A raiva é um sentimento que surge quando o ego se sente ferido, liberando adrenalina e alterando o equilíbrio emocional. Pode ter origem em experiências passadas ou atuais e tem diferentes níveis, desde um leve ressentimento até a perda total do controle. É importante não reprimir a raiva, mas também não agir de forma agressiva, e sim usar técnicas como o silêncio, a oração, a meditação e o autocontrole para lidar com ela de forma saudável.
1. RAIVA
Conceito e causas
Pesquisai a origem desses acessos de demência passageira que vos assemelham ao bruto,
fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão; pesquisai e, quase sempre, deparareis com o
orgulho ferido. Que é o que vos faz repelir, coléricos, os mais ponderados conselhos, senão o
orgulho ferido por uma contradição? Até mesmo as impaciências, que se originam de
contrariedades muitas vezes pueris, decorrem da importância que cada um liga à sua
personalidade, diante da qual entende que todos se devem dobrar. (O Evangelho Segundo o
Espiritismo Cap XI Item 9)
A raiva é um sentimento que se exterioriza toda vez que o ego sente-se ferido liberando esse
abominável adversário que destrói a paz do indivíduo. (Conflitos Existenciais- Divaldo Pereira Franco /
Joana de Ângelis- Cap. 3)
É um mecanismo de defesa do referido instinto de conservação da vida, que se opõe a qualquer
ocorrência que interpreta como agressão, reagindo de imediato, quando deveria agir de maneira
racional.
(Conflitos Existenciais- Divaldo Pereira Franco / Joana de Ângelis- Cap. 3)
É um fator de frequentes conflitos, que aparece repentinamente, provocando altas descargas de
adrenalina na corrente sanguínea, alterando o equilíbrio orgânico e, sobretudo, o emocional.
(Autodescobrimento uma busca interior- Divaldo Pereira Franco / Joana de Ângelis- Conteúdos Perturbadores)
A raiva tem duas vertentes de procedência: a primeira mais remota, que é de natureza espiritual,
originária em existência pregressa do Espírito, quando, mais soberbo e primário, impôs-se onde
se encontrava, desenvolvendo sentimentos de opressão e desrespeito aos direitos alheios (...) a
segunda, de procedência atual, isto é, da existência presente, quando fatores temperamentais,
educacionais, socioeconômicos, empurram-no á situação penosa geradora de conflitos.
No primeiro caso, existe um conflito ancestral, que se encontra ínsito como culpa, armando-o
para constante alerta em mecanismo de autodefesa (...)
No segundo caso, origina-se uma especial disposição para instalação do conflito de insegurança
psicológica desencadeador da raiva.
(Conflitos Existenciais- Divaldo Pereira Franco / Joana de Ângelis- Cap. 3)
Como agir diante do sentimento de raiva?
Ninguém deve envergonhar-se ou conflitar-se por ser vítima da raiva, fenômeno perfeitamente
normal no trânsito humano. O que se deve evitar são o escamoteamento dela, pela
dissimulação, mantendo-a intacta; o desdobramento dos seus prejuízos pelo remoer do fator que
EU (AÇÃO) OUTRO (AÇÃO)
INTERPRETAÇÃO
(AGRESSÃO)
ORGULHO
RAIVA (REAÇÃO)
ORGULHO
2. gerou; a autocompaixão, por sentir se injustiçado; o desejo de revide mediante a agressividade
ou acompanhando o deperecer, o sofrimento do antagonista.
(Autodescobrimento uma busca interior- Divaldo Pereira Franco / Joana de Ângelis- Conteúdos Perturbadores)
Pontos básicos da ira (Educação dos sentimentos- Jason Camargo)
Interiorização da ira: Dá-se quando o indivíduo armazena o seu conteúdo deletério. Ele está
sempre ruminando o desgosto. Vira, portanto, um enfermo crônico, com possível surgimento de
úlcera, mal-estar, desesperações, infecções diversas. É o chamado “morrer de raiva” (...)
Níveis de ira:
A semelhança de um incêndio que pode começar numa fagulha e trazer prejuízos incalculáveis
pela sua extensão, a raiva também pode ser ateada por uma simples insinuação de pequena
monta, transformando-se em vulcão de cólera destruidora que avassala.
(Conflitos Existenciais- Divaldo Pereira Franco / Joana de Ângelis- Cap. 3)
Camuflagens da ira: São seus disfarces. Por exemplo: impulso reinvidicativo (sede de justiça),
crítico (melindres, censura), ironia (como tem medo de manifestar seu descontentamento, ele
usa a ironia).
Consequências da raiva
Se ponderasse que a cólera a nada remedeia, que lhe altera a saúde e compromete até a vida,
reconheceria ser ele próprio a sua primeira vítima. Mas, outra consideração, sobretudo, devera
contê-lo, a de que torna infelizes todos os que o cercam. (Evangelho segundo o espiritismo Cap. IX item
9)
Toda vez que a raiva é submetida a pressão e não digerida, produz danos no organismo físico e
no emocional. No físico, provoca indigestão, diarréia, acidez, disritmia, dentre outros. No
emocional, nervosismo, amargura, ansiedade, depressão(...)
(Autodescobrimento uma busca interior- Divaldo Pereira Franco / Joana de Ângelis- Conteúdos Perturbadores)
Inerente a todos os animais, no ser humano, porque, portador de vontade e discernimento, é
responsável por transtornos que conseguem obscurecer-lhe a razão e perturbar-lhe o equilíbrio,
produzindo danos emocionais de pequeno ou grande alcance, a depender da extensão e da
profundidade de que se reveste.
(Conflitos Existenciais- Divaldo Pereira Franco / Joana de Ângelis- Cap. 3)
Terapia para a raiva
Quando Jesus propôs o perdão das ofensas, Ele referiu-se ao esquecimento delas, isto é, à sua
diluição lustral na água do amor.
(Autodescobrimento uma busca interior- Divaldo Pereira Franco / Joana de Ângelis- Conteúdos Perturbadores)
Protesto interior (quando ficamos ofendidos)
Rebelião pessoal (quando passamos a ofensor)
Raiva ou fúria (quando se perdeu o senso comum
e não se sabe mais o que se faz)
Forma leve (contrariedades, suave ressentimento)
3. O silêncio diante de circunstância pertubadora, não se permitindo a invasão dos petardos
mentais desferidos pelo opositor, constitui recurso imprescindível para evitar o tombo na irritação
e seus conseqüentes danos.
A terapia da prece e da meditação constitui salutar recurso para o controle das emoções,
reabastecendo de energias vigorosas que se encarregam de asserenar o sistema nervoso
central, impedindo ou diminuindo a incidência da ira.
As boas leituras, por enriquecerem a mente de idéias otimistas, substituindo muitos clichês
viciosos que induzem a comportamentos insanos.
O passe, Funcionando como é uma transfusão de fluidos de um ser para outro. Emmanuel o
define como uma "transfusão de energias fisio-psíquicas". Beneficia a quem o recebe, porque
oferece novo contingente de fluidos já existentes.Emmanuel o considera "equilibrante ideal da
mente, apoio eficaz de todos os tratamentos" e compara sua ação a do antibiótico e à assepsia,
que servem ao corpo, frustrando instalação de doenças.
O autocontrole que cada qual deve manter em relação às suas reações emocionais de qualquer
natureza, disciplinando a vontade, educando os sentimentos e adaptando-se a novos hábitos
saudáveis imprescindíveis a uma existência rica de saúde.
(Conflitos Existenciais- Divaldo Pereira Franco / Joana de Ângelis- Cap. 3)
A incidência da raiva, portanto, é perfeitamente normal, tornando-se grave a não capacidade de
administrá-la. Joana de Ângelis