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São Luís – MA
2023
Thailon Azevedo Mendes
Fellow (R4) Radiologia e Diagnóstico por Imagem
Introdução
• A osteoartrite do quadril é um distúrbio altamente prevalente e
incapacitante que afeta idosos, mas também pacientes jovens, com
alto impacto socioeconômico;
• Imagem: confirmação diagnóstica e descartar diagnósticos
alternativos;
• Radiografia convencional: apoio diagnóstico;
• Ressonância magnética: lesões de cartilagem e alterações estruturais;
• Qual a modalidade de imagem deve ser usada para diagnosticar o
estágio e quantificar a osteoartrite do quadril?
2
Classificação da osteoartrite do quadril
Etiologia
Tempo de
início
Gravidade
Curso
clínico
3
Classificação da osteoartrite do quadril
Etiologia
Primária: idiopática ou conflito dinâmico entre as
superfícies articulares (síndrome do impacto
femoroacetabular);
Secundária: condições preexistentes (displasia do
desenvolvimento do quadril, distúrbios do crescimento,
fraturas, osteonecrose da cabeça femoral, distúrbios
sinoviais inflamatórios/metabólicos).
4
Classificação da osteoartrite do quadril
Etiologia
Fig. 1 - Homem de 21 anos com dor moderada no quadril esquerdo e osteoartrite com impacto
fêmoro-acetabular.
(A) Radiografia em AP demonstra estreitamento do espaço articular lateral (setas), esclerose
subcondral do teto acetabular (asterisco) e osteófitos da cabeça femoral (setas). (B) A visão lateral
de Dunn de 45° demonstra deformidade de Cam na junção cabeça-colo (seta).
5
Classificação da osteoartrite do quadril
Etiologia
Fig. 2 - Osteoartrite secundária do quadril.
(A) Radiografia AP do quadril esquerdo em um menino de 8 anos com doença de Legg-Calvé-Perthes
mostrando esclerose da epífise da cabeça femoral (asterisco) e alterações císticas da metáfise (seta).
(B) Radiografia AP de acompanhamento do mesmo paciente aos 23 anos de idade mostrando
osteoartrite secundária com contornos anormais da cabeça femoral, incongruência articular e
estreitamento do espaço articular.
6
Classificação da osteoartrite do quadril
Tempo de
início
Precoce ou tardio: 50 anos.
7
Classificação da osteoartrite do quadril
Gravidade
Estágios inicial e avançado:
Alterações estruturais e amplitude do espaço articular
menor que 2 mm nas radiografias pélvicas em AP.
8
Classificação da osteoartrite do quadril
Gravidade
Fig. 3 - Uma mulher de 38 anos com dor no quadril direito e osteoartrite.
(A) Radiografia anteroposterior mostra reforço cortical (seta) com uma largura de espaço articular
preservada. (B) O falso perfil de Lequesne mostra estreitamento do espaço articular anterossuperior
(setas). (C) Imagens de artrografia por RM axial T1 com supressão de gordura e (D) sagital DP após
injeção intra-articular mostram perda total de substância cartilaginosa no aspecto anterior (setas em
C) e superior (setas em D) do espaço articular, com cisto subcondral (asterisco em D).
9
Classificação da osteoartrite do quadril
Curso
clínico
Geralmente de evolução lenta, com flutuação do nível de
dor e nenhuma/poucas alterações radiológicas com o
tempo.
A osteoartrite rapidamente destrutiva é incomum:
redução completa da amplitude do espaço articular ou
desgaste ósseo grave dentro de 12 meses do início dos
sintomas.
10
Classificação da osteoartrite do quadril
Curso
clínico
Fig. 4 - Osteoartrite não evolutiva do quadril esquerdo em um homem de 62 anos com amplitude de
movimento limitada, mas sem dor no quadril.
(A) Radiografia AP do quadril esquerdo demonstra estreitamento do espaço articular lateral (setas) e
osteófitos marginais (setas).
(B) A radiografia de acompanhamento após 10 anos não demonstra alteração significativa no
estreitamento do espaço articular.
11
Classificação da osteoartrite do quadril
Curso
clínico
Fig. 5 - Homem de 65 anos com osteoartrite rapidamente destrutiva.
(A) Radiografia AP do quadril direito obtida no início dos sintomas mostra osteófitos precoces
(pontas de seta), mas sem estreitamento do espaço articular.
(B) Radiografia AP obtida 3 meses depois mostra estreitamento completo do espaço articular (setas)
com deformidade da cabeça femoral (cabeça de seta) e esclerose subcondral (asterisco).
12
Diagnóstico clínico
História
clínica
Exame
físico
Testes
biológicos
13
Diagnóstico radiológico
Exame
radiográfico
Ressonância
magnética
14
Exame radiográfico
• Ao menos incidência AP da pelve e uma lateral do quadril;
• AP pélvica: visão geral da cintura pélvica, análise comparativa dos
quadris, avaliação de características associadas ao impacto
femoroacetabular;
• Laterais: diferentes graus de rotação pélvica, abdução e flexão do
quadril.
15
Exame radiográfico
• Início precoce: incidência de Dunn de 45°: junção da cabeça com o
colo, avaliação de morfologia do tipo Cam.
16
Exame radiográfico
• Falso perfil de Lequesne: avaliação da cobertura acetabular anterior e
da amplitude do espaço articular anterior e posterior; detecta mais a
redução do espaço articular.
17
Exame radiográfico
• Falso perfil de Lequesne: avaliação da cobertura acetabular anterior e
da amplitude do espaço articular anterior e posterior; detecta mais a
redução do espaço articular.
Fig. 6 - Valor do perfil falso de Lequesne em um
homem de 65 anos com dor leve no quadril
após caminhar.
(A) AP e (B) Lauenstein demonstram espaço
articular quase normal e osteófitos (setas).
(C) O falso perfil de Lequesne demonstra quase
50% de estreitamento do espaço articular no
aspecto anterior da articulação (setas) que não
pode ser visto nas outras radiografias.
18
Exame radiográfico normal
• Amplitude do espaço articular reflete a espessura combinada das
cartilagens acetabulares e das cabeças femorais;
• Normal: varia de 2 a 7 mm; variação entre dois quadris do mesmo
indivíduo deve ser menor que 1 mm;
• Amplitude do espaço articular lateral é maior ou igual ao do medial;
• Teto acetabular arqueado ou labrum ossificado;
• Lequesne: amplitude do espaço articular anterior deve ser maior que
o posterior.
19
Exame radiográfico alterado
• Estreitamento do espaço articular: estágio avançado;
• Predominante no aspecto lateral ou anterior: mais frequente,
associado ao impacto femoroacetabular do tipo Cam;
• Aspecto medial ou posterior: IFA do tipo Pincer;
• Variações interindividuais importantes;
• Mudança do tempo correlaciona-se melhor com a sintomatologia que
a amplitude absoluta;
• Medida seriada;
• Progressão de doença: redução do espaço articular ≥ 0,5–0,6
mm/ano.
20
Alterações estruturais
• Esclerose, cistos subcondrais, formação de osteófitos;
• Osteoartrite: grau de Kellgren-Lawrence ≥ 2 (redução do espaço
articular, osteófitos e possível esclerose).
21
Fig. 7 – Escala de Kellgren-Lawrence.
Diagnóstico por RM do quadril
• Sequências sensíveis a gordura e sensíveis a fluidos com saturação de
gordura;
• Planos recomendados variam incluindo coronais, sagitais e
transversais (padrão ou oblíquos), imagens radiais e 3D;
• Evidencia alterações morfológicas focais da cartilagem antes da
redução do espaço articular na radiografia;
• Defeitos na cartilagem podem representar biomarcadores precoces
para AO;
• Artro-RM: melhor avaliação das cartilagens e labrum, porém mais
invasiva.
22
Alterações estruturais na RM
• Alterações ósseas estruturais: edema na medular óssea, derrame
articular, sinovite, esclerose, osteófitos e cistos subcorticais;
23
Fig. 8 – Imagens de RM coronais em T1 e T2 com saturação de gordura
demonstrando osteoartrite avançada à direita, notando-se acentuada redução
do espaço articular, esclerose e irregularidade cortical, cistos subcorticais e
edema na medular óssea.
Alterações estruturais na RM
• Alterações ósseas estruturais: edema na medular óssea, derrame
articular, sinovite, esclerose, osteófitos e cistos subcorticais;
• RM mudou a visão da OA de doença centrada na cartilagem para
englobar toda a articulação;
• Potencial para diagnóstico precoce, porém não há definição aceita ou
validada de OA com base na RM.
24
Pontos fortes e fracos
Exame
clínico
Exame
radiográfico
Ressonância
magnética
25
Exame clínico
• Viável, amplamente disponível, repetível, com reprodutibilidade
interobservador moderada;
• Precisão aceitável: história médica pregressa e história clínica atual,
ausência de sinais de alerta;
• Baixa sensibilidade para OA de início precoce e em estágio inicial;
• Monitorar progressão da doença.
26
Exame radiográfico
• Viável, amplamente disponível, repetível, com reprodutibilidade
interobservador moderada;
• Baixa taxa de contraindicações;
• Interpretação por radiologistas ou clínicos;
• Diferenciação OA primária e da secundária, detectar características
anatômicas associadas ao IFA.
• Baixa sensibilidade em alterações de tecidos moles e articulares:
limitação para descartar distúrbios alternativos.
27
Exame radiográfico
• Na OA, são pouco sensíveis a alterações estruturais iniciais;
• Medida isolada da amplitude do espaço articular é insuficiente;
• Defeitos profundos da cartilagem podem ser vistos na RM apesar de
espaço articular com amplitude preservada na radiografia;
• Não cumpre requisitos para biomarcador de OA precoce;
• Discordâncias clínico-radiológicas são frequentes;
• Redução do espaço articular com o tempo correlaciona-se melhor
com a sintomatologia que a amplitude absoluta.
28
Ressonância magnética
• Viável, com limitações de disponibilidade, tempo e custo do exame;
• OA precoce: modalidade mais precisa para descartar diagnósticos
alternativos, diagnosticar e estadiar a OA do quadril;
• Artro-RM é mais precisa que a RM padrão para alterações da
cartilagem;
• Discordâncias clínico-radiológicas: lesões de cartilagem em pacientes
assintomáticos e pacientes sintomáticos sem achados de OA.
29
Argumentos para exame radiográfico como
modalidade de primeira linha na OA de quadril
• Pacientes acima de 50 anos com suspeita de OA: radiografia pélvica e
de quadril como modalidade de primeira linha;
• Impacto variável no manejo do paciente;
• Diagnóstico clínico presuntivo é aceito desde que os sintomas e
exame clínico permaneçam consistentes com o diagnóstico, sem
sinais de alerta;
• Não há recomendação validada propondo a RM do quadril como
primeira modalidade de imagem para suspeita de OA nesta faixa
etária;
• Estudos de custo-efetividade demonstraram aumento significativo no
custo sem efeito terapêutico.
30
Argumentos para exame radiográfico como
modalidade de primeira linha na OA de quadril
• Em pacientes com menos de 50 anos também recomenda-se a
obtenção de radiografias convencionais do quadril como modalidade
de primeira linha;
• Cirurgia preservadora do quadril em pacientes jovens com IFA é uma
intervenção modificadora da doença?
• RM como modalidade de imagem de segunda linha em caso de
resultados positivos confiáveis.
31
Perspectivas que favoreceriam o uso da RM
como modalidade de primeira linha
• Aumento na disponibilidade de equipamentos, diminuição do tempo
e custo do exame;
• Disponibilidade de drogas modificadoras da doença: impacto da
detecção precoce da OA é limitado;
• Falta de consenso sobre o que representa OA de quadril precoce:
alterações estruturais em pacientes assintomáticos e vice-versa;
• Necessitam-se de mais estudos.
32
Conclusão
• A osteoartrite do quadril é um grupo heterogêneo de distúrbios com
sinais flutuantes ao longo do tempo e com progressão lenta das
alterações radiográficas;
• A radiografia convencional pélvica/quadril é a modalidade de imagem
de primeira linha no cenário de suspeita de OA do quadril;
• A RM é a técnica de imagem padrão-ouro na OA inicial;
• A ausência de padrões e referência validados para OA inicial, a
presença de dissociação clínico-radiológica, bem como a ausência de
drogas modificadoras da doença permanecem como desafios na
prática clínica e pesquisa.
33
São Luís – MA
2023
Thailon Azevedo Mendes
Fellow (R4) Radiologia e Diagnóstico por Imagem
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Diagnóstico da OA do quadril

  • 1. São Luís – MA 2023 Thailon Azevedo Mendes Fellow (R4) Radiologia e Diagnóstico por Imagem
  • 2. Introdução • A osteoartrite do quadril é um distúrbio altamente prevalente e incapacitante que afeta idosos, mas também pacientes jovens, com alto impacto socioeconômico; • Imagem: confirmação diagnóstica e descartar diagnósticos alternativos; • Radiografia convencional: apoio diagnóstico; • Ressonância magnética: lesões de cartilagem e alterações estruturais; • Qual a modalidade de imagem deve ser usada para diagnosticar o estágio e quantificar a osteoartrite do quadril? 2
  • 3. Classificação da osteoartrite do quadril Etiologia Tempo de início Gravidade Curso clínico 3
  • 4. Classificação da osteoartrite do quadril Etiologia Primária: idiopática ou conflito dinâmico entre as superfícies articulares (síndrome do impacto femoroacetabular); Secundária: condições preexistentes (displasia do desenvolvimento do quadril, distúrbios do crescimento, fraturas, osteonecrose da cabeça femoral, distúrbios sinoviais inflamatórios/metabólicos). 4
  • 5. Classificação da osteoartrite do quadril Etiologia Fig. 1 - Homem de 21 anos com dor moderada no quadril esquerdo e osteoartrite com impacto fêmoro-acetabular. (A) Radiografia em AP demonstra estreitamento do espaço articular lateral (setas), esclerose subcondral do teto acetabular (asterisco) e osteófitos da cabeça femoral (setas). (B) A visão lateral de Dunn de 45° demonstra deformidade de Cam na junção cabeça-colo (seta). 5
  • 6. Classificação da osteoartrite do quadril Etiologia Fig. 2 - Osteoartrite secundária do quadril. (A) Radiografia AP do quadril esquerdo em um menino de 8 anos com doença de Legg-Calvé-Perthes mostrando esclerose da epífise da cabeça femoral (asterisco) e alterações císticas da metáfise (seta). (B) Radiografia AP de acompanhamento do mesmo paciente aos 23 anos de idade mostrando osteoartrite secundária com contornos anormais da cabeça femoral, incongruência articular e estreitamento do espaço articular. 6
  • 7. Classificação da osteoartrite do quadril Tempo de início Precoce ou tardio: 50 anos. 7
  • 8. Classificação da osteoartrite do quadril Gravidade Estágios inicial e avançado: Alterações estruturais e amplitude do espaço articular menor que 2 mm nas radiografias pélvicas em AP. 8
  • 9. Classificação da osteoartrite do quadril Gravidade Fig. 3 - Uma mulher de 38 anos com dor no quadril direito e osteoartrite. (A) Radiografia anteroposterior mostra reforço cortical (seta) com uma largura de espaço articular preservada. (B) O falso perfil de Lequesne mostra estreitamento do espaço articular anterossuperior (setas). (C) Imagens de artrografia por RM axial T1 com supressão de gordura e (D) sagital DP após injeção intra-articular mostram perda total de substância cartilaginosa no aspecto anterior (setas em C) e superior (setas em D) do espaço articular, com cisto subcondral (asterisco em D). 9
  • 10. Classificação da osteoartrite do quadril Curso clínico Geralmente de evolução lenta, com flutuação do nível de dor e nenhuma/poucas alterações radiológicas com o tempo. A osteoartrite rapidamente destrutiva é incomum: redução completa da amplitude do espaço articular ou desgaste ósseo grave dentro de 12 meses do início dos sintomas. 10
  • 11. Classificação da osteoartrite do quadril Curso clínico Fig. 4 - Osteoartrite não evolutiva do quadril esquerdo em um homem de 62 anos com amplitude de movimento limitada, mas sem dor no quadril. (A) Radiografia AP do quadril esquerdo demonstra estreitamento do espaço articular lateral (setas) e osteófitos marginais (setas). (B) A radiografia de acompanhamento após 10 anos não demonstra alteração significativa no estreitamento do espaço articular. 11
  • 12. Classificação da osteoartrite do quadril Curso clínico Fig. 5 - Homem de 65 anos com osteoartrite rapidamente destrutiva. (A) Radiografia AP do quadril direito obtida no início dos sintomas mostra osteófitos precoces (pontas de seta), mas sem estreitamento do espaço articular. (B) Radiografia AP obtida 3 meses depois mostra estreitamento completo do espaço articular (setas) com deformidade da cabeça femoral (cabeça de seta) e esclerose subcondral (asterisco). 12
  • 15. Exame radiográfico • Ao menos incidência AP da pelve e uma lateral do quadril; • AP pélvica: visão geral da cintura pélvica, análise comparativa dos quadris, avaliação de características associadas ao impacto femoroacetabular; • Laterais: diferentes graus de rotação pélvica, abdução e flexão do quadril. 15
  • 16. Exame radiográfico • Início precoce: incidência de Dunn de 45°: junção da cabeça com o colo, avaliação de morfologia do tipo Cam. 16
  • 17. Exame radiográfico • Falso perfil de Lequesne: avaliação da cobertura acetabular anterior e da amplitude do espaço articular anterior e posterior; detecta mais a redução do espaço articular. 17
  • 18. Exame radiográfico • Falso perfil de Lequesne: avaliação da cobertura acetabular anterior e da amplitude do espaço articular anterior e posterior; detecta mais a redução do espaço articular. Fig. 6 - Valor do perfil falso de Lequesne em um homem de 65 anos com dor leve no quadril após caminhar. (A) AP e (B) Lauenstein demonstram espaço articular quase normal e osteófitos (setas). (C) O falso perfil de Lequesne demonstra quase 50% de estreitamento do espaço articular no aspecto anterior da articulação (setas) que não pode ser visto nas outras radiografias. 18
  • 19. Exame radiográfico normal • Amplitude do espaço articular reflete a espessura combinada das cartilagens acetabulares e das cabeças femorais; • Normal: varia de 2 a 7 mm; variação entre dois quadris do mesmo indivíduo deve ser menor que 1 mm; • Amplitude do espaço articular lateral é maior ou igual ao do medial; • Teto acetabular arqueado ou labrum ossificado; • Lequesne: amplitude do espaço articular anterior deve ser maior que o posterior. 19
  • 20. Exame radiográfico alterado • Estreitamento do espaço articular: estágio avançado; • Predominante no aspecto lateral ou anterior: mais frequente, associado ao impacto femoroacetabular do tipo Cam; • Aspecto medial ou posterior: IFA do tipo Pincer; • Variações interindividuais importantes; • Mudança do tempo correlaciona-se melhor com a sintomatologia que a amplitude absoluta; • Medida seriada; • Progressão de doença: redução do espaço articular ≥ 0,5–0,6 mm/ano. 20
  • 21. Alterações estruturais • Esclerose, cistos subcondrais, formação de osteófitos; • Osteoartrite: grau de Kellgren-Lawrence ≥ 2 (redução do espaço articular, osteófitos e possível esclerose). 21 Fig. 7 – Escala de Kellgren-Lawrence.
  • 22. Diagnóstico por RM do quadril • Sequências sensíveis a gordura e sensíveis a fluidos com saturação de gordura; • Planos recomendados variam incluindo coronais, sagitais e transversais (padrão ou oblíquos), imagens radiais e 3D; • Evidencia alterações morfológicas focais da cartilagem antes da redução do espaço articular na radiografia; • Defeitos na cartilagem podem representar biomarcadores precoces para AO; • Artro-RM: melhor avaliação das cartilagens e labrum, porém mais invasiva. 22
  • 23. Alterações estruturais na RM • Alterações ósseas estruturais: edema na medular óssea, derrame articular, sinovite, esclerose, osteófitos e cistos subcorticais; 23 Fig. 8 – Imagens de RM coronais em T1 e T2 com saturação de gordura demonstrando osteoartrite avançada à direita, notando-se acentuada redução do espaço articular, esclerose e irregularidade cortical, cistos subcorticais e edema na medular óssea.
  • 24. Alterações estruturais na RM • Alterações ósseas estruturais: edema na medular óssea, derrame articular, sinovite, esclerose, osteófitos e cistos subcorticais; • RM mudou a visão da OA de doença centrada na cartilagem para englobar toda a articulação; • Potencial para diagnóstico precoce, porém não há definição aceita ou validada de OA com base na RM. 24
  • 25. Pontos fortes e fracos Exame clínico Exame radiográfico Ressonância magnética 25
  • 26. Exame clínico • Viável, amplamente disponível, repetível, com reprodutibilidade interobservador moderada; • Precisão aceitável: história médica pregressa e história clínica atual, ausência de sinais de alerta; • Baixa sensibilidade para OA de início precoce e em estágio inicial; • Monitorar progressão da doença. 26
  • 27. Exame radiográfico • Viável, amplamente disponível, repetível, com reprodutibilidade interobservador moderada; • Baixa taxa de contraindicações; • Interpretação por radiologistas ou clínicos; • Diferenciação OA primária e da secundária, detectar características anatômicas associadas ao IFA. • Baixa sensibilidade em alterações de tecidos moles e articulares: limitação para descartar distúrbios alternativos. 27
  • 28. Exame radiográfico • Na OA, são pouco sensíveis a alterações estruturais iniciais; • Medida isolada da amplitude do espaço articular é insuficiente; • Defeitos profundos da cartilagem podem ser vistos na RM apesar de espaço articular com amplitude preservada na radiografia; • Não cumpre requisitos para biomarcador de OA precoce; • Discordâncias clínico-radiológicas são frequentes; • Redução do espaço articular com o tempo correlaciona-se melhor com a sintomatologia que a amplitude absoluta. 28
  • 29. Ressonância magnética • Viável, com limitações de disponibilidade, tempo e custo do exame; • OA precoce: modalidade mais precisa para descartar diagnósticos alternativos, diagnosticar e estadiar a OA do quadril; • Artro-RM é mais precisa que a RM padrão para alterações da cartilagem; • Discordâncias clínico-radiológicas: lesões de cartilagem em pacientes assintomáticos e pacientes sintomáticos sem achados de OA. 29
  • 30. Argumentos para exame radiográfico como modalidade de primeira linha na OA de quadril • Pacientes acima de 50 anos com suspeita de OA: radiografia pélvica e de quadril como modalidade de primeira linha; • Impacto variável no manejo do paciente; • Diagnóstico clínico presuntivo é aceito desde que os sintomas e exame clínico permaneçam consistentes com o diagnóstico, sem sinais de alerta; • Não há recomendação validada propondo a RM do quadril como primeira modalidade de imagem para suspeita de OA nesta faixa etária; • Estudos de custo-efetividade demonstraram aumento significativo no custo sem efeito terapêutico. 30
  • 31. Argumentos para exame radiográfico como modalidade de primeira linha na OA de quadril • Em pacientes com menos de 50 anos também recomenda-se a obtenção de radiografias convencionais do quadril como modalidade de primeira linha; • Cirurgia preservadora do quadril em pacientes jovens com IFA é uma intervenção modificadora da doença? • RM como modalidade de imagem de segunda linha em caso de resultados positivos confiáveis. 31
  • 32. Perspectivas que favoreceriam o uso da RM como modalidade de primeira linha • Aumento na disponibilidade de equipamentos, diminuição do tempo e custo do exame; • Disponibilidade de drogas modificadoras da doença: impacto da detecção precoce da OA é limitado; • Falta de consenso sobre o que representa OA de quadril precoce: alterações estruturais em pacientes assintomáticos e vice-versa; • Necessitam-se de mais estudos. 32
  • 33. Conclusão • A osteoartrite do quadril é um grupo heterogêneo de distúrbios com sinais flutuantes ao longo do tempo e com progressão lenta das alterações radiográficas; • A radiografia convencional pélvica/quadril é a modalidade de imagem de primeira linha no cenário de suspeita de OA do quadril; • A RM é a técnica de imagem padrão-ouro na OA inicial; • A ausência de padrões e referência validados para OA inicial, a presença de dissociação clínico-radiológica, bem como a ausência de drogas modificadoras da doença permanecem como desafios na prática clínica e pesquisa. 33
  • 34. São Luís – MA 2023 Thailon Azevedo Mendes Fellow (R4) Radiologia e Diagnóstico por Imagem