Abuso sexual infantil: causas, consequências e tratamento
1. Abuso sexual na criança e no
adolescente
Acadêmicas:
Ana Carolina da Silva Nogueira; RA: 6059009656
Débora Ferreira; RA: 1299129362
Ellen Caroline R. Barretos; RA: 5959228733
Janaina Rojas; RA: 6021397795
Miriã Réviny Dutra Figueira; RA: 6181018720
Nayara Cristaldo Maciel; RA: 6059009746
Sabrina Oliveira Cangussu; RA: 5951228852
Veruska Sandim Vilela; RA: 1299529459
2. Definição
• Define-se como a participação de uma criança ou de um
adolescente em atividades sexuais que são
inapropriadas a sua idade e seu desenvolvimento
psicossexual. A vitima é forçada fisicamente, coagida ou
seduzida a participar da relação sem ter necessariamente a
capacidade emocional ou cognitiva para consentir ou julgar o
que esta acontecendo. (BRASIL, 2012)
• O Código Penal Brasileiro, Decreto-Lei nº 2.848,de 07 de
dezembro de 1940 no seu Art. 213 a violência sexual como
crime.
3. A infância é um período onde o ser humano desenvolve-se
psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no
comportamento e na aquisição das bases de sua personalidade.
Por isso, quanto mais cedo houver o descobrimento de algum
tipo de abuso, mais probabilidade de aplicar um tratamento
adequado e resolver ou amenizar os danos causados, para que
futuramente, não surjam problemas mentais ou físicos que
sejam mais graves, ou até mesmo irreparáveis.
Ainda para Silva (1998) e Araujo (2002), o abuso sexual infantil
é um ato que envolve vergonha, medo, culpa e desafiam
questões culturais. O silêncio pode ser muitas vezes adotado
para que preserve o núcleo familiar, evitando contradições no
papel de proteção que a família deve ter quando na realidade é
de agressão, geralmente o agressor é um indivíduo com quem a
criança mantém uma relação estreita e de confiança.
6. Diagnóstico
• Deve ser colhido material (swab) das cavidades oral,
vaginal e retal, como também fazer coleta para culturas,
pesquisa sorológica para DST/HIV, hepatites, sífilis,
tipagem sanguínea e pesquisa de DNA.
• As amostras para pesquisa de sêmen, sangue e células
epiteliais devem ser acondicionadas em papel-filtro
esterilizado, guardadas em envelope de papel, pois o
plástico retém umidade e facilita a proliferação de bactérias
que destroem células coletadas e DNA. Depois de seco,
arquivar o material, de preferência em ambiente
climatizado e o mais breve possível encaminhar sob ofício
para o Instituto Médico Legal (IML).
7. Intervenção
• O MS recomenda aos profissionais o conhecimento sobre
a indicação e efeitos adversos de procedimentos para
prestar cuidados às vítimas e suas famílias, devendo
estar qualificados para a profilaxia de DST, hepatites
virais e HIV, tétano (quando a lesão teve contato com
terra) e gravidez, medidas que devem ser tomadas até as
primeiras 72 horas do evento, como a anticoncepção de
emergência e a quimioprofilaxia.
8. Papel do Enfermeiro
• O profissional enfermeiro é o que está mais próximo da
criança, com frequência é o primeiro profissional a vê-la
juntamente com sua família, e proporciona o cuidado
contínuo quando há necessidade de hospitalização.
• A responsabilidade de notificação compulsória é do
enfermeiro que são registradas no SINAN. Todo caso,
suspeito ou confirmado, deve ser notificado. O ato de
notificar é um exercício de cidadania que garante
direitos de crianças e adolescentes e possibilita o
planejamento e avaliação de políticas públicas de
atendimento e enfrentamento das violências.
9. Notificação
Suspeita
Conselho
Tutelar
Atendimento
social e de
saúde
PJDIJ/
1ª VIJ**
Medidas judiciais
(afastamento do autor,
suspensão de visitas, etc.)
DPCA*
Responsabilização
do autor da
violência
*Delegacia de Proteção à criança e
ao Adolescente
**Promotoria de Justiça de Defesa
da Infância e da Juventude / 1ª
Vara de Infância e da Juventude
10.
11.
12. • Além dessa notificação, o profissional deve
denunciar/notificar a situação ao Conselho Tutelar e/ou Vara
da Infância e Juventude, de acordo com os artigos 13 e 245 do
Estatuto da Criança e do Adolescente, e se responsabilizar
profissionalmente pelo cuidado à vítima.
• Realizar o exame físico o mais rápido possível, intervenções
médicas necessárias ao caso e para serem oferecidos os
esclarecimentos aos responsáveis e às vítimas a respeito dos
danos locais e do prognóstico. Exame geral e minucioso –
tanto quanto permitam as condições do paciente –, não apenas
dirigido às queixas, é indispensável para a identificação de
provas de existência fugaz (sêmen e algumas lesões em
mucosas) e na formulação de hipóteses ainda ocultas na
anamnese.
13. Exame Físico
• A ampliação e boa iluminação são essenciais quando se
examina a genitália de crianças.
• Um colposcópio ou espéculo podem ser usados.
• LEMBRAR de demonstrar os instrumentos para a
criança pois pode ser útil para aliviar o medo e o estado
emocional da criança frente ao exame.
• Um sintoma de abuso sexual que tem passado
despercebido pelas famílias é o desenvolvimento precoce
das meninas.
16. Área Física
• Definir um espaço reservado, fora do espaço de
atendimento de outras pessoas, a fim de garantir a
privacidade da vítima;
• Estabelecer um ambiente de confiança e respeito;
• Evitar situações que favoreçam constrangimento ou
estigma, como, por exemplo, a identificação nominal da
paciente ou da sala para atendimento de vítimas de
estupro;
• Assegurar que os procedimentos para abortamento
previsto por lei sejam realizados em local cirúrgico
adequado.
17. Equipe
• Procurar manter uma equipe composta por, no
mínimo, médico, psicólogo, enfermeiro e
assistente social;
• Manter disponíveis serviços de referência que
poderão atuar em conjunto com a equipe
interdisciplinar do serviço de saúde. Alguns
exemplos de serviços de referência são: pediatra,
infectologia, cirurgia, traumatologia e
psiquiatria;
18. CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL NA
CRIANÇA E NO ADOLESCENTE
Há consequências do ponto de vista:
psicológico (traumas), físico (doenças
sexualmente transmissíveis), etc.
O grau de severidade dos efeitos do
abuso sexual varia de acordo com:
• A idade da criança no inicio do ASI;
• Duração do abuso;
• O grau de violência;
• A diferença de idade entre a pessoa
que cometeu o abuso e a vítima;
• A importância da relação entre o
abusador e vítima;
• A ausência de figuras parentais
protetoras e de apoio social;
• O grau de segredo e de ameaças
contra a criança.
19. CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL NA
CRIANÇA E NO ADOLESCENTE
• Transtornos psiquiátricos e mais aparentes nas vítimas,
destacam-se: a depressão, transtornos de ansiedade,
transtornos alimentares – principalmente a bulimia,
transtornos dissociativos, transtorno de estresse pós-
traumático, transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade, transtornos do sono e transtornos de
personalidade borderlaine (PELIZOLI et al., 2008).
• Já em danos psicossociais, são distintos, como, por
exemplo, distúrbios de sono e alimentação, baixo
rendimento escolar, fugas de casa, depressão, uso
abusivo de substâncias psicoativas, delinquência,
prostituição e risco de revitimização ao longo da vida.
20. Segundo Pliska, 2004, as pessoas que foram
abusadas física ou sexualmente durante a
infância, apresentam quatro vezes mais
probabilidade de desenvolver depressão severa
ou cometer suicídio.
21. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
• Estudos indicam que o TEPT é o quadro psicopatológico
mais associado ao ASI.
• O TEPT envolve a exposição a um evento estressor
traumático, no qual a vitima reage com intenso conteúdo
emocional, relacionado à dor, pavor, medo e terror. O
trauma pode ser definido como um prejuízo, um estado
psíquico ou comportamental desorientado, provocado
por estresse mental ou emocional ou dano físico,
relacionado a eventos que podem provocar medo agudo
ou crônico.
• Trata-se de uma resposta emocional que engloba tanto
falhas no processamento da memória do trauma, quanto
prejuízos neuropsicológicos em funções executivas,
aprendizagem verbal, memória e atenção.
22. Tratamento
• Além da avaliação clínica da criança, deve-se avaliar
as condições da família para proteger a vítima de
novos abusos e identificar pessoas com as quais se
possa contar para essa tarefa e dar continuidade no
tratamento.
• Deverá ser identificada qual a capacidade da família a
situação de estresse, visto que isto proporcionará uma
ideia prognóstica de como irá lidar com o problema.
23. • Sendo assim, é necessário que haja uma rede de
atendimento interdisciplinar que possibilite
acompanhamento psicológico, e social à vítima e a
seus familiares, bem como ao agressor, oferecendo
assim condições de prevenção e ajustamento
psicossocial dentro do seu contexto social e familiar.
• É imprescindível o aperfeiçoamento de modelos de
tratamento, incluindo maior integração dos familiares
para fortalecer as relações, possibilitando uma
recuperação mais consistente para a vítima.
24. Vítima, 7 anos
Ele era obrigado a fazer
sexo oral no pai. A linha
que sai da boca até a
genital, representando a
língua da vítima na
genitália do pai.
25. Vítima, 10 anos
Representou com o eram os abusos. No desenho
tem as palavras “Sim” e “Não” pois era a forma
que ela respondia as perguntas, com vergonha.
26. Vítima, 6 anos
No desenho ele
retrata seu
abusador com
detalhes,
mostrando o
órgão sexual dele,
e ejaculando
27.
28. Vítima, 15 anos
Sofreu abusos psicológicos
desde criança de seu pai, e na
adolescência, começaram os
abusos sexuais. No desenho
ele se representa em uma
cruz, imobilizado pelo pai, do
lado direito uma espada
verde, representando que
agora ele tem forças para
lutar.
O estímulo sexual pode levar o organismo a produzir fatores de liberação de hormônios sexuais que levarão ao desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários
Um sintoma de abuso sexual que tem passado despercebido pelas famílias é o desenvolvimento precoce das meninas. O estímulo sexual pode levar o organismo a produzir fatores de liberação de hormônios sexuais que levarão ao desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários