O filme “Laranja Mecânica”, foi produzido em 1971. E é baseado no romance homônimo de Anthony Burguess.
No filme tem a presença de Alex, um jovem inglês que lidera um grupo de jovens delinquentes. Estes jovens saem pelas madrugadas usando alucinógenos, espancando mendigos idosos e violentando mulheres, entre outros criminosos. Para o bando, tudo acontece num clima de pura diversão e sarcasmo.
1. RESENHA CRÍTICA
LARANJA MECÂNICA
Motta, Adilson. 2017.
O presente resumo crítico está relacionado ao filme “Laranja mecânica”, e a partir do mesmo pretende-se
evidenciar a presença do Behaviorismo em seu enredo.
Primeiramente, inicia-se definindo o conceito de behaviorismo, para um melhor esclarecimento e entendimento de
sua presença na narrativa.Behaviorismo, também conhecido como comportamentalismo, é uma áreada psicologia que tem o
comportamento como objeto de estudo. Esta palavra tem origem no termo behavior, que em inglês significa comportamento ou
conduta.
O filme “Laranja Mecânica”, foi produzido em 1971. E é baseado no romance homônimo de Anthony Burguess.
No filme tem a presença de Alex, um jovem inglês que lidera um grupo de jovens delinquentes. Estes jovens saem
pelas madrugadas usando alucinógenos, espancando mendigos idosos e violentando mulheres, entre outros criminosos. Para
o bando, tudo acontece num clima de pura diversão e sarcasmo.
Entre suas investidas,Jack pratica um homicídio, levando-o para uma casa de detenção. Após ser traído por sua
gangue, em uma de suas investidas, Alex é presoe condenado a quatorze anos de detenção por assassinato. E para escapar
da prisão, ele se submete ao tratamento experimental. Ludovico, que recupera presose reinsere no convívio social. O
programa proposto por Ludovico propõe modificar o comportamento através do condicionamento, e é aí que surge o
Behaviorismo, a partir do momentoem que eles começam a estudar o seu comportamento, que consiste em “condicionar” o
paciente a registrar todo comportamento anormal.
No entanto, para conseguir um melhor tratamento, auxilia o capelão do presídio nas atividades religiosas. Ao saber
que está sendo utilizado um novo método “Método Ludovico”, de recuperação de prisioneiros que garante a liberdade imediata,
Alex candidata-se de imediato, contra a vontade do capelão e do diretor do presídio. Tratando assim o mais puro behaviorismo,
que consiste em “condicionar” o paciente a rejeitar todo comportamento “anormal”.
Em A Laranja Mecânica tem-se um excelente exemplo de como utilizar certos conhecimentos da Psicologia para o
exercício do controle social.
De acordo com a narrativa, o líder da gangue (Alex) então preso, é submetido ao programa de condicionamento,
volta às ruas modificadas. Quando pensa ou tenta algum ato violento, o seu organismo reage com crises de pânico, vômito,
tontura. Esse condicionamento foi realizado através de sugestões visuais, onde ele assistia a cenas de violência sem sequer
poder piscar os olhos, que se mantinham abertos à força, sendo molhados com colírio.
Em seu retorno à sociedade, ele encontra todas as suas vítimas, que se vingam dele, que não consegue reagir por
causa do seu condicionamento. É espancado por um de seus ex-colegas que se tornou policial e, em seu caminho, cruza com
2. um senhor que ficou paralítico e que teve a esposa estuprada e morta ao serem agredidos por ele. Esse senhor o reconhece
somente quando ele está na banheira e canta uma música, a mesma que ele cantou quando o estava agredindo. Como as
outras vítimas, vinga-se, mandando um empregado agredi-lo.Enfim, coerção gera coerção, e o filme Laranja Mecânica é muito
claro neste sentido, pois elucida de maneira bastante óbvia os efeitos colaterais gerados pela utilização de controle coercitivo.
Tais efeitos se fazem evidente no tratamento que Alex é submetido depois que é levado para a prisão. Tendo
recebido uma pena de 14 anos de reclusão em um instituto prisional que usa a coerção para manter sob controle os detentos,
Alex enxerga num tratamento revolucionário a possibilidade de encurtar o cumprimento de sua pena. Trata-se de um
tratamento que ilustra com bastante clareza o paradigma do condicionamento respondente, ao mesmo tempo que cria a
oportunidade para que possamos discutir a eficácia da punição como meio para a modificação de comportamentos.Depois de
passar por todos os percalços, Alex volta ao seu estado normal através de uma cirurgia no cérebro, pelas mãos de um
congressista que quer utilizá-lo como vítima do sistema para sua campanha eleitoral. Tem então, “lindas visões”, recheadas de
violência e morte.
Como na caixa de Skinner, Alex vincula o seu sofrimento físico a atos de violência introduzidos através de vídeos
que ele assistiu exaustivamente, semao menos poder fechar os olhos. Esse tipo de condicionamento – ou técnica behaviorista
–, relacionando um efeito (seu mal-estar) a uma causa (violência), se faz presente através da teoria comportamental. Seu
comportamento é moldado de acordo com os propósitos de outrem.Alex é submetido a drogasexperimentais, e seções de
filmes, violências e sexualidade; a associação violências dos estímulos visuais e sonoros dos filmes com as reações
provocadas pelas drogas produzemno organismo dele fortes crises de dor, medo, enfim, condicionam sua reação através dos
estímulo, resposta de quando ele sofre de alteração no sistema glandular e locomotor, não mais pratica violência e ou sexo.
Quando pensa ou tenta algum atoviolento, o seu organismo reage com crises de pânico, vômito e tontura.
No caso de Alex, seus comportamentos de cometer violência eram ao mesmo tempo estímulos condicionados para
as respostas reflexas de náusea, sinalizadores de ocorrência da punição (náusea) e também eram punidores e geradores da
punição que era sentida com o grande desconforto que acompanhava as crises de náusea. Quando é desfeito o
condicionamento respondente, ou seja, quando as cenas de violência e os comportamentos de se engajar em violência perdem
a função de eliciarem as respostas reflexasde náusea, os comportamentos violentos perdem também a função de punidores e
sinalizadores de punição, ao mesmo tempo em que cometer violência deixa de ser punido pela ocorrência dos desconfortos.
Neste sentido, o filme evidencia duas coisas muito importantes: 1) Um programa de modificação de comportamentos não deve
se limitar à ocorrência dos comportamentos respondentes e nem deve 2) fazer uso de punição. A punição tem efeitos
colaterais nocivos, e a sua eficácia em suprimir comportamentos dura enquanto o estímulo aversivo estiver presente. Além do
mais, os estímulos aversivo.
Em todas estas situações Alex vai sendo exposto a cenas de violência sem que elas fossem pareadas com o
estímulo incondicionado. Por isso perdem sua função de eliciarem as respostas reflexas de náusea. O filme termina com Alex
imaginando uma cena de sexo selvagem, o que demonstra que se engajar em atos de violência não mais funciona como
estímulo condicionado para eliciar respostas reflexas de náusea e também como fonte geradora de punição. Portanto, o
3. tratamento ao qual Alex foisubmetido revelou-se um fracasso total. Também pudera, pois além de coercitivo foi desprovido da
realização de qualquer análise funcional dos comportamentos de se engajar em violência. Sem uma boa análise funcional
qualquer procedimento utilizado para modificar quaisquer comportamentos tem uma grande chance de ser ineficaz.
REFERÊNCIA
KUBRICK, Stanley. Laranja mecânica. 2013.