O documento resume as principais ideias de um livro que analisa as afirmações de Bart Ehrman sobre erros e contradições nos Evangelhos. O autor argumenta que Ehrman faz afirmações exageradas e chega a conclusões errôneas, e que a confiabilidade histórica dos Evangelhos não depende da inerrância, mas os estudos tendem a confirmá-los.
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Seminário Presbiteriano do Norte
Curso: Bacharelado em Teologia
Disciplina: Teologia Sistemática 3
Docente: Rev. Ms. Daniel Carneio da Silva
Discente: Presb. Sem. Sandro Francisco do Nascimento
FICHAMENTO DE CITAÇÃO
REFERÊNCIA
EVANS, CRAIG A. O Jesus Fabricado, traduzido por Elizabeth Stowell Gomes.
São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
“Pedro e os demais apóstolos proclamaram a ressurreição de Jesus.” (p. 27)
“A história da mulher pega em adultério (Jo 7.53-8.11) só aparece em manuscritos
mais recentes do Evangelho de João e, às vezes, em locais diferentes. Os últimos
doze versículos de Marcos (16.9-20) não se encontram na leitura original, pois
foram acrescentados mais de dois séculos depois que o Evangelho de Marcos
começou a circular. Tais passagens – uma de Marcos, uma de Lucas e uma de
João – representam os únicos grandes problemas textuais nos Evangelhos.
Nenhum ensino importante é baseado neles (a não ser que você pertença a uma
seita que manuseie serpentes, conforme Marcos 16.18).” (p. 29)
“A limitação do conhecimento de Jesus é expressa claramente no texto paralelo em
Marcos 13.32: ‘Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe: nem os anjos
no céu, nem o Filho, senão o Pai’. Com ou sem “nem o Filho” em Mateus 24.36
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nada muda teologicamente. O raciocínio de Ehrman aqui é falho e leva a
conclusões erradas.” (p. 29)
“Visto que Aimeleque – e não seu filho, Abiatar – era sacerdote quando Davi e seus
homens comeram o pão da proposição, temos um erro, em termos técnicos, feito
por Jesus ou por Marcos ou alguém que transmitiu a história. Ehrman disse que
finalmente admitiu a si mesmo que a passagem conteria um erro.” (p. 29)
“Ehrman passa a citar mais alguns candidatos a erros, tal como o comentário de
Jesus de que a semente de mostarda é a menor das sementes ou a aparente
discrepância entre os evangelhos sinóticos e o de João, com relação ao dia em que
Jesus morreu.” (p.30)
“A confiabilidade histórica dos Evangelhos não se baseia na inerrância das
Escrituras ou na prova de que nenhuma espécie de erro possa ser detectada
nelas.” (p. 30)
“Nos últimos anos, alguns estudiosos têm chegado a conclusões muito
surpreendentes ou, pelo menos, têm feito afirmações muito surpreendentes. Foi-nos
dito que: (1) Jesus seria analfabeto; (2) Jesus não terá interesse nas Escrituras; (3)
Jesus não teria interesse na escatologia e (4) Jesus certamente não se considerava
o Messias de Israel ou, nem nenhum sentido, divino. Noutras palavras, alguns
desses acadêmicos acham que quase tudo de importante que se afirma nos
escritos do Novo Testamento está errado.” (p. 33)
“A questão não é se Jesus como Filho de Deus deveria saber ler (ou saber
matemática avançada, astronomia, ou outra disciplina qualquer), mas se Jesus lia
ou não. A evidência, à luz de considerações contextuais gerais, favorece a tese da
leitura.” (p. 34)
“De acordo com os mandamentos da Escritura do Antigo Testamento, os pais
israelitas deviam ensinar a lei aos filhos (ver Dt 6.9; 11.20).” (p. 35)
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“No ambiente judeu, um mestre iletrado cercar-se de discípulos para debater com
outros rabinos as Escrituras e sua interpretação seria considerado uma desfaçatez
inacreditável.” (p. 36)
“O surgimento repentino de uma tradição literária prolífica proveniente de um
fundador analfabeto não seria coisa impossível, mas há menos dificuldade para
explicar que Jesus, de fato, era um homem letrado que frequentemente se referia à
Escritura.” (p. 38)
“A palavra hebraica messias significa ungido. No Antigo Testamento, refere-se a
três ofícios: ao sacerdote ungido, ao rei ungido e ao profeta ungido. Normalmente,
porém, quando falamos do messianismo, referimo-nos a ideias sobre o rei ungido,
geralmente entendido como descendente de Davi. Nos dias de Jesus, o
messianismo tinha a ver com a esperança de um descendente de Davi que seria
ungido para restaurar Israel.” (p. 41)
“Se não houvesse o conteúdo messiânico no ensino de Jesus e em suas atividades
anteriores à ressurreição, seria duvidoso que houvesse depois da ressurreição. A
melhor explicação dos dados é a de que Jesus era realmente visto, antes mesmo
da Páscoa, como sendo o Messias, e que a ressurreição apenas confirmou tal
entendimento na mente e fé dos seus discípulos.” (p. 43)
“Devido às datas mais tardias dos evangelhos extracanônicos, é improvável que
eles contenham informações que acrescentem algo ao nosso conhecimento de
Jesus.” (p. 49)
“Todos os evangelhos gnósticos e fontes extracanônicas foram escritos no século
2º ou mais tarde. [...] Embora seja teoricamente possível, não é provável que
informações antigas e confiáveis a respeito de Jesus não encontradas nos escritos
do Novo Testamento tenham sido preservadas em alguns dos escritos do século
2º.” (p. 53)
“O Evangelho de Tomé tem influenciado muito mais a pesquisa sobre o Jesus
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histórico do que os demais escritos, apesar do amplo erro em sua datação.” (p. 58)
“O alvo da salvação, portanto, não seria o perdão dos pecados, mas a aquisição de
um corrompido mundo físico.” (p. 60)
“A presença desse material sugere que Tomé tenha sido influenciado pelos
Evangelhos do Novo Testamento e não por uma tradição de Jesus mais antiga do
que os Evangelhos do Novo Testamento.” (p. 64)
“Muitos retratos acadêmicos e reconstruções do Jesus histórico são bastante
distorcidos pela utilização de documentos tardios e de duvidoso valor histórico.” (p.
87)
“[...] os quadros da arte religiosa da Renascença, em que Jesus e seus discípulos
eram retratados com roupas venezianas ou parisienses do século 16, muitas vezes
contam mais a respeito das tendências desses estudiosos do que sobre Jesus de
Nazaré ou Jerusalém no primeiro século.” (p. 89)
“Os romanos tinham a tendência de ver Jesus como pouco mais do que um
causador de problemas.” (p. 91)
“Os cínicos eram conhecidos também por contestação da etiqueta e dos costumes
sociais, tais como urinar, defecar e ter relações sexuais em público.” (p. 99)
“[...] Como podemos esperar entender quem era Jesus e de que tratava seu
ministério, se não for levado em conta um dos fatores mais destacados – os seus
milagres?” (p. 125)
“E. P. Sanders sugere corretamente que as multidões seguiam a Jesus não tanto
por ele ser um grande mestre, mas por causa de sua reputação como poderoso
curador.” (p. 125)
“O governo de Deus e o governo de Satanás não podem coexistir pacificamente. O
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avanço d um significa a retirada do outro.” (p. 127)
“Entre outras coisas, o governo de Deus destrói a tirania de Satanás, quer em
termos da expulsão de espíritos imundo quer em termos da operação de cura
física.” (p. 131)
“Sem levar em conta a questão da Antiguidade da data desses escritos, há, ainda, o
pressuposto, da parte de alguns, de que existam diversos “cristianismos” e que
somente um desses – o que surgiria mais tarde como cristianismo “ortodoxo” –
conseguiu vencer, sobrepujando e deixando de lado as outras formas. Tal
abordagem é profundamente deficiente e, tal como é o caso de grande parte desse
debate, reflete anacronismos e exageros.” (p. 163)
“[...] não existe nenhuma evidência de que houvesse diferença significativa de
opinião com respeito à mensagem central da fé cristã. Ambos, Paulo e Pedro,
afirmam a morte e ressurreição de Jesus e a necessidade de uma resposta de fé,
se alguém deseja realmente ser salvo.” (p. 170)
“Concordamos que havia alguns desacordos entre os primeiros seguidores de
Jesus. Mas os pontos de discordância justificam a tese de “cristianismos
perdidos”?” (p. 173)
“[...] Ehrman e outros que falam de “cristianismos perdidos” estão tratando de
indivíduos e grupos que se afastaram do ensino antigo, amplamente comprovado,
de Jesus e da primeira geração de seus seguidores. Esses cristianismos hipotéticos
não existiam em meados do século 1º.” (p. 181)
“[...] o sucesso do Código DaVinci diz mais a respeito da credulidade da sociedade
moderna do que da habilidade de Dan Brown.” (p. 183)
“[...] Que evidência há, portanto, de um romance entre Jesus e Maria? Muito pouca,
ou melhor, nenhuma.” (p. 190)
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“[...] não houve batalha ou derramamento de sague, além da própria crucificação e
Jesus.” (p. 208)
“[...] as descobertas tendem a confirmar a confiabilidade dos Evangelhos,
desaprovando teorias esdrúxulas. [...] a pesquisa honesta, competente e contínua
fará mais para confirmar os Evangelhos.” (p. 210)