Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
Praga na laranja incentivou cultivo
1. A mandioca também teve problemas de plantio, até aparecer uma variedade desenvolvida pelo IAC
A mandioca de Engenheiro
Coelho está tão famosa na pra-
ça que, se um vendedor chegar
no Ceagesp (Companhia de En-
trepostos e Armazéns Gerais de
São Paulo) e disser que os tu-
bérculos são do município da
RMC, não sobrará uma caixa.
“A nossa mandioca já é por si
só um marketing próprio da ci-
dade, e esse discurso de dizer
que a mandioca é da nossa ci-
dade é muito usado”, disse a en-
genheira-agrônoma da Casa da
Agricultura, órgão ligado à Pre-
feitura de Engenheiro Coelho,
Margarida das Dores Paes Del-
gado, de 52 anos.
A engenheira explica que o
ápice da produção de mandio-
ca chegou a tomar 700 hectares
por volta de cinco anos atrás.
“Mas enfrentamos uma época
de podridão de raízes e de mos-
ca-branca na lavoura. As varie-
dades nesse período foram sen-
do modificadas até que hoje te-
mos a mandioca IAC 576-70,
desenvolvida pelo Instituto
Agronômico, conhecida popu-
larmente como ‘Amarelinha’”,
explicou Margarida, contabili-
zando que hoje em dia são
aproximadamente 480 hectares
plantados.
A IAC 576-70 é uma das me-
lhores variedades de mandioca
de mesa já desenvolvida. Atrela-
do a isso, o solo de Engenheiro
Coelho, segundo a especialista,
é ideal para o cultivo desse tipo
de tubérculo, já que em grande
parte compõe-se de terra ver-
melha, mais argilosa, e a topo-
grafia ser plana. A mandioca
sempre foi cultivada no municí-
pio, mas ganhou espaço com a
crise da laranja em meados de
2004. “Hoje, para se ter uma
ideia, está sobrando mandioca
nas produções. O quilo é vendi-
do a R$ 0,35 e uma caixa de
aproximadamente 25kg está
saindo da propriedade a R$
1,00”, explicou a engenheira. O
município possui 584 unidades
de produção agrícola.
Atualmente, a produção de
mandioca Amarelinha respon-
de por 100% das 160 mil tonela-
das de mandioca de mesa co-
mercializadas em São Paulo.
Além do bom rendimento, a
IAC 576-70 é ainda resistente a
doenças e se adapta bem às exi-
gências da comercialização. As
variedades mais antigas produ-
zem cerca de 15 toneladas por
hectare, enquanto a Amareli-
nha produz 30.
Festa
A Prefeitura de Engenheiro Coe-
lho realizará esse ano, no mês
de setembro, a 13ª Festa da
Mandioca. O evento atrai um
bom público, inclusive de cida-
des como Artur Nogueira, Mogi
Mirim, Conchal, na primeira se-
mana do mês. O produto em
destaque na festa, claro, é a
mandioca, servida em barracas
da praça de alimentação em di-
versas receitas: cozida, frita,
nhoque de mandioca, etc. O
evento ocorre no Barracão Mu-
nicipal “Marino de Oliveira”,
no Jardim Brasil, e todo ano du-
plas de sertanejos locais e ou-
tros nomes da música de raiz
tocam no recinto. No último
dia de festa sempre acontece o
torneio de futebol dos mandio-
queiros, o “pega da leitoa” e o
cabo de guerra dos mandio-
queiros. A festa começa sempre
às 19h e os shows da noite a
partir das 21h. (Gustavo Abdel/
AAN)
Praga na laranja incentivou cultivo
Plantação de mandioca em Engenheiro Coelho, onde o ápice de produção atingido cinco anos atrás chegou a tomar 700 hectares de área plantada; terra plana, vermelha e argilosa favorece o desenvolvimento da planta
Além de mandioca, cidade exporta batata-doce, milho e quiabo
500
2,8 160
250
TECNOLOGIA ||| CAMPO
De plantação de mandioca
existem em Engenheiro Coelho
É o faturamento mensal de um
vendedor de mandioca
De mandioca de mesa são
comercializadas em São Paulo
Movimenta mensalmente a
economia da mandioca
César Rodrigues/AAN
Janaína Ribeiro/Especial AAN
Município realiza festa
há 13 anos para
divulgar produção
hectares
MIL REAIS MIL TONELADAS
MIL REAIS
CORREIO POPULAR C8CIDADES
Campinas, domingo, 5 de abril de 2015
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