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ESPECIAL
Instalações e Equipamentos
54 DBO maio 2017
O
tradicional mata-burro ganhou sua versão elétri-
ca. Confeccionado com fios de arame liso, dis-
postos em paralelo, como se fossem as cordas de
um violão, o mata-burro elétrico desempenha o mesmo
papel que se espera dos modelos convencionais: impe-
dir o trânsito de animais e abolir o incômodo abre-fecha
de porteiras e colchetes. Simples e baixa, a instalação
está sendo utilizada na fazenda Nova Fartura, em Pla-
nalto da Serra, MT, pertencente ao Grupo Bom Futuro. A
inspiração para sua construção veio de um vídeo – des-
ses que são compartilhados pelo celular entre grupos do
aplicativo WhatsApp – que mostra a ideia criativa posta
em prática numa fazenda de gado leiteiro do Chile. “Já
instalamos 11 mata-burros elétricos na Nova Fartura e
estamos muito satisfeitos com seu funcionamento”, con-
ta o gerente Márcio Ferreira Sojo. Aos sete fios da ver-
são original foram acrescidos outros seis. “Achei mais
seguro”, diz ele.
O modelo elétrico é especialmente útil para quem
faz integração lavoura-pecuária (ILP), porque é móvel.
Na Fazenda Nova Fartura, foi instalado nas divisões dos
piquetes de rotacionado, montados nas pastagens tempo-
rárias plantadas após a colheita da soja para uso apenas
no período da seca. Quando chega o momento do plantio
da safra seguinte, o mata-burro elétrico é removido para
o plantio agrícola subsequente. “É muito fácil montar e
desmontar”, afirma Sojo. Os fios ficam distantes 20 cm
entre si e a 15 cm em relação ao solo. “Essa distância do
solo é pequena para garantir uma margem de seguran-
ça contra acidentes, pois mesmo se houver alguma peça
solta em veículos mais baixos elas não se enroscarão
nos fios”, afirma Elias Pelachim, gerente comercial da
Trutest, empresa especializada em acessórios para cer-
ca elétrica, que presta consultoria à fazenda e ajudou na
montagem das instalações.
Montagem simples
Para eletrificar o mata-burro, basta passar um ara-
me em sentido transversal, percorrendo todos os fios em
paralelo, e ligá-lo à cerca elétrica do piquete adjacente.
Para que a energia não seja descarregada nas estruturas
laterais de madeira que conferem sustentação ao conjun-
to, cada um dos 13 fios é preso nas extremidades por
um isolador de canto (26 no total). A corrente elétrica
nas cercas dos piquetes que estão em ambos os lados do
mata-burro não é interrompida. “Interliga-se uma à outra
por meio de cabos subterrâneos”, explica Pelachim. Cha-
mado para aperfeiçoar o sistema, ele fez uma sugestão: a
colocação de molas de repuxo nas extremidades dos fios.
“É para evitar que o arame laceie com o trânsito, além de
tirar a tensão do suporte de madeira”.
Nas laterais do mata-burro ficam os colchetes para a
passagem dos peões e do gado entre um piquete e outro.
Apesar do pouco tempo de uso (um mês), o modelo tem
funcionado muito bem na propriedade, tanto para a con-
tenção de animais (já condicionados a ficar distantes de
fios, por causa da cerca elétrica a que estão habituados
nos piquetes) quanto para o vaivém de veículos na fazen-
da. “Passa carro, trator, caminhão, moto, sem problema
algum”, relata Márcio Sojo. O gerente diz que ele mesmo
passou de caminhonete a 60 km/h para fazer um teste.
Apesar disso, por precaução, Sojo pretende disciplinar o
tráfego. “Vou colocar placas indicando velocidade de 20
km/h”, diz. n
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  • 1. ESPECIAL Instalações e Equipamentos 54 DBO maio 2017 O tradicional mata-burro ganhou sua versão elétri- ca. Confeccionado com fios de arame liso, dis- postos em paralelo, como se fossem as cordas de um violão, o mata-burro elétrico desempenha o mesmo papel que se espera dos modelos convencionais: impe- dir o trânsito de animais e abolir o incômodo abre-fecha de porteiras e colchetes. Simples e baixa, a instalação está sendo utilizada na fazenda Nova Fartura, em Pla- nalto da Serra, MT, pertencente ao Grupo Bom Futuro. A inspiração para sua construção veio de um vídeo – des- ses que são compartilhados pelo celular entre grupos do aplicativo WhatsApp – que mostra a ideia criativa posta em prática numa fazenda de gado leiteiro do Chile. “Já instalamos 11 mata-burros elétricos na Nova Fartura e estamos muito satisfeitos com seu funcionamento”, con- ta o gerente Márcio Ferreira Sojo. Aos sete fios da ver- são original foram acrescidos outros seis. “Achei mais seguro”, diz ele. O modelo elétrico é especialmente útil para quem faz integração lavoura-pecuária (ILP), porque é móvel. Na Fazenda Nova Fartura, foi instalado nas divisões dos piquetes de rotacionado, montados nas pastagens tempo- rárias plantadas após a colheita da soja para uso apenas no período da seca. Quando chega o momento do plantio da safra seguinte, o mata-burro elétrico é removido para o plantio agrícola subsequente. “É muito fácil montar e desmontar”, afirma Sojo. Os fios ficam distantes 20 cm entre si e a 15 cm em relação ao solo. “Essa distância do solo é pequena para garantir uma margem de seguran- ça contra acidentes, pois mesmo se houver alguma peça solta em veículos mais baixos elas não se enroscarão nos fios”, afirma Elias Pelachim, gerente comercial da Trutest, empresa especializada em acessórios para cer- ca elétrica, que presta consultoria à fazenda e ajudou na montagem das instalações. Montagem simples Para eletrificar o mata-burro, basta passar um ara- me em sentido transversal, percorrendo todos os fios em paralelo, e ligá-lo à cerca elétrica do piquete adjacente. Para que a energia não seja descarregada nas estruturas laterais de madeira que conferem sustentação ao conjun- to, cada um dos 13 fios é preso nas extremidades por um isolador de canto (26 no total). A corrente elétrica nas cercas dos piquetes que estão em ambos os lados do mata-burro não é interrompida. “Interliga-se uma à outra por meio de cabos subterrâneos”, explica Pelachim. Cha- mado para aperfeiçoar o sistema, ele fez uma sugestão: a colocação de molas de repuxo nas extremidades dos fios. “É para evitar que o arame laceie com o trânsito, além de tirar a tensão do suporte de madeira”. Nas laterais do mata-burro ficam os colchetes para a passagem dos peões e do gado entre um piquete e outro. Apesar do pouco tempo de uso (um mês), o modelo tem funcionado muito bem na propriedade, tanto para a con- tenção de animais (já condicionados a ficar distantes de fios, por causa da cerca elétrica a que estão habituados nos piquetes) quanto para o vaivém de veículos na fazen- da. “Passa carro, trator, caminhão, moto, sem problema algum”, relata Márcio Sojo. O gerente diz que ele mesmo passou de caminhonete a 60 km/h para fazer um teste. Apesar disso, por precaução, Sojo pretende disciplinar o tráfego. “Vou colocar placas indicando velocidade de 20 km/h”, diz. n Inspiração veio do Chile Mata-burro elétrico Solução inteligente para áreas de integração lavoura-pecuária