SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 31
Prof. Me. Edson Elias de Morais
edson_londrina@hotmail.com
Doutorando em Ciências Sociais – UNESP
Prof. Assistente do Departamento de Ciências Sociais.
A RELIGIOSIDADE CONTEMPORÂNEA E
OS DESAFIOS SÓCIO-POLÍTICOS.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDR
Apresentar uma análise acerca da relação entre a
religiosidade e sociedade na contemporaneidade,
procurando perceber os graus de influência entre
ambas. Estimular o debate acerca do papel da(s)
religião(ões) na esfera pública no que concernem os
atuais debates políticos e civis.
Este minicurso tem por objetivo apresentar algumas reflexões acerca da
religiosidade evangélica contemporânea a partir da Sociologia da Religião.
As fontes e dados empíricos são frutos da Pesquisa e Dissertação de
Mestrado defendida em setembro de 2013 no Programa de Pós-Graduação
em Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina. Temos por
objetivo, também, apresentar algumas das principais reflexões de Jürgen
Habermas acerca do papel da religião no debate político da esfera pública.
Habermas propõe uma reflexão acerca da legitimidade e da importância do
diálogo entre crentes e não crentes (belivers and nonbelivers) para o avanço
da democracia liberal, sendo esta discussão urgente na contemporaneidade,
seja no âmbito local ou global, tendo em vista o avanço de formas
fundamentalistas em todas as tradições religiosas.
Palavras-chave: Sociologia da Religião; Espaço Público; Evangélicos.
EMENTA
SECULARIZAÇÃO?
DESSECULARIZAÇÃO.
REENCANTAMENTO.
RESSACRALIZAÇÃO.
PÓS-SECULARIZAÇÃO
Sociedade mágica – sociedade racional – sociedade reencantada.
MODERNIDADE X PÓS-MODERNIDADE
ESTADO LAICO – SECULARIZADO.
Prof. Dr. Lísias Nogueira Negrão (USP).
“[...] não obstante a permanência do encantamento no plano das
mentalidades, o Brasil é, de fato, secularizado: existe a separação
entre Igreja e Estado, a administração realiza-se a partir de códigos
legais e órgãos executivos seculares, sem nenhuma influência decisiva
por parte de grupos religiosos. A ciência, a tecnologia e o cálculo
racional presidem às atividades produtivas” (NEGRÃO, 2005, p. 35).
“Creio que esta interpretação de nossa permanência num estado de
semi-encantamento e secularização relativa não esteja em desacordo
com a teoria weberiana. Desde logo porque desencantamento e
secularização são processos que, embora busquem a racionalidade, são
reversíveis. Se houve momentos históricos em que tais processos se
deram de maneira plena e absoluta – vale lembrar o desenvolvimento
inicial do protestantismo ascético e o mundo secularizado
contemporâneo de Weber, há também casos de retrocesso, resistências
e impasses” (IDEM).
A Sociologia Clássica.
Religião como uma esfera da realidade social.
 Karl Marx e Engels. (Materialismo Histórico)
 Émile Durkheim. (Funcionalismo)
 Max Weber. (Compreensivismo).
Sociologia da Religião no Brasil.
 Sociologia brasileira (1930) compromissada com
desenvolvimento nacional (sociedade moderna,
produtiva e científica).
 Positivista : Moderno X arcaico. / ciência X catolicismo.
 Sociologia na década de 1950/60.
 Marxistas críticos da religião.
 Interesse pelo “exótico”: Religiões Afro-brasileiras e Pentecostalismo.
 Sociologia da Religião a partir de 1990.
 Interesse pelo pluralismo religioso e o advento e consolidação do
Neopentecostalismo.
 Institucionalização da Teologia (Cristã e Umbandista) pelo MEC.
 Teologia X Ciência da Religião.
A religião, do ponto de vista sociológico, não pode ser
compreendida como um fenômeno monolítico e coeso, mas como
um fenômeno social dinâmico e, principalmente, plural, que
influencia e é também influenciado pela estrutura sociocultural.
Em nosso caso, uma sociedade de classes sociais e interesses
hegemônicos da classe dominante, na qual a religião não é isenta
destas influências (MORAIS, 2015, p. 37).
Segundo Stefano Martelli, a religião para Rudolf Otto “‘não consiste nas
suas expressões racionais’, e sim na experiência do sagrado. Para Otto, a
essência de qualquer religião é a experiência de uma realidade ‘outra’, que
se manifesta na consciência do crente, antes mesmo (tanto em sentido
ontológico como filogenético) de ser incorporada nos ritos e nos mitos, e
preservada por um grupo de especialistas”. E acrescenta que Otto
caracteriza o “numinoso” i.é. divindade, como “Mysterium” (Não
manifesto, oculto); “tremendum” (Temor e tremor); “fascinosum”
(Fascinante, admirável) (MARTELLI, 2006, p. 2-3).
Para Thomas Luckmann a religião “é a capacidade de o organismo
humano transcender sua natureza biológica através da construção de
universos de significados objetivos, que obrigam moralmente e que
tudo abarcam”, caracterizando não apenas como “o fenômeno social”,
mas “o fenômeno antropológico por excelência” (BERGER, 2009, p.
183, grifo do autor).
No entanto, cabe-nos buscar uma definição, sob a perspectiva
sociológica, sem necessariamente nos preocuparmos com a natureza
do fenômeno religioso, mas sim, com as funções políticas, isto é,
“funções de inclusão e exclusão, de associação e dissociação, de
integração e distinção”, como alerta Pierre Bourdieu (2004, p. 30).
Para Otto MADURO a Religião é:
“Uma estrutura de discursos e práticas comuns a um
grupo social referentes a algumas forças
(personificadas ou não, múltiplas ou unificadas) tidas
pelos crentes como anteriores e superiores ao seu
ambiente natural e social, frente às quais os crentes
expressam certa dependência (criados, governados,
protegidos, ameaçados etc.) e diante das quais se
consideram obrigados a um certo comportamento em
sociedade com seus “semelhantes” (1983, p. 31).
[...] Uma definição sociológica da religião é uma definição da religião
enquanto é parte da dinâmica social, influi sobre ela e dela recebe um
impacto decisivo. Uma definição sociológica da religião é uma
definição da religião como fenômeno social, fenômeno social imerso
numa complexa e movimentada rede de relações sociais” (MADURO,
1983, p. 41, Grifos nossos).
O Neoliberalismo.
Propostas:
Contra a Social Democracia.
Programa de Privatização das estatais.
Desmantelamento dos sindicatos.
Flexibilização das leis trabalhistas.
Redução dos gastos públicos com políticas sociais.
Redução da ação do Estado no controle do Mercado.
projeção de uma cidadania individualista (vitorias e fracassos)
“A democracia neoliberal não produz cidadãos, mas consumidores, e também não
produz comunidades, mas uma sociedade atomizada de pessoas sem compromissos e
socialmente impotentes” (Conf. MCCHESNEY, 2010, p. 9).
Neopentecostalismo e Neoliberalismo
 Manifestações paralelas e interdependentes.
 Período da Ditadura Civil Militar...
 Movimentos Políticos: Comunismo X Capitalismo.
 Movimentos Religiosos: Progressistas X Tradicionais.
 A partir de 1990...
 Queda do discurso Comunista.
 Queda da Teologia da Libertação.
 Avanço do Neoliberalismo.
 Avanço do Neopentecostalismo.
Antônio Gouvêa
de Mendonça (1990)
(Origens hist. e teologia)
Paul Freston (1993)
(Histórico institucional)
R. Mariano (1995)
(Histórico institucional)
 Históricos Tradicionais
 Pentecostais
 Clássicos
 Cura divina
 Históricos Tradicionais
 Pentecostais
 1 Onda
 2 Onda
 3 Onda
 Históricos Tradicionais
 Pentecostais
 Pent. Clássico
 Deuteropentecostalismo
 Neopentecostais
José Bittencourt
Filho (2003)
(Famílias denominacionais)
Dissertação (2013)
(Religiosidade local)
* Neopentecostalismo – “espírito do tempo”.
 Históricos Tradicionais
 Pentecostais
 Protest. de Missão.
 Protest. de Imigração.
 Pent. Clássico
 Pent. Autônomo
 Pent. Neodenominacional
 Religiosidade Tradicional.
 Religiosidade Progressista.
 Religiosidade Pentecostal.
 Religiosidade Neopentecostal Meta-
Institucional.
Londrina
14%
21%
30%
Brasil
9%
15%
22,16%.
Templos evangélicos
2000 - 412
2010 - 700
1991
2000
2010
64%
22.16%
62%
24%
63%
30%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
CATÓLICO
EVANGÉLICO
FONTE: IBGE – Dados 2010
Proporção entre evangélicos e católicos
Londrina
Curitiba
Brasil
9%
15%
22.16%
14%
21%
30%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
Fonte: Projeto Brasil 2010 - Sepal
Comparação proporcional de evangélicos
Brasil Londrina
1991 2000 2010
2010
Total população nacional –
190.755.799
Total população londrinense –
506.701
Templo Central.
Fundada em 1937.
Localizado à Rua Benjamim Constant, 1647.
O templo comporta aproximadamente 600
pessoas.
Possui cerca de 3.500 membros.
CENTRO DE ADORAÇÃO.
Localizado à Rua João XXIII, 401.
Templo comporta cerca de 900 pessoas.
Terreno de 32 mil m². Adquirido em 1998 por 800 mil Reais.
Templo Central.
Fundada em 1944 na cidade de Londrina.
Localizada à Rua São Vicente, 168.
Templo comporta 1500 pessoas.
Cerca de 2 mil membros.
56 congregações, totalizando cerca de
8.500 membros.
Fundada em 1963.
Localizada à Rua Cuiabá, 48.
Templo comporta 2400
pessoas.
3300 membros.
Fundada no final da década de
1980
Localizado à Rua Benjamim
Constant, 1488.
Templo comporta 1400 pessoas.
Em média 800 a 1000 fiéis.
*Fonte das fotos: Sítios eletrônicos das próprias igrejas.
1 – Os Sermões e o status quo.
Legitimidade do discurso – Reprodução ou rompimento com o status quo.
Tônica: “Espiritualidade”, “Vida Cristã”.
Problemas cotidianos Individuais (GENÉRICOS).
Deus | Diabo
Esperança
Individualismo
Obediência
Família de Deus
Paternidade espiritual
Características: Pertencimento.
Poder e dominação
Padrão moral
e bons
costumes
Política
conservadora
Combate à agenda progressista
Medo e esperança
Ideologia
Resignação
Resiliência
2 – Unidade na pluralidade sob a perspectiva neopentecostal.
Trânsito
Religioso e
Competição
Mercado de bens
simbólicos
Adaptação de discurso
Flexibilização
liturgia|doutrina
Exaurimento das
tipologias
clássicas
Religiosidade contemplativa,
individualizada, maniqueísta,
utilitária.
É possível observar traços,
fragmentos, misturas,
combinações entre o novo e o
velho e entre diferentes. Uma
bricolagem que se configura
em nova religiosidade.
Religiosidade influenciada pelo
movimento neopentecostal.
Religiosidade sem fronteiras e
sem barreiras
Religiosidade fragmentada que
permite cortes, adaptações,
colagens em tradições
historicamente estabelecidas.
Religiosidade neopentecostal
meta-institucional
3 – Mercado e religião.
Críticas contra a IURD – Venda de bens Simbólicos. | 5 min. R$ 950,00.
Sacrifício e o obediência
Pastores – discurso ambivalente sobre consumo religioso > Empresas.
Público evangélico altamente
consumidor
Comércio de bens religiosos 2012 – R$ 12
Bilhões.
Expocristã em 2006 – R$ 50 Milhões.
Organizações Globo – Som Livre|GEO
Eventos.
Os evangélicos mantêm relação com o mercado não somente pelo consumo direto, mas
também pela via do discurso do ideário da livre concorrência e da ausência de críticas ao
sistema econômico, político e social capitalista.
Processo de interdependência
entre o mercado e a religião
 A Igreja precisa cada vez mais da lógica, dos instrumentos, e dos
recursos do mercado.
 O mercado precisa cada vez mais de cidadãos não contestadores,
bons pagadores e de pastores que ensinam que os problemas
políticos e sociais são obras de Satanás.
Jürgen Habermas e a Teoria Crítica.
* Paradigma do desaparecimento.
* Paradigma da privatização.
* Paradigma da publicização.
- Conflito Razão científica X Fé e moral religiosa.
- Ação comunicacional – Crentes e não-crentes.
“Tão logo uma questão existencialmente relevante vá para a agenda política,
os cidadãos – tanto crentes como não crentes – entram em colisão com suas
convicções impregnadas de visões de mundo e, à medida que trabalham as
agudas dissonâncias desse conflito público de opiniões, têm a experiência do
fato chocante do pluralismo das visões de mundo. Quando aprendem a lidar
pacificamente com esse fato na consciência de sua própria falibilidade – sem
rasgar, portanto, o laço de uma comunidade política –, eles reconhecem o que
significam, em uma sociedade pós-secular, as condições seculares da tomada
de decisões, estabelecidas pela Constituição” (HABERMAS, 2013, p. 7, grifo
nosso).
- Esfera pública formal.
- Esfera pública informal.
- Fé moderna X Fé pré-moderna.
- “autoconsciência” X “exclusivismo”
Estas reflexões nos levam a ponderar sobre os modelos de fé que tem se
manifestado frente às demandas públicas contemporâneas. Assim, podemos
analisar os tipos e formas de reivindicações dos diferentes grupos religiosos na
esfera pública formal e informal e seus compromissos com o saber científico,
com o pluralismo de visões de mundo e com a autocrítica. Ou se estão sob um
modelo de fé fundamentalista que reivindica a exclusividade da fé e que impõe
uma luta implacável contra os infiéis e contra formas de visão de mundo
diferentes, negando assim, a pluralidade que caracteriza as sociedades
contemporâneas. Esta última forma de fé e religião é um risco para a
democracia, pois sua existência pressupõe a negação de outras formas de visão
de mundo, que devem ser garantidas e protegidas pelo Estado laico e
secularizado.
ALVES, Rubem. O suspiro dos oprimidos. São Paulo: Paulus, 1999.
ANDERSON, Perry. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, Emir; GENTILI, Pablo (Org.)
Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1995, pp. 09-23.
ARAUJO, Luiz Bernardo Leite. Pluralismo e justiça: estudos sobre Habermas. São Paulo:
Edições Loyola, 2010.
ARAUJO. Luiz Bernardo Leite. Religião e modernidade em Habermas. São Paulo: Edições
Loyola, 1996.
BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 1998.
BERGER, Peter. A dessecularização do mundo: uma visão global. Religião e sociedade. V.21,
n.1, pp9-23, 2000.
BITTENCOURT FILHO, José. Matriz Religiosa Brasileira: religiosidade e mudança social.
Petrópolis: Vozes; Petrópolis: Koinonia, 2003.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 7. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
BOURDIEU, Pierre. A Economia das Trocas Simbólicas. Coleção Estudos, 20, 5. ed. São
Paulo: Perspectiva, 2004.
DELACAMPAGNE, Christian. Filosofia Política hoje: Ideia, debates, questões. Rio de
Janeiro: Zahar Ed. 2001.
HABERMAS, Jürgen. Entre naturalismo e religião: estudos filosóficos. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, 2007.HABERMAS, Jürgen. Era das transições. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,
2003.
HABERMAS, Jürgen. Fé e Saber. São Paulo: Editora Unesp, 2013.
HERVIEU-LÉGER, Danièle; WILLAIME, Jean-Paul. Sociologia e Religião: Abordagens Clássicas.
Aparecida, SP: Idéias & Letras, 2009.
MADURO, Otto. Religião e Luta de Classes. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1983.
MARIANO, Ricardo. Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. 3. ed. São
Paulo: Loyola, 2010.
MARTELLI, Stefano. A experiência religiosa. A religião do ponto de vista do mundo vital parte I.
Ciberteologia – Revista de Teologia & Cultura. ano 2, n.7. 2006. Disponível em:
<http://ciberteologia.paulinas.org.br/ciberteologia/wp-content/uploads/2009/05/a
experienciareligiosai.pdf>. Acessado em: 10 jan. 2012.
MORAIS, Edson Elias de. Religiosidade Contemporânea: aproximações entre o
neopentecostalismo e o neoliberalismo. 206 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) –
Universidade Estadual de Londrina, Londrina-PR, 2013.
MCCHESNEY, Robert W. Introdução à obra. In: CHOMSKY, Noam. O Lucro ou as Pessoas?
Neoliberalismo e ordem global. 6. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010, pp. 7-17.
NEGRÃO, Lísias N. Nem “jardim encantado”, nem “clube dos intelectuais desencantados”. In:
Revista Brasileira de Ciências Sociais. vol. 20. n° 59, 2005.
PORTIER, Philippe. Democracia e religião no pensamento de Jürgen Habermas. In: Numen:
revista de estudos e pesquisa da religião, Juiz de Fora, v. 16, n. 1, p. 611-628, 2013.
TEIXEIRA, Faustino(org.). Sociologia da religião: Enfoques teóricos. Petrópolis, RJ: Vozes, 4. Ed.,
2011.
VALADIER, Paul. Fraqueza do político, força do religioso. Lisboa: Edições PIAGET, 2014.
Indicação para pesquisa:
http://tvbrasil.ebc.com.br/retratosdefe/episodios

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a A RELIGIOSIDADE CONTEMPORÂNIA E OS DESAFIOS SÓCIO-POLÍTICOS_SEPECH.pptx

Comunicação coordenada Religião, Sociedade & Cultura - ABANNE 2015
Comunicação coordenada Religião, Sociedade & Cultura - ABANNE 2015Comunicação coordenada Religião, Sociedade & Cultura - ABANNE 2015
Comunicação coordenada Religião, Sociedade & Cultura - ABANNE 2015Cleonardo Mauricio Junior
 
1 doutrina social da igreja que é a dsi
1 doutrina social da igreja  que é a dsi1 doutrina social da igreja  que é a dsi
1 doutrina social da igreja que é a dsiJorge Eduardo Brandán
 
Mídia e religiões
Mídia e religiõesMídia e religiões
Mídia e religiõesJanaineaires
 
“Mitos Modernos e Ritos Profanos: Provocações”
“Mitos Modernos e Ritos Profanos: Provocações”“Mitos Modernos e Ritos Profanos: Provocações”
“Mitos Modernos e Ritos Profanos: Provocações”Robson Costa
 
Paula montero controversas publicas sobre religiao
Paula montero controversas publicas sobre religiaoPaula montero controversas publicas sobre religiao
Paula montero controversas publicas sobre religiaoUlisses de Oliveira
 
Pdf 10 pastores em crise os efeitos da secularização e do neopentecostalism...
Pdf 10   pastores em crise os efeitos da secularização e do neopentecostalism...Pdf 10   pastores em crise os efeitos da secularização e do neopentecostalism...
Pdf 10 pastores em crise os efeitos da secularização e do neopentecostalism...Paulo Dias Nogueira
 
Definição de sociologia
Definição de sociologia Definição de sociologia
Definição de sociologia Matheus Bolzan
 
Reflexões teóricas e históricas sobre o espiritualismo de 1850 a 1930
Reflexões teóricas e históricas sobre o espiritualismo de 1850 a 1930Reflexões teóricas e históricas sobre o espiritualismo de 1850 a 1930
Reflexões teóricas e históricas sobre o espiritualismo de 1850 a 1930ceakimb
 
A história, a relevância social e o desenvolvimento da teologia.pdf
A história, a relevância social 
 e o desenvolvimento da teologia.pdfA história, a relevância social 
 e o desenvolvimento da teologia.pdf
A história, a relevância social e o desenvolvimento da teologia.pdfLeandroFernandes17198
 
Antropologia contemporânea
Antropologia contemporânea Antropologia contemporânea
Antropologia contemporânea mundica broda
 
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.pptAleTavares2
 
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.pptMARIADAASSUNOSIMOESF
 
Homem cultura sociedade u1
Homem cultura sociedade u1Homem cultura sociedade u1
Homem cultura sociedade u1ingrid stefanny
 
A CRÍTICA DE NIETZSCHE À CULTURA DE MASS
A CRÍTICA DE NIETZSCHE À CULTURA DE MASSA CRÍTICA DE NIETZSCHE À CULTURA DE MASS
A CRÍTICA DE NIETZSCHE À CULTURA DE MASSDomingosJunior22
 

Semelhante a A RELIGIOSIDADE CONTEMPORÂNIA E OS DESAFIOS SÓCIO-POLÍTICOS_SEPECH.pptx (20)

Comunicação coordenada Religião, Sociedade & Cultura - ABANNE 2015
Comunicação coordenada Religião, Sociedade & Cultura - ABANNE 2015Comunicação coordenada Religião, Sociedade & Cultura - ABANNE 2015
Comunicação coordenada Religião, Sociedade & Cultura - ABANNE 2015
 
1 doutrina social da igreja que é a dsi
1 doutrina social da igreja  que é a dsi1 doutrina social da igreja  que é a dsi
1 doutrina social da igreja que é a dsi
 
Mídia e religiões
Mídia e religiõesMídia e religiões
Mídia e religiões
 
“Mitos Modernos e Ritos Profanos: Provocações”
“Mitos Modernos e Ritos Profanos: Provocações”“Mitos Modernos e Ritos Profanos: Provocações”
“Mitos Modernos e Ritos Profanos: Provocações”
 
Paula montero controversas publicas sobre religiao
Paula montero controversas publicas sobre religiaoPaula montero controversas publicas sobre religiao
Paula montero controversas publicas sobre religiao
 
Pdf 10 pastores em crise os efeitos da secularização e do neopentecostalism...
Pdf 10   pastores em crise os efeitos da secularização e do neopentecostalism...Pdf 10   pastores em crise os efeitos da secularização e do neopentecostalism...
Pdf 10 pastores em crise os efeitos da secularização e do neopentecostalism...
 
Conhecimento Religioso
Conhecimento ReligiosoConhecimento Religioso
Conhecimento Religioso
 
Definição de sociologia
Definição de sociologia Definição de sociologia
Definição de sociologia
 
Reflexões teóricas e históricas sobre o espiritualismo de 1850 a 1930
Reflexões teóricas e históricas sobre o espiritualismo de 1850 a 1930Reflexões teóricas e históricas sobre o espiritualismo de 1850 a 1930
Reflexões teóricas e históricas sobre o espiritualismo de 1850 a 1930
 
A diferença entre religião e religiosidade
A diferença entre religião e religiosidadeA diferença entre religião e religiosidade
A diferença entre religião e religiosidade
 
A história, a relevância social e o desenvolvimento da teologia.pdf
A história, a relevância social 
 e o desenvolvimento da teologia.pdfA história, a relevância social 
 e o desenvolvimento da teologia.pdf
A história, a relevância social e o desenvolvimento da teologia.pdf
 
Introdução antropologia cultural
Introdução antropologia culturalIntrodução antropologia cultural
Introdução antropologia cultural
 
Antropologia contemporânea
Antropologia contemporânea Antropologia contemporânea
Antropologia contemporânea
 
Modernidade e Religião
Modernidade e ReligiãoModernidade e Religião
Modernidade e Religião
 
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
 
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
 
7424 34663-1-pb
7424 34663-1-pb7424 34663-1-pb
7424 34663-1-pb
 
Homem cultura sociedade u1
Homem cultura sociedade u1Homem cultura sociedade u1
Homem cultura sociedade u1
 
Livro unico
Livro unicoLivro unico
Livro unico
 
A CRÍTICA DE NIETZSCHE À CULTURA DE MASS
A CRÍTICA DE NIETZSCHE À CULTURA DE MASSA CRÍTICA DE NIETZSCHE À CULTURA DE MASS
A CRÍTICA DE NIETZSCHE À CULTURA DE MASS
 

Último

Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxDianaSheila2
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresAnaCarinaKucharski1
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfMárcio Azevedo
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfElianeElika
 

Último (20)

Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdfRevista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
Revista-Palavra-Viva-Profetas-Menores (1).pdf
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
 

A RELIGIOSIDADE CONTEMPORÂNIA E OS DESAFIOS SÓCIO-POLÍTICOS_SEPECH.pptx

  • 1. Prof. Me. Edson Elias de Morais edson_londrina@hotmail.com Doutorando em Ciências Sociais – UNESP Prof. Assistente do Departamento de Ciências Sociais. A RELIGIOSIDADE CONTEMPORÂNEA E OS DESAFIOS SÓCIO-POLÍTICOS. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDR
  • 2. Apresentar uma análise acerca da relação entre a religiosidade e sociedade na contemporaneidade, procurando perceber os graus de influência entre ambas. Estimular o debate acerca do papel da(s) religião(ões) na esfera pública no que concernem os atuais debates políticos e civis.
  • 3. Este minicurso tem por objetivo apresentar algumas reflexões acerca da religiosidade evangélica contemporânea a partir da Sociologia da Religião. As fontes e dados empíricos são frutos da Pesquisa e Dissertação de Mestrado defendida em setembro de 2013 no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina. Temos por objetivo, também, apresentar algumas das principais reflexões de Jürgen Habermas acerca do papel da religião no debate político da esfera pública. Habermas propõe uma reflexão acerca da legitimidade e da importância do diálogo entre crentes e não crentes (belivers and nonbelivers) para o avanço da democracia liberal, sendo esta discussão urgente na contemporaneidade, seja no âmbito local ou global, tendo em vista o avanço de formas fundamentalistas em todas as tradições religiosas. Palavras-chave: Sociologia da Religião; Espaço Público; Evangélicos.
  • 6.
  • 7. DESSECULARIZAÇÃO. REENCANTAMENTO. RESSACRALIZAÇÃO. PÓS-SECULARIZAÇÃO Sociedade mágica – sociedade racional – sociedade reencantada. MODERNIDADE X PÓS-MODERNIDADE
  • 8. ESTADO LAICO – SECULARIZADO. Prof. Dr. Lísias Nogueira Negrão (USP). “[...] não obstante a permanência do encantamento no plano das mentalidades, o Brasil é, de fato, secularizado: existe a separação entre Igreja e Estado, a administração realiza-se a partir de códigos legais e órgãos executivos seculares, sem nenhuma influência decisiva por parte de grupos religiosos. A ciência, a tecnologia e o cálculo racional presidem às atividades produtivas” (NEGRÃO, 2005, p. 35). “Creio que esta interpretação de nossa permanência num estado de semi-encantamento e secularização relativa não esteja em desacordo com a teoria weberiana. Desde logo porque desencantamento e secularização são processos que, embora busquem a racionalidade, são reversíveis. Se houve momentos históricos em que tais processos se deram de maneira plena e absoluta – vale lembrar o desenvolvimento inicial do protestantismo ascético e o mundo secularizado contemporâneo de Weber, há também casos de retrocesso, resistências e impasses” (IDEM).
  • 9. A Sociologia Clássica. Religião como uma esfera da realidade social.  Karl Marx e Engels. (Materialismo Histórico)  Émile Durkheim. (Funcionalismo)  Max Weber. (Compreensivismo).
  • 10. Sociologia da Religião no Brasil.  Sociologia brasileira (1930) compromissada com desenvolvimento nacional (sociedade moderna, produtiva e científica).  Positivista : Moderno X arcaico. / ciência X catolicismo.  Sociologia na década de 1950/60.  Marxistas críticos da religião.  Interesse pelo “exótico”: Religiões Afro-brasileiras e Pentecostalismo.  Sociologia da Religião a partir de 1990.  Interesse pelo pluralismo religioso e o advento e consolidação do Neopentecostalismo.  Institucionalização da Teologia (Cristã e Umbandista) pelo MEC.  Teologia X Ciência da Religião.
  • 11. A religião, do ponto de vista sociológico, não pode ser compreendida como um fenômeno monolítico e coeso, mas como um fenômeno social dinâmico e, principalmente, plural, que influencia e é também influenciado pela estrutura sociocultural. Em nosso caso, uma sociedade de classes sociais e interesses hegemônicos da classe dominante, na qual a religião não é isenta destas influências (MORAIS, 2015, p. 37). Segundo Stefano Martelli, a religião para Rudolf Otto “‘não consiste nas suas expressões racionais’, e sim na experiência do sagrado. Para Otto, a essência de qualquer religião é a experiência de uma realidade ‘outra’, que se manifesta na consciência do crente, antes mesmo (tanto em sentido ontológico como filogenético) de ser incorporada nos ritos e nos mitos, e preservada por um grupo de especialistas”. E acrescenta que Otto caracteriza o “numinoso” i.é. divindade, como “Mysterium” (Não manifesto, oculto); “tremendum” (Temor e tremor); “fascinosum” (Fascinante, admirável) (MARTELLI, 2006, p. 2-3).
  • 12. Para Thomas Luckmann a religião “é a capacidade de o organismo humano transcender sua natureza biológica através da construção de universos de significados objetivos, que obrigam moralmente e que tudo abarcam”, caracterizando não apenas como “o fenômeno social”, mas “o fenômeno antropológico por excelência” (BERGER, 2009, p. 183, grifo do autor). No entanto, cabe-nos buscar uma definição, sob a perspectiva sociológica, sem necessariamente nos preocuparmos com a natureza do fenômeno religioso, mas sim, com as funções políticas, isto é, “funções de inclusão e exclusão, de associação e dissociação, de integração e distinção”, como alerta Pierre Bourdieu (2004, p. 30).
  • 13. Para Otto MADURO a Religião é: “Uma estrutura de discursos e práticas comuns a um grupo social referentes a algumas forças (personificadas ou não, múltiplas ou unificadas) tidas pelos crentes como anteriores e superiores ao seu ambiente natural e social, frente às quais os crentes expressam certa dependência (criados, governados, protegidos, ameaçados etc.) e diante das quais se consideram obrigados a um certo comportamento em sociedade com seus “semelhantes” (1983, p. 31). [...] Uma definição sociológica da religião é uma definição da religião enquanto é parte da dinâmica social, influi sobre ela e dela recebe um impacto decisivo. Uma definição sociológica da religião é uma definição da religião como fenômeno social, fenômeno social imerso numa complexa e movimentada rede de relações sociais” (MADURO, 1983, p. 41, Grifos nossos).
  • 14. O Neoliberalismo. Propostas: Contra a Social Democracia. Programa de Privatização das estatais. Desmantelamento dos sindicatos. Flexibilização das leis trabalhistas. Redução dos gastos públicos com políticas sociais. Redução da ação do Estado no controle do Mercado. projeção de uma cidadania individualista (vitorias e fracassos) “A democracia neoliberal não produz cidadãos, mas consumidores, e também não produz comunidades, mas uma sociedade atomizada de pessoas sem compromissos e socialmente impotentes” (Conf. MCCHESNEY, 2010, p. 9).
  • 15. Neopentecostalismo e Neoliberalismo  Manifestações paralelas e interdependentes.  Período da Ditadura Civil Militar...  Movimentos Políticos: Comunismo X Capitalismo.  Movimentos Religiosos: Progressistas X Tradicionais.  A partir de 1990...  Queda do discurso Comunista.  Queda da Teologia da Libertação.  Avanço do Neoliberalismo.  Avanço do Neopentecostalismo.
  • 16. Antônio Gouvêa de Mendonça (1990) (Origens hist. e teologia) Paul Freston (1993) (Histórico institucional) R. Mariano (1995) (Histórico institucional)  Históricos Tradicionais  Pentecostais  Clássicos  Cura divina  Históricos Tradicionais  Pentecostais  1 Onda  2 Onda  3 Onda  Históricos Tradicionais  Pentecostais  Pent. Clássico  Deuteropentecostalismo  Neopentecostais
  • 17. José Bittencourt Filho (2003) (Famílias denominacionais) Dissertação (2013) (Religiosidade local) * Neopentecostalismo – “espírito do tempo”.  Históricos Tradicionais  Pentecostais  Protest. de Missão.  Protest. de Imigração.  Pent. Clássico  Pent. Autônomo  Pent. Neodenominacional  Religiosidade Tradicional.  Religiosidade Progressista.  Religiosidade Pentecostal.  Religiosidade Neopentecostal Meta- Institucional.
  • 18. Londrina 14% 21% 30% Brasil 9% 15% 22,16%. Templos evangélicos 2000 - 412 2010 - 700 1991 2000 2010 64% 22.16% 62% 24% 63% 30% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% CATÓLICO EVANGÉLICO FONTE: IBGE – Dados 2010 Proporção entre evangélicos e católicos Londrina Curitiba Brasil 9% 15% 22.16% 14% 21% 30% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% Fonte: Projeto Brasil 2010 - Sepal Comparação proporcional de evangélicos Brasil Londrina 1991 2000 2010 2010 Total população nacional – 190.755.799 Total população londrinense – 506.701
  • 19. Templo Central. Fundada em 1937. Localizado à Rua Benjamim Constant, 1647. O templo comporta aproximadamente 600 pessoas. Possui cerca de 3.500 membros.
  • 20. CENTRO DE ADORAÇÃO. Localizado à Rua João XXIII, 401. Templo comporta cerca de 900 pessoas. Terreno de 32 mil m². Adquirido em 1998 por 800 mil Reais.
  • 21. Templo Central. Fundada em 1944 na cidade de Londrina. Localizada à Rua São Vicente, 168. Templo comporta 1500 pessoas. Cerca de 2 mil membros. 56 congregações, totalizando cerca de 8.500 membros.
  • 22. Fundada em 1963. Localizada à Rua Cuiabá, 48. Templo comporta 2400 pessoas. 3300 membros.
  • 23. Fundada no final da década de 1980 Localizado à Rua Benjamim Constant, 1488. Templo comporta 1400 pessoas. Em média 800 a 1000 fiéis.
  • 24. *Fonte das fotos: Sítios eletrônicos das próprias igrejas.
  • 25. 1 – Os Sermões e o status quo. Legitimidade do discurso – Reprodução ou rompimento com o status quo. Tônica: “Espiritualidade”, “Vida Cristã”. Problemas cotidianos Individuais (GENÉRICOS). Deus | Diabo Esperança Individualismo Obediência Família de Deus Paternidade espiritual Características: Pertencimento. Poder e dominação Padrão moral e bons costumes Política conservadora Combate à agenda progressista Medo e esperança Ideologia Resignação Resiliência
  • 26. 2 – Unidade na pluralidade sob a perspectiva neopentecostal. Trânsito Religioso e Competição Mercado de bens simbólicos Adaptação de discurso Flexibilização liturgia|doutrina Exaurimento das tipologias clássicas Religiosidade contemplativa, individualizada, maniqueísta, utilitária. É possível observar traços, fragmentos, misturas, combinações entre o novo e o velho e entre diferentes. Uma bricolagem que se configura em nova religiosidade. Religiosidade influenciada pelo movimento neopentecostal. Religiosidade sem fronteiras e sem barreiras Religiosidade fragmentada que permite cortes, adaptações, colagens em tradições historicamente estabelecidas. Religiosidade neopentecostal meta-institucional
  • 27. 3 – Mercado e religião. Críticas contra a IURD – Venda de bens Simbólicos. | 5 min. R$ 950,00. Sacrifício e o obediência Pastores – discurso ambivalente sobre consumo religioso > Empresas. Público evangélico altamente consumidor Comércio de bens religiosos 2012 – R$ 12 Bilhões. Expocristã em 2006 – R$ 50 Milhões. Organizações Globo – Som Livre|GEO Eventos. Os evangélicos mantêm relação com o mercado não somente pelo consumo direto, mas também pela via do discurso do ideário da livre concorrência e da ausência de críticas ao sistema econômico, político e social capitalista. Processo de interdependência entre o mercado e a religião  A Igreja precisa cada vez mais da lógica, dos instrumentos, e dos recursos do mercado.  O mercado precisa cada vez mais de cidadãos não contestadores, bons pagadores e de pastores que ensinam que os problemas políticos e sociais são obras de Satanás.
  • 28. Jürgen Habermas e a Teoria Crítica. * Paradigma do desaparecimento. * Paradigma da privatização. * Paradigma da publicização. - Conflito Razão científica X Fé e moral religiosa. - Ação comunicacional – Crentes e não-crentes. “Tão logo uma questão existencialmente relevante vá para a agenda política, os cidadãos – tanto crentes como não crentes – entram em colisão com suas convicções impregnadas de visões de mundo e, à medida que trabalham as agudas dissonâncias desse conflito público de opiniões, têm a experiência do fato chocante do pluralismo das visões de mundo. Quando aprendem a lidar pacificamente com esse fato na consciência de sua própria falibilidade – sem rasgar, portanto, o laço de uma comunidade política –, eles reconhecem o que significam, em uma sociedade pós-secular, as condições seculares da tomada de decisões, estabelecidas pela Constituição” (HABERMAS, 2013, p. 7, grifo nosso).
  • 29. - Esfera pública formal. - Esfera pública informal. - Fé moderna X Fé pré-moderna. - “autoconsciência” X “exclusivismo” Estas reflexões nos levam a ponderar sobre os modelos de fé que tem se manifestado frente às demandas públicas contemporâneas. Assim, podemos analisar os tipos e formas de reivindicações dos diferentes grupos religiosos na esfera pública formal e informal e seus compromissos com o saber científico, com o pluralismo de visões de mundo e com a autocrítica. Ou se estão sob um modelo de fé fundamentalista que reivindica a exclusividade da fé e que impõe uma luta implacável contra os infiéis e contra formas de visão de mundo diferentes, negando assim, a pluralidade que caracteriza as sociedades contemporâneas. Esta última forma de fé e religião é um risco para a democracia, pois sua existência pressupõe a negação de outras formas de visão de mundo, que devem ser garantidas e protegidas pelo Estado laico e secularizado.
  • 30. ALVES, Rubem. O suspiro dos oprimidos. São Paulo: Paulus, 1999. ANDERSON, Perry. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, Emir; GENTILI, Pablo (Org.) Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, pp. 09-23. ARAUJO, Luiz Bernardo Leite. Pluralismo e justiça: estudos sobre Habermas. São Paulo: Edições Loyola, 2010. ARAUJO. Luiz Bernardo Leite. Religião e modernidade em Habermas. São Paulo: Edições Loyola, 1996. BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 1998. BERGER, Peter. A dessecularização do mundo: uma visão global. Religião e sociedade. V.21, n.1, pp9-23, 2000. BITTENCOURT FILHO, José. Matriz Religiosa Brasileira: religiosidade e mudança social. Petrópolis: Vozes; Petrópolis: Koinonia, 2003. BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 7. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000. BOURDIEU, Pierre. A Economia das Trocas Simbólicas. Coleção Estudos, 20, 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 2004. DELACAMPAGNE, Christian. Filosofia Política hoje: Ideia, debates, questões. Rio de Janeiro: Zahar Ed. 2001. HABERMAS, Jürgen. Entre naturalismo e religião: estudos filosóficos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2007.HABERMAS, Jürgen. Era das transições. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
  • 31. HABERMAS, Jürgen. Fé e Saber. São Paulo: Editora Unesp, 2013. HERVIEU-LÉGER, Danièle; WILLAIME, Jean-Paul. Sociologia e Religião: Abordagens Clássicas. Aparecida, SP: Idéias & Letras, 2009. MADURO, Otto. Religião e Luta de Classes. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1983. MARIANO, Ricardo. Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2010. MARTELLI, Stefano. A experiência religiosa. A religião do ponto de vista do mundo vital parte I. Ciberteologia – Revista de Teologia & Cultura. ano 2, n.7. 2006. Disponível em: <http://ciberteologia.paulinas.org.br/ciberteologia/wp-content/uploads/2009/05/a experienciareligiosai.pdf>. Acessado em: 10 jan. 2012. MORAIS, Edson Elias de. Religiosidade Contemporânea: aproximações entre o neopentecostalismo e o neoliberalismo. 206 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina-PR, 2013. MCCHESNEY, Robert W. Introdução à obra. In: CHOMSKY, Noam. O Lucro ou as Pessoas? Neoliberalismo e ordem global. 6. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010, pp. 7-17. NEGRÃO, Lísias N. Nem “jardim encantado”, nem “clube dos intelectuais desencantados”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais. vol. 20. n° 59, 2005. PORTIER, Philippe. Democracia e religião no pensamento de Jürgen Habermas. In: Numen: revista de estudos e pesquisa da religião, Juiz de Fora, v. 16, n. 1, p. 611-628, 2013. TEIXEIRA, Faustino(org.). Sociologia da religião: Enfoques teóricos. Petrópolis, RJ: Vozes, 4. Ed., 2011. VALADIER, Paul. Fraqueza do político, força do religioso. Lisboa: Edições PIAGET, 2014. Indicação para pesquisa: http://tvbrasil.ebc.com.br/retratosdefe/episodios