1. Tudo sobre o abuso
infantil...
“Chega! Bata! Diga não ao abuso infantil...”
2. SEQUELAS
• Problemas sociais e de relacionamento com pessoas do mesmo sexo do
abusador, algumas vezes sequelas psiquiátricas são observadas, problemas de
comportamento, como agressão ou comportamento indevidamente
sexualizado, abuso de substancias, disfunção sexual na idade adulta,
depressão, etc.
3. MEDOS
• Já atendi a pessoas que apresentavam medos, aparentemente, infundados.
Como inicialmente não apresenta correlação aparente com abusos na
infância o caminho tornou-se um pouco mais longo, mas identificar a origem
dos medos pode ajudar, em alguns casos, no tratamento desta pessoa.
4. AUTO CULPA
• Pensamento de auto-responsabilidade são muito comuns. Algumas crianças
sentem que participaram de alguma forma se oferecendo para que o abuso
pudesse acontecer, e por isso nem sempre denunciam o abusador. Mesmo
quando adultas podem manter sentimentos de ser diferente dos outros, tem
menos confiança interpessoal, manter a crença de que o mundo é um lugar
perigoso, visão negativa da sexualidade e imagem corporal negativa.
5. O ABUSADOR É SEMPRE ALGUÉM
PRÓXIMO À CRIANÇA?
• Nem sempre, já recebi relatos de pessoas que foram abusadas por estranhos
que passavam pela rua, foram embora e nunca mais foram vistos. Mas, pelos
muitos relatos que recebo em minha clínica é muito mais comum uma pessoa
próxima aparecer como o abusador e nestes casos os sintomas podem ser
mais graves devido, principalmente, à freqüência com que o abuso se repetiu.
6. A CRIANÇA PERCEBE QUE ISSO É
ERRADO?
• Nem sempre. No caso do abuso sexual o corpo reage ao estímulo, a criança
muitas vezes procura, inocentemente aquele prazer, que num primeiro
momento parece adequado pois esta sendo oferecido por alguém a quem
deveria confiar. Normalmente a pessoa só se dá conta de que aquilo foi um
ato agressivo depois que recebe as informações do ambiente e descobre o
porque dela se sentir tão mal e desconfortável com o abuso. Pois até então
seu sentimento era de confusão.
7. PORQUE OS ABUSADORES FAZEM
ISSO?
• Muitas vezes devido a disfunções comportamentais e emocionais
principalmente no campo da sexualidade. Podem ser pessoas com forte
deficiência de empatia, incapazes de perceber o quanto está prejudicando
outra pessoa. Muitas vezes eles tem pensamentos distorcidos de que a criança
está "querendo".
8. O QUE FAZER QUANDO A MÃE, OU
ALGUÉM, DESCONFIA DE SUA
CRIANÇA ESTAR SENDO ABUSADA?
• Eu recomendo, observar e sentir o momento de conversar com essa criança.
Validar seus sentimentos, faze-la sentir-se segura para contar o que está
acontecendo. Não considero interessante perguntas para que ela responda
apenas SIM ou NÂO, pois isso pode implantar memórias falsas, pode induzir
imagens mentais de situações que não ocorreram e fazer com que a criança
acredite que vivenciou estas cenas. Fonte: Frank M. Dattilio Arthur Freeman
e colaboradores - Estratégias Cognitivo comportamentais de intervenção em
situações de crise.
10. COMO E POR QUE OCORRE O ABUSO
SEXUAL?
• Percebi que o abuso sexual ocorre em maior quantidade dentro das famílias.
Acredito que isso se deve a um conceito, errado, de propriedade da criança.
Este homem crê que como seu cuidador e provedor teria “direitos” que vão
além da promoção do bem estar emocional da criança.
11. EM QUE CLASSES SOCIAIS ESSES CASOS
DE ABUSO SEXUAL MAIS OCORREM NO
BRASIL?
• Em todos. Mas me parece que as classes mais altas procuram mais ajuda nos
psicólogos, talvez o próprio poder aquisitivo favoreça.
12. COMO FUNCIONA O SENTIMENTO DE
AUTO CULPA DA VÍTIMA?
• No momento do abuso é possível que a criança não tenha noção do que está
acontecendo, pois sempre houve adultos tocando suas partes intimas na hora da
troca da fralda ou banho. Para criança tudo pode ser desprovido de maldade e talvez
demore para ela perceber intenções maliciosas que diferenciam o toque carinhoso
da mãe que cuida de sua higiene. A culpa costuma ocorrer mais tarde quando ela
percebe, por informações recebidas em sua educação, do que seria um toque correto
e do que não deve ocorrer, passando então a lembrar de seu comportamento
passivo e por isso se considera causadora ou participante ativa do abuso – e com
isso pode surgir a culpa.
13. QUANDO OS PAIS E/OU FAMILIARES
PRÓXIMOS Á VÍTIMA, NÃO ACREDITAM
NAS QUEIXAS
O que é considerado negligência “familiar” nos casos de abuso
- não levar em consideração medos sem explicação que as crianças demostram diante
de algum adulto
- encobrir o ocorrido por medo da reação das pessoas
- encobrir por vergonha de levar a publico o tipo de pessoa que frequentou sua casa.
- não acreditar, e não investigar, quando a criança conta o que ocorreu
- considerar que a criança “se insinuou” para o adulto, culpando-a.
14. PODE-SE AFIRMAR QUE HÁ TAMBÉM
UMA NEGLIGÊNCIA POR PARTE DO
ESTADO?
• Não conheço as ações do Estado. Não tenho muito conhecimento do quanto
este assunto é levado a serio quando denunciado nas delegacias. Talvez
devesse haver mais companhas para orientar as famílias no sentido de
prevenção e como agir em casos de abuso.
15. COM SUA EXPERIÊNCIA E CONHECIMENTOS Á FRENTE DE SERVIÇOS PSICOLÓGICOS,
DEVE TER MUITOS CASOS QUE LHE MARCARAM DE ALGUMA FORMA. QUAIS AQUELES
QUE MAIS LHE IMPRESSIONARAM, E COMO LIDOU COM A SITUAÇÃO?
• Não há nenhum em especial mas sempre me fez pensar o fato de que como
psicóloga fui muitas vezes a primeira pessoa a saber do ocorrido e até mesmo
a única.