SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 50
Baixar para ler offline
www.academiadaespecialidade.com
facebook.com/especialidade MIGUEL MATIAS| miguelmatias463@gmail.com
HPIM127
CECIL 47
2018
PERGUNTAS
PERGUNTAS
PNS 2019 1-2 PERGUNTA?
3
Um dos mais perguntados até 2018
D
SÍMBOLO SIGNIFICADO
INTEGRAÇÃO DE
CONHECIMENTO
REFERÊNCIA
a outros capítulos
ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
MUITO IMPORTANTE
CONHECIMENTO
ESSENCIAL
MENOS perguntável
CHECK
LEGENDA
SÍMBOLO COMPETÊNCIA
MECANISMOS
de DOENÇA
Estabelecer um
DIAGNÓSTICO
Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
Elaborar plano de
GESTÃO DO DOENTE
MD
D
P
T
GD
ÍNDICE
Introdução
Anemia Falciforme
Hemoglobina C
Falciformização-Talassemia β
β talassemia
α talassemia
Abordagem ao Doente
Diagnóstico
INTRODUÇÃO
1. HEMOGLOBINA
Transporta até 4 moléculas de O2
Tetrâmero de cadeias de globina (2x alfa-like, 2x Beta-like)
HbA
HbF
HbA2
Cada Hemoglobina
Α2 β2 – Principal do adulto
Α2 γ2 – Principal do Feto
Α2 δ2 – Secundária do adulto
INTRODUÇÃO
1. HEMOGLOBINA
Cadeias α Cadeias β
Cadeias
HbF, HbA e
HbA2
HbA
Sintom
as
Sintomas in útero e
pós nascimento
Assintomáticas até
aos 3-9M
INTRODUÇÃO
1. HEMOGLOBINA
Os tetrâmeros de Hemoglobina são altamente solúveis,
mas as globinas em si são insolúveis
- quando não estão corretamente emparelhadas,
precipitam e danificam o GV
- A síntese de cadeias é coordenada e equilibrada
Nas hemoglobinopatias, seja a
forma ou a função de um dos
componentes da Hb está alterada
HEMOGLOBINOPATIAS
As hemoglobinopatias são doenças causadas por mutações que resultam
numa redução quantitativa ou qualitativaanormal das
hemoglobinas.
As mais comuns são:
ANEMIAS FALCIFORMES
TALASSEMIAS
DEFICIÊNCIA DE G6PD
Surgiram em áreas do mundo com
malária endémica.
Tal como a:
Defeitos Qualitativos Defeitos Quantitativos
Anemia Falciforme
Anemia HbCS
Anemia HbC
SISTEMATIZAR
Formas Talasso-Falciformes
β TALASSÉMIA
α TALASSÉMIA
HEMOGLOBINOPATIAS
1. ANEMIA FALCIFORME
1 É a mais comum dos síndromes falciformes.
2
3
Surge de uma mutação pontual que causa uma substituição do
ácido glutâmico por valina no sexto aminoácido do gene β-globina.
Emergiu como uma mutação independente em diversas
populações de África, Índia, Mediterrâneo e Médio Oriente.
HEMOGLOBINOPATIAS
1. ANEMIA FALCIFORME
A substituição de um resíduo hidrofílico por um resíduo hidrofóbico torna a hemoglobina falciforme
desoxigenada - HbS - menos solúvel e, portanto, suscetível à polimerização
e precipitação.
A taxa de precipitação da HbS é extremamente sensível à
concentração intracorpuscular da hemoglobina desoxigenada.
A falciformização aumenta em ambientes onde essa concentração
é maior:
Alterações na hidratação celular
(desidratação)
Alterações na curva de
dissociação de oxigénio
(hipoxia, acidose, altitude elevada).
HEMOGLOBINOPATIAS
1. ANEMIA FALCIFORME
Manifestações
Manifestação Aguda
HEMOGLOBINOPATIAS
1.ANEMIA FALCIFORME
Crises dolorosas, secundárias à oclusão da microvasculatura e isquemia
dos órgãos e tecidos, podem ocorrer em qualquer lado, sendo a dor
mais comum:
- Extremidades
- Peito
- Abdómen
- Costas.
A maioria das complicações agudas da anemia falciforme estão relacionadas
com vaso-oclusão.
Manifestação Aguda – Fatores desencadeantes
HEMOGLOBINOPATIAS
1. ANEMIA FALCIFORME
São as causas mais comuns
das crises dolorosas.
- Infecções
- Desidratação
- Mudanças rápidas
de temperatura
- Gravidez NO ENTANTO,
É comum não se encontrar uma causa óbvia
na origem das crises dolorosas agudas.
Manifestação Aguda - Pulmão
HEMOGLOBINOPATIAS
1. ANEMIA FALCIFORME
A vaso-oclusão na circulação pulmonária pode ser
uma complicação particularmente perigosa
O papel das infecções, enfarte e trombose in situ no STA são indistinguíveis mas todos os
pacientes devem receber antibióticos para uma possível pneumonia.
Leva ao agravamento da falciformização e aumenta as complicações respiratórias pelo que o
STA é potencialmente fatal e indicativo de transfusão-exsanguinação urgente.
Síndrome torácico agudo
(STA)
- Dor no peito
- Infiltrações pulmonares
- Hipoxemia
Manifestação Aguda - Cérebro
HEMOGLOBINOPATIAS
1. ANEMIA FALCIFORME
Os episódios neurológicos são a maior causa de morbilidade nos doentes com
anemia falciforme.
Estes enfartes são indicação para transfusão-
exsanguinação a longo prazo, que leva à
diminuição da taxa de oclusões repetidas.
As oclusões de grandes vasos raramente ocorrem em adultos.
As oclusões agudas dos grandes vasos ocorrem em crianças, com uma taxa
de recorrência de 70%.
Os adultos podem sofrer enfartes hemorrágicos como resultado de dilatação aneurismática
dos vasos proliferativos que se formam em resposta a micro-oclusões repetidas nos vasos cerebrais.
Por razões que ainda se desconhecem,
Manifestação Aguda – Medula Óssea
HEMOGLOBINOPATIAS
1. ANEMIA FALCIFORME
Qualquer insulto tóxico ou infeccioso que
transitoriamente suprima a atividade da medula óssea Crise aplástica
Perante períodos de menor atividade
medular surge rapidamente anemia
- Anemia profunda
- Parvovírus B19 Infecta diretamente os precursores eritróides
No entanto, alguns pacientes desenvolvem necrose da medula
óssea, com quadro leucoeritroblástico, que pode ser ainda mais
complicado pela embolização da medula óssea nos pulmões.
O tempo de sobrevivência reduzido dos GV na anemia
falciforme torna os pacientes altamente dependentes da
atividade vigorosa da medula
Um fenómeno muito dramático ocorre com
Porque
Geralmente, os cuidados de
suporte continuado são
suficientes.
Manifestação Aguda - Rim
HEMOGLOBINOPATIAS
1. ANEMIA FALCIFORME
A medula renal é altamente suscetível a
danos por vaso-oclusão.
desenvolvem defeitos na capacidade de concentração da urina.
Tonicidade
 Tensão de oxigénio
 significativo da
concentração de
HBS
Todos os pacientes com anemia falciforme
na idade adulta, são uniformemente isostenúricos.
Episódios agudos de hematúria,
secundária a necrose papilar, são comuns.
Manifestação Aguda - Baço
HEMOGLOBINOPATIAS
1. ANEMIA FALCIFORME
Na idade adulta, todos os pacientes tornaram-se funcionalmente asplénicos
por enfartes repetidos da microvasculatura.
Este factor aumenta a susceptibilidade dos pacientes a
infecções por organismos encapsulados.
Os doentes com anemia falciforme são particularmente predispostos à osteomielite
frequentemente por Salmonella.
O baço é outro local no qual a falciformização recorrente ocorre uniformemente.
A infeção aguda continua a ser uma causa significativa de morte.
Manifestação Crónica
HEMOGLOBINOPATIAS
1. ANEMIA FALCIFORME
À medida que mais pacientes foram sobrevivendo até à idade adulta, episódios
repetidos de vaso-oclusão levam a danos em quase todos os orgãos
Princípais causas de morte em pacientes
adultos com anemia falciforme.
A maioria dos pacientes requer colecistectomia para
cálculos pigmentares.
A anemia falciforme era uma doença infantil
Insuficiência Renal Insuficiência Pulmonar
Outras complicações a longo prazo incluem:
1 Úlceras cutâneas crónicas
2 Retinopatia
3 Disfunção hepática
Tratamento
HEMOGLOBINOPATIAS
1. ANEMIA FALCIFORME
Crises dolorosas
- Fluídos;
- Suplemento de oxigénio;
- Analgésicos.
- Antibióticos
Infecções
Anemia
sintomática
Transfusão
O tratamento da doença falciforme
permanece grandemente de suporte
1
2
3
Tratamento
HEMOGLOBINOPATIAS
1. ANEMIA FALCIFORME
Indicações mais controversas:
Pacientes que tenham sofrido um
Trombose dos grandes vasos
Transfusão-exsanguinação crónica
4
- Dor intratável
- Resposta lenta a outras
vmedidas de apoio
O objectivo é atingir um nível entre
30 a
40%
Exsanguino
Transfusão
1. Síndrome Torácico
2. AVC
3. Necrose da medula óssea
4. Priapismo
Tratamento
HEMOGLOBINOPATIAS
1. ANEMIA FALCIFORME
Hidroxiureia  Concentração de HbF
 Incidência de crises vaso oclusivas
5 Estudos de acompanhamento revelaram uma vantagem de sobrevida para
pacientes tratados com hidroxiureia.
HEMOGLOBINOPATIAS
2. OUTRAS FALCIFORMIZAÇÕES
2.1 Hemoglobina C
HbC HbSC HbSS
Transmissão Autossómica recessiva
Mecanismo
mutação pontual
com substituição da
ácido Glutàmico por
Lisina no sexto
aminoácido do gene
β-globina.
Heterozigóticos compostos
mutação pontual com
substituição da valina
por ácido glutâmico no
sexto aminoácido do
gene β-globina
Clínica
Clínicamente
silencioso.
Anemia Ligeira
Sintomas Ligeiros
Hematócrito e Viscosidade
mais alta – maior %
retinopatia
Esplenomegália
Crises dolorosas
Infeções
Envolvimento de Órgão
Anemia Sintomática
Enfarte Esplénico
HEMOGLOBINOPATIAS
2. OUTRAS FALCIFORMIZAÇÕES
2.1 Hemoglobina C
Ao contrário dos doentes com HbSS que sofrem enfartes esplénicos, os
doentes com hemoglobina HbSC sofrem de esplenomegália
Ocasionalmente ocorrem episódios de esplenomegália com profundas
diminuições na concentração de hemoglobina e no hematócrito
Crise de Sequestro Esplénico
Embora também possam ocorrer em crianças
com HbSS, a asplénia funcional previne essa
complicação em adultos
HEMOGLOBINOPATIAS
2. OUTRAS FALCIFORMIZAÇÕES
2.2 Falciformização-Talassémia β
Os pacientes que são heterozigotos duplos para HbS e β-talassemia
Menos grave que a HbSS, provavelmente devido à diminuição da concentração
intracorpuscular de HbS.
Não produzem cadeias β normais e têm essencialmente o mesmo fenótipo que os
pacientes com HbSS.
têm um espectro de doença que depende do nível
de β-globina que produzem.
Talassémia falciforme β+-
Talassémia falciforme β0
HEMOGLOBINOPATIAS
3. Talassémia
HEMOGLOBINOPATIAS
Estão associadas à anemia
hemolítica grave
São um grupo heterogéneo de distúrbios associados à diminuição ou ausência de cadeias α
ou β-globina.
Estes síndromes são frequentemente confundidos com
deficiência de ferro devido à diminuição do VGM.
3. Síndromes Talassémicos
Síndromes Talassémicas Graves
São diagnosticados na 1ª Infância
Síndromes Talassémicas mais leves
anemia microcítica leve com pouca
ou nenhuma evidência de hemólise
HEMOGLOBINOPATIAS
β Talassémia
Levam a uma diminuição ou ausência de expressão do locus da β-globina (?).
Mutações estruturais na região codificadora do gene
Mutações
sem sentido
mRNA
truncado
Ausência de expressão
de globina
(β0-talassemia)
3. Talassémia
mais de 100 mutações
resulta na redução, mas não na eliminação da expressão da
cadeia globina do alelo afectado (β + -talassémia).
Diminuição da transcrição ou tradução ou splicing
HEMOGLOBINOPATIAS
β Talassémia
 Síntese na cadeia de globina na β-talassemia
 da produção normal de hemoglobina Produção de um excesso relativo de cadeias α
Resulta numa anemia hipocrómica
Formam complexos de cadeia α insolúveis e
causam hemólise.
Síndromes talassêmicas leves
o excesso de cadeias α é insuficiente
causar hemólise significativa, e a
principal descoberta é uma anemia
microcítica.
Síndromes Talassémicos Graves
A hemólise ocorre tanto na periferia como na medula, com uma
intensa expansão secundária da produção medular de GV.
A expansão do espaço medular causa anormalidades
esqueléticas graves e a eritropoiese ineficaz constitui,
também, um estímulo forte para absorção de ferro do
intestino.
3. Talassémia
HEMOGLOBINOPATIAS
β Talassémia
3. Talassémia
O espectro clínico da β-talassémia reflecte a
heterogeneidade causadora da doença.
β-talassémia major β-talassémia intermédia β-talassémia minor
Transmissão Autossómica recessiva
Mecanismo β0-talassémia
homozigótica
Dois alelos β-talassémicos
Pelo menos um deles é uma
leve mutação β+
Duas mutações talassémicas
leves β+
Clínica anemia hemolítica grave
anemia hemolítica crónica
grave
podem desenvolver
sobrecarga de ferro na
ausência de transfusões.
Anemia ferropénica
erradamente diagnosticada
- nível de ferro normal a aumentado
com saturação de ferro normal.
Transfusão
Requer Transfusão
desde a nascença
Não Requer transfusão
O aumento compensatório na HbA2 e no
HbF na eletroforese de hemoglobina confirma
o diagnóstico.
HEMOGLOBINOPATIAS
α Talassémia
A α talassémia é quase sempre causada por
mutações que delecionam um ou mais dos loci
da cadeia α no cromossoma 16.
Existem quatro loci de cadeias α com
duas cópias, do gene da α-globina em
cada cromossoma.
O espectro da talassemia-α reflecte a
falta de um, dois, três ou todos os
quatro genes da α-globina.
3. Talassémia
HEMOGLOBINOPATIAS
α Talassémia
1 A presença de quatro genes da cadeia α permite a síntese adequada da cadeia α
- Exceto se três ou quatro loci sejam apagados.
2 Os tetrâmeros de cadeia β são mais solúveis do que os seus pares da cadeia α e não
causam hemólise (por acumulação)
As manifestações clínicas da talassémia α são mais brandas do que as da
talassémia β por dois motivos:
3. Talassémia
HEMOGLOBINOPATIAS
α Talassémia
A hemoglobina H é fruto do excesso de produção da cadeia β, especificamente β4. Causa
anemia hemolítica moderada e destruição mínima, ou nenhuma, de eritrócitos intramedulares.
A herança do alelo α-thal 2 homozigoto não resulta em loci funcionais da
cadeia α e é incompatível com a vida.
O feto é incapaz de produzir hemoglobina funcional além do
desenvolvimento embrionário, porque a HbF também requer cadeias α.
3. Talassémia
Doentes com perda de um único gene de cadeia α
- são portadores silenciosos e têm um hematócrito normal e VCM.
Os pacientes que herdam um alelo α-Thal 1 e um alelo α-Thal 2 (−− / α−)
têm a doença da hemoglobina H.
Doentes com perda de duas cadeias α:
- no mesmo cromossoma (−− /αα) -α-Thal 1
- em cromossomas diferentes (α− / α−) - α-thal 2
São microcíticos e levemente anémicos.
HEMOGLOBINOPATIAS
α Talassémia- Hidrops Fetalis
As cadeias ɣ livres formam tetrameros,
denominados hemoglobina Barts.
A falta de libertação de oxigénio nos tecidos periféricos leva
à insuficiência cardíaca congestiva grave e anasarca
Hidropsia fetal
3. Talassémia
As hemoglobinas Barts têm uma afinidade de
oxigénio extremamente alta
Os fetos afetados são nados mortos ou
morrem logo após o nascimento.
O BART QUER TODO O O2
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
HEMOGLOBINOPATIAS
ABORDAGEM AO DOENTE D
O exame pode ser realizado a nível populacional para rastreio, ou a nível
individual para diagnóstico
São doentes que apresentam um
anemia – com aparência mista
O índice reticulocitário está alto, mas é
inapropriadamente baixo para o grau de hiperplasia
medular eritroide
Estes testes não devem ser realizado em anemias
de início recente se não foram excluídas as causas
mais comuns primeiros (ie: ferropénia)
MAS
Qualquer transfusão recente pode alterar os resultados
Hemograma Esfregaço Estudo da Hbpatia
HEMOGLOBINOPATIAS
ABORDAGEM AO DOENTE
O esfregaço de sangue deve ser realizado a todos
os doentes com suspeita de Hemoglobinopatia
D
ANEMIA FALCIFORME HEMOGLOBINA C HEMOGLOBINA SC
TALASSEMIA MINOR TALASSEMIA BETA OUTRAS HEMOGLOBINOPATIAS RARAS
INTRODUÇÃO
DETECÇÃO E CARATERIZAÇÃO DE HEMOGLOBINOPATIAS
Eletroforese
Largamente utilizadas na abordagem inicial
das Hemoglobinopatias
- Acetato de celulose (triagem inicial)
- Gel de Agar (mais refinado, mais sensibilidade)
Geralmente, com as duas técnicas temos um resultado inequívoco
mas... Há variantes importantes electroforeticamente silenciosas!
Cada vez mais a ser substituída por uma nova técnica
Espectrometria de Massa - HPLC
1. QUE TIPO DE HEMOGLOBINAS?
D
INTRODUÇÃO
DETECÇÃO E CARATERIZAÇÃO DE HEMOGLOBINOPATIAS
2. QUE QUANTIDADE DE HEMOGLOBINAS?
Muitas vezes as quantidades, dão-nos pistas sobre a hemoglobinopatia
subjacente
Hemoglobina Aumentado Diminuido
HbA2 ↑ no traço talassémia β ↓ na ferropénia
HbF
↑ na persistência hereditária
de HbF, talassémia β, stress
eritróide, mielodisplasia
Continua a ser uma avaliação incompleta sem estudos funcionais
Contudo,
Falciformização S0lubilidade Afinidade para o O2
D
INTRODUÇÃO
DETECÇÃO E CARATERIZAÇÃO DE HEMOGLOBINOPATIAS
3. TESTE FUNCIONAIS
Ensaio de Falciformização
Grau com que a Hb se torna insolúvel
ou gelatinizada quando desoxigenada
Precipitação em Isopropanolol ou após 50ºC Deteção Hb instáveis
Quantificação da P50
Deteção variantes com alta e baixa
afinidade para O2 (↓/↑P50)
Determinação da % de carboxi e
metehemoglobina
Técnicas espectrofotométricas
Podem ser feitos em urgência
- Reconhecimento da hx clínica tipica, achados fisicos, morfologia do esfregaço de
sangue periférico e alterações do hemograma completo
Melhor maneira de estabelecer Dx:
D
SITUAÇÕES TIPO
D
RASTREIO DE HEMOGLOBINAS EM MULHERES EM IDADE REPRODUTIVA
SISTEMATIZAR
Anemia
Icterícia e litíase
biliar
Alterações
esqueléticas
Sobrecarga de
Ferro
Atraso de
Crescimento
Hepatoespleno
megália
Trombose Ulceras de
Perna
Insuficiência Cardíaca
ou Pulmonar
3. Talassémia
1. ANEMIA FALCIFORME
Anemia
Sobrecarga de
Ferro
Trombose Ulceras de
Perna
Dano Orgão
Crises
VasoOclusiva
SISTEMATIZAR
Hemograma
Clínica/Rastreio
Esfregaço
Teste de Hemoglobinopatia
-Electroforese
-Espectometria de Massa
-Testes Funcionais
CASO CLÍNICO 04
BS, 12M – Etnicidade Havaiana, Chinesa e Portuguesa
MOTIVO DE ADMISSÃO HOSPITALAR
VINHETA CLÍNICA
ANTECEDENTES PESSOAIS
Apresenta num exame de rotina uma Hb de 9,1g/dL com um VGM de 58.
Aparência edemaciada.
Após rever o boletim de saúde infantil já havia sido detectado Hb Barts no rastreio neonatal
1 Sem antecedentes pessoais
CASO CLÍNICO 04
Qual a melhor abordagem à doente de 1 ano assintomática com Hb de 9,1g/dL com e VGM de
58pg com Hb de Barts no rastreio Neonatal
1 Eletroforese
2 TERAPÊUTICA COM FERRO E ELETROFORESE
3 Espectometria de Massa
4 PROVA TERAPÊUTICA COM FERRO E REAVALIAR APÓS 1 MES
5 Informar que a bebe tem α talassemia e não é preciso nenhum teste adicional
ou suplementação com ferro
CASO CLÍNICO 05
3 anos, indiano
3,4g/dL de Anemia
VINHETA CLÍNICA
ANTECEDENTES PESSOAIS
Recorre ao SU por analises realizadas no MGF com 3,4g/dL de anemia.
O doente apresentava-se com queixas de fraqueza, dores articulares dispersas mais acentuadas
no joelho esquerdo e dor no estomâgo.
Nega epistáxis, hematémese, melenas, hematoquezias, hematúria. Nega outros sinais e
sintomas
1 Sem antecedentes pessoais
CASO CLÍNICO 05
MEDICAÇÃO HABITUAL
EXAME FÍSICO
Mucosas desoradas e hidratadas, força global 5+
Sem perdas objetiváveis
Flexo no joelho esquerdo, com diminuição do angulo de flexão e extensão.
Tº auricular 37,3 PA: 73/64 FC 93 SaO2: 94%
1 Sem medicação
Pai diagnosticado com traço β Talassemia.
Mãe portadora de traço falciforme
INFORMAÇÃO ADICIONAL
CASO CLÍNICO 05
Relativamente ao caso, escolhe a afirmação falsa.
1 A eletroforese de proteínas e o esfregaço de sangue devem ser realizados
2 A quantificação β não é relevante para o prognóstico
3 A HbF está previsivelmente aumentada
4 A ESPECTOMETRIA DE MASSA ESTÁ A SUBSTITUIR A ELECTROFORESE
5 O ENSAIO DE FALCIFORMIZAÇÃO SERIA POSITIVO NESTE DOENTE
FIM
www.academiadaespecialidade.com
facebook.com/especialidade MIGUEL MATIAS| miguelmatias463@gmail.com

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Hemoglobinopatias.pdf

Sindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefriticaSindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefriticapauloalambert
 
Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...
Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...
Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...casadurvalpaiva
 
Doença relacionada a IgG4 e Sindrome de Sjogren
Doença relacionada a IgG4 e Sindrome de SjogrenDoença relacionada a IgG4 e Sindrome de Sjogren
Doença relacionada a IgG4 e Sindrome de SjogrenRômulo Augusto
 
Kidney abnormalities in sickle cell disease
Kidney abnormalities in sickle cell diseaseKidney abnormalities in sickle cell disease
Kidney abnormalities in sickle cell diseasejaninemagalhaes
 
Anemia de fanconi - RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICA
Anemia de fanconi -  RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICAAnemia de fanconi -  RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICA
Anemia de fanconi - RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICAFabio Vidal
 
Fibrose endomiocárdica apresent
Fibrose endomiocárdica apresentFibrose endomiocárdica apresent
Fibrose endomiocárdica apresentmairaalexandra
 
Peculiaridades do hemograma - Inicial
Peculiaridades do hemograma  - InicialPeculiaridades do hemograma  - Inicial
Peculiaridades do hemograma - InicialJanderson Physios
 
Diagnóstico e tratamento das urgencias tireoidianas
Diagnóstico e tratamento das urgencias tireoidianasDiagnóstico e tratamento das urgencias tireoidianas
Diagnóstico e tratamento das urgencias tireoidianasbenylondon
 
Sindromes nefrotico nefritica 18
Sindromes nefrotico nefritica 18Sindromes nefrotico nefritica 18
Sindromes nefrotico nefritica 18pauloalambert
 

Semelhante a Hemoglobinopatias.pdf (20)

Anemia Falciforme.pptx
Anemia Falciforme.pptxAnemia Falciforme.pptx
Anemia Falciforme.pptx
 
Anemias abordagem clínica
Anemias abordagem clínicaAnemias abordagem clínica
Anemias abordagem clínica
 
Anemia e sindrome nefrótica
Anemia e sindrome nefróticaAnemia e sindrome nefrótica
Anemia e sindrome nefrótica
 
Sindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefriticaSindromes nefrotico nefritica
Sindromes nefrotico nefritica
 
Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...
Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...
Anemia Falciforme e Manejo com o Paciente - Dr. James Maciel - XII Jornada de...
 
Terapia Nutricional no Lúpus
Terapia Nutricional no LúpusTerapia Nutricional no Lúpus
Terapia Nutricional no Lúpus
 
Doença relacionada a IgG4 e Sindrome de Sjogren
Doença relacionada a IgG4 e Sindrome de SjogrenDoença relacionada a IgG4 e Sindrome de Sjogren
Doença relacionada a IgG4 e Sindrome de Sjogren
 
Kidney abnormalities in sickle cell disease
Kidney abnormalities in sickle cell diseaseKidney abnormalities in sickle cell disease
Kidney abnormalities in sickle cell disease
 
GNDA
GNDAGNDA
GNDA
 
Anemia de fanconi - RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICA
Anemia de fanconi -  RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICAAnemia de fanconi -  RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICA
Anemia de fanconi - RESUMO SOBRE CITOLOGIA CLINICA
 
Anemia Falciforme
Anemia FalciformeAnemia Falciforme
Anemia Falciforme
 
Anemia Falciforme
Anemia FalciformeAnemia Falciforme
Anemia Falciforme
 
Drepanocitose
DrepanocitoseDrepanocitose
Drepanocitose
 
Drepanocitose
DrepanocitoseDrepanocitose
Drepanocitose
 
Fibrose endomiocárdica apresent
Fibrose endomiocárdica apresentFibrose endomiocárdica apresent
Fibrose endomiocárdica apresent
 
Peculiaridades do hemograma - Inicial
Peculiaridades do hemograma  - InicialPeculiaridades do hemograma  - Inicial
Peculiaridades do hemograma - Inicial
 
Anemia falciforme
Anemia falciformeAnemia falciforme
Anemia falciforme
 
Diagnóstico e tratamento das urgencias tireoidianas
Diagnóstico e tratamento das urgencias tireoidianasDiagnóstico e tratamento das urgencias tireoidianas
Diagnóstico e tratamento das urgencias tireoidianas
 
Dtp17 sp
Dtp17 spDtp17 sp
Dtp17 sp
 
Sindromes nefrotico nefritica 18
Sindromes nefrotico nefritica 18Sindromes nefrotico nefritica 18
Sindromes nefrotico nefritica 18
 

Mais de Unidade Local de Saúde do Nordeste (6)

abc alergias.pptx
abc alergias.pptxabc alergias.pptx
abc alergias.pptx
 
2020_UPDATE_Schools_508c.pptx
2020_UPDATE_Schools_508c.pptx2020_UPDATE_Schools_508c.pptx
2020_UPDATE_Schools_508c.pptx
 
mini-sebenta corpo humano
mini-sebenta corpo humanomini-sebenta corpo humano
mini-sebenta corpo humano
 
IIIjornadasIHMT_SB.pptx
IIIjornadasIHMT_SB.pptxIIIjornadasIHMT_SB.pptx
IIIjornadasIHMT_SB.pptx
 
Glúcidos e Glicemia.pptx
Glúcidos e Glicemia.pptxGlúcidos e Glicemia.pptx
Glúcidos e Glicemia.pptx
 
Dislipidemias aula.pptx
Dislipidemias aula.pptxDislipidemias aula.pptx
Dislipidemias aula.pptx
 

Último

Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointwylliamthe
 

Último (8)

Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power point
 

Hemoglobinopatias.pdf

  • 1. www.academiadaespecialidade.com facebook.com/especialidade MIGUEL MATIAS| miguelmatias463@gmail.com HPIM127 CECIL 47 2018
  • 2. PERGUNTAS PERGUNTAS PNS 2019 1-2 PERGUNTA? 3 Um dos mais perguntados até 2018 D
  • 3. SÍMBOLO SIGNIFICADO INTEGRAÇÃO DE CONHECIMENTO REFERÊNCIA a outros capítulos ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA MUITO IMPORTANTE CONHECIMENTO ESSENCIAL MENOS perguntável CHECK LEGENDA SÍMBOLO COMPETÊNCIA MECANISMOS de DOENÇA Estabelecer um DIAGNÓSTICO Medidas de saúde e PREVENÇÃO Elaborar um plano TERAPÊUTICO Elaborar plano de GESTÃO DO DOENTE MD D P T GD
  • 4. ÍNDICE Introdução Anemia Falciforme Hemoglobina C Falciformização-Talassemia β β talassemia α talassemia Abordagem ao Doente Diagnóstico
  • 5. INTRODUÇÃO 1. HEMOGLOBINA Transporta até 4 moléculas de O2 Tetrâmero de cadeias de globina (2x alfa-like, 2x Beta-like) HbA HbF HbA2 Cada Hemoglobina Α2 β2 – Principal do adulto Α2 γ2 – Principal do Feto Α2 δ2 – Secundária do adulto
  • 6. INTRODUÇÃO 1. HEMOGLOBINA Cadeias α Cadeias β Cadeias HbF, HbA e HbA2 HbA Sintom as Sintomas in útero e pós nascimento Assintomáticas até aos 3-9M
  • 7. INTRODUÇÃO 1. HEMOGLOBINA Os tetrâmeros de Hemoglobina são altamente solúveis, mas as globinas em si são insolúveis - quando não estão corretamente emparelhadas, precipitam e danificam o GV - A síntese de cadeias é coordenada e equilibrada Nas hemoglobinopatias, seja a forma ou a função de um dos componentes da Hb está alterada
  • 8. HEMOGLOBINOPATIAS As hemoglobinopatias são doenças causadas por mutações que resultam numa redução quantitativa ou qualitativaanormal das hemoglobinas. As mais comuns são: ANEMIAS FALCIFORMES TALASSEMIAS DEFICIÊNCIA DE G6PD Surgiram em áreas do mundo com malária endémica. Tal como a:
  • 9. Defeitos Qualitativos Defeitos Quantitativos Anemia Falciforme Anemia HbCS Anemia HbC SISTEMATIZAR Formas Talasso-Falciformes β TALASSÉMIA α TALASSÉMIA
  • 10. HEMOGLOBINOPATIAS 1. ANEMIA FALCIFORME 1 É a mais comum dos síndromes falciformes. 2 3 Surge de uma mutação pontual que causa uma substituição do ácido glutâmico por valina no sexto aminoácido do gene β-globina. Emergiu como uma mutação independente em diversas populações de África, Índia, Mediterrâneo e Médio Oriente.
  • 11. HEMOGLOBINOPATIAS 1. ANEMIA FALCIFORME A substituição de um resíduo hidrofílico por um resíduo hidrofóbico torna a hemoglobina falciforme desoxigenada - HbS - menos solúvel e, portanto, suscetível à polimerização e precipitação. A taxa de precipitação da HbS é extremamente sensível à concentração intracorpuscular da hemoglobina desoxigenada. A falciformização aumenta em ambientes onde essa concentração é maior: Alterações na hidratação celular (desidratação) Alterações na curva de dissociação de oxigénio (hipoxia, acidose, altitude elevada).
  • 13. Manifestação Aguda HEMOGLOBINOPATIAS 1.ANEMIA FALCIFORME Crises dolorosas, secundárias à oclusão da microvasculatura e isquemia dos órgãos e tecidos, podem ocorrer em qualquer lado, sendo a dor mais comum: - Extremidades - Peito - Abdómen - Costas. A maioria das complicações agudas da anemia falciforme estão relacionadas com vaso-oclusão.
  • 14. Manifestação Aguda – Fatores desencadeantes HEMOGLOBINOPATIAS 1. ANEMIA FALCIFORME São as causas mais comuns das crises dolorosas. - Infecções - Desidratação - Mudanças rápidas de temperatura - Gravidez NO ENTANTO, É comum não se encontrar uma causa óbvia na origem das crises dolorosas agudas.
  • 15. Manifestação Aguda - Pulmão HEMOGLOBINOPATIAS 1. ANEMIA FALCIFORME A vaso-oclusão na circulação pulmonária pode ser uma complicação particularmente perigosa O papel das infecções, enfarte e trombose in situ no STA são indistinguíveis mas todos os pacientes devem receber antibióticos para uma possível pneumonia. Leva ao agravamento da falciformização e aumenta as complicações respiratórias pelo que o STA é potencialmente fatal e indicativo de transfusão-exsanguinação urgente. Síndrome torácico agudo (STA) - Dor no peito - Infiltrações pulmonares - Hipoxemia
  • 16. Manifestação Aguda - Cérebro HEMOGLOBINOPATIAS 1. ANEMIA FALCIFORME Os episódios neurológicos são a maior causa de morbilidade nos doentes com anemia falciforme. Estes enfartes são indicação para transfusão- exsanguinação a longo prazo, que leva à diminuição da taxa de oclusões repetidas. As oclusões de grandes vasos raramente ocorrem em adultos. As oclusões agudas dos grandes vasos ocorrem em crianças, com uma taxa de recorrência de 70%. Os adultos podem sofrer enfartes hemorrágicos como resultado de dilatação aneurismática dos vasos proliferativos que se formam em resposta a micro-oclusões repetidas nos vasos cerebrais. Por razões que ainda se desconhecem,
  • 17. Manifestação Aguda – Medula Óssea HEMOGLOBINOPATIAS 1. ANEMIA FALCIFORME Qualquer insulto tóxico ou infeccioso que transitoriamente suprima a atividade da medula óssea Crise aplástica Perante períodos de menor atividade medular surge rapidamente anemia - Anemia profunda - Parvovírus B19 Infecta diretamente os precursores eritróides No entanto, alguns pacientes desenvolvem necrose da medula óssea, com quadro leucoeritroblástico, que pode ser ainda mais complicado pela embolização da medula óssea nos pulmões. O tempo de sobrevivência reduzido dos GV na anemia falciforme torna os pacientes altamente dependentes da atividade vigorosa da medula Um fenómeno muito dramático ocorre com Porque Geralmente, os cuidados de suporte continuado são suficientes.
  • 18. Manifestação Aguda - Rim HEMOGLOBINOPATIAS 1. ANEMIA FALCIFORME A medula renal é altamente suscetível a danos por vaso-oclusão. desenvolvem defeitos na capacidade de concentração da urina. Tonicidade  Tensão de oxigénio  significativo da concentração de HBS Todos os pacientes com anemia falciforme na idade adulta, são uniformemente isostenúricos. Episódios agudos de hematúria, secundária a necrose papilar, são comuns.
  • 19. Manifestação Aguda - Baço HEMOGLOBINOPATIAS 1. ANEMIA FALCIFORME Na idade adulta, todos os pacientes tornaram-se funcionalmente asplénicos por enfartes repetidos da microvasculatura. Este factor aumenta a susceptibilidade dos pacientes a infecções por organismos encapsulados. Os doentes com anemia falciforme são particularmente predispostos à osteomielite frequentemente por Salmonella. O baço é outro local no qual a falciformização recorrente ocorre uniformemente. A infeção aguda continua a ser uma causa significativa de morte.
  • 20. Manifestação Crónica HEMOGLOBINOPATIAS 1. ANEMIA FALCIFORME À medida que mais pacientes foram sobrevivendo até à idade adulta, episódios repetidos de vaso-oclusão levam a danos em quase todos os orgãos Princípais causas de morte em pacientes adultos com anemia falciforme. A maioria dos pacientes requer colecistectomia para cálculos pigmentares. A anemia falciforme era uma doença infantil Insuficiência Renal Insuficiência Pulmonar Outras complicações a longo prazo incluem: 1 Úlceras cutâneas crónicas 2 Retinopatia 3 Disfunção hepática
  • 21. Tratamento HEMOGLOBINOPATIAS 1. ANEMIA FALCIFORME Crises dolorosas - Fluídos; - Suplemento de oxigénio; - Analgésicos. - Antibióticos Infecções Anemia sintomática Transfusão O tratamento da doença falciforme permanece grandemente de suporte 1 2 3
  • 22. Tratamento HEMOGLOBINOPATIAS 1. ANEMIA FALCIFORME Indicações mais controversas: Pacientes que tenham sofrido um Trombose dos grandes vasos Transfusão-exsanguinação crónica 4 - Dor intratável - Resposta lenta a outras vmedidas de apoio O objectivo é atingir um nível entre 30 a 40% Exsanguino Transfusão 1. Síndrome Torácico 2. AVC 3. Necrose da medula óssea 4. Priapismo
  • 23. Tratamento HEMOGLOBINOPATIAS 1. ANEMIA FALCIFORME Hidroxiureia  Concentração de HbF  Incidência de crises vaso oclusivas 5 Estudos de acompanhamento revelaram uma vantagem de sobrevida para pacientes tratados com hidroxiureia.
  • 24. HEMOGLOBINOPATIAS 2. OUTRAS FALCIFORMIZAÇÕES 2.1 Hemoglobina C HbC HbSC HbSS Transmissão Autossómica recessiva Mecanismo mutação pontual com substituição da ácido Glutàmico por Lisina no sexto aminoácido do gene β-globina. Heterozigóticos compostos mutação pontual com substituição da valina por ácido glutâmico no sexto aminoácido do gene β-globina Clínica Clínicamente silencioso. Anemia Ligeira Sintomas Ligeiros Hematócrito e Viscosidade mais alta – maior % retinopatia Esplenomegália Crises dolorosas Infeções Envolvimento de Órgão Anemia Sintomática Enfarte Esplénico
  • 25. HEMOGLOBINOPATIAS 2. OUTRAS FALCIFORMIZAÇÕES 2.1 Hemoglobina C Ao contrário dos doentes com HbSS que sofrem enfartes esplénicos, os doentes com hemoglobina HbSC sofrem de esplenomegália Ocasionalmente ocorrem episódios de esplenomegália com profundas diminuições na concentração de hemoglobina e no hematócrito Crise de Sequestro Esplénico Embora também possam ocorrer em crianças com HbSS, a asplénia funcional previne essa complicação em adultos
  • 26. HEMOGLOBINOPATIAS 2. OUTRAS FALCIFORMIZAÇÕES 2.2 Falciformização-Talassémia β Os pacientes que são heterozigotos duplos para HbS e β-talassemia Menos grave que a HbSS, provavelmente devido à diminuição da concentração intracorpuscular de HbS. Não produzem cadeias β normais e têm essencialmente o mesmo fenótipo que os pacientes com HbSS. têm um espectro de doença que depende do nível de β-globina que produzem. Talassémia falciforme β+- Talassémia falciforme β0
  • 28. HEMOGLOBINOPATIAS Estão associadas à anemia hemolítica grave São um grupo heterogéneo de distúrbios associados à diminuição ou ausência de cadeias α ou β-globina. Estes síndromes são frequentemente confundidos com deficiência de ferro devido à diminuição do VGM. 3. Síndromes Talassémicos Síndromes Talassémicas Graves São diagnosticados na 1ª Infância Síndromes Talassémicas mais leves anemia microcítica leve com pouca ou nenhuma evidência de hemólise
  • 29. HEMOGLOBINOPATIAS β Talassémia Levam a uma diminuição ou ausência de expressão do locus da β-globina (?). Mutações estruturais na região codificadora do gene Mutações sem sentido mRNA truncado Ausência de expressão de globina (β0-talassemia) 3. Talassémia mais de 100 mutações resulta na redução, mas não na eliminação da expressão da cadeia globina do alelo afectado (β + -talassémia). Diminuição da transcrição ou tradução ou splicing
  • 30. HEMOGLOBINOPATIAS β Talassémia  Síntese na cadeia de globina na β-talassemia  da produção normal de hemoglobina Produção de um excesso relativo de cadeias α Resulta numa anemia hipocrómica Formam complexos de cadeia α insolúveis e causam hemólise. Síndromes talassêmicas leves o excesso de cadeias α é insuficiente causar hemólise significativa, e a principal descoberta é uma anemia microcítica. Síndromes Talassémicos Graves A hemólise ocorre tanto na periferia como na medula, com uma intensa expansão secundária da produção medular de GV. A expansão do espaço medular causa anormalidades esqueléticas graves e a eritropoiese ineficaz constitui, também, um estímulo forte para absorção de ferro do intestino. 3. Talassémia
  • 31. HEMOGLOBINOPATIAS β Talassémia 3. Talassémia O espectro clínico da β-talassémia reflecte a heterogeneidade causadora da doença. β-talassémia major β-talassémia intermédia β-talassémia minor Transmissão Autossómica recessiva Mecanismo β0-talassémia homozigótica Dois alelos β-talassémicos Pelo menos um deles é uma leve mutação β+ Duas mutações talassémicas leves β+ Clínica anemia hemolítica grave anemia hemolítica crónica grave podem desenvolver sobrecarga de ferro na ausência de transfusões. Anemia ferropénica erradamente diagnosticada - nível de ferro normal a aumentado com saturação de ferro normal. Transfusão Requer Transfusão desde a nascença Não Requer transfusão O aumento compensatório na HbA2 e no HbF na eletroforese de hemoglobina confirma o diagnóstico.
  • 32. HEMOGLOBINOPATIAS α Talassémia A α talassémia é quase sempre causada por mutações que delecionam um ou mais dos loci da cadeia α no cromossoma 16. Existem quatro loci de cadeias α com duas cópias, do gene da α-globina em cada cromossoma. O espectro da talassemia-α reflecte a falta de um, dois, três ou todos os quatro genes da α-globina. 3. Talassémia
  • 33. HEMOGLOBINOPATIAS α Talassémia 1 A presença de quatro genes da cadeia α permite a síntese adequada da cadeia α - Exceto se três ou quatro loci sejam apagados. 2 Os tetrâmeros de cadeia β são mais solúveis do que os seus pares da cadeia α e não causam hemólise (por acumulação) As manifestações clínicas da talassémia α são mais brandas do que as da talassémia β por dois motivos: 3. Talassémia
  • 34. HEMOGLOBINOPATIAS α Talassémia A hemoglobina H é fruto do excesso de produção da cadeia β, especificamente β4. Causa anemia hemolítica moderada e destruição mínima, ou nenhuma, de eritrócitos intramedulares. A herança do alelo α-thal 2 homozigoto não resulta em loci funcionais da cadeia α e é incompatível com a vida. O feto é incapaz de produzir hemoglobina funcional além do desenvolvimento embrionário, porque a HbF também requer cadeias α. 3. Talassémia Doentes com perda de um único gene de cadeia α - são portadores silenciosos e têm um hematócrito normal e VCM. Os pacientes que herdam um alelo α-Thal 1 e um alelo α-Thal 2 (−− / α−) têm a doença da hemoglobina H. Doentes com perda de duas cadeias α: - no mesmo cromossoma (−− /αα) -α-Thal 1 - em cromossomas diferentes (α− / α−) - α-thal 2 São microcíticos e levemente anémicos.
  • 35. HEMOGLOBINOPATIAS α Talassémia- Hidrops Fetalis As cadeias ɣ livres formam tetrameros, denominados hemoglobina Barts. A falta de libertação de oxigénio nos tecidos periféricos leva à insuficiência cardíaca congestiva grave e anasarca Hidropsia fetal 3. Talassémia As hemoglobinas Barts têm uma afinidade de oxigénio extremamente alta Os fetos afetados são nados mortos ou morrem logo após o nascimento. O BART QUER TODO O O2
  • 37. HEMOGLOBINOPATIAS ABORDAGEM AO DOENTE D O exame pode ser realizado a nível populacional para rastreio, ou a nível individual para diagnóstico São doentes que apresentam um anemia – com aparência mista O índice reticulocitário está alto, mas é inapropriadamente baixo para o grau de hiperplasia medular eritroide Estes testes não devem ser realizado em anemias de início recente se não foram excluídas as causas mais comuns primeiros (ie: ferropénia) MAS Qualquer transfusão recente pode alterar os resultados Hemograma Esfregaço Estudo da Hbpatia
  • 38. HEMOGLOBINOPATIAS ABORDAGEM AO DOENTE O esfregaço de sangue deve ser realizado a todos os doentes com suspeita de Hemoglobinopatia D ANEMIA FALCIFORME HEMOGLOBINA C HEMOGLOBINA SC TALASSEMIA MINOR TALASSEMIA BETA OUTRAS HEMOGLOBINOPATIAS RARAS
  • 39. INTRODUÇÃO DETECÇÃO E CARATERIZAÇÃO DE HEMOGLOBINOPATIAS Eletroforese Largamente utilizadas na abordagem inicial das Hemoglobinopatias - Acetato de celulose (triagem inicial) - Gel de Agar (mais refinado, mais sensibilidade) Geralmente, com as duas técnicas temos um resultado inequívoco mas... Há variantes importantes electroforeticamente silenciosas! Cada vez mais a ser substituída por uma nova técnica Espectrometria de Massa - HPLC 1. QUE TIPO DE HEMOGLOBINAS? D
  • 40. INTRODUÇÃO DETECÇÃO E CARATERIZAÇÃO DE HEMOGLOBINOPATIAS 2. QUE QUANTIDADE DE HEMOGLOBINAS? Muitas vezes as quantidades, dão-nos pistas sobre a hemoglobinopatia subjacente Hemoglobina Aumentado Diminuido HbA2 ↑ no traço talassémia β ↓ na ferropénia HbF ↑ na persistência hereditária de HbF, talassémia β, stress eritróide, mielodisplasia Continua a ser uma avaliação incompleta sem estudos funcionais Contudo, Falciformização S0lubilidade Afinidade para o O2 D
  • 41. INTRODUÇÃO DETECÇÃO E CARATERIZAÇÃO DE HEMOGLOBINOPATIAS 3. TESTE FUNCIONAIS Ensaio de Falciformização Grau com que a Hb se torna insolúvel ou gelatinizada quando desoxigenada Precipitação em Isopropanolol ou após 50ºC Deteção Hb instáveis Quantificação da P50 Deteção variantes com alta e baixa afinidade para O2 (↓/↑P50) Determinação da % de carboxi e metehemoglobina Técnicas espectrofotométricas Podem ser feitos em urgência - Reconhecimento da hx clínica tipica, achados fisicos, morfologia do esfregaço de sangue periférico e alterações do hemograma completo Melhor maneira de estabelecer Dx: D
  • 42. SITUAÇÕES TIPO D RASTREIO DE HEMOGLOBINAS EM MULHERES EM IDADE REPRODUTIVA
  • 43. SISTEMATIZAR Anemia Icterícia e litíase biliar Alterações esqueléticas Sobrecarga de Ferro Atraso de Crescimento Hepatoespleno megália Trombose Ulceras de Perna Insuficiência Cardíaca ou Pulmonar 3. Talassémia 1. ANEMIA FALCIFORME Anemia Sobrecarga de Ferro Trombose Ulceras de Perna Dano Orgão Crises VasoOclusiva
  • 45. CASO CLÍNICO 04 BS, 12M – Etnicidade Havaiana, Chinesa e Portuguesa MOTIVO DE ADMISSÃO HOSPITALAR VINHETA CLÍNICA ANTECEDENTES PESSOAIS Apresenta num exame de rotina uma Hb de 9,1g/dL com um VGM de 58. Aparência edemaciada. Após rever o boletim de saúde infantil já havia sido detectado Hb Barts no rastreio neonatal 1 Sem antecedentes pessoais
  • 46. CASO CLÍNICO 04 Qual a melhor abordagem à doente de 1 ano assintomática com Hb de 9,1g/dL com e VGM de 58pg com Hb de Barts no rastreio Neonatal 1 Eletroforese 2 TERAPÊUTICA COM FERRO E ELETROFORESE 3 Espectometria de Massa 4 PROVA TERAPÊUTICA COM FERRO E REAVALIAR APÓS 1 MES 5 Informar que a bebe tem α talassemia e não é preciso nenhum teste adicional ou suplementação com ferro
  • 47. CASO CLÍNICO 05 3 anos, indiano 3,4g/dL de Anemia VINHETA CLÍNICA ANTECEDENTES PESSOAIS Recorre ao SU por analises realizadas no MGF com 3,4g/dL de anemia. O doente apresentava-se com queixas de fraqueza, dores articulares dispersas mais acentuadas no joelho esquerdo e dor no estomâgo. Nega epistáxis, hematémese, melenas, hematoquezias, hematúria. Nega outros sinais e sintomas 1 Sem antecedentes pessoais
  • 48. CASO CLÍNICO 05 MEDICAÇÃO HABITUAL EXAME FÍSICO Mucosas desoradas e hidratadas, força global 5+ Sem perdas objetiváveis Flexo no joelho esquerdo, com diminuição do angulo de flexão e extensão. Tº auricular 37,3 PA: 73/64 FC 93 SaO2: 94% 1 Sem medicação Pai diagnosticado com traço β Talassemia. Mãe portadora de traço falciforme INFORMAÇÃO ADICIONAL
  • 49. CASO CLÍNICO 05 Relativamente ao caso, escolhe a afirmação falsa. 1 A eletroforese de proteínas e o esfregaço de sangue devem ser realizados 2 A quantificação β não é relevante para o prognóstico 3 A HbF está previsivelmente aumentada 4 A ESPECTOMETRIA DE MASSA ESTÁ A SUBSTITUIR A ELECTROFORESE 5 O ENSAIO DE FALCIFORMIZAÇÃO SERIA POSITIVO NESTE DOENTE