriqueSantos AnaFrança
  • 28. HenriqueSantos AnaFrança Ser assim, casa sem telhado. Ser assim, varanda aberta em muro antigo. Lugar de eterno abrigo. Ser assim, janela sem vidro, debruçada, escancarada, espantada de olhar! Ser assim, presente em mim como a pedra no muro. Agora. Sempre. Posta no lugar em que deve estar. Lugar
  • 29. HenriqueSantos AnaFrança Se o mar fosse cama eu dormiria numa onda. Sonharia conchas de cores nunca vistas, ouviria marulhos… Inventaria mergulhos em mundos sem fim por dentro de mim. Se o mar…
  • 30. Ficha técnica O Henrique olhou à sua volta e fotografou montou os diapositivos escolheu a música A Ana olhou para as fotografias e escreveu fez a animação O Theme, do musical LoveStory, foi composto pelo HowardGodall , e dá um perfeito “ninho” ao conjunto…