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Interfaces e deslocamentos:
feminismos, direitos, sexualidade
e antropologia
LiaZanottaMachado
ProfessoraTitulardeAntropologia-UNB
Sobre a autora:
Doutorado em Sociologia - USP (1980). Professora Titular de
Antropologia da Universidade de Brasília. Ex-Conselheira do Conselho
Nacional dos Diretos das Mulher e ex-membro de comitê de
monitoramento da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, ex
Vice Presidente da Associação Brasileira de Antropologia. Tem
experiência na área de Antropologia, com ênfase em Teoria Antropológica,
atuando principalmente nos seguintes temas: violência contra a mulher,
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Objetivo do artigo
Refletir e analisar as interfaces entre estudos
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igualdadedegênerooupeladiversidadesexual.
Observação: “Ninguém pode invocar a diversidade cultural para
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Referência:
MACHADO, L. Z. (2014). Interfaces e deslocamentos:
feminismos, direitos, sexualidades e antropologia. Dossiê
Antropologia, gênero e sexualidade no Brasil: Balanços e
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  • 3. Objetivo do artigo Refletir e analisar as interfaces entre estudos antropológicos de gênero e sexualidade no Brasil, e as implicações da circulação no campo acadêmico das reinvindicações por direitos pelos movimentos feministas e pelos movimentos pela diversidade sexual.
  • 4. Contextualização • Últimas duas décadas - relevância na circulação de conceitos teóricos entre campos de estudos de gêneroesexualidade. • Diversidade cultural reivindicada: os interditos sexuais e os lugares das mulheres são postos pelos costumeseporleisecódigosreligiosos.
  • 5. Naturalização biológica da diferença sexual à construção dos gêneros • Antes do feminismo anos 70: diferença de sexo posta no biológico–inferioridadedosexofeminino; • EUA – anos 60 e 70: com o impacto do feminismo, movimento da igualdade é feito em nome das mulheres, reivindicandoodeterminismobiológico;
  • 6. • Movimento pela liberação das Mulheres na França (anos 70): feminismo igualitarista e o feminismo diferencialista.
  • 7. Feminismo brasileiro: • Respondeàideiadareivindicaçãodaigualdade; • Construção de uma categoria de mulheres pelo feminismo; • Luta pela democratização, pela adesão ao combate à desigualdadedeclasses.
  • 8. As construções das categorias múltiplas de gênero e sexualidade e as identificações políticas por alianças • Na concepção Hodierna: os estudos de gênero e de sexualidade - as fronteiras de gênero ultrapassam as diferençasdehomensemulheres,entreheterossexuaise homossexuais. • A busca daigualdade não é a busca da identidade única, é a busca da igualdade política de direitos e respeito à diversidade.
  • 9. • Constituiçãodegênero(JudithButler,1990):proliferação de gêneros, homens e mulheres, heterossexuais e homossexuais, lésbicas, gays, travestis, transexuais, transgêneroseváriasoutrascategorias. • Há uma proliferação, segundos os estudos de gênero, de formasdesere deseconstruir.
  • 10. • Conceito de gênero - construção cultural transformável, torna-se evidente que não há identidades, mas identificações em processo, jamais identidades eternas e uniformatadas.
  • 11. Inflexões e contraste • Saberes Feministas: consideração dos saberes situados dos pesquisadores e dos saberes dos sujeitos em foco – posições no contexto interacional e de relações de poder ouhierarquia. Trêspontosdeinflexão  Primeiro ponto: posição paradigmática dos estudos feministasdegênero
  • 12. • Propõe que a perspectiva feminista dos estudo de gênero possairalémdobinômio:resistênciaousubordinação.  Segundo ponto de inflexão: forma de tratar metodologicamente da diversidade cultural, entendida comodiversidadesocietária.  Terceiro ponto de inflexão: a forma que o autor/a se situardiantedossujeitospesquisados
  • 13. • Os direitos coletivos: vinculados ao direito à diversidade culturaldogrupooupovocomoumtodo. • Os direitos individuais: vinculados ao cuidado de implicarefocarseutrabalhoemrelaçãoaosdireitospela igualdadedegênerooupeladiversidadesexual. Observação: “Ninguém pode invocar a diversidade cultural para justificar a violação dos direitos humanos garantidos pelo direito internacional(...)”.
  • 14. Referência: MACHADO, L. Z. (2014). Interfaces e deslocamentos: feminismos, direitos, sexualidades e antropologia. Dossiê Antropologia, gênero e sexualidade no Brasil: Balanços e Perspectivas,p.13-46,2014.