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Análise Aplicada do Comportamento: utilizando a economia de fichas
para melhorar desempenho
Applied Behavior Analysis: using token economy to improve performance
Nicodemos Batista Borges
1 2
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
1
2
Psicólogo,EspecialistaemTerapiaComportamental eCognitiva, MestrandoemPsicologiaExperimental: AnálisedoComportamento.
Contato: nicodemosborges@uol.com.br
O autor agradeceàcolegaVerônica Lopezpela elaboraçãodoabstract.
Resumo
Abstract
O presente trabalho tem por objetivo descrever a implantação de um sistema de economia de
fichas, mostrando como esta pode ser uma técnica útil na Análise Aplicada do Comportamento. A
implantação foi conduzida após levantamento da problemática da organização para atender a uma
solicitação da direção de solucionar o problema de melhoria de desempenho dos participantes
relacionados a comportamentos de higiene pessoal e apresentação. O relato apresenta todas as
etapas do processo, desde a racional da escolha, linha de base, até a avaliação da intervenção. Para
avaliar a efetividade da intervenção, utilizou-se um delineamento de reversão, e integraram o
trabalho 104participantes daempresa.
Palavras-chave:AnáliseAplicadadoComportamento;EconomiadeFichas;DelineamentoABAB.
The objective of the present study is to describe the implementation of a token economy system in
an institution, demonstrating how this system can be useful to Applied Behavior Analysis. The
implementation resulted from a demand of the institution administration to solve a problem
related to the performance of the employees regarding hygiene behaviors and the presentation of
these behaviors. The implementation was conducted after the identification of the institution
problems. This identification was made through observation of the institution's working methods
and was influenced by Behavior Analysis notions. The present description presents all the stages of
the process, from the choice to the intervention evaluation. To evaluate the effectiveness of
the intervention to overcome the institution problems, an ABAB design was used and 104
employeesofthe institution participated.
Keywords:AppliedBehaviorAnalysis,TokenEconomy,ABABDesign.
rationale
ISSN 1517-5545
2004, Vol. VI, nº 1, 031-038
Revista Brasileira de
Terapia Comportamental
e Cognitiva
031
Nicodemos Batista Borges
Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038032
A Análise do Comportamento é a ciência que
se embasa nos pressupostos filosóficos do
Behaviorismo Radical de Skinner e nos
conhecimentos advindos da Análise Experi-
mental doComportamento.
Matos (1999) descreve o analista do
comportamentodaseguinte maneira,
Na década de 60 a análise do comportamento
teve sua transposição para a aplicação prática
(Dougher e Hayes, 1999). Em outras palavras,
deixou de se preocupar apenas com o estudo
do comportamento e começou a atender
tambémdemandassociais.
Dois programas de pesquisa exerceram
grande força no desenvolvimento do trabalho
aplicado (Kazdin, 1978). Foram eles: 1) O
trabalho de aplicação de conceitos operantes
em divisões psiquiátricas, desenvolvido por
Ayllon e Azrin; e 2) o desenvolvimento de um
núcleo de pesquisa aplicada em análise do
comportamento na Universidade de
Washington, desenvolvido por Bijou, Wolf e
Baer.
Em 1968 surge o
(JABA), periódico dedicado
exclusivamente para publicações de artigos
que tratavam de Análise Aplicada do
Comportamento(AAC).
Na primeira edição do JABA, Baer, Wolf e
Risley escreveram um artigo intitulado “
” (Algumas dimensões correntes da
Análise Aplicada do Comportamento), o qual
é visto como um artigo que não só definiu os
critérios que a revista exigiria para aceitar
trabalhos, mas também serviu para distinguir
o papel da pesquisa básica e o trabalho
aplicado em análise do comportamento
(Kazdin,1978).
Segundo Baer, Wolf e Risley (1968) a AAC é o
processo pelo qual se aplicam os princípios do
comportamento em um ambiente social e se
avalia se foi o procedimento utilizado que
produziu as mudanças observadas. Seu
objetivo é buscar variáveis que efetivamente
melhorem comportamentos-alvo, ou seja,
aqueles socialmente relevantes para a
sociedade em que o trabalho está sendo
executado.
Não se deve confundir a AAC com a Análise
Clínica do Comportamento (ACC), pois
diferentemente, a última tem como o
contexto clínico e como objetivo lidar com o
desenvolvimento, manutenção e tratamento
de transtornos clínicos, enquanto que a AAC
trabalha com problemas específicos e em
contextos com maior controle de variáveis e
com um manejo direto das contingências
(Dougher eHayes, 1999).
Ayllon e Azrin trabalhando juntos com
pesquisas aplicadas em ambientes psiquiá-
tricos descreveram pela primeira vez, em
1968, a “ ” ou “economia de
fichas” (Amaral, 2001), que foi e é uma técnica
muitoútil notrabalho aplicado.
Este estudo tem como objetivo relatar a
aplicação de um sistema de economia de
fichas, pretendendo com isto mostrar a
eficácia da técnica e incentivar trabalhos
aplicados em análise do comportamento no
Brasil. Apresentar-se-á abaixo a racional que
motivou a escolha da técnica de economia de
fichas.
Racionaldaescolha
Os comportamentos-alvo de intervenções,
neste relato, foram relacionados à higiene
pessoal e apresentação. A demanda veio de
uma empresa de estacionamentos rotativos
com atuação em uma cidade do estado de São
Paulo.
A direção da empresa apresentou a queixa de
que os participantes, apesar de cientes das
“O analista comportamental é antes de mais
nada um cientista natural, não um filósofo,
não um cientista social e muito menos um
estudioso do mental. (...) Trabalha por
observação, classificação e indução (gradual!).
(...) É basicamente um empirista (estuda casos
concretos) e um experimentalista (submete
suas explicações a testes e demonstrações com
manipulações de variáveis), só secunda-
riamente, é um 'interpretacionista'. “ (Matos,
1999,p.9-10)
Journal of Applied Behavior
Analysis
Some
Current Dimensions of Applied Behavior
Analysis
setting
token economy
Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038 033
Análise Aplicada do Comportamento: utilizando a economia de fichas para melhorar desempenho
normas de utilização dos uniformes e
apresentação, não as respeitavam, compa-
recendo para trabalhar com: a) roupas e
sapatos sujos; b) sem cinto; c) utilizando
adornos que chamavam a atenção de
bandidos; d) entregando seus materiais de
trabalho sujos ao término do expediente, e; e)
atrasando-se constantemente. Depois de
apresentado o problema, solicitou-se ao
interventor quealterassetaisqueixas.
Questionando as tentativas anteriores de
solucionar o problema, levantou-se que foram
utilizadas repreensões verbais e até sus-
pensões, porém ambas sem êxito. Soube-se
também que a função exercida pelos
participantes apresentava grande rotativi-
dade,oqueaumentava ocustodaempresa.
Sidman (2001/1989) alertava para a questão
do controle aversivo,
(p.221-222).
Eraclaroque através docontroleaversivo,não
se conseguiria sucesso na modificação destes
comportamentos-alvo, pois este já havia sido
tentado, além de ser um método que deve ser
evitado devido às conseqüências colaterais
por ele produzidas. Para mudar o
comportamento, sem utilizar-se de controle
aversivo ou punição, Skinner (1984/1969)
discorre que
(p.307).
Uma segunda preocupação estava ligada a
indisponibilidade de se dispor de diversas
recompensas para cada um dos compor-
tamentos-alvo a serem alterados, o que criou a
necessidade de tornar todos os compor-
tamentos-alvo pertencentes a uma mesma
unidade funcional. Formando uma cadeia
onde seus elos ocorressem relativa-mente na
mesma ordem, poder-se-ia fazer com que ela
fosse mantida por uma mesma conseqüência
(Skinner, 1998/1953).
Como não seria possível, ou pelo menos
viável, promover alterações comportamentais
através de intervenções individualizadas,
devido ao grande número de participantes,
optou-se por manejar contingências
ambientais que pudessem alterar os
comportamentos-alvo dos participantes de
modo mais amplo, pois segundo Skinner
(2002/1974)
[organismo ou ambiente]
(p.19).
De acordo com Tomanari (2000), o método de
economia de fichas possibilita a formação de
cadeias comportamentais e tem como um de
seus objetivos, instalar e manter compor-
tamentos desejáveis. Além do que, este
método geralmente é implantado através de
reforçamento positivo e pode ser aplicado em
grande escala.
O sistema de economia de fichas foi
desenvolvido para suprir uma necessidade
encontrada pelos analistas do comportamento
em utilizarem os princípios operantes em
grande escala, além de poder alterar muitas
classes de comportamentos através de um
único reforçador condicionado (Patterson,
1996).
Uma outra preocupação na escolha da
intervenção advinha da necessidade de se
mostrar que as mudanças ocorridas eram
decorrentes do sistema implantado. Para tal,
optou-se por utilizar um delineamento de
reversão ou ABAB. Kazdin (1982) apresenta o
delineamento de reversão como o procedi-
mento que permite verificar o desempenho
dos mesmos sujeitos diante de condições
diferentes. A comparação entre as condições
de linha de base (A) e de intervenção (B) dá ao
investigador maior confiança em afirmar que
a modificação do desempenho é produto da
intervenção.
Sabendo-se que um tempo maior seria gasto
ao se optar por modelar as respostas espe-
radas, decidiu-se pela utilização de ins-
truções, em outras palavras, descrições de
contingências que tornariam as respostas
mais rapidamente prováveis. De acordo com
“punição e privação levam
a agressão. (...) como punidores não apenas nos
estabelecemos como alguém de quem se foge ou
esquiva, mas também nos descobrimos recebendo
pagamento em espécie, objetos de contra-ataque
induzidoporpunição.”
“é preciso mostrar que uma
determinada vantagem é contingente ao
comportamento, de modo a alterar a sua
probabilidadede ocorrência.”
“na medida em que um dos dois
possa ser alterado, o
comportamentopodeser modificado.”
Nicodemos Batista Borges
Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038034
Catania (1999)
(p.275).
Todas as variáveis levantadas acima fizeram
com que o sistema de economia de fichas
parecesse a intervenção mais apropriada para
estecenário.
Participantes
Integraram a amostra do presente trabalho,
104 trabalhadores de uma empresa de
estacionamentos rotativos de uma cidade do
estado de São Paulo, os quais foram aqui
tratados como 'participantes'. Estes exerciam
a função de orientador, que consistia em
fiscalizar os veículos estacionados, obser-
vando a presença do de estacionamento,
seus prazos e notificar aqueles veículos cujo
não se encontrava no pára-brisa ou que
tivesse ultrapassado o tempo de permanência.
Outra função era orientar os usuários sobre a
utilização do serviço. Os participantes eram
de ambos os gêneros e com idades que
variavam entre 18 e 38 anos, sendo que a
maioria se encontrava na faixa etária entre 18 e
25 anos. Todos haviam completado ou
estavamcursandooensinomédio.
Material
Foram utilizados registros individualizados
de freqüência de respostas e fichas
identificadas com o código do funcionário. A
identificação das fichas foi necessária para
garantir que fichas não fossem trocadas entre
participantes.
Procedimento
Levantou-se junto à direção o que se
caracterizava por aparência apresentável e
higiene pessoal, chegando-se à seguinte lista:
a) roupas limpas; b) passadas; c) camisa
dentro da calça; d) uso do cinto; e) sapatos
limpos e conservados; f) boné limpo; g)
ausência de adornos (exceção de relógio e
brincos pequenos para mulheres); h) folha de
ocorrências limpa; i) sem rasuras, e; j)
pontualidadenohoráriodeentrada.
Foram feitas folhas de registro diário, onde os
itens acima eram pontuados da seguinte
maneira: 1) de “a” até “g” valiam 0 ou 0,50 e
eram computados duas vezes ao dia, na
entrada e na saída; 2) “h” e “i”, valiam 0 ou 1 e
só eram avaliados no final do expediente, e 3)
“j”valia0ou1esóeraregistradonaentrada.
Treinou-se os encarregados dos participantes,
que serão aqui chamados de “observadores”,
a verificar e pontuar os itens da lista. O
registro era feito por três observadores, na
tentativa de garantir a fidedignidade dos
resultados.
O sistema funcionou do seguinte modo: a) ao
chegar, o participante ia até a base onde
passava pela vistoria dos observadores e
retirava seus materiais; b) ao término do dia,
quando vinha devolver o material, era
novamente avaliado. No dia seguinte pela
manhã, o participante, antes de iniciar um
novo ciclo, recebia as fichas que equivaliam à
sua pontuação (apenas nas fases 2 e 4). Além
disto, era dado um relatório que demonstrava
a pontuação item a item dos comportamentos-
alvo. Este relatório era entregue todos os dias
e em todas as fases, e visava a possibilitar uma
melhora no desempenho do participante, o
qualpoderiaavaliarseuprópriodesempenho.
Como conseqüência, utilizou-se um dia de
descanso, que era sorteado entre todos os
participantes que alcançassem o número
mínimo de 50 pontos em fichas, de um total
possível de 60, sendo que no máximo quatro
participantes poderiam receber tal recom-
pensa na semana. Esta decisão foi tomada em
reunião feita com participantes e direção,
sendo eleita como a mais efetiva e viável
naquelascircunstâncias.
Todas as segundas-feiras no início do dia, os
participantes trocavam suas fichas por uma
senha que era utilizada no sorteio que ocorria
no mesmo dia, momento em que eram
“as instruções podem modificar o
comportamento do ouvinte em situações em que as
conseqüências naturais são, por si mesmas,
ineficientes ou são eficazes somente a longo prazo.”
ticket
ticket
Método
4
Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038 035
Análise Aplicada do Comportamento: utilizando a economia de fichas para melhorar desempenho
sorteados os quatro participantes que teriam
direito à recompensa. Os participantes que
não poupassem o número de fichas necessário
para participar do sorteio, tinham suas fichas
anuladas, não podendo acumulá-las para a
próximasemana.
O dia de descanso poderia ser escolhido pelo
participante, porém precisava ser avisado
com uma antecedência de, no mínimo, 48
horas. Tendo como única condição que no dia
escolhido não poderia haver mais que dois
participantes domesmoturnoemdescanso.
Aintervençãoseguiu asfasesasaber:
FASE 1 - Linha de Base (Condição A): a fase
tinha como objetivo levantar uma linha de
base que permitisse verificar qual a freqüência
dos comportamentos-alvo antes que a
intervenção fosse introduzida. Nesta fase, os
participantes não foram comunicados que
seriam avaliados e nem que o programa seria
implantado, a fim de não produzir mudanças
nopadrãoderespostas.
FASE 2 - Intervenção (Condição B): com o
objetivo de introduzir a intervenção, foi feita
uma reunião entre representantes dos
participantes, direção e interventor, na qual
foi discutida a implantação do sistema, o
estabelecimento do que seria utilizado como
conseqüência e a maneira como o procedi-
mentoseriaimplantado.
Os participantes foram informados da
implementação do sistema de fichas, sendo
que a informação tinha como objetivo servir
como uma instrução, com a qual se esperava
aumentar a probabilidade de os compor-
tamentos-alvo serem emitidos mais rapida-
mente.
FASE 3 - retorno à Linha de Base (Condição
A): este procedimento foi tomado com o
objetivo de avaliar se o dia de descanso estava
sendo o responsável pelas mudanças nos
comportamentos-alvo. Houve uma nova
reunião, na qual foi comunicado aos
participantes que as fichas e folgas não mais
seriam distribuídas, mas os relatórios
continuariam a ser entregues aos parti-
cipantes.
É importante notar que apesar de os
participantes não receberem mais as fichas e
nem o dia de descanso, eles continuavam
recebendo os relatórios que indicavam seus
desempenhos.
FASE 4 - retorno à Intervenção (condição B`):
as fichas e o dia de descanso foram
reintroduzidos, desta vez com prazo indeter-
minado.
Os participantes, em reunião, foram
informados de que o sistema estava sendo
reimplantado e que os critérios seriam os
mesmosanteriormente estabelecidos.
Os registros usados para avaliar os resultados
foram os mesmos relatórios que eram dados
aos participantes. Isto tornou possível
acompanhar o desempenho dos participantes
emtodasasfases.
A intervenção foi considerada positiva pela
direção da empresa, participantes e
interventor, o que resultou na manutenção do
sistema implantado. A Figura 1 apresenta o
gráfico da média de pontuações dos sujeitos
emsuasdiferentesfases.
Conforme pode se observar na linha de base
que se constituiu das quatro primeiras
semanas, a média de fichas ganhas pelos
participantes foi de 38. Com a inserção do
programa de recompensa, a média subiu para
53. Isto indica um aumento no número de
ResultadoseDiscussão
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Semanas
MédiadeFichasganhaspelosparticipantes
Condição A Condição A`Condição B Condição B`
Figura 1. Média de pontos dos participantes nas diferentes
fases do sistema de economia de fichas
Nicodemos Batista Borges
Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038036
respostas que produziam ficha, ou seja, uma
melhoranoscomportamentos-alvo.
Com a retirada do dia de descanso
contingente à pontuação, a média de pontos
caiu para 42. Média esta que volta a subir
quando a relação de contingência é reim-
plantada. Este dado sugere que o dia de
descanso parece ter servido como um
estímulo reforçador positivo para os
participantes.
O sistema de economia de fichas mostrou-se
efetivo no aumento do desempenho esperado
referente aos comportamentos-alvo, pois se
passou de uma média de 38 fichas para 55
fichasaotérminodoacompanhamento.
O sistema de fichas permitiu aumentar a
freqüência dos comportamentos-alvo de
participantes, que apresentavam desem-
penhos insatisfatórios. Isto pode ser visto na
Figura 2, a qual mostra o desempenho do
funcionário 6, que é representativo da maioria
dos participantes com esta característica e que
apresentou um aumento na freqüência de
comportamentos-alvo quando as condições
derecompensaestavamvigorando.
Como pode ser visto, as respostas tidas como
adequadas são mais freqüentes quando o dia
de descanso é colocado contingente a estas, e
pouco freqüentes quando não há a relação de
contingência. Apesar da economia de fichas
ter mudado fortemente o repertório da
maioria dos participantes, isto não aconteceu
paratodos.
A Figura 3 apresenta a mudança no
desempenho do participante 7 em com-
paração com o desempenho máximo que
poderia ser alcançado por um participante.
Este participante é representativo de uma
minoria que tinha como característica um
desempenho perto do esperado antes da
intervenção.
Conforme pode ser observado na Figura
acima, não houve uma mudança significativa
da condição A para a condição B. Deve-se
considerar que estes participantes, que
tiveram pouca mudança em seus repertórios,
apresentavam comportamentos próximos dos
esperados pela direção antes mesmo da
implantação do sistema de fichas, o que indica
que outras variáveis controlavam estas
respostas.
Chama a atenção o fato de este participante
não ter seu desempenho diminuído na
condição de reversão, o que fortalece a
hipótese de que outras variáveis, que não a
estabelecida nesta intervenção, possam ter
mantidoo seudesempenho.
Apesar de bastante eficaz, o sistema
implantado não foi capaz de atingir a todos.
Houve 4,81% (5 de um total de 104) dos
participantes que não apresentaram mudan-
ças em seus desempenhos. Isto pode ser visto
através do desempenho do funcionário 63,
queérepresentativodestaparceladaamostra.
A Figura 4 apresenta a freqüência acumulada
de pontos, do funcionário 63 durante todas as
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Semanas
Númerodefichasacumuladasdo
participante6
Condição A Condição A`Condição B Condição B`
Figura 2. Número acumulado de pontos ganhos pelo
participante 6 no sistema de economia de fichas, desde a linha
debaseaté otérminodoacompanhamento
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Semanas
Númerodefichas
Desempenho do participante 7
Desempenho possível
Condição A Condição A`Condição B Condição B`
Figura 3. Número de pontos ganhos pelo participante 7
comparado com o máximo que um participante poderia ganhar
porsemana
6
Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038 037
Análise Aplicada do Comportamento: utilizando a economia de fichas para melhorar desempenho
fases, em comparação com a freqüência máxi-
madepontos.
Conforme se pode observar não houve
alterações expressivas no desempenho do
participante 63 durante todo o procedimento.
Este resultado indica uma baixa ou nenhuma
influência do procedimento sobre o desem-
penho deste grupo. Haveria a necessidade de
se estudarem separadamente estes casos para
observar possíveis variáveis que mantêm tais
padrões.
Observa-se que o procedimento de economia
de fichas foi eficaz para melhorar o
desempenho de 95,19% (99 participantes) dos
participantes. Este resultado levou à manu-
tençãodosistemapeladireçãodaempresa.
O procedimento de economia de fichas foi
introduzido com baixíssimo custo para a
empresa. Numa perspectiva molar trouxe
economia, se se considerar a diminuição de
gastos com rescisões de contrato de trabalho,
que era grande devido à rotatividade de
funcionários.
Este procedimento foi uma tentativa de
mostrar uma entre muitas possibilidades de
atuação do analista do comportamento. Além
disto, tentou mostrar como é possível
produzir dados em áreas aplicadas aten-
dendoacritériosdecientificidade.
ConsideraçõesFinais
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Total de pontos ganhos por semana
Total de pontos possíveis
Condição A Condição A`Condição B Condição B`
Figura 4. Total de pontos acumulados durante todo o período
avaliadoetotal depontosporsemana,doparticipante 63
Referências
Amaral, V. L. A. R. (2001). Análise contingencial como modelo de intervenção breve em psicologia
da saúde. Em: M. L. Marinho e V. E. Caballo (Org`s.). . Cap. 15, (pp.
279-293).Londrina:UEL.
Baer, D. M., Wolf, M. M. e Risley, T. R. (1968). Some current dimensions of applied behavior
analysis. 1,91-97.
Catania, A. C. (1999). (Trad. Org. por D. G.
Souza).PortoAlegre:ArtesMédicasSul.(Originalmente publicadoem1998).
Dougher, M. J. e Hayes, S. C. (1999). Clinical Behavior Analysis. In: M. J. Dougher (Ed.).
Cap.1,(pp.11-25).Reno:Context Press.
Kazdin, A. E. (1978).
Baltmore:UniversityPark Press.
Kazdin, A. E. (1982). New York:
OxfordUniversityPress.
Matos, M. A. (1999). Análise funcional do comportamento.
3,8-18.
Patterson, R. L. (1996). A Economia de Fichas Em: V. E. Caballo (Org.).
(Trad. M. D. Claudino). Cap. 15, (pp. 297-313). São Paulo:
Santos.
Sidman, M. (2001). (Trad. M. A. Andery e T. M. Sério). Campinas: Livro
Pleno.(Originalmente publicadoem1989).
Psicologia Clínica e da Saúde
JournalofAppliedBehaviorAnalysis, 1,
Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição.
Clinical
BehaviorAnalysis.
History of Behavior Modification: experimental foundations of contemporary
research.
Single-Case Research Designs: methods for clinical and applied settings.
Revista Estudos de Psicologia, PUC-
Campinas,16,
. Manual de Técnicas de Terapia
e Modificação do Comportamento.
Coerção e suas implicações.
7
Skinner, B. F. (1984). (Trad. R. Moreno). Coleção Os
Pensadores,2ªed.SãoPaulo:AbrilCultural. (Originalmente publicadoem1969).
Skinner, B. F. (1998). . (Trad. J. C. Todorov e R. Azzi). São Paulo:
MartinsFontes.(Originalmente publicadoem1953).
Skinner, B. F. (2002). (Trad. M. P. Villalobos). 7ª ed. São Paulo: Cultrix.
(Originalmente publicadoem1974).
Tomanari, G. Y. (2000). Reforçamento condicionado.
1,61-77.
Contingências do Reforço: uma análise teórica.
Ciência e Comportamento Humano
Sobre o Behaviorismo.
Revista Brasileira de Terapia Comportamental e
Cognitiva,2,
Recebido em: 18/10/2003
Primeira decisão editorial em: 04/06/2004
Versão final em: 19/06/2004
Aceito em: 20/06/2004
Nicodemos Batista Borges
Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038038
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  • 1. Análise Aplicada do Comportamento: utilizando a economia de fichas para melhorar desempenho Applied Behavior Analysis: using token economy to improve performance Nicodemos Batista Borges 1 2 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 1 2 Psicólogo,EspecialistaemTerapiaComportamental eCognitiva, MestrandoemPsicologiaExperimental: AnálisedoComportamento. Contato: nicodemosborges@uol.com.br O autor agradeceàcolegaVerônica Lopezpela elaboraçãodoabstract. Resumo Abstract O presente trabalho tem por objetivo descrever a implantação de um sistema de economia de fichas, mostrando como esta pode ser uma técnica útil na Análise Aplicada do Comportamento. A implantação foi conduzida após levantamento da problemática da organização para atender a uma solicitação da direção de solucionar o problema de melhoria de desempenho dos participantes relacionados a comportamentos de higiene pessoal e apresentação. O relato apresenta todas as etapas do processo, desde a racional da escolha, linha de base, até a avaliação da intervenção. Para avaliar a efetividade da intervenção, utilizou-se um delineamento de reversão, e integraram o trabalho 104participantes daempresa. Palavras-chave:AnáliseAplicadadoComportamento;EconomiadeFichas;DelineamentoABAB. The objective of the present study is to describe the implementation of a token economy system in an institution, demonstrating how this system can be useful to Applied Behavior Analysis. The implementation resulted from a demand of the institution administration to solve a problem related to the performance of the employees regarding hygiene behaviors and the presentation of these behaviors. The implementation was conducted after the identification of the institution problems. This identification was made through observation of the institution's working methods and was influenced by Behavior Analysis notions. The present description presents all the stages of the process, from the choice to the intervention evaluation. To evaluate the effectiveness of the intervention to overcome the institution problems, an ABAB design was used and 104 employeesofthe institution participated. Keywords:AppliedBehaviorAnalysis,TokenEconomy,ABABDesign. rationale ISSN 1517-5545 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038 Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva 031
  • 2. Nicodemos Batista Borges Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038032 A Análise do Comportamento é a ciência que se embasa nos pressupostos filosóficos do Behaviorismo Radical de Skinner e nos conhecimentos advindos da Análise Experi- mental doComportamento. Matos (1999) descreve o analista do comportamentodaseguinte maneira, Na década de 60 a análise do comportamento teve sua transposição para a aplicação prática (Dougher e Hayes, 1999). Em outras palavras, deixou de se preocupar apenas com o estudo do comportamento e começou a atender tambémdemandassociais. Dois programas de pesquisa exerceram grande força no desenvolvimento do trabalho aplicado (Kazdin, 1978). Foram eles: 1) O trabalho de aplicação de conceitos operantes em divisões psiquiátricas, desenvolvido por Ayllon e Azrin; e 2) o desenvolvimento de um núcleo de pesquisa aplicada em análise do comportamento na Universidade de Washington, desenvolvido por Bijou, Wolf e Baer. Em 1968 surge o (JABA), periódico dedicado exclusivamente para publicações de artigos que tratavam de Análise Aplicada do Comportamento(AAC). Na primeira edição do JABA, Baer, Wolf e Risley escreveram um artigo intitulado “ ” (Algumas dimensões correntes da Análise Aplicada do Comportamento), o qual é visto como um artigo que não só definiu os critérios que a revista exigiria para aceitar trabalhos, mas também serviu para distinguir o papel da pesquisa básica e o trabalho aplicado em análise do comportamento (Kazdin,1978). Segundo Baer, Wolf e Risley (1968) a AAC é o processo pelo qual se aplicam os princípios do comportamento em um ambiente social e se avalia se foi o procedimento utilizado que produziu as mudanças observadas. Seu objetivo é buscar variáveis que efetivamente melhorem comportamentos-alvo, ou seja, aqueles socialmente relevantes para a sociedade em que o trabalho está sendo executado. Não se deve confundir a AAC com a Análise Clínica do Comportamento (ACC), pois diferentemente, a última tem como o contexto clínico e como objetivo lidar com o desenvolvimento, manutenção e tratamento de transtornos clínicos, enquanto que a AAC trabalha com problemas específicos e em contextos com maior controle de variáveis e com um manejo direto das contingências (Dougher eHayes, 1999). Ayllon e Azrin trabalhando juntos com pesquisas aplicadas em ambientes psiquiá- tricos descreveram pela primeira vez, em 1968, a “ ” ou “economia de fichas” (Amaral, 2001), que foi e é uma técnica muitoútil notrabalho aplicado. Este estudo tem como objetivo relatar a aplicação de um sistema de economia de fichas, pretendendo com isto mostrar a eficácia da técnica e incentivar trabalhos aplicados em análise do comportamento no Brasil. Apresentar-se-á abaixo a racional que motivou a escolha da técnica de economia de fichas. Racionaldaescolha Os comportamentos-alvo de intervenções, neste relato, foram relacionados à higiene pessoal e apresentação. A demanda veio de uma empresa de estacionamentos rotativos com atuação em uma cidade do estado de São Paulo. A direção da empresa apresentou a queixa de que os participantes, apesar de cientes das “O analista comportamental é antes de mais nada um cientista natural, não um filósofo, não um cientista social e muito menos um estudioso do mental. (...) Trabalha por observação, classificação e indução (gradual!). (...) É basicamente um empirista (estuda casos concretos) e um experimentalista (submete suas explicações a testes e demonstrações com manipulações de variáveis), só secunda- riamente, é um 'interpretacionista'. “ (Matos, 1999,p.9-10) Journal of Applied Behavior Analysis Some Current Dimensions of Applied Behavior Analysis setting token economy
  • 3. Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038 033 Análise Aplicada do Comportamento: utilizando a economia de fichas para melhorar desempenho normas de utilização dos uniformes e apresentação, não as respeitavam, compa- recendo para trabalhar com: a) roupas e sapatos sujos; b) sem cinto; c) utilizando adornos que chamavam a atenção de bandidos; d) entregando seus materiais de trabalho sujos ao término do expediente, e; e) atrasando-se constantemente. Depois de apresentado o problema, solicitou-se ao interventor quealterassetaisqueixas. Questionando as tentativas anteriores de solucionar o problema, levantou-se que foram utilizadas repreensões verbais e até sus- pensões, porém ambas sem êxito. Soube-se também que a função exercida pelos participantes apresentava grande rotativi- dade,oqueaumentava ocustodaempresa. Sidman (2001/1989) alertava para a questão do controle aversivo, (p.221-222). Eraclaroque através docontroleaversivo,não se conseguiria sucesso na modificação destes comportamentos-alvo, pois este já havia sido tentado, além de ser um método que deve ser evitado devido às conseqüências colaterais por ele produzidas. Para mudar o comportamento, sem utilizar-se de controle aversivo ou punição, Skinner (1984/1969) discorre que (p.307). Uma segunda preocupação estava ligada a indisponibilidade de se dispor de diversas recompensas para cada um dos compor- tamentos-alvo a serem alterados, o que criou a necessidade de tornar todos os compor- tamentos-alvo pertencentes a uma mesma unidade funcional. Formando uma cadeia onde seus elos ocorressem relativa-mente na mesma ordem, poder-se-ia fazer com que ela fosse mantida por uma mesma conseqüência (Skinner, 1998/1953). Como não seria possível, ou pelo menos viável, promover alterações comportamentais através de intervenções individualizadas, devido ao grande número de participantes, optou-se por manejar contingências ambientais que pudessem alterar os comportamentos-alvo dos participantes de modo mais amplo, pois segundo Skinner (2002/1974) [organismo ou ambiente] (p.19). De acordo com Tomanari (2000), o método de economia de fichas possibilita a formação de cadeias comportamentais e tem como um de seus objetivos, instalar e manter compor- tamentos desejáveis. Além do que, este método geralmente é implantado através de reforçamento positivo e pode ser aplicado em grande escala. O sistema de economia de fichas foi desenvolvido para suprir uma necessidade encontrada pelos analistas do comportamento em utilizarem os princípios operantes em grande escala, além de poder alterar muitas classes de comportamentos através de um único reforçador condicionado (Patterson, 1996). Uma outra preocupação na escolha da intervenção advinha da necessidade de se mostrar que as mudanças ocorridas eram decorrentes do sistema implantado. Para tal, optou-se por utilizar um delineamento de reversão ou ABAB. Kazdin (1982) apresenta o delineamento de reversão como o procedi- mento que permite verificar o desempenho dos mesmos sujeitos diante de condições diferentes. A comparação entre as condições de linha de base (A) e de intervenção (B) dá ao investigador maior confiança em afirmar que a modificação do desempenho é produto da intervenção. Sabendo-se que um tempo maior seria gasto ao se optar por modelar as respostas espe- radas, decidiu-se pela utilização de ins- truções, em outras palavras, descrições de contingências que tornariam as respostas mais rapidamente prováveis. De acordo com “punição e privação levam a agressão. (...) como punidores não apenas nos estabelecemos como alguém de quem se foge ou esquiva, mas também nos descobrimos recebendo pagamento em espécie, objetos de contra-ataque induzidoporpunição.” “é preciso mostrar que uma determinada vantagem é contingente ao comportamento, de modo a alterar a sua probabilidadede ocorrência.” “na medida em que um dos dois possa ser alterado, o comportamentopodeser modificado.”
  • 4. Nicodemos Batista Borges Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038034 Catania (1999) (p.275). Todas as variáveis levantadas acima fizeram com que o sistema de economia de fichas parecesse a intervenção mais apropriada para estecenário. Participantes Integraram a amostra do presente trabalho, 104 trabalhadores de uma empresa de estacionamentos rotativos de uma cidade do estado de São Paulo, os quais foram aqui tratados como 'participantes'. Estes exerciam a função de orientador, que consistia em fiscalizar os veículos estacionados, obser- vando a presença do de estacionamento, seus prazos e notificar aqueles veículos cujo não se encontrava no pára-brisa ou que tivesse ultrapassado o tempo de permanência. Outra função era orientar os usuários sobre a utilização do serviço. Os participantes eram de ambos os gêneros e com idades que variavam entre 18 e 38 anos, sendo que a maioria se encontrava na faixa etária entre 18 e 25 anos. Todos haviam completado ou estavamcursandooensinomédio. Material Foram utilizados registros individualizados de freqüência de respostas e fichas identificadas com o código do funcionário. A identificação das fichas foi necessária para garantir que fichas não fossem trocadas entre participantes. Procedimento Levantou-se junto à direção o que se caracterizava por aparência apresentável e higiene pessoal, chegando-se à seguinte lista: a) roupas limpas; b) passadas; c) camisa dentro da calça; d) uso do cinto; e) sapatos limpos e conservados; f) boné limpo; g) ausência de adornos (exceção de relógio e brincos pequenos para mulheres); h) folha de ocorrências limpa; i) sem rasuras, e; j) pontualidadenohoráriodeentrada. Foram feitas folhas de registro diário, onde os itens acima eram pontuados da seguinte maneira: 1) de “a” até “g” valiam 0 ou 0,50 e eram computados duas vezes ao dia, na entrada e na saída; 2) “h” e “i”, valiam 0 ou 1 e só eram avaliados no final do expediente, e 3) “j”valia0ou1esóeraregistradonaentrada. Treinou-se os encarregados dos participantes, que serão aqui chamados de “observadores”, a verificar e pontuar os itens da lista. O registro era feito por três observadores, na tentativa de garantir a fidedignidade dos resultados. O sistema funcionou do seguinte modo: a) ao chegar, o participante ia até a base onde passava pela vistoria dos observadores e retirava seus materiais; b) ao término do dia, quando vinha devolver o material, era novamente avaliado. No dia seguinte pela manhã, o participante, antes de iniciar um novo ciclo, recebia as fichas que equivaliam à sua pontuação (apenas nas fases 2 e 4). Além disto, era dado um relatório que demonstrava a pontuação item a item dos comportamentos- alvo. Este relatório era entregue todos os dias e em todas as fases, e visava a possibilitar uma melhora no desempenho do participante, o qualpoderiaavaliarseuprópriodesempenho. Como conseqüência, utilizou-se um dia de descanso, que era sorteado entre todos os participantes que alcançassem o número mínimo de 50 pontos em fichas, de um total possível de 60, sendo que no máximo quatro participantes poderiam receber tal recom- pensa na semana. Esta decisão foi tomada em reunião feita com participantes e direção, sendo eleita como a mais efetiva e viável naquelascircunstâncias. Todas as segundas-feiras no início do dia, os participantes trocavam suas fichas por uma senha que era utilizada no sorteio que ocorria no mesmo dia, momento em que eram “as instruções podem modificar o comportamento do ouvinte em situações em que as conseqüências naturais são, por si mesmas, ineficientes ou são eficazes somente a longo prazo.” ticket ticket Método 4
  • 5. Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038 035 Análise Aplicada do Comportamento: utilizando a economia de fichas para melhorar desempenho sorteados os quatro participantes que teriam direito à recompensa. Os participantes que não poupassem o número de fichas necessário para participar do sorteio, tinham suas fichas anuladas, não podendo acumulá-las para a próximasemana. O dia de descanso poderia ser escolhido pelo participante, porém precisava ser avisado com uma antecedência de, no mínimo, 48 horas. Tendo como única condição que no dia escolhido não poderia haver mais que dois participantes domesmoturnoemdescanso. Aintervençãoseguiu asfasesasaber: FASE 1 - Linha de Base (Condição A): a fase tinha como objetivo levantar uma linha de base que permitisse verificar qual a freqüência dos comportamentos-alvo antes que a intervenção fosse introduzida. Nesta fase, os participantes não foram comunicados que seriam avaliados e nem que o programa seria implantado, a fim de não produzir mudanças nopadrãoderespostas. FASE 2 - Intervenção (Condição B): com o objetivo de introduzir a intervenção, foi feita uma reunião entre representantes dos participantes, direção e interventor, na qual foi discutida a implantação do sistema, o estabelecimento do que seria utilizado como conseqüência e a maneira como o procedi- mentoseriaimplantado. Os participantes foram informados da implementação do sistema de fichas, sendo que a informação tinha como objetivo servir como uma instrução, com a qual se esperava aumentar a probabilidade de os compor- tamentos-alvo serem emitidos mais rapida- mente. FASE 3 - retorno à Linha de Base (Condição A): este procedimento foi tomado com o objetivo de avaliar se o dia de descanso estava sendo o responsável pelas mudanças nos comportamentos-alvo. Houve uma nova reunião, na qual foi comunicado aos participantes que as fichas e folgas não mais seriam distribuídas, mas os relatórios continuariam a ser entregues aos parti- cipantes. É importante notar que apesar de os participantes não receberem mais as fichas e nem o dia de descanso, eles continuavam recebendo os relatórios que indicavam seus desempenhos. FASE 4 - retorno à Intervenção (condição B`): as fichas e o dia de descanso foram reintroduzidos, desta vez com prazo indeter- minado. Os participantes, em reunião, foram informados de que o sistema estava sendo reimplantado e que os critérios seriam os mesmosanteriormente estabelecidos. Os registros usados para avaliar os resultados foram os mesmos relatórios que eram dados aos participantes. Isto tornou possível acompanhar o desempenho dos participantes emtodasasfases. A intervenção foi considerada positiva pela direção da empresa, participantes e interventor, o que resultou na manutenção do sistema implantado. A Figura 1 apresenta o gráfico da média de pontuações dos sujeitos emsuasdiferentesfases. Conforme pode se observar na linha de base que se constituiu das quatro primeiras semanas, a média de fichas ganhas pelos participantes foi de 38. Com a inserção do programa de recompensa, a média subiu para 53. Isto indica um aumento no número de ResultadoseDiscussão 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Semanas MédiadeFichasganhaspelosparticipantes Condição A Condição A`Condição B Condição B` Figura 1. Média de pontos dos participantes nas diferentes fases do sistema de economia de fichas
  • 6. Nicodemos Batista Borges Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038036 respostas que produziam ficha, ou seja, uma melhoranoscomportamentos-alvo. Com a retirada do dia de descanso contingente à pontuação, a média de pontos caiu para 42. Média esta que volta a subir quando a relação de contingência é reim- plantada. Este dado sugere que o dia de descanso parece ter servido como um estímulo reforçador positivo para os participantes. O sistema de economia de fichas mostrou-se efetivo no aumento do desempenho esperado referente aos comportamentos-alvo, pois se passou de uma média de 38 fichas para 55 fichasaotérminodoacompanhamento. O sistema de fichas permitiu aumentar a freqüência dos comportamentos-alvo de participantes, que apresentavam desem- penhos insatisfatórios. Isto pode ser visto na Figura 2, a qual mostra o desempenho do funcionário 6, que é representativo da maioria dos participantes com esta característica e que apresentou um aumento na freqüência de comportamentos-alvo quando as condições derecompensaestavamvigorando. Como pode ser visto, as respostas tidas como adequadas são mais freqüentes quando o dia de descanso é colocado contingente a estas, e pouco freqüentes quando não há a relação de contingência. Apesar da economia de fichas ter mudado fortemente o repertório da maioria dos participantes, isto não aconteceu paratodos. A Figura 3 apresenta a mudança no desempenho do participante 7 em com- paração com o desempenho máximo que poderia ser alcançado por um participante. Este participante é representativo de uma minoria que tinha como característica um desempenho perto do esperado antes da intervenção. Conforme pode ser observado na Figura acima, não houve uma mudança significativa da condição A para a condição B. Deve-se considerar que estes participantes, que tiveram pouca mudança em seus repertórios, apresentavam comportamentos próximos dos esperados pela direção antes mesmo da implantação do sistema de fichas, o que indica que outras variáveis controlavam estas respostas. Chama a atenção o fato de este participante não ter seu desempenho diminuído na condição de reversão, o que fortalece a hipótese de que outras variáveis, que não a estabelecida nesta intervenção, possam ter mantidoo seudesempenho. Apesar de bastante eficaz, o sistema implantado não foi capaz de atingir a todos. Houve 4,81% (5 de um total de 104) dos participantes que não apresentaram mudan- ças em seus desempenhos. Isto pode ser visto através do desempenho do funcionário 63, queérepresentativodestaparceladaamostra. A Figura 4 apresenta a freqüência acumulada de pontos, do funcionário 63 durante todas as 0 100 200 300 400 500 600 700 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Semanas Númerodefichasacumuladasdo participante6 Condição A Condição A`Condição B Condição B` Figura 2. Número acumulado de pontos ganhos pelo participante 6 no sistema de economia de fichas, desde a linha debaseaté otérminodoacompanhamento 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Semanas Númerodefichas Desempenho do participante 7 Desempenho possível Condição A Condição A`Condição B Condição B` Figura 3. Número de pontos ganhos pelo participante 7 comparado com o máximo que um participante poderia ganhar porsemana 6
  • 7. Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038 037 Análise Aplicada do Comportamento: utilizando a economia de fichas para melhorar desempenho fases, em comparação com a freqüência máxi- madepontos. Conforme se pode observar não houve alterações expressivas no desempenho do participante 63 durante todo o procedimento. Este resultado indica uma baixa ou nenhuma influência do procedimento sobre o desem- penho deste grupo. Haveria a necessidade de se estudarem separadamente estes casos para observar possíveis variáveis que mantêm tais padrões. Observa-se que o procedimento de economia de fichas foi eficaz para melhorar o desempenho de 95,19% (99 participantes) dos participantes. Este resultado levou à manu- tençãodosistemapeladireçãodaempresa. O procedimento de economia de fichas foi introduzido com baixíssimo custo para a empresa. Numa perspectiva molar trouxe economia, se se considerar a diminuição de gastos com rescisões de contrato de trabalho, que era grande devido à rotatividade de funcionários. Este procedimento foi uma tentativa de mostrar uma entre muitas possibilidades de atuação do analista do comportamento. Além disto, tentou mostrar como é possível produzir dados em áreas aplicadas aten- dendoacritériosdecientificidade. ConsideraçõesFinais 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Semanas Fichasganhas Total de pontos ganhos por semana Total de pontos possíveis Condição A Condição A`Condição B Condição B` Figura 4. Total de pontos acumulados durante todo o período avaliadoetotal depontosporsemana,doparticipante 63 Referências Amaral, V. L. A. R. (2001). Análise contingencial como modelo de intervenção breve em psicologia da saúde. Em: M. L. Marinho e V. E. Caballo (Org`s.). . Cap. 15, (pp. 279-293).Londrina:UEL. Baer, D. M., Wolf, M. M. e Risley, T. R. (1968). Some current dimensions of applied behavior analysis. 1,91-97. Catania, A. C. (1999). (Trad. Org. por D. G. Souza).PortoAlegre:ArtesMédicasSul.(Originalmente publicadoem1998). Dougher, M. J. e Hayes, S. C. (1999). Clinical Behavior Analysis. In: M. J. Dougher (Ed.). Cap.1,(pp.11-25).Reno:Context Press. Kazdin, A. E. (1978). Baltmore:UniversityPark Press. Kazdin, A. E. (1982). New York: OxfordUniversityPress. Matos, M. A. (1999). Análise funcional do comportamento. 3,8-18. Patterson, R. L. (1996). A Economia de Fichas Em: V. E. Caballo (Org.). (Trad. M. D. Claudino). Cap. 15, (pp. 297-313). São Paulo: Santos. Sidman, M. (2001). (Trad. M. A. Andery e T. M. Sério). Campinas: Livro Pleno.(Originalmente publicadoem1989). Psicologia Clínica e da Saúde JournalofAppliedBehaviorAnalysis, 1, Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. Clinical BehaviorAnalysis. History of Behavior Modification: experimental foundations of contemporary research. Single-Case Research Designs: methods for clinical and applied settings. Revista Estudos de Psicologia, PUC- Campinas,16, . Manual de Técnicas de Terapia e Modificação do Comportamento. Coerção e suas implicações. 7
  • 8. Skinner, B. F. (1984). (Trad. R. Moreno). Coleção Os Pensadores,2ªed.SãoPaulo:AbrilCultural. (Originalmente publicadoem1969). Skinner, B. F. (1998). . (Trad. J. C. Todorov e R. Azzi). São Paulo: MartinsFontes.(Originalmente publicadoem1953). Skinner, B. F. (2002). (Trad. M. P. Villalobos). 7ª ed. São Paulo: Cultrix. (Originalmente publicadoem1974). Tomanari, G. Y. (2000). Reforçamento condicionado. 1,61-77. Contingências do Reforço: uma análise teórica. Ciência e Comportamento Humano Sobre o Behaviorismo. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva,2, Recebido em: 18/10/2003 Primeira decisão editorial em: 04/06/2004 Versão final em: 19/06/2004 Aceito em: 20/06/2004 Nicodemos Batista Borges Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn. 2004, Vol. VI, nº 1, 031-038038 8