O documento fornece instruções para a realização de uma prova individual e sem consulta em uma instituição de ensino. Ele especifica que os alunos não poderão receber esclarecimentos durante a prova, que as questões respondidas a lápis serão aceitas mas não revisadas, e que não será permitido o uso de equipamentos eletrônicos ou o empréstimo de materiais.
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais
Campus Arinos
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Telefone: (38)99208- 5061 (Tim)-)99729-5340 (Vivo)
Prova individual e sem consulta.
Para maior tranquilidade da classe, nenhum esclarecimento individual será prestado durante a prova.
As questões respondidas a lápis serão aceitas, porém não revisadas após primeira correção.
Não será permitido empréstimo de qualquer material.
Não é permitido o uso de equipamentos eletrônicos (calculadoras, celulares, ...).
Boa Sorte!
TEXTO 01
A HONRA PASSADA A LIMPO
Sou compulsiva, eu sei. Limpeza e arrumação.
Todos os dias boto a mesa, tiro a mesa. Café, almoço, jantar. E pilhas de louça na pia, e espumas
redentoras.
Todos os dias entro nos quartos, desfaço camas, desarrumo berços, lençóis ao alto como velas. Para
tudo arrumar depois, alisando colchas de crochê.
Sou caprichosa, eu sei. Desce o pó sobre os móveis. Que eu colho na flanela. Escurecem-se as
pratas. Que eu esfrego com a camurça. A aranha tece. Que eu enxoto. A traça rói. Que eu esmago. O
cupim voa. Que eu afogo na água da tigela sob a luz.
E de vassoura em punho gasto tapetes persas.
Sou perseverante, eu sei. À mesa que ponho ninguém senta. Nas camas que arrumo ninguém dorme.
Não há ninguém nesta casa, vazia há tanto tempo.
Mas sem tarefas domésticas, como preencher de feminina honradez a minha vida?
(Contos de amor rasgados – Marina Colasanti)
QUESTÃO 01 (nível: fácil / aspecto contemplado: análise)
Ao mesmo tempo em que vemos uma locutora descrever suas ações cotidianas, percebemos nas entrelinhas alguém que faz um
julgamento sobre si mesma e seu comportamento. Todas as passagens do texto confirmam tal inferência, EXCETO:
a- Não há ninguém nesta casa vazia há tanto tempo;
b- Sou compulsiva, eu sei;
c- Desce o pó sobre os móveis. Que eu colho na flanela.
d- À mesa que ponho ninguém senta;
QUESTÃO 02 (nível: fácil / aspecto contemplado: compreensão)
A escolha vocabular parece proposital em algumas passagens, revelando a intenção de enfatizar o perfeccionismo com que a locutora
tenta desempenhar suas tarefas domésticas. Todas as expressões destacadas nos servem de exemplo, EXCETO:
a- ...alisando colchas de crochê;
b- Que eu esfrego com a camurça;
c- E de vassoura em punho gasto tapetes de persas.
d- Todos os dias boto a mesa, tiro a mesa;
QUESTÃO 03 (nível: fácil / aspecto contemplado: conhecimento)
Há traços de linguagem coloquial na seguinte passagem:
a- Desce o pó sobre os móveis;
b- Todos os dias boto a mesa, tiro a mesa;
c- E de vassoura em punho gasto tapetes persas;
d- À mesa que ponho ninguém senta.
DISCIPLINA: LITERATURA
Nº:
AVALIAÇÃO SOMATIVA INDIVIDUAL I
PROFESSOR(A): RENATO. R. DE OLIVEIRA
ALUNO(A):
VALOR: 6.0
NOTA:
DATA: 06/04/2015 TURMA: 3º Agro
TIPO 03
ASSINATURA DO RESPONSÁVEL:
2. QUESTÃO 04
Releia o 3º parágrafo do texto. Os enunciados que nele aparecem tiveram sua estrutura modificada. Em uma das alternativas, essa
modificação alterou o sentido básico do enunciado, introduzindo-lhe uma ambiguidade. Assinale essa alternativa.
a- Desce o pó sobre os móveis. Que eu colho na flanela.
Eu colho na flanela o pó que desce sobre os móveis.
b- E Com a camurça eu esfrego as pratas que escurecem.
Escurecem-se as pratas. Que eu esfrego com a camurça.
c- O cupim voa. Que eu afogo na água da tigela sob a luz.
Eu afogo o cupim na água da tigela que voa sob a luz.
d- A aranha tece. Que eu enxoto.
A aranha que tece eu enxoto.
TEXTO 02
PARA QUE NINGUÉM A QUISESSE
Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou
que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso,
sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os
decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as
roupas de seda, da gaveta tirou todas as jóias. E vendo que, ainda assim, um
ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-
lhe os longos cabelos.
Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes,
homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais
atravessava praças. E evitava sair.
Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela,
permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras.
Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que
tivera por ela.
Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite, tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que
restava dos cabelos.
Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta,
esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.
(COLASANTI, Marina. Para que ninguém a quisesse. In: Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p.111-2.)
QUESTÃO 05
Marque a alternativa que se adapta corretamente ao texto acima transcrito.
a) Este texto pertence ao gênero narrativo.
b) O texto é uma dissertação, pois desenvolve uma argumentação sobre a posição do homem na sociedade.
c) Os eventos narrados não obedecem a uma ordem cronológica.
d) Através do discurso direto, o leitor conhece a personalidade das personagens deste texto.
QUESTÃO 06
A partir da linguagem empregada pelo autor do texto, pode-se concluir que:
a) As expressões “fluísse em silêncio” e “fina saudade” são exemplos de linguagem denotativa.
b) O ato de tosquiar os longos cabelos da mulher não impediu que um ou outro olhar viril se acendesse à passagem dela.
c) No trecho: "... enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.", estabelece-se uma relação de comparação.
d) No texto, o corte de seda está para a sensualidade e o prazer de viver, como o vestido de chita está para a anulação da
feminilidade e o desinteresse pela vida.
3. QUESTÃO 07
Observe as duas imagens abaixo (de Fernando Botero/1977 e Maurício de Souza/2004, respectivamente) e marque a alternativa
CORRETA sobre as mesmas.
Imagem 1 Imagem 2
a) A atribuição de sentido às imagens depende exclusivamente do conhecimento, por parte do leitor, do quadro ao qual essas duas
pinturas fazem referência – A Mona Lisa, de Da Vinci.
b) O não conhecimento, por parte do leitor, da pintura à qual essas imagens fazem referência é indiferente à depreensão completa
dos efeitos de sentido pretendido por Botero e Souza.
c) Botero e Souza, ao reconstruírem a clássica figura da Mona Lisa, expressam sua insatisfação com relação à primeira concepção da
obra – daí o desejo de repintá-la, incutindo à imagem original, o aspecto bem humorado que lhes faltava.
d) As reconstruções acima revelam a importância que a obra de Da Vinci exerce sobre os artistas modernos, uma vez que mesmo a
descaracterização da imagem original de Mona Lisa pode constituir uma espécie de elogio à mesma.
QUESTÃO 08
Para responder à próxima questão, leia atentamente os trechos que se seguem.
A – Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
(DIAS, Antônio Gonçalves. Canção do Exílio)
B – Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra.
(ANDRADE, Oswald. Canto de Regresso à Pátria)
Assinale a alternativa CORRETA.
a) Para que se construa uma interpretação do texto B é imprescindível o conhecimento do texto A
b) À relação estabelecida entre esses dois trechos intitula-se paródia
c) O pronome possessivo utilizado no texto B individualiza o conceito coletivo de terra expresso no texto A
d) O terceiro verso do texto B confirma o que se diz no quarto verso do texto A
BOM NÃO É O MARVADO
O moço da cidade se empolgou nas apostas da briga de galo do vilarejo, e danou de
perder. Ficou observando os jogadores, e concluiu que quem mais ganhava era um mineirinho
raquítico, que não tirava o cigarrinho de palha do canto da boca. Resolveu pedir ajuda para
tentar recuperar um pouco do que havia perdido.
- Meu amigo, vejo que o senhor é um grande entendido em brigas de galos.
- É... - responde timidamente o caipira.
- Pois eu já perdi quase todo meu dinheiro. Não acertei uma aposta... pode me ajudar e
dizer qual é o galo bom da próxima luta?
- Claro sô moço. O bom é o galo branco, responde o caipira.
O sujeito da cidade, rapidamente, aposta todo o resto do seu dinheiro no galo.
Quando acaba a luta, ao ver o galo branco derrotado e quase destroçado, ele vai ter novamente com o caipira, mal contendo a
raiva:
- Você não me disse que o galo branco é que era o bom?
- Pois i num é?... o galo branco é o bom... o preto é que é o marvado!
4. QUESTÃO 09
Explique como A ambiguidade constrói o efeito cômico presente no texto .
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QUESTÃO 10
Tudo o que
sabemos
do amor,
é que
o amor
é tudo
que existe.
(Emily Dickinson)
Uma homenagem do Barbacoa ao Dia das Mães.
Assinale a dedução INADEQUADA sobre a concepção de amor expressa pelo texto.
a) Não sabemos muito sobre o amor, mas sabemos o essencial.
b) Não precisamos saber tudo sobre o amor, apenas que ele é tudo.
c) Vivemos o amor em tudo, mesmo não sabendo tudo sobre ele.
d) Sabemos tudo sobre o amor, inclusive que ele é essencial.