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2 l O GLOBO Sexta-feira 29 .8 .2014 Página 2 
Conte algo que não sei 
_ 
‘A China é a fábrica do mundo’ 
_ 
Shen Hou, professora de História 
Professora de História da Universidade Renmin, de Pequim, pesquisadora veio ao Rio para o simpósio Diálogo em História Ambiental: Brics 
“Tenho 37 anos e cursei 
História na China. Na 
faculdade, li um livro de 
Donald Worster traduzido 
pela minha mãe sobre a 
história ambiental dos EUA. 
Fiquei fascinada de saber que 
a História poderia ser escrita 
de uma forma totalmente 
diferente. Por isso, inscrevi-me 
e fui aceita para estudar em 
sua equipe no Kansas” 
_ 
ENTREVISTA A: 
FLÁVIA MILHORANCE 
flavia.milhorance@oglobo.com.br 
l Conte algo que não sei. 
Existe um mito de que a China 
— assim como civilizações anti-gas 
em geral — tinha uma rela-ção 
harmoniosa com a natureza 
no passado. Os próprios chineses 
gostam de se enganar sobre isso, 
dizendo que os problemas ambi-entais 
foram causados pela influ-ência 
do Ocidente e da industria-lização, 
mas não é verdade. A 
China tem uma longa tradição de 
esgotar seus recursos naturais. 
l Pode citar um exemplo? 
Na Dinastia Tang (618-907), a 
capital era Chang'an, que está a 
oeste. Depois mudou-se para 
Luoyang, a leste. A razão princi-pal 
foi buscar uma parte menos 
explorada do país. Todas as flo-restas 
foram cortadas, o que le-vou 
à erosão do solo e às fre-quentes 
inundações. Também já 
não havia plantações suficientes, 
e era preciso trazer alimentos de 
outras partes do país. Ou seja, 
mesmo no século VII a China vi-via 
uma crise ambiental. 
l Isso seria por causa do ta-manho 
da população? 
Certamente é um dos fatores. 
A população chinesa sempre foi 
muito grande. No final do sécu-lo 
XIX, já eram 400 milhões de 
pessoas. E a população é uma 
grande razão para todos os ti-pos 
de problemas ambientais. 
l A China é um dos países 
com altos níveis de poluição, 
exploração de recursos natu-rais 
e da biodiversidade etc. 
Você, como chinesa, sente 
cobrança internacional so-bre 
esse panorama? 
Considero boas as críticas. A 
China precisa delas. É por causa 
delas que o governo vem dando 
mais ênfase em regulação ambi-ental. 
Mas a China é a fábrica do 
mundo, produz bens não só pa-ra 
si, mas para diversos países. 
Não podemos culpá-la por todos 
os problemas ambientais, é in-justo 
com a população chinesa. 
l Quando os chineses come-çaram 
a ter maior consciên-cia 
ambiental? 
Principalmente no século 
XXI. Os Jogos Olímpicos de Pe-quim, 
de 2008, tiveram um pa-pel 
muito importante. Quando 
a China soube que seria sede, 
alguns anos antes, a poluição 
em Pequim já era uma questão 
alarmante para a comunidade 
internacional. O governo chi-nês 
teve que tomar medidas, e 
o slogan se tornou “Olimpía-das 
verdes”. A questão ambien-tal 
ganhou então maior impor-tância 
na sociedade. O poder 
da internet intensificou isso, 
porque o governo chinês não 
poderia mais cobrir os proble-mas. 
Essa parte se tornou mais 
transparente. Ainda há muita 
coisa encoberta, mas o gover-no 
hoje promove o debate. 
l Em abril, foi aprovada uma 
nova lei de proteção ambien-tal 
para combater a poluição. 
O país está encontrando o 
seu caminho? 
A China tem leis ambientais 
perfeitas se fossem compara-das 
a qualquer país. O proble-ma 
é implementá-las. O gover-no 
federal aprova as leis, mas os 
governos locais têm sua própria 
estratégia e se preocupam mais 
com interesses econômicos. 
FÁBIO SEIXO 
l É possível, no caso chinês, 
pôr na mesma frase “cresci-mento 
econômico” e “susten-tabilidade”? 
Essa não é só uma preocupa-ção 
chinesa, mas da maioria 
dos países. Não acredito que 
qualquer país possa realmente 
fazer isso. É preciso sacrificar 
um lado: ou o crescimento eco-nômico 
ou o meio ambiente. 
l Conhecendo o passado am-biental 
chinês, qual é sua vi-são 
do seu futuro? 
Sou essencialmente pessimis-ta 
(risos). Claro que há aumento 
da consciência, e este simpósio 
no Rio é um exemplo. Mas não 
sei se teremos tempo para im-plementar 
mudanças. Acredito 
que vamos encontrar novas fon-tes 
de energia, ter regulação pa-ra 
frear a poluição, mas não sei 
se podemos lidar com a tendên-cia 
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natural. E não queremos viver 
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bem — conta MELINA DALBONI, 
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Chinesa, e já participou duas 
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Tour de France, além de ter per-corrido 
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Duda também fez o vídeo do 
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| Panorama 
político | 
_ 
ILIMAR FRANCO 
Ilima_r@bsb.oglobo.com.br 
Jogaram a toalha 
Os estrategistas da campanha do PSDB 
entregaram os pontos. Os da presidente Dilma 
ainda têm um fio de esperança. Os especialistas 
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a um passo do Planalto. Explicam que Marina 
encarna o sentimento de junho de 2013, contra 
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cientistas políticos a concluir que a presidente 
Dilma tem teto: 40%. Os atuais 34% são seu 
núcleo duro. Pesam contra ela: o cansaço com os 
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Ancorada em São Paulo 
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com a força de Marina em São Paulo. A projeção 
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_ 
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China ambiental histórica e desafios atuais

  • 1. 2 l O GLOBO Sexta-feira 29 .8 .2014 Página 2 Conte algo que não sei _ ‘A China é a fábrica do mundo’ _ Shen Hou, professora de História Professora de História da Universidade Renmin, de Pequim, pesquisadora veio ao Rio para o simpósio Diálogo em História Ambiental: Brics “Tenho 37 anos e cursei História na China. Na faculdade, li um livro de Donald Worster traduzido pela minha mãe sobre a história ambiental dos EUA. Fiquei fascinada de saber que a História poderia ser escrita de uma forma totalmente diferente. Por isso, inscrevi-me e fui aceita para estudar em sua equipe no Kansas” _ ENTREVISTA A: FLÁVIA MILHORANCE flavia.milhorance@oglobo.com.br l Conte algo que não sei. Existe um mito de que a China — assim como civilizações anti-gas em geral — tinha uma rela-ção harmoniosa com a natureza no passado. Os próprios chineses gostam de se enganar sobre isso, dizendo que os problemas ambi-entais foram causados pela influ-ência do Ocidente e da industria-lização, mas não é verdade. A China tem uma longa tradição de esgotar seus recursos naturais. l Pode citar um exemplo? Na Dinastia Tang (618-907), a capital era Chang'an, que está a oeste. Depois mudou-se para Luoyang, a leste. A razão princi-pal foi buscar uma parte menos explorada do país. Todas as flo-restas foram cortadas, o que le-vou à erosão do solo e às fre-quentes inundações. Também já não havia plantações suficientes, e era preciso trazer alimentos de outras partes do país. Ou seja, mesmo no século VII a China vi-via uma crise ambiental. l Isso seria por causa do ta-manho da população? Certamente é um dos fatores. A população chinesa sempre foi muito grande. No final do sécu-lo XIX, já eram 400 milhões de pessoas. E a população é uma grande razão para todos os ti-pos de problemas ambientais. l A China é um dos países com altos níveis de poluição, exploração de recursos natu-rais e da biodiversidade etc. Você, como chinesa, sente cobrança internacional so-bre esse panorama? Considero boas as críticas. A China precisa delas. É por causa delas que o governo vem dando mais ênfase em regulação ambi-ental. Mas a China é a fábrica do mundo, produz bens não só pa-ra si, mas para diversos países. Não podemos culpá-la por todos os problemas ambientais, é in-justo com a população chinesa. l Quando os chineses come-çaram a ter maior consciên-cia ambiental? Principalmente no século XXI. Os Jogos Olímpicos de Pe-quim, de 2008, tiveram um pa-pel muito importante. Quando a China soube que seria sede, alguns anos antes, a poluição em Pequim já era uma questão alarmante para a comunidade internacional. O governo chi-nês teve que tomar medidas, e o slogan se tornou “Olimpía-das verdes”. A questão ambien-tal ganhou então maior impor-tância na sociedade. O poder da internet intensificou isso, porque o governo chinês não poderia mais cobrir os proble-mas. Essa parte se tornou mais transparente. Ainda há muita coisa encoberta, mas o gover-no hoje promove o debate. l Em abril, foi aprovada uma nova lei de proteção ambien-tal para combater a poluição. O país está encontrando o seu caminho? A China tem leis ambientais perfeitas se fossem compara-das a qualquer país. O proble-ma é implementá-las. O gover-no federal aprova as leis, mas os governos locais têm sua própria estratégia e se preocupam mais com interesses econômicos. FÁBIO SEIXO l É possível, no caso chinês, pôr na mesma frase “cresci-mento econômico” e “susten-tabilidade”? Essa não é só uma preocupa-ção chinesa, mas da maioria dos países. Não acredito que qualquer país possa realmente fazer isso. É preciso sacrificar um lado: ou o crescimento eco-nômico ou o meio ambiente. l Conhecendo o passado am-biental chinês, qual é sua vi-são do seu futuro? Sou essencialmente pessimis-ta (risos). Claro que há aumento da consciência, e este simpósio no Rio é um exemplo. Mas não sei se teremos tempo para im-plementar mudanças. Acredito que vamos encontrar novas fon-tes de energia, ter regulação pa-ra frear a poluição, mas não sei se podemos lidar com a tendên-cia de extinção da biodiversida-de, da destruição da paisagem natural. E não queremos viver num mundo com um aspecto desolador, sem natureza, não queremos algo totalmente cria-do ou controlado pelo homem. Futebol O fracasso da formação A REVISTA DIGITAL PARA O SEU TABLET de jogadores O GLOBO Por Dentro _ Ciclismo e moda Fotógrafo e ciclista: Duda Carvalho percorreu o Piemonte de bicicleta Inspirado na febre do ciclis-mo no Rio, o caderno ELA publica amanhã um ensaio de moda sobre o tema. O time que participou da produção foi todo formado por ciclistas: ama-dores e profissionais. Os mode-los são atletas — um deles, in-clusive, integra uma das equipes que participam do Tour do Rio, a competição de ciclismo que per-corre 997km do estado e termi-na no domingo. — Para que o editorial não so-asse falso, era importante que os modelos soubessem manu-sear a bicicleta e pedalar muito bem — conta MELINA DALBONI, coordenadora de moda. O fotógrafo Duda Carvalho, que assina o ensaio, é praticante de bike speed, o ciclismo de es-trada. Ele costuma treinar na Floresta da Tijuca e na Vista Chinesa, e já participou duas vezes da prova de amadores do Tour de France, além de ter per-corrido vinícolas do Piemonte e o Deserto do Saara de bicicleta. Duda também fez o vídeo do making of, que será publicado no site Ela Digital. As imagens mostram os ciclistas/modelos pedalando em alta velocidade. — Fiz alguns takes do carro de produção para acompanhá-los. Para fazer vídeo de ciclismo, vo-cê tem que ser ciclista para con-seguir capturar as imagens na dinâmica certa — diz Duda. l ARQUIVO PESSOAL Leia também _ Mundo Governo cubano admite no jornal oficial que há escassez de produtos de higiene pessoal e limpeza PÁGINA 32 ‘Lei da Mordaça’ e ação do governo levam a fechamento de jornal crítico a Correa no Equador PÁGINA 32 Sociedade Genoma do vírus ebola da atual epidemia é sequenciado. OMS diz que número de casos pode chegar a 20 mil PÁGINA 26 ONG oferece a candidatos uma nova política de controle às drogas, fora da esfera criminal PÁGINA 28 Rio A adoção de pontos turísticos e monumentos por cariocas e empresas já chega a 300 áreas da cidade PÁGINA 15 Esportes Argentino Cristian Clavero vence a terceira etapa do Tour do Rio, em chegada emocionante PÁGINA 33 Flamengo apresenta camisa número 3 inspirada em planta rubro-negra e apelidada de Flamengueira PÁGINA 35 Loterias l O leitor deve checar os resultados em agências oficiais e no site da CEF porque, com os horários de fechamento do jornal, os números aqui publicados, divulgados sempre no fim da noite pela CEF, podem eventualmente estar defasados. QUINA 3.573 l02 l09 l43 l64 l80 | Panorama político | _ ILIMAR FRANCO Ilima_r@bsb.oglobo.com.br Jogaram a toalha Os estrategistas da campanha do PSDB entregaram os pontos. Os da presidente Dilma ainda têm um fio de esperança. Os especialistas em pesquisas consideram que Marina Silva está a um passo do Planalto. Explicam que Marina encarna o sentimento de junho de 2013, contra tudo que está aí. E que sua onda é consistente. Lembram que em 2010 ela se formou a uma semana do pleito. Agora, rebentou 40 dias antes. O teto de Dilma e o piso de Aécio A análise das pesquisas realizadas até aqui leva cientistas políticos a concluir que a presidente Dilma tem teto: 40%. Os atuais 34% são seu núcleo duro. Pesam contra ela: o cansaço com os 12 anos de PT, escândalos como o da Petrobras e o seu jeito de poucos amigos. Os dados mostram também que Aécio Neves não parou de cair. O PSDB tem informes, de pesquisas estaduais, que reforçam essa projeção. Isso ocorre, diz um analista, porque a rejeição ao PT é forte, mas há também um sentimento contra o PSDB. Por isso, Aécio não convencia como sujeito da mudança. Essa qualidade foi incorporada por Marina, que ainda tem a vantagem de ser muito conhecida. _ “A eleição estava fria, sem emoção. As pessoas vibram com Marina. Elas sentem prazer em votar. Gente que não estava nem aí agora vai às urnas” Um cientista político, especialista em pesquisas qualitativas e de intenção de voto _ No gogó Os petistas creem em uma vitória no segundo turno. Eles dizem que Marina Silva (PSB) não tem propostas concretas para enfrentar os dramas do país. Com a palavra um petista: “Como é que ela vai sustentar 25 minutos de propaganda na TV?”. Enquadramento O candidato do PT ao governo do Rio, Lindbergh Farias, já sabe que o partido não engole vê-lo pedindo votos ao lado de Marina Silva. Um dos mais próximos interlocutores de Marina explica: “Ele está com a Dilma. Nós somos contra palanques duplos”. Políticos de vários partidos e estados querem se fantasiar de Marina para melhorar suas situações. ANDRÉ COELHO/26-2-2013 Ancorada em São Paulo Integrante da direção do PT está impressionado com a força de Marina em São Paulo. A projeção do partido é a de que a presidente Dilma chegará aos 30%. No Ibope, ela tem 23%. Esta é a primeira eleição em que não há um presidenciável de SP. Rogai por nós A campanha da presidente Dilma vai investir nos evangélicos, em sua maioria com Marina Silva. O presidente do PRB, Marcos Pereira, da Universal, afirmou no Planalto que não agrada o discurso de que a providência divina a salvou do acidente que matou Eduardo Campos. O tom messiânico desagradaria, porque ela não é Deus, nem Jesus. Vacinada Os marineiros acreditam que a firmeza de Marina Silva na entrevista para o “Jornal Nacional”, da TV Globo, e no debate da Band desconstruiu a imagem anterior de fragilidade. O objetivo foi demonstrar que ela tem pulso para governar. Defesa integrada O Brasil irá aderir à Cruz del Sur, uma missão de defesa da ONU para a América do Sul. Já fazem parte Argentina e Chile. A missão atua em ações humanitárias e eventuais necessidades de defesa. O Brasil irá contribuir com cerca de 350 homens. _ O EX-MINISTRO CIRO GOMES (PROS) costuma classificar os defensores do meio ambiente como fração verde e “clorofilática” da sociedade. _ Com Juliana Braga, sucursais e correspondentes panoramapolitico@oglobo.com.br