SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
Emílio e a Revolução Francesa

      'Emílio, ou da Educação', publicado por Rousseau em 1762, é dividido em cinco
partes (chamadas Livros). Cada qual tratando de determinada época da vida de um
indivíduo, elas discursam filosoficamente sobre como este deveria ser orientado e
educado. Porém, visto que a meta é entender a influência de tal obra na mudança
dopensamento educacional que aconteceu com a Revolução Francesa, não cabe aqui
fazer uma descrição detalhada de cada uma das partes, bastando apenas entitulá-las e
situar os tópicos aqui tratados dentro de seu respectivo capítulo:



         •   Livro I: "A Idade de natureza" - o bebê (infans)
         •   Livro II: "A idade de natureza" - de 2 a 12 anos (puer)
         •   Livro III: "A idade de força" - de 12 a 15 anos
         •   Livro IV: "A idade de razão e das paixões" - de 15 a 20 anos
         •   Livro V: "A idade de sabedoria e do casamento" - de 20 a 25 anos



      Como o livro desenvolve-se em ordem cronologica, logo no início Rousseau deixa
claro a sua filosofia de educação: é preciso ensinar a criança dentro da sua condição de
criança. "A educação de Emílio tem um só objetivo: formar um homem livre (...) e, para
formar um homem livre, há apenas um meio: tratá-lo como um ser livre, respeitar a
liberdade da criança. (Emílio, p. 20)". Respeitar essa liberdade, implica em manter
intacta a inocência infantil, não apresentando à criança os dogmas da sociedade, uma
vez que ela deveria descobrir as "regras do mundo" à medida em que fosse crescendo,
pois "os preconceitos, a autoridade, (...) todas as instituições sociais em que estamos
submersos abafariam nele (a criança) a natureza, e nada poriam em seu lugar. (Emílio,
p. 7)". Rousseau acredita que todos os homens são bons, sendo corrompidos pela
sociedade. Logo, um distanciamento daqueles em relação a esta enquanto recebe a
'educação natural' resultaria em uma manutenção da bondade inata de cada um. Para
Carlota Boto "Pensar a formação da criança é, em Rousseau, identificar as
especificidades do ser infantil. Entretanto, pensar a criança é também projetar o homem
do amanhã. (A Escola do Homem Novo, p. 26)".
      Dessa forma a educação seria de extrema importância no modo do homem se
portar perante à sociedade e, consequentemente, também o prepararia para enfrentar
um regime social opressor. Esse ideal é referido por Carlota Boto como sendo o tema
central da ideia de educação pensada pela filosofia iluminista francesa. A autora afirma
que "Para alguns filósofos e pensadores do movimento francês, o homem seria
integralmente tributário do processo educativo a que se submetera. A educação
adquire, sob tal enfoque, perspectiva totalizadora e profética, na medida em que,
através dela, poderiam ocorrer as necessárias reformas sociais perante o signo do
homem pedagogicamente reformado. (A Escola do Homem Novo, p. 21)."

      Estas ideias expressas no Emílio [a educação (ainda que 'natural) presente desde a
infância, a falta de influência de quaisquer instituição social no ensino deste indivíduo, e
a ideia de que o homem que passou pelo processo educativo é capaz de mudar a
sociedade] foram incorporadas aos ideais da Revolução Francesa, bastante influenciada
pela corrente do Iluminismo, justamente por serem uma visão totalmente nova a
respeito da educação que compartilhava do ideal democrático dos revolucionários.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

A masculinidade roubada
A masculinidade roubadaA masculinidade roubada
A masculinidade roubadaVirna Faustino
 
ESCOLA ESTADO E SOCIEDADE
ESCOLA ESTADO E SOCIEDADEESCOLA ESTADO E SOCIEDADE
ESCOLA ESTADO E SOCIEDADEHudson Frota
 
O TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO E SUA DUPLA DIMENSÃO NO CAPITALISMO
O TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO E SUA DUPLA DIMENSÃO NO CAPITALISMOO TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO E SUA DUPLA DIMENSÃO NO CAPITALISMO
O TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO E SUA DUPLA DIMENSÃO NO CAPITALISMOSolange Soares
 
Francisco ferrer e a educação libertária
Francisco ferrer e a educação libertáriaFrancisco ferrer e a educação libertária
Francisco ferrer e a educação libertáriaPriscila Aristimunha
 
Anarquismo e pedagogia_libertaria
Anarquismo e pedagogia_libertariaAnarquismo e pedagogia_libertaria
Anarquismo e pedagogia_libertariaFabíola Leão
 
02 a educação e a escola
02 a educação e a escola02 a educação e a escola
02 a educação e a escolaGLEYDSON ROCHA
 
Trabalho como princípio educativo
Trabalho como princípio educativoTrabalho como princípio educativo
Trabalho como princípio educativoaa. Rubens Lima
 
A EDUCAÇÃO REFORMA PROTESTANTE
A EDUCAÇÃO REFORMA PROTESTANTEA EDUCAÇÃO REFORMA PROTESTANTE
A EDUCAÇÃO REFORMA PROTESTANTELIMA, Alan Lucas de
 
Angela maria souza_martins_artigo
Angela maria souza_martins_artigoAngela maria souza_martins_artigo
Angela maria souza_martins_artigojhecioosaki
 
O trabalho como princípio educativo no projeto Frigotto
O trabalho como princípio educativo no projeto FrigottoO trabalho como princípio educativo no projeto Frigotto
O trabalho como princípio educativo no projeto FrigottoCilmara Cristina Dos Santos
 
A construção do conceito de adolescência no Ocidente
A construção do conceito de adolescência no OcidenteA construção do conceito de adolescência no Ocidente
A construção do conceito de adolescência no OcidenteProama Projeto Amamentar
 

Mais procurados (20)

A masculinidade roubada
A masculinidade roubadaA masculinidade roubada
A masculinidade roubada
 
ESCOLA ESTADO E SOCIEDADE
ESCOLA ESTADO E SOCIEDADEESCOLA ESTADO E SOCIEDADE
ESCOLA ESTADO E SOCIEDADE
 
O TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO E SUA DUPLA DIMENSÃO NO CAPITALISMO
O TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO E SUA DUPLA DIMENSÃO NO CAPITALISMOO TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO E SUA DUPLA DIMENSÃO NO CAPITALISMO
O TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO E SUA DUPLA DIMENSÃO NO CAPITALISMO
 
Francisco ferrer e a educação libertária
Francisco ferrer e a educação libertáriaFrancisco ferrer e a educação libertária
Francisco ferrer e a educação libertária
 
Anarquismo e pedagogia_libertaria
Anarquismo e pedagogia_libertariaAnarquismo e pedagogia_libertaria
Anarquismo e pedagogia_libertaria
 
02 a educação e a escola
02 a educação e a escola02 a educação e a escola
02 a educação e a escola
 
Trabalho como princípio educativo
Trabalho como princípio educativoTrabalho como princípio educativo
Trabalho como princípio educativo
 
Os sete saberes
Os sete saberesOs sete saberes
Os sete saberes
 
Sociologia da educação
Sociologia da educação Sociologia da educação
Sociologia da educação
 
Sociedade capitalista e educação
Sociedade capitalista e educaçãoSociedade capitalista e educação
Sociedade capitalista e educação
 
A EDUCAÇÃO REFORMA PROTESTANTE
A EDUCAÇÃO REFORMA PROTESTANTEA EDUCAÇÃO REFORMA PROTESTANTE
A EDUCAÇÃO REFORMA PROTESTANTE
 
1 o-marxismo-e-a-sociologia-da-educac3a7c3a3o
1   o-marxismo-e-a-sociologia-da-educac3a7c3a3o1   o-marxismo-e-a-sociologia-da-educac3a7c3a3o
1 o-marxismo-e-a-sociologia-da-educac3a7c3a3o
 
G ped didp_3_1_06
G ped didp_3_1_06G ped didp_3_1_06
G ped didp_3_1_06
 
Angela maria souza_martins_artigo
Angela maria souza_martins_artigoAngela maria souza_martins_artigo
Angela maria souza_martins_artigo
 
Paschoal lemme
Paschoal lemmePaschoal lemme
Paschoal lemme
 
1. teixeira escola pública
1. teixeira escola pública1. teixeira escola pública
1. teixeira escola pública
 
Durkheim sociologia da educação
Durkheim sociologia da educaçãoDurkheim sociologia da educação
Durkheim sociologia da educação
 
Slide história da pedagogia
Slide   história da pedagogiaSlide   história da pedagogia
Slide história da pedagogia
 
O trabalho como princípio educativo no projeto Frigotto
O trabalho como princípio educativo no projeto FrigottoO trabalho como princípio educativo no projeto Frigotto
O trabalho como princípio educativo no projeto Frigotto
 
A construção do conceito de adolescência no Ocidente
A construção do conceito de adolescência no OcidenteA construção do conceito de adolescência no Ocidente
A construção do conceito de adolescência no Ocidente
 

Destaque

emilio-ou-da-educacao-rousseau
 emilio-ou-da-educacao-rousseau emilio-ou-da-educacao-rousseau
emilio-ou-da-educacao-rousseauLiana Vale
 
Trabalho sobre Jean Jacques-Rousseau
Trabalho sobre Jean Jacques-RousseauTrabalho sobre Jean Jacques-Rousseau
Trabalho sobre Jean Jacques-Rousseaupedagogiaempauta2014
 
Apresentação1 - Seminário - Rousseau
Apresentação1 - Seminário - RousseauApresentação1 - Seminário - Rousseau
Apresentação1 - Seminário - Rousseauslidesdetrabalho
 
Jean jacques rousseau
Jean jacques rousseauJean jacques rousseau
Jean jacques rousseauMiriam Berry
 

Destaque (7)

Emílio ou da Educação
Emílio ou da EducaçãoEmílio ou da Educação
Emílio ou da Educação
 
emilio-ou-da-educacao-rousseau
 emilio-ou-da-educacao-rousseau emilio-ou-da-educacao-rousseau
emilio-ou-da-educacao-rousseau
 
Trabalho sobre Jean Jacques-Rousseau
Trabalho sobre Jean Jacques-RousseauTrabalho sobre Jean Jacques-Rousseau
Trabalho sobre Jean Jacques-Rousseau
 
Jean jacques rousseau
Jean jacques rousseauJean jacques rousseau
Jean jacques rousseau
 
Apresentação1 - Seminário - Rousseau
Apresentação1 - Seminário - RousseauApresentação1 - Seminário - Rousseau
Apresentação1 - Seminário - Rousseau
 
Jean jacques rousseau
Jean jacques rousseauJean jacques rousseau
Jean jacques rousseau
 
Jean jacques rousseau
Jean jacques rousseauJean jacques rousseau
Jean jacques rousseau
 

Semelhante a Emílio (1)

jean-jacques-rousseau-o-filosofo-da-liberdade-como-valor-supremopdf.pdf
jean-jacques-rousseau-o-filosofo-da-liberdade-como-valor-supremopdf.pdfjean-jacques-rousseau-o-filosofo-da-liberdade-como-valor-supremopdf.pdf
jean-jacques-rousseau-o-filosofo-da-liberdade-como-valor-supremopdf.pdfElaineRomo5
 
Huberto rohden novos rumos para a educação
Huberto rohden   novos rumos para a educaçãoHuberto rohden   novos rumos para a educação
Huberto rohden novos rumos para a educaçãoUniversalismo Cultura
 
Huberto Rohden - Novos Rumos para a Educação
Huberto Rohden - Novos Rumos para a EducaçãoHuberto Rohden - Novos Rumos para a Educação
Huberto Rohden - Novos Rumos para a Educaçãouniversalismo-7
 
O insuportável brilho da escola
O insuportável brilho da escolaO insuportável brilho da escola
O insuportável brilho da escolaCarlos Simões
 
16594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_4
16594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_416594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_4
16594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_4Katia Cristina Brito
 
Infância como construção pedagógica
Infância como construção pedagógicaInfância como construção pedagógica
Infância como construção pedagógicaLOCIMAR MASSALAI
 
PNAIC 2015 - Texto 01 Concepção de infância, criança e educação
PNAIC 2015 - Texto 01 Concepção de infância, criança e educaçãoPNAIC 2015 - Texto 01 Concepção de infância, criança e educação
PNAIC 2015 - Texto 01 Concepção de infância, criança e educaçãoElieneDias
 
4º encontro pnaic vânia 2015
4º encontro pnaic  vânia 20154º encontro pnaic  vânia 2015
4º encontro pnaic vânia 2015Wanya Castro
 
GERAÇÕES E ALTERIDADE: INTERROGAÇÕES A PARTIR DA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA
GERAÇÕES E ALTERIDADE: INTERROGAÇÕES A PARTIR DA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIAGERAÇÕES E ALTERIDADE: INTERROGAÇÕES A PARTIR DA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA
GERAÇÕES E ALTERIDADE: INTERROGAÇÕES A PARTIR DA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIAeraser Juan José Calderón
 
Fundamentos da educacao_infantil.ucb_
Fundamentos da educacao_infantil.ucb_Fundamentos da educacao_infantil.ucb_
Fundamentos da educacao_infantil.ucb_Antonio Futuro
 
01.-Super-Apostila-1-Conhecimentos-Pedagógicos.pdf
01.-Super-Apostila-1-Conhecimentos-Pedagógicos.pdf01.-Super-Apostila-1-Conhecimentos-Pedagógicos.pdf
01.-Super-Apostila-1-Conhecimentos-Pedagógicos.pdfssuserdd552c1
 
A educação requerida ao brasil no século xxi
A educação requerida ao brasil no século xxiA educação requerida ao brasil no século xxi
A educação requerida ao brasil no século xxiFernando Alcoforado
 
Educação na sociedade informática
Educação na sociedade informáticaEducação na sociedade informática
Educação na sociedade informáticaMara Salvucci
 

Semelhante a Emílio (1) (20)

Monografia Cleane Pedagogia 2011
Monografia Cleane Pedagogia 2011Monografia Cleane Pedagogia 2011
Monografia Cleane Pedagogia 2011
 
jean-jacques-rousseau-o-filosofo-da-liberdade-como-valor-supremopdf.pdf
jean-jacques-rousseau-o-filosofo-da-liberdade-como-valor-supremopdf.pdfjean-jacques-rousseau-o-filosofo-da-liberdade-como-valor-supremopdf.pdf
jean-jacques-rousseau-o-filosofo-da-liberdade-como-valor-supremopdf.pdf
 
Huberto rohden novos rumos para a educação
Huberto rohden   novos rumos para a educaçãoHuberto rohden   novos rumos para a educação
Huberto rohden novos rumos para a educação
 
Huberto Rohden - Novos Rumos para a Educação
Huberto Rohden - Novos Rumos para a EducaçãoHuberto Rohden - Novos Rumos para a Educação
Huberto Rohden - Novos Rumos para a Educação
 
O insuportável brilho da escola
O insuportável brilho da escolaO insuportável brilho da escola
O insuportável brilho da escola
 
16594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_4
16594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_416594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_4
16594614122012 historia da_educacao_brasileira_aula_4
 
Infância como construção pedagógica
Infância como construção pedagógicaInfância como construção pedagógica
Infância como construção pedagógica
 
PNAIC 2015 - Texto 01 Concepção de infância, criança e educação
PNAIC 2015 - Texto 01 Concepção de infância, criança e educaçãoPNAIC 2015 - Texto 01 Concepção de infância, criança e educação
PNAIC 2015 - Texto 01 Concepção de infância, criança e educação
 
Emilio rousseau
Emilio rousseauEmilio rousseau
Emilio rousseau
 
Durkheim: a educação como fato social!
Durkheim: a educação como fato social!Durkheim: a educação como fato social!
Durkheim: a educação como fato social!
 
Jean-Jacques Rousseau
Jean-Jacques RousseauJean-Jacques Rousseau
Jean-Jacques Rousseau
 
4º encontro pnaic vânia 2015
4º encontro pnaic  vânia 20154º encontro pnaic  vânia 2015
4º encontro pnaic vânia 2015
 
GERAÇÕES E ALTERIDADE: INTERROGAÇÕES A PARTIR DA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA
GERAÇÕES E ALTERIDADE: INTERROGAÇÕES A PARTIR DA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIAGERAÇÕES E ALTERIDADE: INTERROGAÇÕES A PARTIR DA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA
GERAÇÕES E ALTERIDADE: INTERROGAÇÕES A PARTIR DA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA
 
Fundamentos da educacao_infantil.ucb_
Fundamentos da educacao_infantil.ucb_Fundamentos da educacao_infantil.ucb_
Fundamentos da educacao_infantil.ucb_
 
01.-Super-Apostila-1-Conhecimentos-Pedagógicos.pdf
01.-Super-Apostila-1-Conhecimentos-Pedagógicos.pdf01.-Super-Apostila-1-Conhecimentos-Pedagógicos.pdf
01.-Super-Apostila-1-Conhecimentos-Pedagógicos.pdf
 
Artigo 6-fabiano
Artigo 6-fabianoArtigo 6-fabiano
Artigo 6-fabiano
 
5394 17126-1-pb
5394 17126-1-pb5394 17126-1-pb
5394 17126-1-pb
 
A educação requerida ao brasil no século xxi
A educação requerida ao brasil no século xxiA educação requerida ao brasil no século xxi
A educação requerida ao brasil no século xxi
 
Educação na sociedade informática
Educação na sociedade informáticaEducação na sociedade informática
Educação na sociedade informática
 
Laura simone
Laura simoneLaura simone
Laura simone
 

Mais de Priscila Aristimunha

Apresentação planejamento prática
Apresentação planejamento práticaApresentação planejamento prática
Apresentação planejamento práticaPriscila Aristimunha
 
Educação indígena história da educação - correção
Educação indígena   história da educação - correçãoEducação indígena   história da educação - correção
Educação indígena história da educação - correçãoPriscila Aristimunha
 
Trabalho final hist. da educação -com bibliografia
Trabalho final   hist. da educação -com bibliografiaTrabalho final   hist. da educação -com bibliografia
Trabalho final hist. da educação -com bibliografiaPriscila Aristimunha
 
Trabalho final turma c - gabrielle sirianni
Trabalho final   turma c - gabrielle sirianniTrabalho final   turma c - gabrielle sirianni
Trabalho final turma c - gabrielle sirianniPriscila Aristimunha
 
Ensaio final da disciplina estevão
Ensaio final da disciplina   estevãoEnsaio final da disciplina   estevão
Ensaio final da disciplina estevãoPriscila Aristimunha
 
Nísia floresta e os direitos das mulheres
Nísia floresta e os direitos das mulheresNísia floresta e os direitos das mulheres
Nísia floresta e os direitos das mulheresPriscila Aristimunha
 
Breve panorama da educação medieval
Breve panorama da educação medievalBreve panorama da educação medieval
Breve panorama da educação medievalPriscila Aristimunha
 

Mais de Priscila Aristimunha (20)

Apresentação planejamento prática
Apresentação planejamento práticaApresentação planejamento prática
Apresentação planejamento prática
 
Lira quadros historia
Lira quadros   historiaLira quadros   historia
Lira quadros historia
 
Paulo freirebranco332
Paulo freirebranco332Paulo freirebranco332
Paulo freirebranco332
 
Educação indígena história da educação - correção
Educação indígena   história da educação - correçãoEducação indígena   história da educação - correção
Educação indígena história da educação - correção
 
Vladimir leni madeira cavalheiro
Vladimir leni madeira cavalheiroVladimir leni madeira cavalheiro
Vladimir leni madeira cavalheiro
 
Trabalho final hist. da educação -com bibliografia
Trabalho final   hist. da educação -com bibliografiaTrabalho final   hist. da educação -com bibliografia
Trabalho final hist. da educação -com bibliografia
 
Eta
EtaEta
Eta
 
Manifesto dos pioneiros
Manifesto dos pioneirosManifesto dos pioneiros
Manifesto dos pioneiros
 
Ensaio final aluno cassius valter
Ensaio final aluno cassius valterEnsaio final aluno cassius valter
Ensaio final aluno cassius valter
 
Trabalho final turma c - gabrielle sirianni
Trabalho final   turma c - gabrielle sirianniTrabalho final   turma c - gabrielle sirianni
Trabalho final turma c - gabrielle sirianni
 
Kant x ferrer
Kant x ferrerKant x ferrer
Kant x ferrer
 
Ensaio final da disciplina estevão
Ensaio final da disciplina   estevãoEnsaio final da disciplina   estevão
Ensaio final da disciplina estevão
 
Paulo freire e a escola da ponte
Paulo freire e a escola da pontePaulo freire e a escola da ponte
Paulo freire e a escola da ponte
 
Trabalho final história da edu
Trabalho final  história da eduTrabalho final  história da edu
Trabalho final história da edu
 
Ensaio
EnsaioEnsaio
Ensaio
 
Escola da ponte
Escola da ponteEscola da ponte
Escola da ponte
 
Nísia floresta e os direitos das mulheres
Nísia floresta e os direitos das mulheresNísia floresta e os direitos das mulheres
Nísia floresta e os direitos das mulheres
 
Breve panorama da educação medieval
Breve panorama da educação medievalBreve panorama da educação medieval
Breve panorama da educação medieval
 
Trabfinal rossana
Trabfinal rossanaTrabfinal rossana
Trabfinal rossana
 
José pacheco
José pachecoJosé pacheco
José pacheco
 

Emílio (1)

  • 1. Emílio e a Revolução Francesa 'Emílio, ou da Educação', publicado por Rousseau em 1762, é dividido em cinco partes (chamadas Livros). Cada qual tratando de determinada época da vida de um indivíduo, elas discursam filosoficamente sobre como este deveria ser orientado e educado. Porém, visto que a meta é entender a influência de tal obra na mudança dopensamento educacional que aconteceu com a Revolução Francesa, não cabe aqui fazer uma descrição detalhada de cada uma das partes, bastando apenas entitulá-las e situar os tópicos aqui tratados dentro de seu respectivo capítulo: • Livro I: "A Idade de natureza" - o bebê (infans) • Livro II: "A idade de natureza" - de 2 a 12 anos (puer) • Livro III: "A idade de força" - de 12 a 15 anos • Livro IV: "A idade de razão e das paixões" - de 15 a 20 anos • Livro V: "A idade de sabedoria e do casamento" - de 20 a 25 anos Como o livro desenvolve-se em ordem cronologica, logo no início Rousseau deixa claro a sua filosofia de educação: é preciso ensinar a criança dentro da sua condição de criança. "A educação de Emílio tem um só objetivo: formar um homem livre (...) e, para formar um homem livre, há apenas um meio: tratá-lo como um ser livre, respeitar a liberdade da criança. (Emílio, p. 20)". Respeitar essa liberdade, implica em manter intacta a inocência infantil, não apresentando à criança os dogmas da sociedade, uma vez que ela deveria descobrir as "regras do mundo" à medida em que fosse crescendo, pois "os preconceitos, a autoridade, (...) todas as instituições sociais em que estamos submersos abafariam nele (a criança) a natureza, e nada poriam em seu lugar. (Emílio, p. 7)". Rousseau acredita que todos os homens são bons, sendo corrompidos pela sociedade. Logo, um distanciamento daqueles em relação a esta enquanto recebe a 'educação natural' resultaria em uma manutenção da bondade inata de cada um. Para Carlota Boto "Pensar a formação da criança é, em Rousseau, identificar as especificidades do ser infantil. Entretanto, pensar a criança é também projetar o homem do amanhã. (A Escola do Homem Novo, p. 26)". Dessa forma a educação seria de extrema importância no modo do homem se portar perante à sociedade e, consequentemente, também o prepararia para enfrentar um regime social opressor. Esse ideal é referido por Carlota Boto como sendo o tema central da ideia de educação pensada pela filosofia iluminista francesa. A autora afirma que "Para alguns filósofos e pensadores do movimento francês, o homem seria
  • 2. integralmente tributário do processo educativo a que se submetera. A educação adquire, sob tal enfoque, perspectiva totalizadora e profética, na medida em que, através dela, poderiam ocorrer as necessárias reformas sociais perante o signo do homem pedagogicamente reformado. (A Escola do Homem Novo, p. 21)." Estas ideias expressas no Emílio [a educação (ainda que 'natural) presente desde a infância, a falta de influência de quaisquer instituição social no ensino deste indivíduo, e a ideia de que o homem que passou pelo processo educativo é capaz de mudar a sociedade] foram incorporadas aos ideais da Revolução Francesa, bastante influenciada pela corrente do Iluminismo, justamente por serem uma visão totalmente nova a respeito da educação que compartilhava do ideal democrático dos revolucionários.