1) O documento analisa as percepções e práticas de psicólogos e professores em uma escola pública baseado em teorias educacionais;
2) Foi realizada entrevista com dois professores e um psicólogo da escola;
3) Os resultados apontam que a prática ainda diverge da teoria, mas esforços integrados da escola podem melhorar a formação dos profissionais.
O desenvolvimento da aprendizagem de uma jovem adulta no ensino fundamental
Psicopedagogia na escola
1. PSICOPEDAGOGIA, PSICOLOGIA E PEDAGOGIA
Ana Carolina Q.de Paiva, Jaqueline G.Cavalcanti, Max Leandro de A.
Brito, Maria Valéria P.de Araújo
Sumário
Psicopedagogia, psicologia e pedagogia: percepções construídas em uma escola
pública
RESUMO
O presente trabalho objetiva analisar concepções e práticas desenvolvidas pelo
psicólogo e professores inseridos no contexto escolar, baseando essa análise nas
importantes teorias de cunho educacional. A pesquisa foi realizada em uma escola
pública na cidade de João Pessoa. Para realização das entrevistas foi utilizado
dois questionários um para os professores e outro para o psicólogo referente à
temática analisada – percepções e práticas de atuação-. Este estudo contou com a
participação de dois professores e um psicólogo educacional, ambos do sexo
feminino com idades entre 25 e 40 anos. Na metodologia além das entrevistas
individuais foi realizada uma pesquisa observacional em sala de aula. Os
resultados apontam que a prática profissional ainda diverge da teoria, contudo é
por meio dos esforços integrados da própria escola em preparar melhor esses
profissionais juntamente com os esforços de toda equipe pedagógica para
construir uma ótima escola, que o cumprimento da qualidade e excelência nesta
organização se tornam realidades possíveis, isto nos mostra que o esforço
coletivo e o desejo de mudança desses protagonistas é o fator chave para
realização de um processo educativo de sucesso.
Palavras-chave: psicologia educacional; trabalho e sentido; psicopedagogia.
Introdução
A Psicologia aplicada à Educação iniciou com a proposta de estudar apenas
questões relacionadas à aprendizagem do aluno dentro do contexto escolar. Nos
anos de 1980 foi desencadeado muitos debates em relação à formação e atuação
do psicólogo na educação, a fim de que uma concepção mais precisa sobre o seu
papel fosse formada, em que o psicólogo educacional e a escola estivessem
aproximados (Souza, 2009).
A Psicologia escolar identificava a atuação do psicólogo educacional como
intimamente relacionado ao modelo clínico, focada em uma prática
psicodiagnóstica, psicoterapêutica e reeducativa. A perspectiva da Psicologia
educacional sobre a escola era de uma instituição apta para a aprendizagem em
que os alunos deveriam se adaptar a ela. Dessa forma, justificando, todos os
problemas de aprendizagem da criança ao fator do desenvolvimento infantil, ou
nas relações familiares e sociais (Souza, 2009).
Pode-se dizer que existe, ainda hoje, uma grande dificuldade na compreensão
plena de qual seria o verdadeiro papel do psicólogo escolar, pois a prática desse,
ainda é percebida pelos demais profissionais e caracterizada como sendo focada
no aluno denominado “problemático”, ou seja, o aluno que atrapalha as aulas, a
transmissão dos estudos, e o esquema pré-estabelecido da sala de aula, este
seria o seu campo de atuação, sua responsabilidade enquanto solucionador e
problemas, empregando seis esforços apenas no nível operacional, deixando de
lado as infinitas possibilidades de atuar. (Correia & Cols., 2001).
2. Porém, o psicólogo educacional bem como o psicopedagogo devem ter um papel
estratégico nas organizações sendo responsável também por assessorar a escola
e avaliar projetos pedagógicos em parceria com outros profissionais; orientar, ou
até intervir, em atividades que envolva a interação dos alunos em sala de aula, a
fim de que sejam desenvolvidas as intenções educativas; também deve, estar
trabalhando em conjunto com aos pais e ou cuidadores, desenvolver programas
que visem uma qualidade na aprendizagem; diagnosticar e fazer um
encaminhamento de problemas provenientes das queixas escolares. Além disso, o
psicólogo tem como função, complementar o serviço pedagógico, no que diz
respeito ao aspecto psicológico, proporcionando aos professores, e a equipe
pedagógica uma reflexão sobre a prática educativa (Martins, 2002).
Neste contexto se torna premente a necessidade de aprofundamento e um maior
conhecimento por parte destes profissionais, sobre o seu real papel dentro das
escolas enquanto agente de mudança, capaz de implementar melhorias em todos
os níveis da organização atuando de forma concreta na prática da psicopedagogia
dentro das escolas. De acordo com Selier (1997) alguns professores ainda não
demonstram preocupação em saber de que forma a criança aprende. Para o
supracitado autor é importante que professores analisem as concepções teóricas,
dessa forma, preocupando-se com sua formação, e optando por uma teoria de
base, para que não ocorra uma desarmonia na sua atuação por abordarem
concepções diversas. O conhecimento teórico no âmbito da educação não é só
necessário, como também importante, pois qualifica e instrumentaliza o
profissional, seja ele professor, psicopedagogo ou psicólogo educacional.
Esse aporte teórico por parte do psicólogo permitir-lhe-á compreender melhor o
funcionamento da escola, como também, em que teoria, o professor e a equipe
pedagógica se orientam na sua prática escolar. Dessa forma, este profissional irá
atuar, também, na reflexão das contribuições das abordagens relacionadas à
aprendizagem, em que o professor e os alunos assumem papéis, conforme a
concepção vigente (Correia & Cols., 2001).
Duas importantes abordagens, que necessitam ser dominadas pelo psicólogo
escolar, pois contribuíram para compreensão da aprendizagem, de como o
indivíduo aprende, foram às teorias de Piaget e Vigotski (2003).
Jean Piaget é considerado o teórico que mais contribuiu para o entendimento do
pensamento infantil, além da sua contribuição para a compreensão da
aprendizagem. A partir dele, se consolidaram os estudos sobre construtivismo, que
pauta a aprendizagem na troca de experiências e no interagir com o meio. Outros
teóricos, como Vigotski (2003) e Wallon (1989) também forneceram uma
contribuição ao construtivismo.
Piaget foi um estudioso suíço e começou seus estudos em 1920 sobre
desenvolvimento intelectual. Um estudo que ele realizou foi um experimento que
tinha como objetivo testar a habilidade mental. Nesse experimento, Ele percebeu
que seu foco não estava nas respostas corretas que as crianças davam, mas nas
erradas. Nesse sentido, ele percebeu que as crianças com a mesma faixa de
idade, emitiam as mesmas respostas erradas. Para compreender isso, Piaget
dedicou 60 anos da sua vida para identificar estágios de inteligência da criança
(Shaffer, 2005).
Piaget identificou quatro estágios do desenvolvimento cognitivo. De acordo com
Shaffer (2005), O período sensório motor, vai do nascimento aos dois anos, seria o
primeiro estágio. A criança, nesse estágio aprende sobre a permanência do objeto,
internalizam esquemas comportamentais, elas usam as habilidades motoras e
3. sensoriais como forma de exploração do ambiente. Quando elas chegam ao fim
desse estágio, elas já têm a capacidade de coordenações sensório-motoras mais
complexas. O estágio seguinte é o pré-operacional, que vai dos dois aos sete anos
de idade. Nesse estágio, a criança utiliza do simbolismo para representar e
entender vários ambientes. A criança continua em uma perspectiva egocêntrica.
Suas explicações são apresentadas em função de suas experiências, podendo, ou
não, ser conexos com a realidade. Ela desenvolve a capacidade de criar imagens
mentais na ausência do objeto, é também o período da fantasia, do faz de conta,
do jogo simbólico e o nominalismo. O período operatório concreto, o egocentrismo
intelectual e social que marca a fase anterior dá espaço à emergência da
capacidade da criança de estabelecer relações e coordenar pontos de vista
diferentes e de integrá-los de maneira lógico e coeso. Nessa fase, a criança já
consegue efetuar operações corretamente, mas precisa ainda de estar em
contacto com a realidade. E finalmente, o ultimo estagio, chamado de operatório
formal. Esse estágio a criança realiza raciocínios abstratos, não recorrendo ao
contato com a realidade. É neste período que a criança desenvolve a sua própria
identidade, podendo haver, problemas existências e dúvidas sobre o certo e o
errado.
Para Piaget, a atividade intelectual se utiliza de dois processos: a adaptação e
organização. Mas, para se entender esses, torna-se necessário mencionar quatro
conceitos básicos: Esquema, Assimilação, Acomodação e Equilibração.
Piaget entendia que a mente possuía estruturas mentais, que se adaptavam e
organizavam o meio, chamadas de esquemas. Esses esquemas, a medida que a
criança crescia, tornavam-se mais generalizados e diferenciados, tornando-se
mais refinados. Os esquemas são, portanto, estruturas mentais que organiza os
estímulos que lhe confrontaram, tentando encaixar esse estímulo a um esquema
existente. Dessa forma, os esquemas estão articulados aos esquemas, e se
modificam conforme a maturação cognitiva. Então, os esquemas de um adulto é
resultado dos esquemas de uma criança.
Os dois processos que promovem essa mudança nos esquemas são: assimilação
e acomodação. A assimilação é o processo em que o individuo integra um novo
dado perceptual a um esquema já existente, dessa forma, ela amplia os esquemas
existentes. Já a acomodação cria novos esquemas, ou modifica algum esquema
existente, ocorrendo, dessa forma, um crescimento na qualidade dos esquemas.
Esses dois processos são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento
cognitivo. Segundo Piaget, o balando regulador entre esses dois processos é
chamado de Equilíbrio. Antagônico a esse balanço regulador, ele chamou de
desequilíbrio. O processo que transforma de estado de desequilíbrio para equilíbrio
é chamado de Equilibração (Wandsworth, 1999).
Shaffer (2005) diz que as idéias de Piaget, trouxeram grande impacto na
educação, e muitos programas escolares tem por fundamento a teoria de Piaget.
A teoria de Piaget teve críticas, e um dos primeiros grandes críticos foi Lev Vigotski
(2003), através da sua teoria sociocultural. Vigotski (2003) atribui uma fundamental
importância a função da interação social no desenvolvimento. Na sua teoria
sociocultural do desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento é visto como
conseqüência da aprendizagem; e esta aprendizagem acontece por meio da
mediação por instrumento, que relaciona a ação do indivíduo com o mundo, e por
signos, que faz a relação dos processos mentais do ser humano com o seu
ambiente (Ribeiro & Mendes, 2001).
4. Para Vigotski (2003), todo processo de aprendizagem é ensino-aprendizagem, em
que está incluído, o aprendiz, aquele que ensina, e a relação entre eles. Vigotski
(2003) aponta para a existência de dois níveis de desenvolvimento. O primeiro
denominado de Nível de Desenvolvimento Potencial ou Proximal, refere-se aquilo
que o sujeito é capaz de fazer em colaboração com os outros elementos de seu
grupo social. E o segundo nível, chamado de Desenvolvimento Real, refere-se a
aquilo que o sujeito já sabe fazer de forma independente. A Zona de
Desenvolvimento Proximal é justamente este espaço entre o desenvolvimento
potencial e o real e é nela que o professor deve intervir para que ocorra um eficaz
desenvolvimento do processo de aprendizagem. Diante desses conceitos, Vigotski
(2003) afirma o papel fundamental do professor como mediador, é ele quem deve
estar atento sempre estimulando a criança no alcance de uma melhor
aprendizagem partindo do mais simples para a o mais complexo (Rego, 1999).
Essas duas teorias descritas exercem enorme influência na prática pedagógica no
mundo educacional. Elas ajudam a ver a educação em uma perspectiva diferente,
em que o professor não deve ser apenas um transmissor de informações, mas um
facilitador no contexto escolar, dispondo dos serviços do psicólogo, que contribui
na percepção e ajuda dos problemas pertinentes a esse contexto. Dessa forma,
fazendo do sistema educacional mais eficiente.
A importância desse tema se justifica porque quando analisamos e refletimos
sobre o que fazemos é que podemos, de fato, entendermos a participação do
psicólogo e psicopedagogo na escola, com também, refletir sobre novos horizontes
de atuação, para uma melhor prática desses.
Levando em conta o contexto apresentado, o presente trabalho objetiva analisar
concepções e práticas desenvolvidas pelo psicólogo e professores inseridos no
contexto escolar, baseando essa análise nas importantes teorias de cunho
educacional.
Metodologia
O presente trabalho de pesquisa foi realizado em uma escola pública da cidade de
João Pessoa, a referida escola pública funciona nos períodos matutino e
vespertino e por causa das eleições que solicitavam as salas com muita
antecesdêcencia, estavam ministrando aula aos sábados para conseguir cumprir a
carga horária de aulas.
A pesquisa é caracterizada como qualitativa (Bardin, 2011). Participaram desta
pesquisa na categoria de entrevistadas, dois professores e um psicólogo
educacional, todos do sexo feminino atuando na instituição a mais de um ano, com
projetos integrados. Adicionam-se a isso um número total de 13 alunos do terceiro
ano, integrantes da turma observada pelos pesquisadores.
Para realização das entrevistas semi-estruturadas, no processo de coleta das
informações, foram utilizados dois roteiros indutores, um específico para os
professores contendo oito questões, e o outro contento cinco questões
norteadoras do discurso da psicóloga da referida escola.
Resultados
A análise da atuação do professor vai se basear nos seguintes aspectos: o
desenvolvimento cognitivo pautado na interação com o meio, a importância das
atividades grupais, as teorias que fundamentam a atividade do professor, e o
atendimento as necessidades individuais dos alunos.
5. Segundo o discurso da professora, que trabalha a seis anos na área de educação,
e especificadamente nessa escola há um ano, diz se basear na teoria de Vigotski
(2003), desde o início de sua atuação como professora.
Na sua prática, ela promove diversas atividades como: a utilização do livro e
caderno, atividades com painéis, mapas mentais. Ela diz que também realizou,
uma vez, uma oficina sobre reconhecimento de reinos, a fim de que os alunos
aprendessem a diferenciar os reinos: monera, vegetal e animal. Além dessas
atividades, ela afirmou realizar atividades extraclasse, citando o exemplo de um
trabalho realizado no DETRAN. Essas atividades, segundo a professora, são
planejadas mensalmente com todos os professores que ensinam o 3º ano, e
também, semanalmente, a diretora verifica, o plano de aula feito pelos professores.
A entrevistanda relatou ainda que três vezes ao mês são realizadas atividades em
grupo, e o grupo é mesclado em sua composição por crianças que tem muita
dificuldade, com os que têm menos; como também, por crianças com bons
comportamentos, e outras com o mau comportamento. Exemplificando um trabalho
em grupo, realizado por ela em sala, ela fala novamente da atividade de
diferenciação dos reinos.
Para ela, a intervenção do professor é de grande importância, pois servirá como
um mediador, de forma que esse construa junto ao aluno o conhecimento. Ela diz
usar o método construtivista associado ao tradicional, porque acredita que o
método construtivista, por si só, é muito lento. Diante disso, a professora acredita
que atende as necessidades dos alunos parcialmente, pois acredita haver outros
agravantes como as questões em casa, com a família.
Durante o período de observação da aula realizado pelas pesquisadoras, a
professora não propõe nenhuma atividade em grupo. Porém, fez uma revisão,
sobre o tema Serviços Públicos, em que fez perguntas diretivas, e houve uma
participação dos alunos nas respostas, de forma, que as crianças demonstraram
ter entendido o assunto.
Após a revisão, ela solicitou que os alunos copiassem a atividade do quadro. Em
seguida, orientou a turma para que, assim que terminassem de copiar a atividade,
expressassem em um desenho algum serviço público. Ela só permitiu que
desenhassem aqueles que tivessem finalizado a cópia exposta no quadro. Para a
atividade lúdica, a professora estimulou os alunos a fazerem individualmente, sem
se importar com o erro. No entanto, as crianças trocam informações sobre os
desenhos e se ajudam. O comportamento dessas crianças é muito importante, e
Vigotski (2003) justifica isso dizendo que o desenvolvimento humano se dá por
meio das trocas entre parceiros sociais, através de processos de interação e
mediação, auxiliando no desenvolvimento da ZPD (Zona de Desenvolvimento
Proximal) das mesmas, uma criança com mais capacidade e que compreendeu
melhor o conteúdo ajudavam as outras que não haviam entendido muito bem
sobre o que fora solicitado que desenhassem.
De fato, foi percebido aspectos da abordagem construtivista quando se pôde
observar o momento em que a professora revisa com os alunos o tema estudado.
Ela interage, fazendo perguntas e permitindo que os alunos, de forma livre,
respondam, demonstrando um caráter construtivista. No entanto, não foi
observado uma maior coesão entre o dito e a prática profissional no momento em
que ela incentiva os alunos a uma atividade individual, sem levar em consideração
as mediações grupais, incentivadas pelo autor que ela disse se apoiar Vigotski
(2003).
6. Um fator importante a frisar é que o ambiente apresentava-se favorável à
aprendizagem, com poucos alunos, permitindo uma atenção mais especifica.
Porém, ainda assim, a professora acredita que só é possível atender ao aluno em
parte. Além da pequena quantidade de alunos, a sala era bastante ventilada, com
cadeiras confortáveis e uma boa iluminação.
Com relação à análise da atuação do psicólogo educacional, esta tomou por base
aspectos referente à formação profissional; atuação tipos de atividades
desenvolvidas e com quais objetivos; teorias utilizadas pela psicóloga; queixas
trazidas pelos professores e os procedimentos realizados diante destas; o trabalho
realizado pelos e com os professores; relevância do papel do psicólogo para o
sucesso da aprendizagem dos alunos e por último se existe alguma atividade
realizada com o intuito de promover/ facilitar o desenvolvimento cognitivo do corpo
discente.
No primeiro ponto observado a psicóloga relatou que possui especialização em
psicologia educacional pelo UNIPÊ, realizou seus estágios nas áreas hospitalar e
educacional. E fundamenta sua prática nos teóricos Piaget e Vigotski (2003), mas
principalmente Freud, pois ao trabalhar com os pais dos alunos procura saber
como foi seu desenvolvimento sua história de vida desde a concepção aos dias
atuais.
Os tipos de atividades desenvolvidas por ela são: orientação e melhoramento;
dinâmicas de relaxamento; atendimentos com pais, aluno e funcionários; palestras
e oficinas de conscientização. Em relação aos atendimentos afirmou que: “Os
atendimentos são individuais podendo ser em duplas dependendo da necessidade,
com os pais geralmente é individual. Os objetivos do atendimento são as queixas
em relação aos filhos, conselhos orientação.”(sic). Ainda referente ao tópico das
atividades mencionou que “muitas vezes o problema está na família às crianças de
periferia, que os pais não conseguem ter domínio dos filhos passam o dia inteiro
trabalhando e isso se reflete no comportamento do aluno na escola” (sic.)
Sobre as dinâmicas de relaxamentos disse que tinham a finalidade de diminuir a
agressividade e estimular a integração entre os alunos. “Trabalho também com
projetos palestras,dinâmicas de relaxamento, fiz um curso em relaxamento
trabalho muito a dinâmica com os alunos, relaxamento com músicas, tapete no
chão, quando a turma é grande eu divido, gosto de fazer porque ai a gente detecta
algum problema e até para que se possa melhorar a interação, o comportamento
entre eles, muitas vezes eles tem problemas de agressividade, violência” (sic.)
Confrontando todas essas práticas com a teoria encontra-se que esses aspectos
ora convergem ou divergem dois mencionados por Brito (2002), como pontos
confluentes do papel do psicólogo educacional encontra-se: orientar em atividades
que envolva a interação dos alunos em sala de aula a exemplo das oficinas e
palestras realizadas; proporcionar aos professores, e a equipe pedagógica uma
reflexão sobre a prática educativa ainda que defasada já que o trabalho mas
focado nesse ponto ocorrem apenas aos sábados nas reuniões de planejamento
pedagógico na qual a profissional seleciona algumas mensagens para reflexão,
como relatado na entrevista em anexo; trabalhando em conjunto com aos pais e ou
cuidadores; e procede encaminhamento de problemas provenientes das queixas
escolares como o relatado a posteriori sobre a FUNAD.
Já como pontos divergentes que não são praticados ou os que são praticados que
não condiz com o que deveria ser feito encontra-se dar aulas de reforço para os
alunos, isso deveria ser atribuído a outro profissional, ou poderiam ser criados
7. grupos de estudos entre os próprios alunos e orientado por um professor; escuta
sem proceder orientação junto aos funcionários seria mais eficaz um trabalho de
aconselhamento ou de encaminhamento junto a outro profissional, poderia até se
ver a possibilidade de realizar parcerias com clínicas de instituições de ensino
superior; o tempo gasto com as dinâmicas de relaxamento deveriam ser mais bem
aproveitados para um trabalho mais em conjunto com os professores dentro de
sala de aula, para promover não só a integração entre os alunos e a diminuição da
agressividade mais prioritariamente para desenvolver atividades voltadas para o
desenvolvimento intelectual dos alunos, promovendo assim o aprendizagem dos
mesmos.
As queixas trazidas pelos professores citadas pela psicóloga versam sobre o
comportamento dos alunos em sala de aula que não permitem que eles ministrem
as disciplinas, as faltas, as notas baixas, e também trazem queixas sobre “os
alunos não estão conseguindo acompanhar evoluir. muitas vezes tem um
problema em casa que até o próprio professor não sabe o que é”. (sic.). Os
procedimentos realizados por ela diante destas são trabalha-se conjuntamente
com os pais, é enviado um comunicado para que eles venham até a escola, e
depois quando chegam é trabalhado a história de vida dos alunos.
Afirmou ainda que o trabalho realizado às vezes não surte muito efeito porque
muitas vezes a psicóloga junto com a orientadora pedagógica tentam trabalhar
com os alunos, mas a escola não tem mais um professor de reforço, que
anteriormente os estudantes conseguiam vir fazer aulas de reforço duas vezes por
semana, e hoje não mais isso dificulta o processo.
Outro procedimento feito, quando necessário, é o encaminhamento para FUNAD
ou para o Centro de Referências, isso acontece quando ela percebe que a criança
tem problemas de hiperatividade, gagueira, audição, ou outros que impedem o
aprendizado, ai é realizado um trabalho preventivo, pois afirma que o
encaminhamento é justamente para se poder trabalhar em cima de um laudo que
ela quanto psicóloga educacional não pode dar, ai sabendo o que o aluno tem ou
não se trabalha com ele para melhorar seu aprendizado. Após esses
encaminhamentos é solicitados dos pais esse feedback do acompanhamento junto
a FUNAD, assim trabalha-se junto com os pais e é pedido o retorno das
informações. No ponto sobre a atuação do psicólogo ela disse que o psicólogo
pode contribuir para o sucesso do processo educativo com a realização de um
trabalho integrado, juntamente com o orientador, a assistente social, e a
supervisão.
Um último aspecto analisado foi se a psicóloga tinha conhecimento, ou saberia
informar em que se fundamentavam as práticas dos professores ao que ela
respondeu que eles fazem uso do método tradicionalista juntamente com o método
construtivista. Contudo não soube dizer em quais teóricos se fundamentavam,
indagada sobre alguma atividade direcionada para o desenvolvimento cognitivo
afirmou realizava as atividades de reforço e encaminhamento. Junto aos
professores não disse bem apenas afirmou que junto aos funcionários e equipe
técnica fornece o serviço de escuta e acha muito relevante para o bom andamento
da instituição, pois quando eles têm a oportunidade de desabafar seus problemas
alivia sua dor e eles conseguem trabalhar bem.
Desse modo conclui-se que ainda necessita-se de uma formação acadêmica mais
voltada para real compreensão do verdadeiro papel do psicólogo escolar, para que
compreendendo com clareza quais suas funções e o que ele pode desenvolver no
8. contexto escolar, possa realizar um trabalho que promova o como promotor do
desenvolvimento educacional em todos os níveis da instituição.
Considerações Finais
Tendo em vista que a ação da escola não se limita a instrução, mas ao
desenvolvimento da pessoa completa, torna-se imprescindível o papel do
psicopedagogo e o psicólogo educacional, visto que eles devem procurar pautar
seu trabalho em teorias que respaldem sua prática profissional. Almejando deste
modo tornar o processo de aprendizagem mais efetivo e significativo tanto para o
educando, como para todos os agentes envolvidos no contexto escolar.
Procurando ainda resguardar sua prática na integração entre as dimensões
afetiva, cognitiva e motora como afirma Wallon (1989) motivando os alunos mesmo
diante das dificuldades de ordem emocional e comportamental que se traduzem
em dificuldade de aprendizagem.
Com tudo que foi visto a cerca dos principais teóricos, e da prática realizada pela
psicóloga e a professora a pesquisa aponta que a prática ainda diverge da teoria
mais que com os esforços da academia em preparar melhor esses profissionais
juntamente com os esforços de toda equipe pedagógica para construir uma escola
pública nota 10 como a instituição visitada, torna claro que é o esforço coletivo o
fator responsável por um processo educativo de sucesso. Desse modo as
pesquisadoras são felizes em concordar com Wallon (1989) quando este afirma
que: “A eficácia da ação educativa se fundamenta no conhecimento da natureza
da criança, de suas capacidades, necessidades, ou seja, no estudo psicológico da
criança”. Isto já é revelador de como a nossa atuação pode contribuir e muito para
o desenvolvimento potencial de uma aprendizagem mais significativa.
Bibliografia
Referências
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Correia, M. F. B., Lima, A. P. B. & Araújo, C. R. (2001). As contribuições da psicologia cognitiva e a atuação do psicólogo no
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Selier, M. G.(1997). Piaget: O diálogo com a criança e o desenvolvimento do raciocínio. São Paulo: Scipione.
Shaffer, David R. (2005). Psicologia do desenvolvimento: infância e adolescência. São Paulo: Thomson.
Souza M.P.R. (2009). A atuação do psicólogo na rede pública de educação frente à demanda escolar: concepções, práticas e
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Vigotski, L. S.(2003). Psicologia pedagógica. Porto Alegre: Artmed.
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Rego, T. C. (1999). Vigotski Uma perspectiva histórico-cultural. Petrópolis: Vozes.
Martins, J. B. (2003). A atuação do psicólogo escolar: multirrederencialidade, implicação e escuta clínica: Maringá
Departamento de Psicologia Social e Institucional. Universidade Estadual de Londrina.
Publicado em 23/10/2012 14:20:00
Currículo(s) do(s) autor(es)
Ana Carolina Q.de Paiva, Jaqueline G.Cavalcanti, Max Leandro de A. Brito, Maria Valéria P.de
Araújo - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) - Ana Carolina Queiroz de Paiva –
Psicóloga formada pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Consultora em Recursos
Humanos pela FUNPEC-UFRN.
Jaqueline Gomes Cavalcanti – Graduanda em psicologia pela Universidade Federal da Paraíba
– UFPB.
Max Leandro de A. Brito - mestre em administração pela Universidade Federal do Rio Grande
do Norte – UFRN. Atua como docente do curso de Administração da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte.
Maria Valéria Pereira de Araújo – Bacharel e mestre em administração pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, é Doutora em Administração pela Universidade
Federal da Paraíba. Atua como docente dos cursos de Administração, Turismo e do Programa
de Pós-Graduação em Turismo da UFRN.