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Platão e a distinção entre ciência e opinião
1. Os filósofos da Grécia Antiga, a partir do século IV a. C. , produziram muitas obras que
procuravam explicar o que ocorre no mundo e também pensar sobre o próprio conhecimento
e sua produção. Sendo o conhecimento algo que está em nossas mentes, ou em textosde
todos os tipos (escritos, desenhos, gráficos, símbolos), como é possível saber que esse
conhecimento corresponde à realidade que ele tenta representar ou explicar?
Preocupado com essas questões, Platão (427 – 347 a. C.), filósofo grego, estabeleceu uma
distinção entre a “doxa” (opinião) e a “episteme” (ciência). Ele dizia que uma pessoa comum,
não educada para a ciência, ficava limitada em seus conhecimentos por suas percepções
sensoriais e suas paixões. Pois aquilo que os sentidos percebem muitas vezes não corresponde
à realidade, pode ser somente uma ilusão criada pela forma de olhar. Já o filósofo é aquele
que poderia atingir o verdadeiro conhecimento, que seria a ciência, pois aprende a lidar com o
mundo das ideias.
Para Platão, o conhecimento da verdade seria um conhecimento perfeito e, por isso, imutável.
Uma vez atingida a verdade, ela valeria para todo o sempre. Platão preocupa-se em utilizar a
razão para descobrir, em um mundo de aparências e em constante mudança, aquilo que
pertence ao mundo perfeito e imutável das ideias. Essa distinção entre ciências e “senso
comum” estabelecida pelo filósofo há 25 séculos, permanece ate os dias de hoje. E muitos
cientistas e professores de ciências naturais ou humanas acreditam nessa divisão perfeita do
mundo em pessoas que sabem ciência e aqueles que não sabem.