O Instituto Agronômico de Campinas mantém um centro de pesquisa de seringueiras que desenvolveu novas variedades que produzem látex de forma mais rápida e em maior quantidade. Essas variedades melhoradas garantem a São Paulo a liderança na produção nacional de borracha, com cerca de 98 mil toneladas no ano passado. O IAC já desenvolveu 31 clones de seringueira por meio de parcerias com outras instituições.
Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
Seringueiras do iac produzem mais
1. Diário Oficial Poder Executivo - Seção Iquarta-feira, 15 de abril de 2015 São Paulo, 125 (70) – III
Seringueiras do IAC
produzem mais
Novas variedades
desenvolvidas pelo
Instituto Agronômico de
Campinas garantem ao
Estado a posição de maior
produtor de látex do País
Instituto Agronômico de Campinas
(IAC) mantém um centro avança-
do de desenvolvimento de novas
variedades de seringueiras em
Votuporanga, região de Ribeirão
Preto, com cerca de 30 mil árvores
plantadas em área de 60 hectares
(ha), para experimentos científicos
de melhoria na produção do látex,
a borracha natural.
Essas variedades têm garantido
ao Estado de São Paulo posição de
liderança na produção de borracha
natural no País, usando variedades de
seringueiras do IAC. De acordo com
números da instituição, São Paulo
produziu no ano passado 97.976
toneladas de látex. A seguir, vieram
Mato Grosso, com 44.263 toneladas,
e Bahia, com 23.338 toneladas. O res-
tante da produção foi dividido entre
as demais unidades da Federação. A
produção total do Brasil foi de apro-
ximadamente 184 mil toneladas.
O trabalho do IAC inclui parcerias esta-
belecidas nos últimos anos com a Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq), da USP, Unicamp e também o grupo
francês Cirad (que se dedica a trabalhos com
materiais vegetais e produtos veterinários).
Em março, essas entidades participaram de
encontro em Votuporanga, onde seus técni-
cos representantes conheceram as varieda-
des saídas dos laboratórios e viveiros do IAC,
órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado.
Menos tempo – As parcerias refe-
rem-se, principalmente, à melhoria genéti-
ca da planta. O pesquisador do IAC, Paulo
Gonçalves, explica que o estudo de biolo-
gia molecular, com essas entidades, tendo
a Unicamp à frente, visa à obtenção de
árvores que gerem o látex no menor tempo
possível – entre cinco anos e seis anos após
o plantio. “As variedades tradicionais são
produtivas a partir do sétimo ano.”
Esses trabalhos conjuntos propicia-
ram nas últimas três décadas que o insti-
tuto desenvolvesse 31 clones (variedades)
de seringueira. Do total, aproximadamen-
te duas dezenas estão plantadas em pro-
priedades paulistas produzindo borracha e
também nos viveiros que fornecem mudas
para os proprietários de seringais.
Clones – Gonçalves informa que a fa-
mília IAC-500, por exemplo, é a mais produ-
tiva. “Cada indivíduo dessa série, composta
por quatro clones, gera cerca de 2 mil quilos
porhectareporano”,assegura.Eleexplicaque
este número da espécie IAC 500 é bem supe-
rior à variedade RRIM 600, vinda da Malásia,
a mais utilizada nos seringais paulistas, que
produz 1,25 mil quilos por hectare por ano. O
clone malaio foi introduzido no Estado nos
anos1950,tambémpeloIAC,masagoraaten-
dência é que seja substituído por novas varie-
dades. O RRIM 600 demora sete anos para
dar látex pela primeira vez, enquanto os da
série IAC fazem isto com um ano a menos.
Dados do IAC indicam que São Paulo
tem os seringais mais rentáveis do mundo,
com produtividade superior a 1,3 mil quilos
de borracha por hectare por ano, ante os 1,1
mil kg/ha da Tailândia, mil kg/ha da Malásia,
e 800 kg/ha da Indonésia – países asiáticos
com grandes extensões de árvores plantadas.
Alto potencial – A competência
paulista na produção de látex tem como base
a pesquisa do IAC, que estuda o melhora-
mento genético, manejo, tratos culturais e
adubação e nutrição de seringueiras. O prin-
cipal objetivo é obter clones adaptados às
diferentes condições climáticas do Estado e
que apresentem características de alto poten-
cial de produção e vigor saudável.
Gonçalves informa que, em função dos
trabalhos de pesquisa, São Paulo tem apro-
ximadamente 100 mil hectares comerciais
plantados com seringueira, totalizando 3 mil
produtores. Do total dos seringais, 95% são
plantados com materiais desenvolvidos ou
selecionados pelo IAC, ao longo dos anos.
Otávio Nunes
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Assessoria de Imprensa do IAC
Detran-SP fecha no
feriado de Tiradentes
Em virtude do feriado nacional de
Tiradentes (21), todas as unidades do
Departamento Estadual de Trânsito de
São Paulo (Detran-SP) estarão fecha-
das nos dias 20 e 21. Também estarão
indisponíveis nos dois dias os serviços
de trânsito nos postos Poupatempo em
todo o Estado e o atendimento pelo
Disque Detran-SP. No dia 22, o atendi-
mento volta ao normal. Mais informa-
ções em www.detran.sp.gov.br, ou ligue
para o Disque Detran-SP. Na capital e
na Região Metropolitana de São Paulo, o
número é 3322-3333. Nas demais locali-
dades, 0300-101-3333.
Poupatempo de São Carlos
esclarece sobre IR
O Poupatempo de São Carlos
está oferecendo durante este mês um
serviço de plantão de dúvidas sobre
declaração e ajustes do Imposto de
Renda (IR). O atendimento é feito
por ordem de chegada. Os esclareci-
mento são dados por alunos do curso
de ciências do Centro Universitário
Unicep. A ação ocorre de segunda a
sexta-feira, das 9 às 17 horas e, aos
sábados, das 9 às 13 horas. O Pou-
patempo São Carlos localiza-se na Rua
Roberto Simonsen, 51 – Vila Pelicano.
Site da NFP informa
premiados do 77º sorteio
Consumidor inscrito nos sorteios da
Nota Fiscal Paulista (NFP) pode consul-
tar no site do programa se foi premiado
na 77ª extração, relativa ao mês de abril.
Concorreram 10.166.191 usuários que
fizeram compras em dezembro e solici-
taram a inclusão do CPF ou do CNPJ no
documento fiscal.
Além dos três maiores valores
pagos (R$ 50 mil, R$ 30 mil e R$ 20
mil), o sorteio distribuiu mais 300 prê-
mios de R$ 1.000; mil de R$ 250; 15 mil
de R$ 50; 76.303 de R$ 20; e 1.407.394
de R$ 10. No total foram distribuídos
R$ 17 milhões. Mais informações em
www.nfp.fazenda.sp.gov.br/sorteio.
Pré-Iniciação
Científica na USP
A USP recebe, até o dia 30, inscri-
ções para o programa de Pré-Iniciação
Científica, pelo qual estudantes do
ensino médio e profissionais da rede
pública podem participar de atividades
dos laboratórios e de grupos de pesqui-
sa da universidade. O objetivo é incen-
tivar o interesse pela investigação cien-
tífica. A inscrição deve ser feita em
www.usp.br pelo docente responsável
pela orientação do projeto. É necessá-
rio registrar um plano de trabalho de
no máximo 3 mil caracteres.
Os orientadores devem ser docen-
tes da USP, possuir, no mínimo, título
de doutor, e demonstrar experiência em
atividades de pesquisa. Para o bolsista,
os principais prerrequisitos são: estar
regularmente matriculado (durante a
vigência da bolsa) no ensino médio ou
profissional de escola pública e não
estar cursando o último ano do ensino
médio no momento da efetivação da
bolsa, entre outras. Mais informações
em http://www.fo.usp.br/wp-content/
uploads/Programa-de-Pre-Inicia%C3%
A7%C3%A3o-Cient%C3%ADfica-Edital-
2015-2016.pdf.
O
De olho nas mudas
A partir deste ano, produtores de
mudas de seringueira terão de plantá-las
em bancadas a 40 centímetros do solo,
para evitar a contaminação por organis-
mos da terra. A Coordenadoria de Defesa
Agropecuária (CDA), da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento, em parceria
com a Unesp de Jaboticabal, realizou no
fim de 2014 o cadastramento de viveiros
em território paulista.
Foram catalogados 213 estabeleci-
mentos, com a liderança do município de
General Salgado, na região de São José do
Rio Preto, com 91 produtores de mudas
de seringueira. Rio Preto e vizinhança
concentram o maior número dessas plan-
tas no Estado.
OagrônomodaCDAdeBarretos,Paulo
Fernando de Brito, trabalhou no cadastra-
mento e conhece bem a cultura do látex. Ele
explica que, desde 1º de janeiro, o cultivo
em bancada passou a ser obrigatório. “No
entanto, as mudas desenvolvidas no solo,
que ainda restam nos viveiros, podem ser
vendidas até o fim do ano”, ressalva
O agrônomo informa que o objetivo
é aumentar a saúde e a produtividade da
árvore adulta. Existem na terra organis-
mos chamados nematoides que atacam a
raiz, reduzindo a produção e até matando
a planta, que, se for saudável, é capaz de
gerar o látex por até 50 anos.
Pesquisa da CDA com sua parceira
Unesp/Jabotical detectou que 70% das
mudas no Estado estavam contaminadas
com o nematoide. As amostras foram colhi-
das em 78 viveiros – a maioria da região de
Rio Preto. Brito acredita que o novo proces-
so de criação das mudas vai reduzir a inci-
dência da praga a níveis toleráveis.
FOTOS:PAULOGONÇALVES
IAC-500 gera até 2 mil kg de látex por ha/ano
No centro avançado do IAC, região de Ribeirão Preto, há 30 mil árvores plantadas para experimentos de melhoria da produção do látex
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quarta-feira, 15 de abril de 2015 às 02:54:01.