2. Construção – chico buarque
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
3. Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
4. Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
5. Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
6. MÚSICA – MEU GURI – CHICO
BUARQUE
Quando, seu moço
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar
Já foi nascendo
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar
Como fui levando
Não sei lhe explicar
Fui assim levando
Ele a me levar
E na sua meninice
Ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega suado
E veloz do batente
Traz sempre um presente
Prá me encabular
7. Tanta corrente de ouro
Seu moço!
Que haja pescoço
Prá enfiar
Me trouxe uma bolsa
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá
Um lenço e uma penca
De documentos
Prá finalmente
Eu me identificar
Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega no morro
Com carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar
Cá no alto
Essa onda de assaltos
Tá um horror
Eu consolo ele
Ele me consola
Boto ele no colo
8. Prá ele me ninar
De repente acordo
Olho pro lado
E o danado já foi trabalhar
Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega estampado
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente
Seu moço!
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
Desde o começo eu não disse
Seu moço!
Ele disse que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí
Olha aí!
E o meu guri!...(3x)
11. Vamos ouvir?
A Banda Chico Buarque
Estava à toa na vida / O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida / Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fecha se abriu
E a meninada toda se animou
Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor
12.
13. Uma sílaba poética
Serenata sintética - Cassiano Ricardo
Rua
Torta.
Lua
Morta
Tua
Porta.
14. Duas sílabas poéticas – dissílabo
“A valsa” – Casimiro de Abreu
Na valsa
Cansaste;
Ficaste
Prostrada,
Turbada!
Pensavas,
Cismavas,
E estavas
Tão pálida
15.
16. três sílabas poéticas – trissílabo
“Trem de ferro – Manuel Bandeira”
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pato
Passa boi
Passa boiada
17. Quatro sílabas poéticas –
Tetrassílabos – quebrados de
redondilha menor
“A casa” – Vinícius de Moraes
Era uma casa
muito engraçada
Não tinha teto,
não tinha nada
a.
18. cinco sílabas poéticas -
redondilha menor
Tempo Celeste” – Cecília Meireles
Dorme o pensamento.
Riram-se? Choraram?
Ninguém mais recorda
19. Gênero Lírico.
Seu nome vem de lira, instrumento
musical que acompanhava os cantos dos gregos.
POESIA s.f. (Do gr. poiesis, criação, pelo
lat. poesis) Forma de expressão lingüística destinada a
evocar sensações, impressões e emoções, por meio
da união de sons, ritmos e harmonia e utilizando
uma seleção de vocábulos essencialmente
metafórica.
EU-LÍRICO
21. OURO PRETO
Ouro branco! Ouro preto! Ouro poder! De cada
Ribeirão trepidamente e de cada recosto
De montanha o metal rolou da cascalhada
Para o fausto d´El Rei, para a glória do imposto.
Que resta do esplendor de outrora? Quase nada.
Pedras... templos que são fantasmas ao sol-posto.
Esta agência postal era a Casa-de-Entrada...
Este escombro foi um solar... Cinza e desgosto. (Manuel
Bandeira)
22. TIPOS
Quanto ao conteúdo, os poemas líricos se caracterizam pelo predomínio dos sentimentos,
das emoções, o que os torna subjetivos. A poesia em geram pertence a estes gêneros:
Ode e hino: (Grécia) significam “canto”. Ode é uma poesia
entusiástica, de exaltação. Hino é a poesia destinada a glorificar a pátria ou louvar divindades.
Elegia: é uma poesia em tom triste. Fala de acontecimentos tristes ou da morte de alguém.
Epitalâmio: é uma poesia em homenagem às núpcias de alguém.
Idílio e écloga: ambas são poesias bucólicas ( relativo à vida dos pastores, à vida
campestre).
Sátira: poesia que se propõe corrigir os defeitos humanos,mostrando o ridículo de
determinada situação.
HAICAI- 17 sílabas e 3 versos
POESIA VISUAL
BALADA – baseia-se na repetição para gravação do texto. São compostas de três oitavas
26. Aspectos Fonéticos
Aliteração
“Vozes veladas, veludosas vozes / Volúpia dos violões , vozes
veladas...” (Cruz e Souza)
Assonância
a onda anda/ aonde anda a onda? Ainda onda/ ainda anda/
aonde?
Onomatopéia
O tic-tac do relógio atrapalha meu sono
27. Esta figura de linguagem é o TROCADILHO
Polissíndeto “trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua” (Olavo
Assíndeto : Vim, vi, venci.
Anáfora: “Vi uma estrela tão alta / vi uma estrela tão fria!/ Vi uma
estrela luzindo.
28. Vamos ouvir- Pra Você Guardei o Amor -
Nando Reis
Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir
Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim
vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir
29. Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar
Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar
30. Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar
Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar
31. Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar
REFRÃO