O documento discute problemas especiais da produção contínua, como a produção equivalente, métodos de avaliação de estoques e tratamento de subprodutos e sucatas. Define termos como perdas, subprodutos, sucatas e rateios. Também explica as diferenças entre custeamento por processo e por ordem, assim como conceitos como departamentalização e cálculo de custos unitários.
2. INTRODUÇÃO
• Existem alguns problemas especiais de
produção contínua que estão baseadas no
Equivalente de Produção, no método de
avaliação do estoque, nos sub-produtos
gerados na produção, na perda de material
e nas sucatas geradas, que tem tratamento
diferenciado a cada ramo industrial e são
específicos e inerentes aos seus produtos
acabados ou finalizados.
4. DEFINIÇÕES
Perdas
São bens ou produtos consumidos de forma
anormal e involuntários. São gastos não
intencionais decorrentes de fatores externos,
fortuitos ou da atividade produtiva normal
da empresa.
Ex.: perdas com estoque deteriorados,
incêndios.
5. Subprodutos
É aquele produto que nasce de forma
natural durante o processo produtivo
da empresa. Ele possui mercado de
venda e preço definido, porem sua
participação é ínfima no faturamento
total da empresa.
Ex.: Serragem, sobras de Matéria-
Prima.
6. Sucatas
São produtos que surgem da produção
com defeitos ou estragados. Suas
vendas são esporádicas e realizadas
por valor não previsível na data em que
surgem na fabricação.
7. Sucatas
Não recebem custos e também não
servem para a redução de custos de
produção. Na data da venda elas são
contabilizadas como outras receitas
operacionais.
Ex.: Cadeira faltando uma perna (três
pernas), azulejos com defeito.
8. Rateios
É o processo de divisão dos custos indiretos
de produção aos centros de custos
(departamentos), observando critérios pré-
estabelecidos para sua alocação
9. DEPARTAMENTALIZAÇÃO
É o método usualmente utilizado para Dividir
a fábrica em segmentos, chamados de
Departamento, aos quais são debitados
todos os custos de fabricação neles
incorridos.
É a unidade mínima administrativa
constituída por maquinário e pessoas que
desenvolvem atividades homogêneas.
11. CUSTEAMENTO POR ORDEM OU
POR PROCESSO
A distinção entre Custeamento por
Ordem e o por Processo está
relacionado com o tipo de atividade
produtiva exercida pela entidade:
produção por ordem ou produção
por processo.
13. Destina-se a acumular os custos
em uma empresa com
característica de fabricação por
produtos padronizados,
produção contínua e demanda
constante.
14. A produção contínua ocorre
quando a empresa faz produção
em série (ou em massa) de um
produto ou linha de produtos.
15. A empresa produz para estoque
e não para atender encomendas
específicas para clientes.
16. Os produtos são geralmente
padronizados pela fábrica e
normalmente o cliente compra o
que a indústria fornece, adaptando-
se aos itens fabricados, por não
serem bens encomendados
previamente com características
particulares de agrado ao
comprador.
17. Normalmente é adotado quando
não há condições de identificar
determinados produtos no processo
produtivo e é aplicado com
resultados positivos na indústria
petroleira, de lâmpadas, de
produtos farmacêuticos, de tecidos,
bem como em moinhos, indústria
de cimento etc.
18. A produção é realizada em
diversos centros de custos,
separadamente, e o custo
unitário, determinado por centro
de custo.
Cada centro de custo é
identificado com um processo
específico.
19. As contas normalmente não são
encerradas, havendo sempre
saldo como por exemplo:
Estoque de matéria-prima;
Estoque de produtos em
elaboração; e
Estoque de produtos acabados.
20. Os custos podem ser rateados
com ou sem
Departamentalização, porém, é
mais viável e correta
tecnicamente a primeira opção.
22. PRODUÇÃO POR ORDEM
É caracterizada pela fabricação de
produtos a partir das encomendas
especificadas por cada cliente.
Ex.: navios, aviões, industria de
maquinários, alfaiate etc.
23. É o caso por exemplo dos
fabricantes de piscina que tem
características especiais de
acordo com o gosto do cliente,
principalmente no que tange as
dimensões, a capacidade e
outras características que a
torna praticamente única.
24. Nesse tipo de atividade os
custos são acumulados numa
conta específica para cada
ordem de produção ou
encomenda, encerrando apenas
no término ou conclusão do
produto solicitado.
25. Caso o produto não tenha sido
concluído em um exercício, a
mercadoria será classificada
como Produto em Elaboração.
26. Caso o produto tenha sido
concluído em um exercício, a
mercadoria será classificada
como Produto Acabado.
Havendo a realização ou não da
receita o saldo poderá ser
transferido para CPV.
27. Algumas empresas utilizam ambos os
métodos, como por exemplo a indústria
de transformadores que pode utilizar o
sistema por ordem de produção na
acumulação dos custos dos
transformadores e o sistema por
processo na acumulação dos custos de
pequenos componentes que são
utilizados na montagem do
transformador.
28. Comparação entre os dois processo:
- o sistema de custeamento por
processo é empregado em fábricas
cuja produção é contínua e
padronizada e o sistema por ordem
de produção é aplicado em
produções intermitentes ou que
recebem pedidos específicos dos
clientes;
29. - os custos de produção no
processo são registrados por
fases de fabricação, enquanto na
OP são acumulados por
produtos, segundo cartões
denominados ordem de
produção;
30. - Somente quando a produção
custeada por uma OP é
terminada é que se calcula o
custo total. No processo, a
determinação do custo total
coincide com o exercício
contábil;
31. - A acumulação dos custos no
processo, freqüentemente exige
avaliação dos estoques da produção
em elaboração para a determinação
do custo. No sistema OP os custos
são determinados apenas pela
acumulação dos custos já existentes
no cartão de custos.
32. Características básicas do
sistema de custeamento por
processo:
- A contabilidade prepara um
relatório periódico de Produção e
de Custos para cada fase de
fabricação;
33. - Os custos acumulados
contabilmente na conta geral
Produtos em Processo,
constituindo o Razão Analítico as
diversas fases da fabricação
denominadas Processos,
Departamentos, Seções ou
Centro de Custos;
34. - O custo total, acumulado nas
diversas fases de fabricação, é
dividido pelo número de
unidades produzidas nessas
fases para a obtenção do custo
unitário;
35. - O custo das unidades prontas
num processo se destina a
compor o lançamento contábil
de transferência para o processo
subseqüente;
36. - A produção completada num
processo vai constituir o material
do processo imediato.
37. Procedimentos básicos do
sistema de custeamento por
processo
A contabilidade de custos acumula os custos
dos fatores de produção por departamento.
38. Determina-se a produção por
departamento.
Divide-se a produção pelo custo
dos fatores de produção,
obtendo-se o custo unitário do
departamento.
39. Com o valor do custo unitário,
determina-se o custo total da
produção completada, que será
transferida para o departamento
seguinte.
40. Com o valor do custo unitário,
avalia-se também os produtos que
permaneceram em processamento
no fim do período.
Faz-se uma verificação em cada
departamento dos resultados pela
comparação entre a origem dos
recursos e a aplicação desses
recursos.
41. MOD $X Período M Unidades produzidas
Y unidades
Processo, departamento,
Seção ou centro de custo
Custo unitário do processo no período M= X
Y
42. MD (Material direto) é o material
empregado a soma das
requisições feitas pelo centro de
custo.
MOD (Mão-de-obra direta) é a
utilizada diretamente no
processo de produção.
43. DIF (Despesa Indireta de
Fabricação): são os custos que
não estão ligados diretamente de
forma mensurável ao produto
fabricado.
44. PRODUÇÃO EQUIVALENTE
É o correspondente do produto
em elaboração ou semi-
elaborada em relação ao produto
acabado.
45. PRODUÇÃO EQUIVALENTE
É a expressão das unidades físicas
iniciadas e acabadas, em termos de
custos, ao quanto se gastou em
insumos para, em se partindo de um
certo número de unidades
inacabadas, se chegar ao final do
período à outra quantidade de
unidades inacabadas.
46. PRODUÇÃO EQUIVALENTE
É o esforço (equivalente em
termos de custos) medido em
unidades físicas trabalhadas
durante um período contábil num
departamento, centro de custos
ou linhas de processo.
47. No final do período contábil, faz-
se a apuração do grau de
acabamento do produto, a fim
de obter-se as unidades
equivalentes de produção, para
determinação dos custos
unitários.
48. A avaliação normalmente é feita
por pessoas habilitadas na área
de produção, que requer a
observação detalhada do
produto, de forma que possa
refletir o estágio da fabricação à
níveis de insumos de custos
como a MOD, o CIF e o MD.
49. Exemplo:
Se 100 unidades fossem
iniciadas em um período,
somente 60 estivessem acabadas
e 40 produzidas pela metade e o
custo de produção fosse $ 200
teríamos o seguinte:
50. Custo de Produção do Período
CPP = $ 200;
Unidades iniciadas = 100;
Produtos Acabados = 60;
Produtos em Elaboração (50%)
= 40
51. Se 40 unidades estão acabadas pela
metade, elas são equivalentes a 20
unidades acabadas, pois,
40 x 50% = 20
Então no período foram produzidas
60 unidades acabadas e 40 semi-
acabadas, que equivalem a 20
acabadas totalizando 80 unidades
acabadas.
52. O Custo médio é:
Custo de Produção do Período
Produção Equivalente de
unidades acabadas
= $200 = $2,5
80
53. O debitado à Produtos Acabados
é o seguinte:
60 unidades acabadas x $ 2,50 =
$ 150 e portanto, o saldo de
Produtos em elaboração é de $
50 que corresponde a 40 x 50%
x $ 2,50.
54. Calculamos o total de quantidade
acabada dividindo o total de
unidades acabadas (60) pela
produção do período equivalente
de produtos acabados (80)
56. Caso a mesma questão tivesse a
sua Produção Equivalente com
diferentes graus de acabamento
em relação aos componentes dos
custos conforme abaixo teríamos
o seguinte:
57. O Custo de Produção no Período
relativo foi o abaixo:
Material Direto 80
MOD 50,4
CIF rateado 69,6
58. Material Direto
as unidades prontas e em
elaboração já receberam totalmente
a aplicação da matéria-prima. Então
todas as 100 unidades iniciadas
seriam consideradas 100%
acabadas em relação a esse item.
A Produção Equivalente seria igual a
100.
60. a Produção equivalente seria:
60 unidades acabadas + 40
unidades acabadas em 60% =
60 + (40 x 60%) = 84
61. CIF considerando que apenas
50% foi utilizada, verificada pelo
número de horas trabalhadas.
As unidades não terminadas
receberiam metade do número
de horas/produtos prontos.
62. A Produção Equivalente seria:
60 unidades acabadas + 40
unidades acabadas em 50% =
60 + (40 x 50%) = 80
63. O custo médio por item de custo
seria calculado dividindo-se o
custo de cada item pela sua
produção equivalente e o custo
médio unitário será o somatório
dos custos médios dos itens.
64. Item do custo Custo médio do
item
Material direto 80 = 0,80
100
MOD 50,4 = 0,60
84
CIF 69,6 = 0,87
80
Custo Médio Total = 2,27
65. A transferência de 60 unidades
para Produtos Acabados será
pelo valor de:
60 x $ 2,27 = $ 136,20
e o estoque de Produtos em
elaboração será:
66. MD – 40 unidades 100% acabadas
= 40 x 100% x 0,80 = 32,00
MOD – 40 unidades 60% acabadas
= 40 x 60% x 0,60 = 14,40
CIF – 40 unidades 50% acabadas
= 40 x 50% x 0,87 = 17,40
TOTAL = $ 63,80
67. Caso houvesse estoque inicial
de Produtos em Elaboração,
existem dois critérios para
calcular o valor transferido para
Produtos Acabados: o do Custo
Médio e o do PEPS.
68. A posição da conta Produtos em
Elaboração, era de $ 50,00,
correspondente a 40 unidades,
acabadas pela metade, a um
custo médio de $ 2,50.
69. Suponhamos que no exercício
seguinte a empresa tenha
terminado as 40 unidades
inacabadas do período anterior.
70. A empresa inicia a produção de
80 unidades, acabando
totalmente 50 unidades.
As 30 unidades estão acabadas
1/3.
O custo de produção no
exercício foi de $25,00.
71. Acha-se o custo total somando o
custo remanescente do período
anterior com o custo do período.
Custo do período
anterior
$ 50
Custo do período $ 25
Total $ 75
72. PRODUÇÃO EQUIVALENTE
40 unidades remanescente do período
anterior e completadas no período (são
consideradas pelo seu valor integral já
que o custo precedente foi somado ao
custo do período) 40
50 unidades acabadas no período 50
30 unidades 1/3 acabadas 10
Total 100
Custo Médio: $ 75,00 = $ 0,75
100
73. As unidades acabadas no
período totalizaram 90. A
transferência para Produtos
Acabados será pelo valor de 90
x $ 0,75 = $ 67,50.
O estoque final de unidades em
elaboração será:
30 x 1/3 x $ 0,75 = $ 7,50
74. PEPS
Nesse caso, não se soma o custo do período
anterior com o atual. O custo médio a ser
obtido é somente o custo médio do período
e não uma média do período.
75. Custo do Período $ 25,00
Produção Equivalente:
40 unidades ½ acabadas no
período só ajudou a acabar a
metade 20
50 unidades acabadas 50
30 unidades acabadas em 1/3
10
(=) TOTAL 80
77. As unidades acabadas no período
terão o seguinte custo:
40 unidades ½ acabadas no
período = Custo do período
anterior ($ 50,00) mais o atual ( 40
x 50% x $ 0,31) 6,20
50 unidades acabadas = 50 x 0,31
15,50
(=) TOTAL 21,70
78. O estoque em processo no
período ficará:
30 unidades 1/3 acabadas no
período = 30 x 1/3 x $ 0,31)
3,10
79. O método PEPS torna o Custo
de Produção Acabada menor
que o critério do Custo Médio,
aumentando o resultado da
empresa. Daí conclui-se que o
melhor método a ser utilizado
pela simplicidade no cálculo e
pela valorização no estoque é o
do Custo Médio.
80. PRODUÇÃO EQUIVALENTE E A
DEPARTAMENTALIZAÇÃO
A técnica da produção equivalente também
é utilizada para a valoração da produção
Acabada que se transfere de um
departamento para o outro no processo
produtivo.
81. Exemplo:
Uma Cia possui três departamentos
de produção: A, B e C.
Suponhamos que não exista
estoque inicial em nenhum deles e
que a porcentagem de acabamento
dos produtos em elaboração seja
igual para todos os itens do custo.
82. Unidades iniciadas 100
Unidades transferidas para o Depto. B 80
Unidades em processo, 50%
terminadas
20
Custo Debitado ao Departamento 900
Departamento A
83. Unidades recebidas de A 80
Unidades transferidas para o Depto. C 50
Unidades em processo, 1/3 terminadas 30
Custo Debitado ao Departamento 750
Departamento B
84. Unidades recebidas de B 50
Unidades acabadas transferidas para o
estoque
40
Unidades em processo, 1/4 terminadas 10
Custo Debitado ao Departamento 510
Departamento C
85. DEPARTAMENTO PRODUÇÃO EQUIVALENTE
A 80 x (20 x 50%) = 90
B 50 x (30 x 1/3) = 60
C 40 x (10 x ¼) = 42,50
Produção Equivalente em cada Departamento
86. Custo Debitado $ 900,00
Prod. Equiv. 90
Custo Médio 900/90 = 10
Valor unidade transferida 80 x 10 = 800
Valor unidade processo 20 x ½ x 10 = 100
(=) total custo debitado
ao departamento
$ 900,00
Departamento A
87. Custo Debitado $ 750,00
Prod. Equiv. 60
Custo Médio 750/60 = 12,5
Custo médio Depto. A 10
Valor unidade
transferidas
50 x 22,5 = 1125
Valor unidades processo 30 x 10 = 300
30 x 1/3 x 12,5 = 125
(=) total custo recebido
de A + Custo debitado
$ 1550,00
Departamento B
88. Custo Debitado $ 510,00
Prod. Equiv. 42,50
Custo Médio 510/42,5 = 12
Custo médio Depto. A+B 22,5
Valor unidade
transferidas
40 x 34,5 = 1380
Valor unidades processo 10 x 22,5 = 225
10 x 1/4 x 12 = 30
(=) total custo recebido
de A + Custo debitado
$ 1635,00
Departamento C
89. Suponhamos que uma determinada
emprese inicie 100 unidades em
seu primeiro mês de vida, das
quais 15 fiquem incompletas. A MP
é totalmente aplicada no início do
processamento, enquanto que a
MOD utilizada uniformemente
durante a fabricação e os CIF’s são
rateados à base de horas-máquinas
90. Os dados do primeiro mês são
os seguintes:
Custos de Produção do Período
MP 250
MOD 95
CIF 77
91. Cada uma das 15 unidades no final
do período recebe toda a matéria-
prima, 2/3 da Mão-de-Obra Direta
e ¾ das horas-máquinas que cada
um requer.
Nesse exemplo não há
possibilidade de se trabalhar com
apenas um único equivalente para
se calcular o custo médio.
92. MP 100% x 100
TOTAL
100
100
MOD 100% x 85
2/3 x 15
TOTAL
85
10
95
CIF 100% x 85
¾ x 15
TOTAL
85
11,25
96,25
93. Cálculo do Custo Médio
Unitário no 1º mês
CMU
MP 250 =
100
= $ 2,50
MOD 95 =
95
= $ 1,00
CIF 77 =
96,25
= 0,8
TOTAL $ 4,30
95. Produção Final em Processo:
cada unidade terá recebido:
de MP, o total = $ 2,50
de MOD, 2/3 x $ 1,00 = $ 0,67
de CIF, ¾ x $ 0,80 = $ 0,60
Total $ 3,77
Total de Produção em andamento
no final do primeiro mês:
15 x $ 3,77/u = $ 56,55
Total $ 422,05
96. ADIÇÃO DE MATERIAIS AO
PROCESSO
Quando ocorre o adicionamento
de material sem o aumento do
número de unidades, porém,
com o aumento do custo unitário
temos o seguinte:
97. Quando ocorre o adicionamento de
material no início ou no meio do
processo, tanto a produção
completada quanto a que
permanece em elaboração terão
seus custos totais aumentados.
Se o material for adicionado no fim
do processo, somente a produção
completada levará os custos desses
acréscimos.
98. Quando ocorre o adicionamento
de material com o aumento do
número de unidades, a
determinação dos custos é mais
complexa.
Um maior número de unidades
resulta num decréscimo do custo
unitário.
99. Se a adição se dá num processo
subseqüente ao primeiro, o custo
unitário vindo do departamento
imediatamente anterior é
modificado. A quantidade de
unidades relativa ao aumento
deverá absorver também parte do
custo transferido do departamento
anterior.
100. Quando ocorre o adicionamento de
material no início ou no meio do
processo, tanto a produção
completada quanto a que
permanece em elaboração terão
seus custos totais aumentados.
Se o material for adicionado no fim
do processo, somente a produção
completada levará os custos desses
acréscimos.
101. VARIAÇÕES NAS QUANTIDADES
DE PRODUÇÃO
Suponhamos que a empresa possua os seguintes
Departamentos: Destilaria, Mistura e Refinaria. Na
Destilaria, no início do processamento, aproveita-
se 80% do material entrado, perdendo-se o
restante; na Mistura, adiciona-se, para cada litro
recebido da Destilaria, 0,3 litros de outros
produtos e, na Refinaria, há aproveitamento
apenas da metade do produto processado.
102. Custo de produção no período
DESTILARIA
MP (100 l)
MOD e CIF
TOTAL
$ 4000
$ 3000
$ 7000
MISTURA
MAT. ADICIONADOS (24 l)
MOD + CIF
TOTAL
$ 1000
$ 2400
$ 3400
REFINARIA
MOD + CIF $ 5200
TOTAL $ 15600
103. Se todo volume tivesse sido
terminado teríamos:
Destilaria Mistura Refinaria
Quant. Inic. 100 - -
(+) recebi.
Dep ant.
- 80 104
(+) quanti.
Adicionada
- 24 -
(-) quantid.
Perdida
20 - (52)
Transf. p/
outro Dep.
80 104 52
104. Para a apuração do custo unitário
do produto acabado, bastaria fazer-
se:
$ 15600 = 300/l
52 l
Se quiser a distribuição do custo
por parte do processo:
Destilaria
$ 7000 = $ 87,50
80 l
105. Mistura:
Custo por litro recebido da Destilaria, diluído pelo
acréscimo de volume:
$ 87,50 = $ 67,3077
1,3 l
Custos dos materiais adicionados:
$ 1000 = $ 9,6154
104 l
Custo de conversão no Departamento:
$ 2400 = $ 23,0769
104 l
Total por litro = $ 100,00
106. Refinaria:
Custo por litro recebido da Mistura, acrescido
pela perda de volume:
$ 100,00 = $ 200,00
0,5 l
Custos de conversão no Departamento:
$ 5200 = $ 100,00
52 l
Total por litro = $ 300,00
107. No custo final do
processamento de cada
departamento estão incluso os
custos recebidos do
departamento anterior que é
adicionado ao custo do próprio
departamento.
108. A apuração de custo por volume
saído de cada departamento tem
utilidade quando são estocados
produtos parcialmente elaborados,
precisando-se aí saber por quanto
ativá-los, afora as demais utilidades
do ponto de vista de controle e de
decisão.
109. Outra técnica utilizada é a da
separação do custo final pelos
departamentos, baseado
proporcionalmente na relação
do volume do produto
elaborado no fim do processo.
110. Foram iniciados 100 litros e a
produção final foi de 52 litros.
Destilaria $ 7000 =
52 l
= $ 134,6154
Mistura $ 3400 =
52 l
= $ 65,3846
Refinaria $ 5200 =
52 l
= $ 100,00
Total $ 300,00
111. Os valores intermediários não
podem ser utilizados para
avaliações contábeis de produtos
em processo, por não
representarem ao custo por litro
existente, mas o equivalente da
produção final relativa ao volume
existente. Há necessidade da
conversão desses valores em
relação ao volume.
112. Caso existisse 40 litros em
processamento na destilaria no fim
de um período teríamos o seguinte:
40 l x $ 87,5/l = $3.500,00 ou
como são produzidos 52 litros a
partir 80 l, saídos da Destilaria, há
um aproveitamento de 65%:
40 l x 65% = 26 l
26 l x 134,6154/l = $ 3.500,00
113. A contabilização por produto ou
linha de produção dos produtos em
processo do exemplo anterior é o
seguinte:
Destilaria
MP
MOD + CIF
4.000
3.000
TOTAL
7.000 (a)
Mistura
MP
MOD + CIF
7.000 (a)
1.000
2.400 10.400 (b)
Refinaria
MOD + CIF
10.400 (B)
5.200
(PROD. ACAB.)
15.600 (C)
114. Custeio das Perdas
• Numa produção contínua é comum haver
perdas que podem ocorrer em uma das
fases de fabricação, ou seja, no início das
operações, durante o processo de
produção ou no final da produção, no caso
das unidades prontas rejeitadas no
controle de qualidade, podendo em alguns
casos terem valor de mercado.
115. Quando as perdas ocorrem no
início do processo, é levado em
conta apenas o custo do material,
uma vez que não sofreu
transformação e nenhum trabalho
foi adicionado. O custo das perdas
é absorvido pela produção
completada e pelas unidades em
processamento no final do período.
116. Suponhamos que em uma unidade
inicia-se a produção de 100
unidades com o seguinte debito ao
centro.
Materiais 630
Transformação 750
Total 1330
117. Houve perda de 10 unidades no início
do processo de produção, foram
completadas e transferidas 70
unidades, sendo que 5 foram rejeitadas
pelo CQ e são consideradas perdas,
sem valor residual e 20 unidades
permaneceram em elaboração no final
do período no seguinte estágio de
fabricação:
Materiais 100%
Transformação 1/4
118. Produção completada 70 unidades
Estoque final (20)
100%
20 unidades
Total 90 unidades
Produção equivalente – Materiais:
122. Custo Total Unitário
$ 7
$ 10
$ 17
Cálculo do custo unitário das
perdas:
5 unidades x $ 17 = $ 85 ÷ 65
unidades prontas = $ 1,3077
123. Nesse caso, a fim de que a
produção completada receba os
custos das perdas, o custo total de
$ 17 será acrescido de $ 1,3077,
resultando num custo igual a $
18,3077.
Cálculo do custo das unidades
completadas:
65 unidades x $ 18,3077 = $ 1.190
124. Avaliação do Estoque Final:
Materiais:
20 (100%) = 20 x $ 7 = $ 140
Transformação:
20 (1/4) = 5 x $ 10 = $ 50
$ 190
126. O custo das perdas iniciais não é
apresentado, não dando resultados
satisfatórios quando as mesmas são
substanciais em relação ao total da
produção. As perdas do produto
rejeitado não foram adicionadas
aos produtos em elaboração,
porém, o será quando essa
produção ficar pronta.
127. Em alguns casos a produção
rejeitada é reprocessada ou
vendida como sucata, adquirindo
valor de mercado, que será
creditado ao custo das unidades
perfeitas. O valor residual é igual ao
valor de venda dessas unidades
defeituosas subtraída das despesas
realizadas para o seu
aproveitamento.
128. Suponhamos que o valor
residual das 5 peças rejeitadas
pelo CQ tenha um valor de $ 5.
O custo médio total será = $ 17.
O custo unitário das perdas será
assim calculado:
5 unidades x $ 17 = $ 85
$ 85 - $ 5 = $ 80
$ 80 ÷ 65 = $ 1,2308
129. Então o custo total será = $ 17.
$ 17 + $ 1,2308 = 18,2308.
Cálculo do custo das unidades
completadas:
65 unidades x 18,2308 = 1.185.
130. Avaliação do estoque final = 5
unidades.
Materiais:
100% - 20 x $ 7 = $ 140
Transformação:
¼ - 5 x $ 10 = $ 50
$ 190
132. Geralmente na decomposição de diversos
elementos através de um processo físico ou
químico, aparecem produtos que são
denominados de subprodutos ou co-
produtos.
133. Na refinação de petróleo, o processo resulta
numa produção simultânea de óleo
combustível, gasolina, QAV, óleo lubrificante,
parafina, asfalto etc. Esses componentes
são classificados em subprodutos e co-
produtos a depender do valor agregado.
134. Na produção de alguns produtos,
às vezes aparecem produtos
secundários durante o
processamento, que são
denominados de subprodutos. O
subproduto separa-se do processo
principal em um determinado ponto
do processo de fabricação. Existem
custos comuns referentes à fase
anterior ao ponto de separação.
135. Esses custos são indivisíveis até o
momento da separação e só
poderão ser apropriados a cada
tipo de produto com fundamento
em bases lógicas. O subproduto,
após a separação, pode estar
pronto para ser vendido ou
necessitar ser submetido a um
processo final para atender as
necessidades do mercado.
136. A contabilidade de custos usa três
métodos de distribuição dos custos
anteriores ao ponto de separação:
1 - Método das unidades
produzidas.
2 - Método das características
físicas dos produtos.
3 - Método do valor de venda dos
co-produtos.
137. O subproduto e o co-produto
confundem às vezes e alguns
estudiosos estabeleceram que
se o produto for inferior a 10%
do valor total dos produtos, o
mesmo é considerado como
subproduto.
138. Na produção de alguns
produtos, aparecem dois ou
mais produtos de relevância
para a empresa que são
denominados de co-produtos.
139. Contabilmente o subproduto e o
co-produto recebem o valor do
custo proporcionalmente a sua
valorização em relação ao
produto que possua maior valor
agregado.
140. Método das unidades produzidas
Suponhamos que o Dep. X fabrique os
co-produtos A, B, C e D. no último mês,
o Dep. X produziu um total de 120
unidades de co-produtos por um custo
de fabricação total de $ 360. O cálculo,
para determinar o custo unitário e a
distribuição do custo total entre os
quatro co-produtos, é ilustrado a
seguir:
141. Custo de fabricação total = 360
Total de unidades 120
= $ 3 por unidade.
O custo total seria assim
distribuído:
143. Método das características físicas dos
co-produtos.
Para ilustração será utilizada a redução
de duas toneladas de carvão nos seus
co-produtos básicos. A característica
física usada para a distribuição do
custo é o peso relativo de cada co-
produto por tonelada de carvão.
Supondo que uma tonelada de carvão
custe $ 12.000, o custo seria
distribuído como segue:
144. Produto Produção Distribui
ção das
sobras
Produção
ajustada
(Kg)
Custo de
cada
produto
($)
Coque 1.320 69 1.389 16.660
Carvão 120 6 126 1.520
Benzeno 20 1 21 260
Sulfato 30 2 32 380
Gás 410 22 432 5.180
Sobras 100 - - -
Total 2.000 100 2.000 24.000
145. MÉTODO DO VALOR DE VENDA
DOS CO-PRODUTOS.
Por esse método, o valor de venda
usado para a distribuição dos
custos da co-produção. Utilizando o
mesmo exemplo da ilustração
anterior, teremos uma pronta
comparação entre os dois métodos.
146. Produto Produção
ajustada
(Kg)
Preço de
mercado
por (Kg)
Valor de
venda
dos co-
produtos
% em
relação
ao total
Custo de
cada
produto
($)
Coque 1.389 200 2.778 46,5 11.160
Carvão 126 400 504 8,4 2.020
Benzeno 21 1.200 252 4,2 1.000
Sulfato 32 900 288 4,8 1.160
Gás 432 500 2.160 36,1 8.660
Total 2.000 5.982 100 24.000
147. Os co-produtos A e B e o
subproduto X são fabricados a
partir do mesmo material. Os
seguintes dados são fornecidos:
148. Produto Estoque
(Kg)
Preço de
mercadoria
(Kg)
Vendas no
período ($)
Inicial Final Inicial Final
A 800 1000 7,00 7,50 200,00
B 2000 1500 12,00 13,00 400,00
X 300 200 4,00 4,00 24,00
Materiais usados e custo de transformação do período: $ 50.000
149. Os custos unitários do estoque final
dos produtos A e B, considerando-
se os custos do período distribuídos
na base de valores relativos de
mercado dos produtos A e B
produzidos durante o período e o
valor total da produção do período
do subproduto X é creditado ao
custo dos co-produtos são os
seguintes:
150. Total das despesas do período:
$ 50.000
Menos: crédito pela produção do subproduto
X:
Vendas do período (100 x 24,00) = 2.400
Mais inventário final (200 x $ 4,00) = 800
3.200
Menos estoque inicial (300 x $ 4,00) 1.200
Valor de vendas da produção (subproduto X)
do período 2.000
Custo líquido dos co-produtos $ 48.000
151. Produto A:
Vendas no período $ 20.000
Mais: inventário final
(1.000 x $ 7,50) $ 7.500
27.500
Menos: inventário inicial
(800 x $ 7,00) 5.600
Valor de vendas da produção de A do
período % Custo
$ 21.900 38,2% $ 18.336
152. Produto B:
Vendas no período $ 40.000
Mais: inventário final
(1.500 x $ 13,00) $ 19.500
59.500
Menos: inventário inicial
(2.000 x $ 12,00) 24.000
Valor de vendas da produção de B do
período % Custo
$ 35.500 61,8% $ 29.664
$ 57.400 100 $ 48.000
153. Valor unitário do inventário:
Produto A:
7.500 x 18.336 ÷ 1.000 = $ 6,27/unid.
21.900
Produto B:
19.500 x 29.664 ÷1.500=$10,86/unid.
35.500
154. Referências Bibliográficas
• ANTHONY, Robert N. Contabilidade gerencial: introdução
à contabilidade. São Paulo: ATLAS, 1971.
• HUSSEIN, Mohamed. Controle de custos: 25 princípios
para administrar estrategicamente. São Paulo:
Publifolha, 2002.
• LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: um enfoque
administrativo, 14.ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2001,
volume 1.
• LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: um enfoque
administrativo, 3.ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1977,
volume 2.
155. Referências Bibliográficas
• NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo E. V.
Contabilidade de custos. 6. ed. ver. e ampl. São
Paulo: Frase Editora, 2000.
• MARION, José Carlos; DIAS, Reinaldo; TRALDI,
Maria Cristina. Monografia para os cursos de
Administração, Contabilidade e Economia. São
Paulo: ATLAS, 2002.
• MARTINS, Eliseu, Contabilidade de custos, 8. ed.
São Paulo: ATLAS, 2001.
• PALMA, Luis Otávio Vianna. Contabilidade de
custos para concursos, São Paulo: META, 1995.