A pesquisa do Datafolha mostra que metade da população das grandes cidades brasileiras acredita que "bandido bom é bandido morto", indicando a sociedade dividida sobre a violência policial. O deputado Jair Bolsonaro defende a violência policial como forma de combater a criminalidade, enquanto especialistas alertam que a tolerância à violência policial pode levar ao surgimento de grupos de extermínio.
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais
Campus Arinos
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Prova individual e sem consulta.
Para maior tranquilidade da classe, nenhum esclarecimento individual será prestado durante a prova.
As questões respondidas a lápis serão aceitas, porém não revisadas após primeira correção.
Não será permitido empréstimo de qualquer material.
Não é permitido o uso de equipamentos eletrônicos (calculadoras, celulares, ...).
Boa Sorte!
A vovó na janela
Em uma pesquisa internacional sobre cognição e aprendizado de leitura, os
resultados da Coréia pareciam errados, pois eram excessivamente elevados. Despachou-se
um emissário para visitar o país e checar a aplicação. Era isso mesmo. Mas, visitando uma
escola, ele viu várias mulheres do lado de fora das janelas, espiando para dentro das salas
de aula. Eram as avós dos alunos, vigiando os netos, para ver se estavam prestando atenção
nas aulas.
A obsessão nacional que leva as avós às janelas é a principal razão para os bons
resultados da educação em países com etnias chinesas. A qualidade do ensino é um fator de
êxito, mas, antes de tudo, é uma consequência da importância fatal atribuída pelos orientais à educação.
Foi feito um estudo sobre níveis de stress de alunos, comparando americanos com japoneses. Verificou-se que os americanos
com notas muito altas eram mais tensos, pois não são bem vistos pelos colegas de escolas públicas. Já os estressados no Japão eram
os estudantes com notas baixas, pela condenação dos pais e da sociedade.
Pesquisadores americanos foram observar o funcionamento das casas de imigrantes orientais. Verificou-se que os pais, ao voltar para
casa, passam a comandar as operações escolares. A mesa da sala transforma-se em área de estudo, à qual todos se sentam, sob seu
controle estrito. Os que sabem inglês tentam ajudar os filhos. Os outros – e os analfabetos – apenas vigiam. Os pais não se permitem o
luxo de outras atividades e abrem mão da TV. No Japão, é comum as mães estudarem as matérias dos filhos, para que possam ajudá-
los em suas tarefas de casa.
Fala-se do milagre educacional coreano. Mas fala-se pouco do esforço das famílias.
Lá, como no Japão, os cursinhos preparatórios começam quase tão cedo quanto a escola. Os
alunos mal saem da aula e têm de mergulhar no cursinho. O que gastam as famílias pagando
professores particulares e cursinhos é o mesmo que gasta o governo para operar todo o
sistema escolar público.
Esses exemplos lançam algumas luzes sobre o sucesso dos países do Leste Asiático
em matéria de educação. Mostram que tudo começa com o desvelo da família e com sua
crença inabalável de que a educação é o segredo do sucesso. Países como Coréia, Cingapura
e Taiwan não gastam muito mais do que nós em educação. A diferença está no empenho da
família, que turbina o esforço dos filhos e força o governo a fazer sua parte.
É curioso notar que os nipo-brasileiros são 0,5% da população de São Paulo. Mas
ocupam 15% das vagas da USP. Não obstante, seus antepassados vieram para o Brasil
praticamente analfabetos.
Muitos pais brasileiros de classe média achincalham nossa educação. Mas seu esforço e sacrifício pessoal tendem a ser ínfimos.
Quantos deixam de ver TV para assegurar-se de que seus pimpolhos estão estudando? Quantos conversam frequentemente com os
filhos? As pesquisas mostram que tais gestos têm impacto enorme sobre o desempenho dos filhos. Se a família é a primeira linha de
educação e apoio à escola, que lições estamos dando às famílias mais pobres?
O Ministério da Saúde da União Soviética reclamava contra o Ministério da Educação, pois julgava que o excesso de horas de
estudo depois da escola e nos fins de semana estava comprometendo a saúde da juventude. Exatamente a mesma queixa foi feita na
Suíça.
No Brasil, uma pesquisa recente em escolas particulares de bom nível mostrou que os alunos do último ano do ensino médio
disseram dedicar apenas uma hora por dia aos estudos – além das aulas. Outra pesquisa indicou que os jovens assistem diariamente a
quatro horas de TV. Esses são os alunos que dizem estar se preparando para vestibulares impossíveis.
Cada sociedade tem a educação que quer. A nossa é péssima, antes de tudo, porque aceitamos passivamente que assim seja, além de
não fazer nossa parte em casa. Não podemos culpar as famílias pobres, mas e a indiferença da classe média? Está em boa hora para
um exame de consciência. Estado, escola e professores têm sua dose de culpa. Mas não são os únicos merecendo puxões de orelha.
(CASTRO, Cláudio de Moura. Ponto de Vista. Revista Veja, 10 de Dezembro de 2004)
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA
Nº:
AVALIAÇÃO SOMATIVA INDIVIDUAL I
PROFESSOR(A): RENATO. R. DE OLIVEIRA
ALUNO(A):
VALOR: 6.0
NOTA:
DATA: 06/04/2015 TURMA: 3º Agro
TIPO 02
ASSINATURA DO RESPONSÁVEL:
2. QUESTÃO 01
Nas alternativas abaixo, as palavras destacadas foram corretamente identificadas de acordo com o sentido no texto, EXCETO em
A) A mesa da sala transforma-se em área de estudo, à qual todos se sentam, sob seu controle estrito. (ESTRITO= RIGOROSO)
B) Em uma pesquisa internacional sobre cognição e aprendizado de leitura, os resultados da Coréia pareciam errados, pois eram
excessivamente elevados (COGNIÇÃO = AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO).
C) Mostram que tudo começa com o desvelo da família e com sua crença inabalável de que a educação é o segredo do sucesso.
(DESVELO= INADVERTÊNCIA)
D) Muitos pais brasileiros de classe média achincalham nossa educação. Mas seu esforço e sacrifício pessoal tendem a ser ínfimos.
(ACHINCALHAM= ESCARNECEM, RIDICULARIZAM).
QUESTÃO 02
Todas as alternativas abaixo expressam conclusões a respeito do texto, EXCETO:
A) Até os pais de baixa escolaridade podem colaborar para melhorar a educação de seus filhos.
B) Ter boas notas não é, via de regra, algo a ser elogiado em todos os países.
C) Os pais brasileiros criticam a educação, embora pouco façam para melhorá-la.
D) Os hábitos de estudo orientais se perdem, quando ocorre a emigração.
QUESTÃO 03
O autor utiliza, na argumentação do texto, todos os seguintes recursos, EXCETO:
A) Exemplificação.
B) Definição.
C) Estatística.
D) Comparação.
QUESTÃO 04
De acordo com o autor, a educação brasileira é ruim por todos os motivos abaixo relacionados, EXCETO:
A) Aceitação passiva da realidade, por parte de muitos pais de classe média.
B) Ausência de participação efetiva das famílias no processo educacional de seus filhos.
C) Ausência de órgãos de controle da qualidade do ensino nas escolas brasileiras.
D) Desinteresse de alguns alunos e falta de comprometimento deles para com a escola.
QUESTÃO 05
O “milagre educacional coreano” é retomado em todas as passagens abaixo transcritas, EXCETO em:
A) “É curioso notar que os nipo-brasileiros ocupam 15% das vagas da USP."
B) “A mesa da sala transforma-se em área de estudo, à qual todos se sentam..."
C) “Ele viu várias mulheres, do lado de fora das janelas, espiando para dentro da sala de aula."
D) “A obsessão que leva as avós às janelas é a principal razão para os bons resultados da educação."
QUESTÃO 06
Em todas as alternativas, o termo destacado está adequadamente relacionado, EXCETO em:
A) “Lá, como no Japão, os cursinhos preparatórios começam quase tão cedo quanto a escola.” (lá = Coréia)
B) “Cada sociedade tem a educação que quer.” (que = a educação)
C) “No Japão, é comum as mães estudarem as matérias dos filhos para que possam ajudá-los em suas tarefas de casa.” ( -los =
filhos)
D) “Mas não são os únicos merecendo puxões de orelha."(os únicos = professores)
QUESTÃO 07
Em todas as alternativas, relacionou-se corretamente o conectivo destacado à idéia que ele exprime no contexto, EXCETO em:
A) “É curioso notar que os nipo-brasileiros são 0,5% da população de São Paulo, mas ocupam 15% das vagas da USP.” (oposição)
B) “O Ministério da Saúde da União Soviética reclamava com o Ministério da Educação, pois julgava que o excesso de horas de
estudo depois da escola e nos fins de semana estava comprometendo a saúde da juventude.” (conclusão)
C) “A nossa é péssima, antes de tudo, porque aceitamos passivamente que assim seja...” (causa)
D) “Eram as avós dos alunos, vigiando os netos, para ver se estavam prestando atenção...” (finalidade)
3. QUESTÃO 08
Leia o fragmento abaixo:
“Os alunos mal saem da aula e têm de mergulhar no cursinho.”
No excerto acima, a conjunção em destaque possui valor semântico de adição. Em qual das alternativas abaixo a conjunção em
destaque não denota a ideia de soma?
A) As escolas estão aos frangalhos e necessitam de investimento.
B) Estudou muito para a avaliação bimestral e foi reprovado.
C) Todas as alunas estudaram e depois saíram para jantar.
D) O juiz não aceitou o acordo e sentenciou o réu.
QUESTÃO 09
Em uma pesquisa internacional sobre cognição e aprendizado de leitura, os resultados da Coréia pareciam errados, pois eram
excessivamente elevados.
A oração posta em destaque acima deve ser classificada como
A) Oração coordenada sindética conclusiva
B) Oração coordenada sindética adversativa
C) Oração coordenada sindética explicativa
D) Oração coordenada sindética alternativa.
QUESTÃO 10
Observe as proposições abaixo:
Está frio; feche, pois, a porta.
Feche a porta, pois está frio.
Explique a diferença semântica e sintática entre as duas sentenças acima
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4. É ponto pacífico que a violência está presente na realidade brasileira, seja nas
grandes cidades, seja nos pequenos municípios do interior. A criminalidade é
enorme e o Brasil foi considerado o décimo primeiro país mais inseguro do mundo,
segundo a ONG norte-americana Social Progress Alternative (dados de 2014).
Contudo, a violência não ocorre apenas da parte dos bandidos, mas igualmente por
parte das polícias. São frequentes nos meios de comunicação as notícias sobre
ações violentas de policiais. Recentemente o Instituto Datafolha conduziu uma
pesquisa que mostra que 50% da população das grandes cidades brasileiras
concordam com a frase "bandido bom é bandido morto", o que revela que
metade dessa população, de certa forma, aprova a violência por parte dos agentes
da lei. O que você pensa disso? Concorda ou não com essa frase? Por quê? Redija
uma dissertação apresentando argumentos para justificar o seu ponto de vista.
A pesquisa
Segundo pesquisa Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ONG que reúne especialistas em violência
urbana do país, metade da população das grandes cidades brasileiras acredita que "bandido bom é bandido morto". As informações são
do jornal Folha de S.Paulo. O instituto ouviu 1.307 pessoas em 84 cidades com mais de 100 mil habitantes. Para a pergunta se bandido
bom é bandido morto, 50% disseram concordar, 45% discordaram e o restante não soube responder ou não concorda nem discorda.
Como a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, há empate técnico, e a pesquisa indica a sociedade
dividida. [BOL Notícias/Datafolha]
Violência contra violência
A alta letalidade policial no Brasil ainda é pequena na opinião do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Em vídeo postado pelo seu
filho, o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), o parlamentar fluminense afirmou que "violência se combate com violência", e
não com bandeiras de direitos humanos, como as defendidas pela Anistia Internacional. Questionado sobre um levantamento da
organização que mostrou que a polícia brasileira é a que mais mata no mundo, Bolsonaro se irritou e disse que ainda é pouco diante da
criminalidade que impera no país. "Eu acho que essa Polícia Militar do Brasil tinha que matar é mais. Quase metade dessas mortes são
em combate, em missão. Então, a Anistia Internacional está na contramão do que realmente precisa a segurança pública do nosso
país", afirmou o parlamentar do PP.[Revista Exame]
Tolerância da sociedade
"A tolerância da sociedade a uma polícia violenta contribui para a criação de um terreno fértil para o surgimento de grupos de extermínio
(integrados por policiais)", afirmou a pesquisadora Camila Nunes Dias, da Universidade Federal do ABC e associada ao Núcleo de
Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP). Segundo ela, um dos reflexos dessa posição da sociedade é que
jurados em tribunais civis tendem a absolver muito mais policiais acusados de homicídio do que a própria Justiça Militar. Outro fator que
mostra essa tendência é o fato de que cada vez mais políticos vêm sendo eleitos com discursos baseados em ações robustas da polícia
para o combate à violência. [BBC Brasil]
Sem ordem nem lei
A ausência de respeito ao modelo de "ordem sob a lei" tem se perpetuado dentro da estrutura policial brasileira por razões diversas –
como a falência dos modelos policiais, o descrédito nas instituições do sistema de justiça e segurança, a impunidade – mas
principalmente por uma certa tolerância da própria sociedade com esse tipo de prática. Analisando o problema do ponto de vista
sociopolítico veremos que a violência policial tem raízes culturais muito antigas (desde a implantação do regime colonial e da ordem
escravocrata), e que estas têm uma relação diretamente proporcional à ineficiência do Estado de punir, na maioria dos casos, as
práticas criminosas dos agentes de segurança.
É difícil admitir, mas existe uma demanda dentro da sociedade para a prática da violência policial. É esta violência que serve à
sociedade dentro de diversos aspectos e circunstâncias, mas especialmente no tocante à solução dos crimes contra o patrimônio e na
repressão às classes perigosas. Por isso mesmo, a dificuldade do Estado no âmbito da segurança pública, no final do século XX,
continua sendo o controle da violência legítima, do qual decorreria consequentemente a extinção do uso ilegítimo da força por parte dos
organismos policiais.[dh.net.org.br]
Observações
Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
De preferência, dê um título à sua redação.
PROPOSTA DE REDAÇÃO