4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
A Bíblia não se assemelha a nenhum outro livro no mundo, pois é o
único livro que se apresenta como revelação escrita do único Deus
verdadeiro, visando a salvação do homem e que demonstra sua
autoridade divina por meio de muitas provas infalíveis.
Contrasta com os livros de outras religiões porque não narra uma
manifestação divina a um só homem, mas uma revelação progressiva
arraigada na longa historia de um povo.
É tão relevante para nós hoje quanto o era para os hebreus na
Antiguidade.
Chegou até nós como um conjunto de diretrizes, diretamente da mão
do Manufaturador, que inventou e produziu a humanidade.
5. Os textos bíblicos que temos hoje são cópias das cópias, das cópias.
Já não temos mais acesso aos originais infalíveis das Escrituras.
Porém em 1947 com a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto,
ficou comprovada a autenticidade da Bíblia, pois os textos encontrados
são grandes partes do AT escritos em aproximadamente 300 a.C.
O Antigo Testamento: Sugere-se que sua compilação final data de 500
a 950 d.C. A forma final do AT foi dada pelos chamados massoretas.
Receberam esse nome porque conservaram por escrito a tradição oral
(ou massorá) no que diz respeito á vocalização e acentuação do texto
hebraico.
Testamento (hebraico) B rith = aliança, acordo, pacto.
Testamento (grego) daithéke
6. Na Bíblia Protestante, o AT está dividido da seguinte forma:
Pentateuco – Genesis a Deuteronômio
Históricos – Josué a Ester
Poéticos – Jó a Cantares
Proféticos – Isaias a Malaquias
Nossa matéria estudará o Pentateuco e os Livros Históricos mas vale a pena fazer
menção às divisões e conteúdos das Bíblias Hebraica e Católica
Na Bíblia Hebraica a divisão é:
Torá – Pentateuco
Profetas – Anteriores: Josué a Reis
Posteriores: Isaias a Malaquias (menos Daniel)
Escritos – Daniel, Ester e todo o restante.
7. Na Bíblia Católica a divisão acompanha a dos protestantes com o
acréscimo de Livros Deuterocanonicos (de um segundo Canon)
também conhecidos como Apócrifos (Sem Autenticidade) (pagina 81
do Livro Panorama do AT).
8. Segue dos que se encontravam na Septuaginta:
Os livros em Negrito não estão na Versão Católica.
1. III Esdras
2. IV Esdras
3. Oração de Azarias
4. Tobias
5. Adições a Ester (Inclui o sonho de Mardoqueu).
6. A Sabedoria de Salomão
7. Eclesiástico (Também chamado de Sabedoria de Jesus, filho de Siraque)
8. Baruque
9. A Carta de Jeremias
10. Os acréscimos de Daniel (2 capítulos – Capítulo 13 - A história de
Suzana, Capítulo 14 - Bel e o dragão e O capítulo 3 de Daniel o mostra na
cova dos leões uma outra vez)
11. A Oração de Manassés
12. I Macabeus
13. II Macabeus
14. Judite
9. Como os Apócrifos foram aprovados
A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 8 de Abril de 1546 como meio de
combater a Reforma protestante (1517). Nessa época os protestantes
combatiam violentamente as doutrinas romanistas do purgatório, oração
pelos mortos, salvação pelas obras, etc. Os romanistas viam nos apócrifos
base para tais doutrinas, e apelaram para eles aprovando-os como canônicos.
Houve prós e contras dentro dessa própria igreja, como também depois.
Nesse tempo os jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre
os apócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O
biblista católico John L. Mackenzie em seu "Dicionário Bíblico" sob o verbete,
Cânone, comenta que no Concílio de Trento houve várias "controvérsias
notadamente candentes" sobre a aprovação dos apócrifos. Mas o cardeal
Pallavacini, em sua "História Eclesiástica" declara mais nitidamente que em
pleno Concílio, 40 bispos dos 49 presentes travaram luta corporal, agarrado às
barbas e batinas uns dos outros...
Não estão no Canon hebraico.
10. Os Massoretas
Convém mencionar a importância do trabalho dos massoretas por seus
cuidados em conservar assiduamente o texto consonantal dos soferitas, que
lhes fora transmitido. Com os soferitas dedicaram mais diligente atenção à
conservação exata das Escrituras hebraicas, a um ponto nunca igualado na
dedicação dada a qualquer literatura antiga, secular ou religiosa em toda a
historia da civilização humana (pagina 73 do Livro Panorama do AT).
Willian Foxwell Albright, considerado pioneiro em arqueologia, linguista e
especialista em cerâmica, chamado de Pai da Arqueologia Bíblica, nada mais
nada menos do que simplesmente o homem que confirmou a autenticidade
dos Manuscritos do Mar Morto descobertos em 1947 certa vez declarou:
”Podemos ter absoluta certeza de que o texto consonantal da Bíblia Hebraica,
mesmo se não for infalível, foi preservado com exatidão talvez sem paralelo
entre quaisquer outras literaturas do Oriente Próximo”.
11. A ordem dos livros no Texto Massorético é a seguinte:
Torá – Pentateuco: Genesis a Deuteronômio
Profetas – Profetas Anteriores: Josué, Juizes, Samuel (1 e 2), Reis (1 e 2)
Profetas Posteriores (Profetas Maiores): Isaias, Jeremias e Ezequiel
Os Doze Profetas (Profetas Menores na ordem das Bíblias Modernas)
Os Escritos (ou Hagiógrafos) – Poesia e Sabedoria: Salmos, Provérbios e Jó
Os Rolos (ou Megillot): Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester
História: Daniel, Esdras, Neemias e Cronicas (1 e 2)
12. O Canon do Antigo Testamento
O termo CANON é derivado da palavra grega Kanon, que significa “vara
reta, beira reta ou régua”.
No que diz respeito à literatura, “Canon” veio a significar aquelas obras
escritas que se conformam à regra ou padrão da inspiração e autoridade
divinas.
Nas Escrituras Hebraicas, há 39 livros que os judeus aceitam como
canônicos.
São os mesmos que os protestantes aceitam desde a Reforma.
O único verdadeiro teste de canonicidade é o testemunho de Deus, o
Espírito Santo, à autoridade da Sua própria Palavra.
Os autores bíblicos indicam claramente, cada vez que o assunto surge, que
os vários livros da Bíblia eram canônicos desde o momento da sua inspiração,
em virtude da autoridade divina (“Assim diz o Senhor”) que neles havia, e os
livros recebiam reconhecimento e aceitação imediatos da parte dos fiéis,
logos que esses chegavam a saber da existência dos escritos.
13. A Estrutura do Canon Hebraico
Nome Conteúdo Provável Fixação
(Canonização)
Torá (Instrução) Pentateuco Século V/IV a.C.
Nebiin (Profetas) Profetas Anteriores Século III a.C.
Js, Jz, Sm, Rs
Profetas Posteriores
Is, Jr, Ez
Livro dos Doze Profetas
Os a Ml
Ketubim (Escritos) Sl, Jó, Pv Cerca de 100 d.C.
5 Megillot: Rt, Ct, Ec, Lm, Et
Dn, Ed, Ne, Cr
14. Introdução ao Pentateuco:
Pentateuco: Do grego Pentateuchos;
Traduzido pela LXX, significa: “O Livro em Cinco Volumes”.
Os judeus o chamam de Lei ou a Lei de Moisés.
O termo grego Pentateuco foi cunhado por Orígenes nos primeiros
séculos da Igreja.
15. Autoria
Embora alguns eruditos discordam, a tradição nos leva a crer que o
próprio Moisés tenha escritos grande parte desta magnífica obra,
sendo que as informações foram passadas a ele pelo próprio Javé,
oralmente pelos seus antepassados e por escritos da época, estes dois
últimos sempre sobre a supervisão e inspiração do Espírito Santo.
Os cinco livros de Moises são conhecidos desde épocas imemoriais
como a “Lei” ou a “Lei de Moises”. Eles contem os mandamentos e
ordenanças que constituem a base da comunidade hebraica, e os
judeus a consideravam superiores a quaisquer outros.
No próprio Pentateuco encontramos textos que comprova a autoria
Mosaica, como por exemplo, Êxodo 17.14, 24.4, 34.27.
16. Outros livros do Antigo Testamento também o afirmam.
Vejamos os textos a seguir: Dt 31.24-26, Js 1.7-8, 23.6, IRs 2.3, IIRs14.6,
Ed 3.2, 6.18, Ne 8.1, Dn 9.11-13.
Moisés, mais do que qualquer outro homem, tinha preparo
experiência e gênio que o capacitara para escrever o Pentateuco.
Julgando pelas evidencias internas do Pentateuco e seu texto, somos
levados à conclusão de que o autor tinha residido no Egito, que era
testemunha ocular do êxodo e da peregrinação no deserto, que
possuía altíssimo grau de instrução, educação, cultura e perícia
Literária.
17. As qualificações de Moisés
O Próprio Jesus e o NT inteiro também testemunham Moises como o
Autor do Pentateuco (Mt 8.4, 19.8, Mc 7.10, Lc 16.31, 24.27, 24.44, Jo 5.46)
Data
Século XV a.C. Possivelmente entre 1446-1406 a.C.
Essa seria a data mais aceita pelos estudiosos em AT.
Aqui vale a pena abrirmos um espaço para rapidamente tratarmos de
um assunto que os liberais adoram: A credibilidade da Bíblia.
Sugere-se que tenha sido totalmente compilado e concluído no Século V a.C.
(Essa leitura técnica os alunos farão para entregar valendo nota)
18. História da Teoria Documental do Pentateuco (pág. 89 do Livro Panorama AT).
A marca que registra bem os que seguem essa teoria é a descrença
em milagres, no sobrenatural, beiram o liberalismo teológico. São
completamente racionais.
Em 1670, um judeu chamado Bento de Espinosa elaborou “Tractatus
Theologic-Politicus” lançou a ideia de que Moisés não seria o autor do
Pentateuco pelo fato de a narrativa aparecer sempre na 3ª. Pessoa
“ele” e não na 1ª. “eu”, e também não poderia ter registrado sua
própria morte conforme mostra o texto de Dt 34. Assim, Espinosa
postulou Esdras como o compositor final da Torá.
Essa teoria não foi levada muito a sério, mais veio a abrir caminho para
o que seria chamado de HIPOTESE DOCUMENTAL.
19. A Hipótese Documental afirmava que o Pentateuco era uma
compilação de seleção de vários documentos escritos diferentes,
compostos em lugares e épocas diferentes, no decurso de um
período de 5 séculos, muito tempo depois da morte de Moises.
Não trata do assunto como algo sobrenatural.
O critério básico para seus seguidores era o fato de em Gn 1 Javé era
usado como Deus e em Gn 2 o nome de Deus aparecia como Elohim.
O argumento dizia que a prevalência de Elohim em Gn 1 foi escrita por
um autor que foi denominado por E ou P, da mesma forma que Gn 2
usava o nome de Deus como Javé e foi denominado J o seu autor, bem
com denominaram D para o escritor Deutoronomista (séc XIX d.C.)
20. Já no século XII d.C. o rabino Judá Hallevi definiu Elohim como o
nome divino em geral, ao passo que Adonai (ou Javé) especificava o
Deus da revelação e da aliança.
J teria sido escrito em 850 a.C.
E teria sido escrito em 750 a.C.
D possivelmente pelo Sacerdote Hilquias em 621 a.C.
P teria sido escrito em 570 a.C.
Em determinado momento chegaram a alegar que o Livro de Josué
deveria fazer parte desses escritos para alegarem um à junção lógica,
criando assim o Hexateuco, porem essa teoria não conseguiu base
caindo muito rapidamente em credibilidade.
21. Alegaram não haver possibilidades de existir escrita na época de
Moisés mas, escavações comprovam documentos escritos desde a
época de 2350 a. C. em Ebla, Código Hamurábi 1700 a.C., etc .
22. Alguns defensores dessa Tese: Graf, Kuenen e Wellhausen na segunda
metade do século XIX.
Karl Heinrich Graf (1815-1869)
Estudioso alemão no Antigo Testamento e orientalista, nasceu em Miilhausen
na Alsácia em 28 de Fevereiro 1815. Ele estudou exegese bíblica e línguas
orientais na Universidade de Strassburg sob E. Reuss, e, após a realização de
vários cargos de ensino, foi feita instrutor em francês e hebraico no
Landesschule de Meissen, recebendo em 1852 o título de professor. Ele
morreu em 16 de Julho de 1869. Graf foi um dos principais fundadores do
Antigo Testamento críticas. Em sua principal obra, Die geschichtlichen Bucher
des Allen Testamento (1866), ele procurou mostrar que a legislação sacerdotal
de Êxodo, Levítico e Números é de origem mais tarde do que o livro de
Deuteronômio. Ele ainda, no entanto, mantido o ponto de vista aceito, que as
Narrativas Elohistic fazia parte do Grundschrift e, portanto, pertencia às
parcelas mais antigas do Pentateuco.
23. Abraham Kuenen (1828 – 1891)
Foi um holandês protestante. Teólogo, filho de um farmaceutico.
Nasceu em Haarlem.
Ele estudou teologia, e ganhou seu diploma de doutorado ao realizar
uma edição de trinta e quatro capítulos do Genesis do Pentateuco
Samaritano, escrito em árabe.
Em 1853 tornou-se professor de teologia na extraordinarius Leiden, e
em 1855 professor catedrático.
Ele se casou com uma filha de Willem Muurling, um dos fundadores
da escola de Groningen escola, que fez a primeira quebra/ruptura
pronunciada com a teologia calvinista na Igreja Reformada da Holanda.
24. Julius Wellhausen (1844 - 1918)
Foi um estudioso da Bíblia e um orientalista alemão. Nasceu em Hameln,
Weser (Westphalia). Tornou-se conhecido especialmente por sua atuação na
análise do Antigo Testamento e pelo desenvolvimento da Alta crítica e da
hipótese documental. É um dos grandes nomes da velha escola da teologia
Liberal.
Ele se tornou professor de línguas orientais extraordinarius na faculdade de
filologia em Halle, foi eleito professor ordinarius em Marburg em 1885, e foi
transferido para Göttingen em 1892 onde permaneceu até sua morte.
Ele é mais conhecido por seu Prolegômenos à História de Israel, uma síntese
detalhada de pontos de vista existentes sobre as origens dos seis primeiros
livros do Antigo Testamento: a contribuição de Wellhausen foi colocar o
desenvolvimento destes livros em um contexto histórico e social. O
argumento resultante, chamada hipótese documentária, manteve-se o
modelo dominante entre os estudiosos bíblicos até o final do século 20.
25. Unidade
O Pentateuco é tanto uma combinação de livros individuais, quanto
uma narrativa contínua iniciando uma história completa desde a
criação até a morte de Moisés.
Veremos o surgimento do mundo, da humanidade, as leis,
os cardápios, as desobediências, os milagres, as lutas, as derrotas,
as conquistas.
26. Descobertas arqueológicas confirmam o uso da escrita alfabética nas
culturas de fala Cananéia antes de 1500 a.C.
As páginas mencionadas a seguir estão na BIBLIA DE ESTUDO ARQUEOLOGICA NVI
Pag. 360 – Descoberta em 1896, a Estela de Merneptá é o documento
mais antigo sobre Israel fora da Bíblia, e é o que contém a única
menção a Israel em documentos egípcios. Prova a existência de Israel
conhecida como povo na terra de Canaã por volta de 1200 a.C.
Pag. 312 e 314 – A Jericó do Antigo Testamento. Nos anos de 1867-68
a cidade foi escavada por Charles Warren, 1907-09 por Ernst Sellin e
Carl Watzinger, 1930-36 por John Garstang e mais recentemente
1952-58 por Kathleen Kenyon. Infelizmente, as três primeiras usaram
métodos que os arqueólogos modernos consideram primitivos e
falíveis, e o sitio sofreu erosão. Watzinger, concluiu que Jericó estaqva
desabitada durante a Idade do Bronze Tardio (1550-1200 a.C.) que se
supõe ter sido destruída por Josué.
27. Pag. 316 – Em 1838, o erudito inglês Edward Robinson foi informado
de uma tradição da Terra Santa que situava a cidade de Ai (Gn 12.8),
na moderna Kirbeth el-Maqatir, no Oriente Médio, em lgum lugar
próximo a Cisjordania. O sitio arqueológico de Kirbeth el-Maqatir é
reconhecido como sendo a cidade de AI.
Pag. 318 – Gibeon
Pag. 322 - Hazor em Canaã
Mais evidencias arqueológicas
Panorama do Antigo Testamento (Archer) - Pag. 201
28. Tema
Uma mistura de História e Lei.
O surgimento de um povo que segundo consta viria a encher a terra.
Um modelo de política teocrata que deu certo até a desobediência.