O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) produziu 320 toneladas de sementes de trigo em 2015 e espera alcançar 500 toneladas em 2016. A variedade IAC 385 Mojave está substituindo a IAC 370 por ser mais resistente a pragas. Além disso, a IAC 385 produz farinha de alta qualidade para pães e tem sido bem aceita pelo mercado.

1. Diário Oficial Poder Executivo - Seção III – São Paulo, 125 (209) quarta-feira, 11 de novembro de 2015
IAC produz 320 toneladas
de semente de trigo
A previsão é alcançar 500
toneladas no próximo ano;
o Instituto Agronômico
de Campinas deverá
substituir a variedade 370
pela 385, mais resistente às
pragas que atingem essa
cultura no País
Instituto Agronômico de Campinas
(IAC) produziu, neste ano, 320
toneladas de semente de trigo, e a
previsão é alcançar 500 toneladas
na safra do ano que vem, que serão
colhidas no Estado de São Paulo
por volta de agosto. A produção é
vendida a agricultores e produtores
(multiplicadores) de sementes do
grão, que geram um dos itens mais
importantes na alimentação huma-
na em quase todas as civilizações.
Desde os anos 1970, o instituto
desenvolveu mais de 20 variedades
dessa semente. Hoje a mais utilizada
no Brasil é a IAC 370, que deverá ser
substituída pela IAC 385 Mojave,
tão produtiva quanto a anterior,
porém bem mais resistente a pragas,
como os fungos giberela e brusone.
Vinculado à Secretaria Estadual
de Agricultura e Abastecimento, o
IAC planta suas sementes em áreas
próprias, na Fazenda Santa Elisa, em
O
Campinas, e nos polos tecnológicos da Agên-
cia Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
(APTA), no sudoeste paulista.
O agrônomo e pesquisador Alisson Fer-
nando Chiorato informa que a 370 deixará
de ser plantada pelo IAC depois de quase
25 anos de bons serviços à agricultura bra-
sileira. Ela e a sua sucessora, a 385, chegam
a gerar cerca de 6 mil quilos por hectare,
dependendo da região e do manejo. No
entanto, ainda há agricultores paulistas que
utilizam variedades que produzem a metade.
O quilo da semente IAC 385 custa R$ 1,60.
“Outro fator importante da Mojave é
a alta qualidade da farinha obtida, prin-
cipalmente para pães”, observa Chiorato.
Ele diz que as principais características do
pãozinho francês, o mais consumido no
Estado, são o miolo branco e a crocância.
Também é importante na fabricação indus-
trial de pão de fôrma e panetones. A 385 foi
obtida há mais ou menos cinco anos e “vem
sendo muito bem aceita pelo mercado”,
diz. Chiorato conta que as farinhas de trigo
inferiores, mais escuras, são as mais usadas
para bolos, tortas e outros pratos.
Atualmente, a 385 é cultivada nos trigais
paulistas e gaúchos. A aplicação de agroquími-
cos nas lavouras pode ser reduzida em 30%,
no mínimo, devido à sua resistência a pragas.
• O trigo começou a ser cultivado em 10.000
a.C., no Crescente Fértil (região locali-
zada entre o Oriente Médio e o nordeste da
África), área que hoje se estende do Egito
ao Iraque
• Por volta de 4.000 a.C., os egípcios obser-
varam a fermentação de uma massa (a fari-
nha) de trigo e, assim, atribui-se a esse povo
a invenção do pão
• Da Mesopotâmia, o trigo espalhou-se
pelo mundo; na Europa seu cultivo expan-
diu-se pelas regiões mais frias, como
Rússia e Polônia
• No século 16, os europeus introduziram o
trigo nas Américas, que chegou ao Brasil em
1534, trazido por Martim Afonso de Souza
• O clima quente dificultou a expansão do
cultivo do trigo no Brasil; na segunda
metade do século 18, a cultura começa
a se desenvolver no Rio Grande do Sul
e nos anos 1940 surgem as plantações
no Paraná (que viria a se tornar o maior
produtor do País)
• Pesquisas com sementes permitiram
aumentar a área plantada e o rendimento
da cultura. Hoje, o Brasil produz cerca de
6 milhões de toneladas de trigo anual-
mente, mas ainda importa mais 4 milhões
para atender à demanda
(Fonte: Associação Brasileira da Indústria
do Trigo – www.abitrigo.com.br)
Produto milenar
Evesp, da Secretaria da Educação, vence o WSA Brasil
A Escola Virtual de Programas Educacio-
nais do Estado de São Paulo (Evesp), da
SecretariaEstadualdaEducação,venceoWSA
(World Summit Award) Brasil 2015, a maior
premiação mundial de conteúdo digital. A
Evesp conquistou a primeira colocação na
categoria Learning & Science e levou o prêmio
especial por dispor de mais recursos de acessi-
bilidadequeosganhadoresnasoitocategorias.
A cerimônia de entrega da premiação ocorreu
no dia 9, no Espaço Immensità, no Complexo
do Hotel Mercure (zona norte da capital).
Os outros vencedores, com as melhores
soluções em termos de ser usável e acessibili-
dade, são Monitor de Metas (categoria Go-
vernment & Open Data); Clever Care (Envi-
ronment & Health); Planet Natopia (Enter-
tainment & Lifestyle); SP de Bike (Tourism &
Culture); Novo Jornalismo (Media & News);
Mandic Magic (Business & Commerce); e
JuntoscomVocê(Inclusion&Empowerment).
A coordenadora da Evesp, Ana Carolina
Lafemina, em seu discuro, falou que os cursos
da Evesp permitem que todos, independente-
mente de deficiência de mobilidade, possam
“aprimorar o conhecimento nas salas virtu-
ais. Sem barreiras geográficas, os alunos inte-
ragem de onde estiverem e de qualquer com-
putador”. Aprender inglês, espanhol e outras
línguas estrangeiras, gratuitamente, sem sair
de casa é uma das possibilidades oferecidas
pelos cursos virtuais da Evesp.
Ainda emocionada com a conquista, Ana
Carolina destacou que o curso de Língua
Brasileira de Sinais (Libras) é oferecido aos
4 mil alunos com deficiência auditiva, aos 4
milhões de alunos da rede estadual de ensi-
no e aos 300 mil servidores. Há cursinho
pré-vestibular e curso com orientações da
Coordenadoria Estadual de Defesa Civil para
evitar acidentes domésticos e outras ocorrên-
cias. Todos os cursos são gratuitos e on-line.
O Clever care é um robô que ajuda o paciente
a se cuidar, a lembrar de tomar a medicação,
responde e faz perguntas. A Natopia defen-
de a proteção ambiental e a SP Bike reúne a
malha cicloviária, roteiros e passeios.
Claudeci Martins
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
SERVIÇO
Mais informações sobre a premiação,
acesse www.premiowsa.com.br
Escolha – Há cinco tipos de fari-
nhas de trigo: melhoradora; tipo pão; trigo
doméstico; trigo básico; e de outros usos.
O que determina a qualidade são a quanti-
dade de glúten e a força de estabilidade da
massa. A 385 contém 31% de glúten úmido,
o que é muito bom e confere estabilidade
à massa, característica correspondente ao
tempo em que a farinha resiste nas máqui-
nas para fabricar o pão. O aparelho chama-
do Minolta classifica a farinha pela cor, dá
nota zero (preta) até 100 (branca). A IAC
385 tem nota 94, considerada bem alta, o
que lhe atesta sua boa qualidade.
Tecnologia – A transferência de
semente melhorada por genética é uma das
principais formas de repasse de tecnolo-
gia gerada em centros de pesquisas, como
o IAC. A produção de sementes no institu-
to cresce a cada ano e, até o final de 2015,
deverá gerar 550 toneladas de trigo, arroz,
feijão, milho, milho de pipoca, aveia, tri-
ticale, amendoim, sorgo e sorgo-vassoura.
Essas sementes asseguram produtividade
e qualidade do material cultivado e garan-
tem que aquela semente obtida nas lavou-
ras terá as mesmas características daquela
desenvolvida nas pesquisas.
As variedades de sementes do IAC são
transferidas para empresas multiplicadoras
e agricultores nos Estados de São Paulo,
Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.
As de feijão também seguem para Goiás,
Mato Grosso, Bahia e Santa Catarina.
De acordo com dados do Ministério
daAgricultura,PecuáriaeAbastecimento
(Mapa), 90% das sementes produzidas
de modo informal carecem de qualida-
de. A melhorada geneticamente é con-
siderada um dos principais motores do
avanço da agricultura nacional. Em 25
anos, a área de plantio de grãos no País
aumentou em 50%, e a produção, 234%,
resultado possível graças à moderniza-
ção e adoção das tecnologias.
Em 2014, a produção de sementes
no IAC foi afetada pela seca e ficou em
torno de 290 toneladas. O mesmo ocorreu
no ano anterior, quando teve início o pe-
ríodo da seca, que atingiu as duas safras
(2013/2014). Em 2012, foram produzidas
480 toneladas de sementes.
Otávio Nunes
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Assessoria de Imprensa da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento
DIVULGAÇÃOIAC
GENIVALDOCARVALHO
GENIVALDOCARVALHO
Plantação de
triticale – híbrico
de centeio e trigo
Ana Carolina – Sem barreiras geográficas
A IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO SA garante a autenticidade deste documento
quando visualizado diretamente no portal www.imprensaoficial.com.br
quarta-feira, 11 de novembro de 2015 às 02:27:21.