Este documento resume um filme chamado "Os últimos passos de um homem", que conta a história de um homem condenado à pena de morte por assassinar dois adolescentes. Uma freira chamada Hellen decide ajudá-lo em sua luta contra a pena de morte, apesar de não ter certeza de sua inocência. O documento analisa temas do filme como liberdade, responsabilidade e fé a partir das ideias de Sartre e Kierkegaard.
2. Os últimos passos de um homem
SAYONARA MATOS NOVAIS
Trabalho a ser apresentado a
Faculdade de Tecnologia e
Ciência, como requisito
avaliativo do 4° semestre, da
matéria Filosofia Jurídica.
Docente: José Nilton
Itabuna-BA
2014.1
3. Os últimos passos de um homem
Ficha Técnica
Título Original: Dead man walking
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 123 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1995
Direção: Tim Robbins
Sinopse
Em Louisiana, uma freira católica (Susan Sarandon) passa a ser a guia espiritual e a
lutar pela vida de um homem (Sean Penn) que espera ser executado a qualquer
momento, por ter assassinado dois adolescentes, sendo que uma das vítimas foi uma
jovem que foi estuprada antes de morrer.
4. Os últimos passos de um homem
Para a psicóloga Susana Rocca, a trama apresentada no filme Os últimos
passos de um homem, de Tim Robbins (1992), “traz à tona a discussão sobre a
igualdade e dignidade de todo ser humano, questionando preconceitos”.
Segundo ela, o filme mostra que “só o perdão liberta”. As afirmações foram
feitas na entrevista que segue, concedida por e-mail à IHU On-Line. O tema
será aprofundado nesta terça-feira, 04-09-2007, no evento Cinema e Saúde
Coletiva II – Cuidado e cuidador: os vários sentidos dessa relação, com a
exibição dessa obra cinematográfica.
Graduada em Psicologia pela Universidade Católica do Uruguai, Rocca é
especialista em Aconselhamento e Psicologia Pastoral pela Escola Superior de
Teologia (EST), de São Leopoldo. Nessa mesma instituição, cursa mestrado
em Teologia Prática, com o tema Resiliência e espiritualidade. É colaboradora
do Instituto Humanitas Unisinos – IHU no Atendimento Espiritual, além de
responsável pela organização do evento Encontros de ética. Há 24 anos,
segue a vida religiosa na congregação das Missionários do Cristo
Ressuscitado. É uma das organizadoras da obra Sofrimento, resiliência e fé:
implicações para as relações de cuidado, que em breve será publicado pela
editora Sinodal.
O filme traz o debate sobre até que ponto a pena de morte “resolve” ou não a
temática do ódio e da violência, que até, infelizmente, às vezes aparece
justificada até com razões religiosas. Pessoalmente, creio que a superação da
violência não pode ser feita com a mesma arma da violência. Creio que a vida
é um valor que está acima de todos os valores. E é preciso cuidar para que o
ódio, até às vezes muito compreensível que apareça, diante das situações
extremas de injustiça como a morte dos inocentes, não possa ter a última
palavra. Os últimos passos de um homem mostra que só o perdão liberta. O
perdão que brota da pessoa que erra e por isso pede perdão, e o perdão que
brota daquele que, sofrendo injustamente, luta para superar sua dor, mas é
5. capaz de não fechar-se na mágoa e na dor da ferida, e de perdoar, como se
apresenta no dilema do pai que não consegue perdoar. Stefan Vanistendael e
outros pesquisadores sobre resiliência estudam as implicações éticas do
conceito, pois, sob a ótica da resiliência, é preciso considerar dois ângulos: o
bem-estar próprio e o bem-estar dos outros. Nesse sentido, as tentativas de
superar as dificuldades que impliquem agressão, violência ou outros danos a
terceiros não poderiam ser consideradas atitudes resilientes, mesmo se ajudam
a superar a própria situação traumática. O filme traz também o questionamento
ético presente nos debates sobre resiliência. Pois, sob esta ótica, crenças
religiosas que fomentam a violência e a exclusão não podem ser consideras
promotoras de resiliência.
6. O filme “Os últimos passos de um homem”, relata a história de um homem
chamado Mathew, que foi condenado à pena de morte, após ter sido acusado
de assassinar junto com outra pessoa dois adolescentes covardemente.
Após de anunciada a sua sentença e conhecendo mais das leis, Mathew
começa uma difícil luta contra a pena de morte e busca ajuda com uma freira
chamada Hellen para que juntos consigam a anulação de sua sentença.
A partir daí é possível evidenciar no filme temas existencialistas como:
liberdade, responsabilidade, angústia, encontro, intersubjetividade, consciência,
transcendência e amor.
Diante desses temas foi escolhido pelo grupo para analisar o vídeo a proposta
filosófica de Sartre e Kierkegaard.
Segundo a idéia de Sartre em relação à liberdade, afirma que: o que esta na
base da existência humana é a livre escolha que cada homem faz de si mesmo
e de sua maneira de ser.
Baseado nesta idéia pôde-se verificar que o crime cometido por Mathew foi
uma escolha dele, já que o ser humano tem poder de escolha e de optar pelo
que é certo e errado. Foi ele quem escolheu praticar este ato bárbaro.
Em vários momentos do filme foi observado que Mathew responsabiliza o seu
ato a fatores externos como as drogas e até ao seu próprio amigo, a quem
atribui toda a culpa do crime.
Sartre deixa claro em sua obra que: O homem é inteiramente responsável por
aquilo que é, não tem sentido as pessoas quererem atribuir suas falhas a
fatores externos, como hereditariedade ou a ação do meio ambiente ou a
influencia de outras pessoas. Sendo assim, o crime praticado por Mathew é de
sua inteira responsabilidade.
Enquanto esteve preso Mathew começou a ler livros de direito e passou a
conhecer mais a lei e viu que ao ato cometido por ele cabia apenas prisão
7. perpetua e não pena de morte como estava sendo condenado. Foi a partir
deste principio que resolveu buscar ajuda.
Escreveu uma carta para irmã Hellen, uma freira de Nova Orleans, para que
pudesse lhes ajudar. A freira diante da situação decide que vai ajudá-lo mesmo
sem ter certeza de sua inocência, passa a ser sua diretora espiritual e acaba se
envolvendo em uma perigosa luta contra a pena de morte. Foi a partir daí que
começou a relação entre as subjetividades de ambos que é o que chamamos
de intersubjetiviade.
Kierkegaard em sua obra afirma que: A subjetividade isolada é má. Para ele a
única salvação era subjetividade. Deus era como uma subjetividade infinita e
compulsora. Crer em Deus era um salto de fé, um comprometimento com o
absurdo. A pessoa faz uma escolha por aquele fato histórico porque este
significa tanto para ela que até arrisca a vida por ele. Então vive; vive
inteiramente cheia das provas para pessoa crer e viver esta fé. A fé é
impossível se houver provas e certezas. Sem riscos não há fé, é uma
impossibilidade. A fé e a razão são opostas mutuamente exclusivas.
Esta idéia de Kierkegaard pode ser relacionada ao momento que a freira
resolve ajudar Mathew, mesmo sem ter certeza de sua inocência e conhecendo
também à dor e a revolta dos familiares das vítimas. Ela faz tudo isso por crê
em um Deus que é digno de perdão e por saber e crê que todo ser humano é
passível de erro.
Impressionada com as condições precárias da condenação e principalmente
com a dor e angústia da espera pela execução, irmã Hellen tentou junto com
Matthew cancelar sua sentença.