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nos a criar novos pratos e pala-
dares: alfarroba é a rainha
nesta edição.
A dieta isenta de glúten é o
atual tratamento para todas as
doenças relacionadas com o
glúten. No caso da DC estão a
ser investigadas novas aborda-
gens terapêuticas. O acetato de
larazotido da Alba Therapeu-
tics entrará em fase III: nova
esperança no horizonte!
As reações à
ingestão de glú-
ten não se limi-
tam à doença
celíaca (DC).
Alergia e sensibi-
lidade ao glúten não celíaca
(SG) são outras formas de sur-
girem sintomas relacionados
com aquele. Se “reage” aos
cereais que contêm glúten, isto
é, trigo, centeio, cevada, malte,
triticale, espelta, Kamut e as
suas variantes híbridas, procure
obter um diagnóstico correto.
Saiba como em “O Estado da
Arte”. Aquando do diagnóstico
de doença celíaca é frequente
surgir uma fase de negação.
Neste número podemos ler mais
sobre este assunto e sobre como
a ultrapassar.
Cozinhar sem glúten é, de facto,
um desafio. Entrevistámos Lipita
sem glúten, blogger, enquanto
Margaret Silva e Carlos Pereira
partilham connosco duas das
suas receitas favoritas. Conhe-
cer os grãos e farinhas natural-
mente isentos de glúten ajuda-
EDITORIAL
O ESTADO DA ARTE- Doenças associadas ao glúten: doença celíaca,
alergia ao glúten, sensibilidade não celíaca ao glúten.
O advento da agricultura há
cerca de 10,000 anos possibili-
tou a utilização massiva e gene-
ralizada de grãos contendo
glúten na alimentação humana.
Desta forma, representou um
desafio evolutivo ainda não
ultrapassado e criou as condi-
ções para o desenvolvimento de
doenças relacionadas com a
exposição ao glúten no
Homem.
A elevada frequência e a
ampla variedade de reações
adversas relacionadas com o
glúten gerou a questão sobre o
porquê da toxicidade desta
proteína para tantos indivíduos
a nível mundial. Uma possível
explicação é o facto de a sele-
ção de variedades de trigo com
elevado conteúdo em glúten ter
sido um processo contínuo
durante os últimos 10,000 anos,
ditada mais por motivos tecno-
lógicos que nutricionais.
Adicionalmente, o glúten é um
dos ingredientes mais abundan-
tes e disseminados na maioria
das populações, especialmente
nas de origem europeia. Na
Europa, o consumo médio diário
de glúten é de 10 g a 20 g,
atingindo em segmentos da
população 50 g, ou mais. Mes-
mo os indivíduos de baixo risco
são, desta forma, suscetíveis de
virem a desenvolver durante a
sua vida alguma forma de rea-
ção ao glúten. Desta forma, não
surpreende que nos últimos 50
anos tenhamos assistido a uma
“epidemia” de novos casos de
doença celíaca (DC) e de novas
desordens relacionadas com o
glúten, incluindo a recentemente
descrita sensibilidade não celía-
ca ao glúten (SG).
Das doenças relacionadas com
o glúten, as mais bem estuda-
das são mediadas pelo sistema
imunológico adaptativo (“que se
desenvolve” ao longo da vida):
alergia ao glúten (AG) e doen-
ça celíaca (DC). A recém-
descrita SG é mediada pelo
sistema imune inato (nasce con-
nosco). Note-se que na doença
celíaca também existe ativação
do sistema imune inato.
Quer na alergia,
quer na doença
celíaca, a reação
ao glúten é
mediada pela
ativação dos
linfócitos T (tipo de glóbulos
brancos) na mucosa (parede)
intestinal.
A alergia ao glúten é despole-
tada por ligações cruzadas na
imunoglobulina (Ig) E (tipo de
anticorpo) por sequências repe-
titivas nos péptidos do glúten,
(frações de proteína), o que
desencadeia a libertação de
mediadores químicos dos basó-
filos e mastóci-
tos (células do
sistema imune),
como a histami-
na. O seu diag-
nóstico efetua-se mediante
testes de provocação cutâneos
(teste prick) e doseamento de Ig
E. O imunoalergologista é o
médico indicado para a seguir.
Em contraste, a DC é uma doen-
ça autoimune, como demonstra-
do por anticorpos serológicos
específicos, nomeadamente, anti
transglutaminase tecidular e
anti- endomísio.
A biópsia duodenal (por endos-
copia digestiva alta) é funda-
mental para o seu diagnóstico.
Em casos de dúvida pode ser
efetuado um despiste genético
(deteção dos alelos HLA DQ2 e
DQ8, por analise sanguínea,
presentes na doença celíaca). O
gastrenterologista é o médico
(continua na página seguinte)
Agradecimentos:
ANA PIMENTA– REDACÇÃO
ANTÓNIO JOÃO PEREIRA – REVISÃO
CLÍNICA
AVELINO GUERREIRO – APOIO TÉCNI-
CO E INFORMÁTICO
CARLOS PEREIRA – RECEITA DO
MÊS
CLÁUDIA MACEDO – REVISÃO ORTO-
GRÁFICA E TIPOGRÁFICA/ LAYOUT
LIPITA SEM GLÚTEN– ENTREVIS-
TA
MARGARET SILVA – RECEITA DO
MÊS
EDITORIAL 1
O ESTADO DA ARTE 1
ENTREVISTA 2
A NEGAÇÃO 3
RECEITAS DO MÊS 4
HUMOR SEM GLÚTEN 4
INFO & DICAS 5
Neste número:
Março 2014Edição 1, Nº 3
GR UPO VI VA S EM GLÚTEN
P OR TUGAL
Newsletter
2
mais indicado para seguir esta
situação.
Para além destas duas entida-
des, existem casos de reações
ao glúten cujos mecanismos
envolvidos não são nem alérgi-
cos nem autoimunes. Estes casos
são definidos como SG. Esta, ao
contrário da DC, não leva a
lesão da mucosa do intestino
delgado. Enquanto os sintomas
gastrointestinais na SG se asse-
melham aos da DC, o quadro
clínico geral não se acompanha
da ocorrência de auto-
anticorpos para transglutamina-
se tecidular ou de outros anticor-
pos específicos relacionados com
DC.
Atualmente, o diagnóstico da
SG faz-se por exclusão da aler-
gia ao glúten e da doença
celíaca. Subsequentemente deve
ser feita a eliminação do glúten
da dieta com um “desafio em
aberto”. Isto é, monitorização
da reintrodução dos alimentos
que contenham glúten e resolu-
ção dos sintomas após evicção
do glúten. Contudo, esta abor-
dagem para além de não ser
específica, está sujeita ao efeito
placebo.
Cada vez mais, torna-se eviden-
te que as reações ao glúten não
se limitam à DC, antes se verifi-
ca um espectro de doenças rela-
cionadas com aquele, implican-
do uma abordagem multidisci-
plinar e atualização constante
dos profissionais envolvidos.
Se sente que
“re age ” aos
cereais que con-
têm glúten, isto é,
trigo, centeio,
cevada, malte,
triticale, espelta,
Kamut e as suas
variantes híbridas, procure obter
um diagnóstico correto. Cada
uma das doenças associadas ao
glúten, apesar de partilharem
tratamento comum (dieta isenta
de glúten), deve ser acompa-
nhada pela especialidade médi-
ca correta, e tem monotorização
O ESTADO DA ARTE-
Doenças associadas ao glúten: doença celíaca, alergia ao glúten, sensibilidade não celíaca ao glúten. (cont.)
Newsletter
ENTREVISTA
em termos de exames diagnósti-
cos diferente, prognóstico dife-
rente e mesmo implicações
financeiras (reembolsos e abo-
nos na DC) distintas.
1 - Sapone et al. Spectrum of gluten
-related disorders: consensus on new
nomenclature and classification. BMC
Medicine 2012, 10:13. 2 - Nobre S
Silva T, Pina Cabral J. doença
celíaca revisitada. J Port Gas-
trenterol 2007; 14: 184-193.
2 – Macedo C., Pimenta A., Sem
glúten, com saúde: testemunhos.
2013. https://www.facebook.com/
groups/193957857371479/34952
1285148468/
Este mês Lipita
semglúten, autora
do blog “A rapari-
ga do blog ao
lado” deixa-nos o
seu testemunho.
Lipita como
teve contacto
com a doença
celíaca? Ao
entrar para a
faculdade
iniciaram-se sintomas crescentes:
cansaço extremo, ansiedade,
dores abdominais e musculares,
diarreias, enfartamento e enjoo.
Na altura, associava-os a esta
nova etapa da minha vida, mais
agitada, aliado aos exercícios
do ginásio com o objetivo de
ganhar massa muscular em fal-
ta.
Não conseguia ter o rendimento
que queria… A cabeça estava
cansada, assim como todos os
músculos do meu corpo. Os dias
eram preguiçosos, contrariamen-
te às noites agitadas sem conse-
guir dormir duas horas seguidas.
De hora a hora a barriga recla-
mava com fome. Comia imenso
mas o peso era sempre o mes-
mo: 45 quilos.
Decidi, depois de adiar muitas
vezes, ir definitivamente ao
médico. Fiz análises ao sangue e
biopsias. Tinha grandes carên-
cias de ferro. O cansaço e as
dores musculares que tinha asso-
ciava-as às idas ao ginásio, e
nunca a uma doença. Mas como
iria eu saber? Doença celíaca!
Que emoções sentiu quando se
deparou com a necessidade de
iniciar uma dieta (tratamento)
vitalícia? Na consulta, foi-me
explicada o que era esta doen-
ça, as suas implicações e a dieta
que teria de abraçar para toda
a vida. Recordo a seguinte frase
da médica: “nem a migalha que
estiver em cima da mesa, você
pode comer”. Percebi que era
coisa para levar à letra, ou
melhor, à migalha! Assim que saí
da consulta, lembro-me de duvi-
dar de tudo aquilo!
Pesquisei muito e informei-me
com o pouco que havia, há 10
anos atrás. Inicialmente não foi
assim tão difícil, já não comia
quase pão nenhum, nem bolos
nem pizzas, nem massas, pois
inconscientemente protegia-me.
Assim, de início, continuei a
comer os alimentos que não
apresentavam
riscos: carne,
peixe, legu-
mes e a fruta.
E muito arroz!
Depois foi a
procura por alimentos sem glú-
ten específicos. A adaptação à
DIG não foi difícil.
O que mudou na sua vida
desde então? Posso dizer que
mudou TUDO! Passado um ano
comecei a melhorar as minhas
capacidades físicas e mentais.
Ganhei peso e os sintomas
foram desaparecendo gradual-
mente. Passei de um estado
condicionador, depressivo, mais
neura e anémico para um esta-
do muito libertador.
O que a
motivou a
escrever
um blog
que gira à
volta do mundo sem glúten? É
o meu cantinho onde dou vida
à Rapariga do blog ao
Lado, conjugando a minha con-
dição alimentar, às minhas duas
paixões: culinária e fotografia.
É necessário desmistificar e
divulgar a DC, explicar às pes-
soas que nós, celíacos, consegui-
mos levar uma vida perfeita-
mente normal. Que não somos
coitados, esquisitos, maníacos, ou
simplesmente não comemos glú-
ten por capricho. E mostrar que
sem glúten somos, de facto, bem
mais felizes connosco, com os
outros e com a VIDA.
O blog surge, talvez, porque
era aquilo que queria ter na
altura: saber que está alguém
do outro lado que é igual a
mim, que não come glúten, que
sente que vale a pena.
Que conselho daria a quem é
diagnosticado? Não tenham
vergonha, nem façam batotas.
Assumam a DIG “à séria”.
Tenham força de vontade e resis-
tam a todo o glúten que já
c o n h e c i a m .
Sejam persistentes, insistam nas
vossas receitas! Substituam, con-
juguem, inventem, mas sobretudo
experimentem!
Existem ali-
mentos tão
bons e saudá-
veis, que
podem resul-
tar em pratos
que vocês
adoram! Continuo, e não me
canso de dizer, que pode ser
difícil resistir à comida que está-
vamos habituados, mas vale
tanto a pena, em troca de uma
vida feliz e sem agonias cons-
tantes... E depois de entrarmos
nesta rotina fica mais fácil e até
mais saudável do que estáva-
mos habituados!
Vale a pena o resultado final.
ANA PIMENTA
3
Conhece
alguém
com diag-
nóstico de
uma das
doenças
relaciona-
das com o glúten e dieta isenta
de glúten iniciada e que negue
ter um problema de saúde? Já
todos ouviram a piada que diz
que "a negação não é um rio no
Egipto” (jogo de palavras entre
DENIAL -negação e THE NILE -o
Nilo). Pois bem, não, não é! É, no
entanto, uma questão muito real
para muitas das pessoas que
foram diagnosticadas com doen-
ça celíaca ou sensibilidade ao
glúten. Há dois tipos de nega-
ção: o primeiro afeta-nos,
enquanto o outro tipo afeta
aqueles ao nosso redor.
Quando estamos em negação:
Muitas pessoas que são diag-
nosticadas, ou quando os seus
filhos o são, passam por algum
tipo de negação. Ela ocorre
geralmente em momentos-chave
após o diagnóstico e por razões
diferentes. Aqui estão alguns
exemplos:
1. Negação imediata: “o diag-
nóstico não está certo. Nã! Não
pode ser! Eu não conheço nin-
guém que tenha isso. Eu nem
sequer sei o que é o glúten. Eu
nunca ouvi falar de doença
celíaca. Eu não tenho sintomas...
Os meus sintomas são leves. É
apenas intolerância à lactose,
tenho a certeza. Eu não tenho
diarreia, logo não posso ter isso.
Estou acima do peso, e todos os
celíacos são magros. Os meus
resultados não foram conclusi-
vos. Alguém deve ter cometido
um erro.” Todos estes pensamen-
tos podem ser sintomas de
negação.
2. Algumas semanas após o
início da dieta: “Eu não acho
que o diagnóstico está correto”.
Isto acontece quando a realida-
de de fazer a dieta para o
resto da vida se torna mais
óbvia. Um Anjo (o bom, é claro)
fica num ombro a sussurrar: "Tu
sabes que precisas de ficar livre
do glúten, aguenta, tu conse-
gues! Mmmm, que queijo sabo-
roso nesta tosta sem glúten”. O
outro ombro é a casa do Diabo
em negação: "Nem penses que
vais para outro happy hour e
pedes vinho e talos de aipo,
enquanto todos os outros tipos
estão a beber cerveja e a
comer coisas fritas. Tu não tens
intolerância nenhuma. Anda lá -
uma cerve-
ja apenas... E um
pedaço de pizza.
Não te vai
magoar. Qual
intolerância, qual
quê... "Isto é real-
mente apenas um período de
ambivalência, cheio de esperan-
ça que não sofra desta condi-
ção, inclinando-se para acredi-
tar que não.
3. Zona de perigo: “Eu nunca
tive isso”. O tipo mais perigoso
de negação ocorre vários meses
após o início da dieta, quando,
de repente, você se apercebe
que sente-se tão bem que nem
se lembra da última vez em que
se sentiu mal. É quando as pes-
soas, muitas vezes, pensam: "Eu
sabia que só precisava de um
pouco de tempo para superar
esse vírus que tinha! Eu sinto-me
ótimo. Aposto que nem sequer
houve algo de errado comigo."
Quando os outros estão em
negação:
Depois, há o tipo de negação
que os membros da nossa famí-
lia e entes queridos expressam.
Pergunte a quem é sensível ao
glúten ou tenha doença celíaca se
têm familiares que não querem
ser testados, e, provavelmente,
receberá um olhar surpreso, como
se tivesse adivinhado a cor da
roupa interior que está a vestir, e
um "Sim, como soubeste?". Isto
porque todos nós temos este tipo
de pessoas na família. Bem, a
maioria de nós. Porque é que é
tão difícil para os nossos familia-
res acreditarem que podem ter
isto? É, afinal, uma das doenças
genéticas mais comuns e familia-
res diretos têm até 20% de pro-
babilidade de virem a ter doen-
ça celíaca.
Concluindo, eles não querem ter
doença celíaca, ou não querem
desistir do glúten. Alguns dos seus
familiares podem até se recusar
a acreditar que você a tenha.
Podem acusá-lo de ser hipocon-
dríaco ou neurótico.
O problema com a negação é
que justifica o ingerir glúten.
Quando você tem essa epifania e
"percebe" que não tem a doença
celíaca ou não precisa de fazer a
dieta, começa a correr para a
pastelaria
mais próxi-
ma. Resista
à tentação.
Se já está
sob dieta
isenta de
glúten há algum tempo, aí sim,
pode-se sentir excelente, mas é
porque não está a ingerir glúten.
O perigo de fazer experiências é
que pode não sentir qualquer
sintoma quando o faz, e então é
provável que queira chegar à
óbvia (quer dizer, "desejada")
conclusão e confirmação de que
nunca houve uma razão para
fazer a dieta.
Se ainda se pergunta se há ou
não uma razão médica para
cortar o glúten da sua dieta, aqui
estão algumas coisas que pode
Edição 1, Nº 3
fazer para ajudar a clarificar
as suas ideias:
Seja devidamente testado.
Obtenha uma segunda (ou
terceira) opinião.
Converse com outras pes-
soas que foram diagnostica-
das com a mesma condição
sobre os seus sintomas e os
seus sentimentos de negação
(provavelmente elas sorrirão
e dirão: "Sim, eu também me
senti assim a dada altura".
Escreva: liste os seus sinto-
mas, os sintomas da doença,
e como se sente ao seguir a
dieta. Às vezes, vê-lo por
escrito, é a única prova que
precisa.
Se tiver um diagnóstico sólido,
pode passar por uma fase de
negação, mas que lhe irá pare-
cer uma tontice, até mesmo para
si. Mas também deve ter em
mente que, se tiver sido testado
e os seus resultados foram incon-
clusivos ou negativos, pode pre-
cisar de considerar a repetição
dos testes ou outras alternativas.
Os testes têm mudado ao longo
dos anos, e talvez os seus
tenham sido feitos há muito tem-
po. Há também falsos negativos.
Esta condição pode surgir a
qualquer momento da vida, logo
só porque os testes foram nega-
tivos uma vez, não significa que
vão ser negativos novamente.
Lembre-se: “se se parece com um
pato, anda como um pato e gras-
na como um pato, é mais prová-
vel que seja um pato, mesmo que
você gostasse que fosse um pom-
bo."
http://
vidassemglu-
ten.blogspot.pt/2011/09/
negacao.html
SABIA QUE?
Sabia que a taxa de mortalidade na doença celíaca é superior à da
população em geral? A taxa mais baixa relatada é de 1.26 na Fin-
lândia, a mais elevada de 3.8 na Sicília. Deve-se aos cancros que a
ela se podem associar (desde linfoma não Hodgkin duodenal, a car-
cinoma do intestino delgado) e a doenças autoimunes (artrite reuma-
toide, colagenoses) e até doença cardíaca isquémica, entre outras.
A boa notícia? Esta taxa diminui após o diagnóstico tendo um efeito
protetor a DIG rigorosa. Não arrisque: apenas coma o que for devi-
damente rotulado ou declarado por escrito como isento e sem conta-
minação cruzada. Porquê arriscar? Afinal “só se trata da sua vida”!
A NEGAÇÃO
4
bread + 30g de farinha de
trigo sarraceno Werz), 50g de
margarina, sal q.b., pimenta
preta moída.
Preparação do recheio:
Coloque no copo a cebola, as
cenouras, o tomate, os alhos, o
azeite e pique 5 seg/vel 5.
Refogue 5 min/Varoma/vel 1.
Quando terminar, adicione as
carnes cortadas em cubos e
programe 15 min/100°C/vel 1.
Mexa de vez em quando com a
espátula para ir soltando a
carne. Quando terminar, deixe
arrefecer um pouco, retire e
escorra o molho com a ajuda do
cesto. Reserve.
Junte o chouriço à carne e triture
CROQUETES
Este mês Margaret Silva e Bia
brincaram aos grandes chefes e
confecionaram deliciosos croque-
tes: parabéns Bia!
Ingredientes para o recheio:
1 cebola, 2 cenouras, 150g de
tomate, 3 dentes de alho, 50g
de azeite, 500g de carne de
vaca para estufar,
500g de carne de porco para
estufar, 100g de chouriço de
carne sem glúten, 2 ovos para o
panado, pão ralado Schar q.b.
para o panado
Ingredientes para o béchamel:
leite q.b., 180g de farinha
(150g farinha Doves farm white
20 seg/vel 8. Reserve.
Sem lavar o copo, pese metade
do molho reservado e adicione
o leite até perfazer 600 g de
líquido no copo.
Junte a farinha, a margarina, o
sal, a pimenta e programe 8
min/90°C/vel 4.
Por fim, junte o molho béchamel
à carne reservada e envolva
tudo com a ajuda da espátula.
Depois de arrefecer, deve guar-
dar no frigorífico durante pelo
menos um dia para que a massa
fique consistente e seja fácil
moldar os croquetes.
Depois de enrolados, passe-os
por ovo batido, e a seguir no
pão ralado. Congele os croque-
tes e frite-os congelados em
óleo quente e abundante.
RECEITAS DO MÊS
VIVA SEM GLÚTEN PORTUGAL
FLOCO DE NEVE
Carlos Pereira deixa-nos com
“água na boca” com um floco de
neve alemão!
Ingredientes:
3 ovos M, 150g de açúcar, 20g
açúcar baunilhado, 200g de
amêndoas moídas, 1 cc de fer-
mento em pó, 1 cc de canela em
pó, 80g de chocolate escuro,
400ml de natas frescas, sal q.b.,
2 cs de coco ralado para polvi-
lhar.
Preparação:
Separe as claras das gemas.
Bata as claras em castelo com
uma pitada de sal até ficarem
firmes.
Junte as gemas, o açúcar, 10g
de açúcar baunilhado e 2-3
colheres de sopa de água fria.
Mexa por 5-10 minutos. Misture
a amêndoa moída, o fermento e
a canela.
Em seguida, junte cuidadosa-
mente as claras à mistura.
Deite a massa numa forma de
26cm (forrada com papel vege-
tal) e leve ao forno pré-
aquecido a 190ºC durante 20-
25 minutos. Retire do forno e
deixe arrefecer.
Para a cobertura:
Derreta o chocolate em banho-
maria. De seguida, deixe arre-
fecer um pouco (deve permane-
cer líquido). Bata as natas com
10g de açúcar baunilhado até
ficarem firmes e depois espalhe
sobre a base já fria. Espalhe o
chocolate derretido sobre o
creme e leve ao frio.
Antes de servir, polvilhe com
coco ralado.
HUMOR SEM GLÚTEN
15.Se teve que dar um curso
intensivo de “Introdução à Doen-
ça Celíaca” a um médico ;
16.Se chora em piqueniques,
festas, recepções e lojas de fast-
food;
17.Se chora ao pequeno-almoço,
almoço e jantar;
18.Se traz um tupperware com
comida para um jantar elegante;
19.Se alguma vez conduziu mais
de 40 quilómetros para comprar
farinha ou bolachas;
20.Se demora quatro horas no
supermercado a ler rótulos e está
a perder a visão por causa disso;
21.Se começa a hiperventilar ao
passar pela padaria;
22.Se paga de bom grado qual-
quer preço por um salgadinho
que não sabe a serradura, ou
pão que não sabe a sola de
sapato;
23.Se tiver deserdado entes
queridos por colocarem as facas
deles no SEU frasco de maione-
se;
24.Se traz uma mala cheia de
comida quando viaja;
25.Se descobriu como fazer
farinha a partir de nabos;
26.Se ler o rótulo com os ingre-
dientes num pacote de chá verde
- chá verde simples.
Retirado daqui:
http://
neurotalk.psychcentral.com/
archive/index.php/t-4863.html
Newsletter
seus parentes e amigos;
7.Se sabe o que é goma xanta-
na;
8.Se não lambe selos;
9.Se a sua mãe está com medo
de cozinhar;
10.Se sabe que espelta é um
primo distante do trigo, mas trigo
sarraceno não está de todo rela-
cionado com o trigo;
11.Se chora de alívio ao ver a
expressão "sem glúten" na emba-
lagem de um produto;
12.Se vendeu a sua casa para
comprar produtos de mercearia;
13.Se vendeu o seu primeiro filho
para comprar produtos de mer-
cearia;
14.Se pode encontrar "glúten
escondido nos rótulos dos alimen
-tos, só ao olhar de relance;
Você sabe que é
intolerante ao glúten:
1.Se não se lembra a
que sabem as bola-
chas de água e sal;
2. Se trouxer cerveja “especial”
para uma festa, e não partilhar;
3. Se tiver pesadelos com a leitu-
ra de rótulos;
4.Se comparar todos os seus
alimentos à "comida das pessoas
normais";
5.Se ligar a todos os seus fami-
liares e amigos quando fica
doente pois deve ser algo que
comeu nas suas casas e que esta-
va contaminado;
6.Se chora quando descobre
uma nova maneira de fazer pão
sem glúten. E telefona a todos os
5
CONTA COPY / BASE DE
DADOS
Procura infor-
mação sobre
doença celíaca?
Listas de produ-
tos sem glúten?
Legislação?
Informação
relativa subsídios da segurança
social? Mas o que é o Copy?
Copy é um serviço para arma-
zenamento de arquivos. Baseia
-se no conceito de computação
em nuvem" (cloud computing).
Nela encontrará duas pastas,
uma de acesso reservado ao
grupo (registo obrigatório) e
outra de acesso publico (via
partilha de hiperligação):
1- Na pasta Viva sem Glúten,
Portugal (reservada e de acesso
restrito ao grupo) encontrará
informação diversa sobre: doen-
ça celíaca, intolerância à lacto-
se, listagens de produtos sem
glúten / com glúten, lista de
médicos e nutricionistas, infor-
mação geral sobre nutrição,
outras alergias e intolerâncias,
receitas e dicas culinárias, segu-
rança alimentar e aditivos, via-
gens, restauração e comércio.
Para aceder envie pedido por
mensagem privada com endere-
ço de correio eletrónico, via
Facebook, para Ana Pimenta.
Deverá seguir as instruções do
email-convite que receberá
após solicitação de acesso.
Deve criar nome de usuário e
senha. Irá receber por correio
eletrónico um pedido para con-
firmação e ativação da conta.
Se desejar instalar a aplicação,
esta é grátis e muito simples, e
resulta na criação de uma pasta
no seu computador. Assim pode
também comodamente consultar
offline os documentos no seu
computador. Pode em alternati-
va optar por não descarregar a
aplicação e nesse caso apenas
terá acesso aos documentos
enquanto estiver conectado à
internet.
2- Na pasta Viva sem glúten,
Portugal_bibliografia, de acesso
ao público em geral e de regis-
to não obrigatório, encontra
bibliografia geral sobre doen-
ças relacionadas com o glúten.
Use esta última para divulgar
informação entre os seus amigos
e familiares. Partilhe o link:
INFO & DICAS
https://copy.com/vZxvLJSiRJG4
FACEBOOK PÁGINA ABERTA:
GRUPO VIVA SEM GLÚTEN POR-
TUGAL
Foi recentemente criado uma
página/perfil no Facebook para
o grupo. Quais as vantagens?
Deste modo, poderá partilhar
publicações como a Newsletter e
a rubrica Sinais & Sintomas com
os seus amigos, divulgando este
tipo de informação para além do
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MEDICAMENTO PARA DOENÇA
CELÍACA AVANÇA NOS
ENSAIOS CLÍNICOS
A Alba Therapeutics comunicou
recentemente ter obtido resulta-
dos positivos no ensaio de fase
IIb, aleatorizado, em dupla ocul-
tação, para o seu medicamento
AT-1001, acetato de larazorido,
no tratamento da DC. Aquele
destinou-se a avaliar a eficácia
de várias dosagens do medica-
mento na prevenção de altera-
ções de permeabilidade na
mucosa duodenal induzida pela
ingestão de glúten durante seis
semanas. O estudo envolveu 342
doentes com sintomas persistentes
apesar de cumprirem dieta isenta
de glúten.
O medicamento é um regulador
das “tight
junction”.
Estas estru-
turas protei-
cas selam o
espaço
entre as
células que revestem a mucosa
(parede interna) do duodeno,
regulando o fluxo de grandes
moléculas entre a corrente san-
guínea e o lúmen intestinal.
O estudo cumpriu o objetivo prin-
cipal pelo que continuará no
programa de desenvolvimento
clínico seguindo para a fase III.
A doença celíaca é uma doença
autoimune desencadeada pela
ingestão de glúten em indivíduos
geneticamente predispostos.
Aquele encontra-se principal-
mente no pão, massas, bolos,
bolachas e crosta de pizza à
base de trigo, centeio e cevada.
Os sinais e sintomas típicos de
doença celíaca incluem dor
abdominal, meteorismo, diarreia
e atraso de crescimento nas
crianças. Associa-se a risco
aumentado de cancro nomeada-
mente linfoma de células T duo-
denal, cancro do esófago e
intestino grosso e delgado. Os
doentes celíacos quando expos-
tos ao glúten sofrem uma reação
autoimune que leva a lesão da
mucosa (vilosidades) duodenal, e
consequente diminuição de
absorção de certos nutrientes. O
acetato de larazotido pode
inibir esta reação imune.
Segundo o investigador principal
Dr. A. Murray, da clínica Mayo,
"estes resultados promissores
contribuem para a crescente
evidência da eficácia do medi-
camento trazendo esperança
para os doentes que enfrentam
a doença apenas com dieta” .
http://www.albatherapeutics.com/
Portals/0/pdf/Alba%
20Therapeutics%20FINAL%
20Press%20Release%20CLIN1001-
012%20Larazotide%20Acetate%
20February%2011%202014.pdf
http://clinicaltrials.gov/ct2/show/
study/NCT00492960?
term=larazotide+acetate&rank=10
https://www.precisionnutrition.com/
research-review-gut-health
A FARINHA DE ALFARROBA
A alfarroba
vem da vagem
de uma árvore
que cresce ao
longo do Mar
Mediterrâneo.
A vagem con-
tém uma polpa doce, comestível.
Uma vez seca e torrada, a pas-
ta é moída até formar um pó
chamado de farinha de alfarro-
ba, e faz parte do conjunto de
farinhas naturalmente isentas de
glúten. É semelhante ao cacau
em pó na cor, e pode ser substi-
tuído um-por- um nas receitas,
mas a alfarroba é única, com o
seu próprio sabor especial e
textura: ao contrário do chocola-
te, a alfarroba é naturalmente
doce, baixa em gordura, rica
em fibras, tem cálcio, não tem
cafeína e está repleta de pecti-
na, uma fibra solúvel.
Benefícios nutricionais da alfarro-
ba:
• Os taninos da alfarroba
contêm ácido gálico, que
funciona como um analgési-
co, anti- alérgico, anti-
bacteriano, antioxidante,
antiviral e anti-séptico;
• A alfarroba melhora a
digestão e diminui o nível
de colesterol no sangue;
• É usada para o tratamen-
to de diarreia em crianças
e adultos;
• O teor de vitamina E da
alfarroba ajuda no trata-
mento da tosse, gripe, e
anemia;
• O ácido gálico da alfar-
roba ajuda na prevenção e
tratamento da poliomielite
em crianças;
• A alfarroba ajuda na luta
contra a osteoporose, devi-
do à sua riqueza em fósfo-
ro e cálcio;
• As cascas da vagem de
alfarroba são mastigadas
por cantores para limpar a
voz e garganta.
A goma da alfarroba, extraída
das sementes do fruto, é usada
como um agente espessante e,
usada em simultâneo com outros
texturantes, tem propriedades
gelificantes. Ou seja, existe uma
sinergia entre a goma de alfarro-
ba e outros agentes espessantes
e gelificantes, como a goma xan-
tana: por exemplo, a goma de
alfarroba e a goma xantana
usadas isoladamente, não têm a
capacidade de gelificar, apenas
de espessar, mas utilizadas em
conjunto, em determinadas con-
centrações, formam géis elásticos
com características específicas.
A goma de alfarroba não é
digerida nem absorvida pelo
intestino humano, e também não é
degradada pelas bactérias do
tracto intestinal, comporta-se
assim, do ponto de vista nutricio-
nal, como uma fibra alimentar.
2ª REUNIÃO DE DOENÇA CELÍA-
CA
Irá decorrer em Braga no dia 10
de Maio a 2ª Reunião de Doença
Celíaca que irá contar com a
participação do conhecido investi-
gador, Dr. Alessio Fasano, entre
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a: http://www.spp.pt/eventos/
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Newsletter Grupo Viva sem Glúten Portugal nr 3 edic 1 marc 2014

  • 1. nos a criar novos pratos e pala- dares: alfarroba é a rainha nesta edição. A dieta isenta de glúten é o atual tratamento para todas as doenças relacionadas com o glúten. No caso da DC estão a ser investigadas novas aborda- gens terapêuticas. O acetato de larazotido da Alba Therapeu- tics entrará em fase III: nova esperança no horizonte! As reações à ingestão de glú- ten não se limi- tam à doença celíaca (DC). Alergia e sensibi- lidade ao glúten não celíaca (SG) são outras formas de sur- girem sintomas relacionados com aquele. Se “reage” aos cereais que contêm glúten, isto é, trigo, centeio, cevada, malte, triticale, espelta, Kamut e as suas variantes híbridas, procure obter um diagnóstico correto. Saiba como em “O Estado da Arte”. Aquando do diagnóstico de doença celíaca é frequente surgir uma fase de negação. Neste número podemos ler mais sobre este assunto e sobre como a ultrapassar. Cozinhar sem glúten é, de facto, um desafio. Entrevistámos Lipita sem glúten, blogger, enquanto Margaret Silva e Carlos Pereira partilham connosco duas das suas receitas favoritas. Conhe- cer os grãos e farinhas natural- mente isentos de glúten ajuda- EDITORIAL O ESTADO DA ARTE- Doenças associadas ao glúten: doença celíaca, alergia ao glúten, sensibilidade não celíaca ao glúten. O advento da agricultura há cerca de 10,000 anos possibili- tou a utilização massiva e gene- ralizada de grãos contendo glúten na alimentação humana. Desta forma, representou um desafio evolutivo ainda não ultrapassado e criou as condi- ções para o desenvolvimento de doenças relacionadas com a exposição ao glúten no Homem. A elevada frequência e a ampla variedade de reações adversas relacionadas com o glúten gerou a questão sobre o porquê da toxicidade desta proteína para tantos indivíduos a nível mundial. Uma possível explicação é o facto de a sele- ção de variedades de trigo com elevado conteúdo em glúten ter sido um processo contínuo durante os últimos 10,000 anos, ditada mais por motivos tecno- lógicos que nutricionais. Adicionalmente, o glúten é um dos ingredientes mais abundan- tes e disseminados na maioria das populações, especialmente nas de origem europeia. Na Europa, o consumo médio diário de glúten é de 10 g a 20 g, atingindo em segmentos da população 50 g, ou mais. Mes- mo os indivíduos de baixo risco são, desta forma, suscetíveis de virem a desenvolver durante a sua vida alguma forma de rea- ção ao glúten. Desta forma, não surpreende que nos últimos 50 anos tenhamos assistido a uma “epidemia” de novos casos de doença celíaca (DC) e de novas desordens relacionadas com o glúten, incluindo a recentemente descrita sensibilidade não celía- ca ao glúten (SG). Das doenças relacionadas com o glúten, as mais bem estuda- das são mediadas pelo sistema imunológico adaptativo (“que se desenvolve” ao longo da vida): alergia ao glúten (AG) e doen- ça celíaca (DC). A recém- descrita SG é mediada pelo sistema imune inato (nasce con- nosco). Note-se que na doença celíaca também existe ativação do sistema imune inato. Quer na alergia, quer na doença celíaca, a reação ao glúten é mediada pela ativação dos linfócitos T (tipo de glóbulos brancos) na mucosa (parede) intestinal. A alergia ao glúten é despole- tada por ligações cruzadas na imunoglobulina (Ig) E (tipo de anticorpo) por sequências repe- titivas nos péptidos do glúten, (frações de proteína), o que desencadeia a libertação de mediadores químicos dos basó- filos e mastóci- tos (células do sistema imune), como a histami- na. O seu diag- nóstico efetua-se mediante testes de provocação cutâneos (teste prick) e doseamento de Ig E. O imunoalergologista é o médico indicado para a seguir. Em contraste, a DC é uma doen- ça autoimune, como demonstra- do por anticorpos serológicos específicos, nomeadamente, anti transglutaminase tecidular e anti- endomísio. A biópsia duodenal (por endos- copia digestiva alta) é funda- mental para o seu diagnóstico. Em casos de dúvida pode ser efetuado um despiste genético (deteção dos alelos HLA DQ2 e DQ8, por analise sanguínea, presentes na doença celíaca). O gastrenterologista é o médico (continua na página seguinte) Agradecimentos: ANA PIMENTA– REDACÇÃO ANTÓNIO JOÃO PEREIRA – REVISÃO CLÍNICA AVELINO GUERREIRO – APOIO TÉCNI- CO E INFORMÁTICO CARLOS PEREIRA – RECEITA DO MÊS CLÁUDIA MACEDO – REVISÃO ORTO- GRÁFICA E TIPOGRÁFICA/ LAYOUT LIPITA SEM GLÚTEN– ENTREVIS- TA MARGARET SILVA – RECEITA DO MÊS EDITORIAL 1 O ESTADO DA ARTE 1 ENTREVISTA 2 A NEGAÇÃO 3 RECEITAS DO MÊS 4 HUMOR SEM GLÚTEN 4 INFO & DICAS 5 Neste número: Março 2014Edição 1, Nº 3 GR UPO VI VA S EM GLÚTEN P OR TUGAL Newsletter
  • 2. 2 mais indicado para seguir esta situação. Para além destas duas entida- des, existem casos de reações ao glúten cujos mecanismos envolvidos não são nem alérgi- cos nem autoimunes. Estes casos são definidos como SG. Esta, ao contrário da DC, não leva a lesão da mucosa do intestino delgado. Enquanto os sintomas gastrointestinais na SG se asse- melham aos da DC, o quadro clínico geral não se acompanha da ocorrência de auto- anticorpos para transglutamina- se tecidular ou de outros anticor- pos específicos relacionados com DC. Atualmente, o diagnóstico da SG faz-se por exclusão da aler- gia ao glúten e da doença celíaca. Subsequentemente deve ser feita a eliminação do glúten da dieta com um “desafio em aberto”. Isto é, monitorização da reintrodução dos alimentos que contenham glúten e resolu- ção dos sintomas após evicção do glúten. Contudo, esta abor- dagem para além de não ser específica, está sujeita ao efeito placebo. Cada vez mais, torna-se eviden- te que as reações ao glúten não se limitam à DC, antes se verifi- ca um espectro de doenças rela- cionadas com aquele, implican- do uma abordagem multidisci- plinar e atualização constante dos profissionais envolvidos. Se sente que “re age ” aos cereais que con- têm glúten, isto é, trigo, centeio, cevada, malte, triticale, espelta, Kamut e as suas variantes híbridas, procure obter um diagnóstico correto. Cada uma das doenças associadas ao glúten, apesar de partilharem tratamento comum (dieta isenta de glúten), deve ser acompa- nhada pela especialidade médi- ca correta, e tem monotorização O ESTADO DA ARTE- Doenças associadas ao glúten: doença celíaca, alergia ao glúten, sensibilidade não celíaca ao glúten. (cont.) Newsletter ENTREVISTA em termos de exames diagnósti- cos diferente, prognóstico dife- rente e mesmo implicações financeiras (reembolsos e abo- nos na DC) distintas. 1 - Sapone et al. Spectrum of gluten -related disorders: consensus on new nomenclature and classification. BMC Medicine 2012, 10:13. 2 - Nobre S Silva T, Pina Cabral J. doença celíaca revisitada. J Port Gas- trenterol 2007; 14: 184-193. 2 – Macedo C., Pimenta A., Sem glúten, com saúde: testemunhos. 2013. https://www.facebook.com/ groups/193957857371479/34952 1285148468/ Este mês Lipita semglúten, autora do blog “A rapari- ga do blog ao lado” deixa-nos o seu testemunho. Lipita como teve contacto com a doença celíaca? Ao entrar para a faculdade iniciaram-se sintomas crescentes: cansaço extremo, ansiedade, dores abdominais e musculares, diarreias, enfartamento e enjoo. Na altura, associava-os a esta nova etapa da minha vida, mais agitada, aliado aos exercícios do ginásio com o objetivo de ganhar massa muscular em fal- ta. Não conseguia ter o rendimento que queria… A cabeça estava cansada, assim como todos os músculos do meu corpo. Os dias eram preguiçosos, contrariamen- te às noites agitadas sem conse- guir dormir duas horas seguidas. De hora a hora a barriga recla- mava com fome. Comia imenso mas o peso era sempre o mes- mo: 45 quilos. Decidi, depois de adiar muitas vezes, ir definitivamente ao médico. Fiz análises ao sangue e biopsias. Tinha grandes carên- cias de ferro. O cansaço e as dores musculares que tinha asso- ciava-as às idas ao ginásio, e nunca a uma doença. Mas como iria eu saber? Doença celíaca! Que emoções sentiu quando se deparou com a necessidade de iniciar uma dieta (tratamento) vitalícia? Na consulta, foi-me explicada o que era esta doen- ça, as suas implicações e a dieta que teria de abraçar para toda a vida. Recordo a seguinte frase da médica: “nem a migalha que estiver em cima da mesa, você pode comer”. Percebi que era coisa para levar à letra, ou melhor, à migalha! Assim que saí da consulta, lembro-me de duvi- dar de tudo aquilo! Pesquisei muito e informei-me com o pouco que havia, há 10 anos atrás. Inicialmente não foi assim tão difícil, já não comia quase pão nenhum, nem bolos nem pizzas, nem massas, pois inconscientemente protegia-me. Assim, de início, continuei a comer os alimentos que não apresentavam riscos: carne, peixe, legu- mes e a fruta. E muito arroz! Depois foi a procura por alimentos sem glú- ten específicos. A adaptação à DIG não foi difícil. O que mudou na sua vida desde então? Posso dizer que mudou TUDO! Passado um ano comecei a melhorar as minhas capacidades físicas e mentais. Ganhei peso e os sintomas foram desaparecendo gradual- mente. Passei de um estado condicionador, depressivo, mais neura e anémico para um esta- do muito libertador. O que a motivou a escrever um blog que gira à volta do mundo sem glúten? É o meu cantinho onde dou vida à Rapariga do blog ao Lado, conjugando a minha con- dição alimentar, às minhas duas paixões: culinária e fotografia. É necessário desmistificar e divulgar a DC, explicar às pes- soas que nós, celíacos, consegui- mos levar uma vida perfeita- mente normal. Que não somos coitados, esquisitos, maníacos, ou simplesmente não comemos glú- ten por capricho. E mostrar que sem glúten somos, de facto, bem mais felizes connosco, com os outros e com a VIDA. O blog surge, talvez, porque era aquilo que queria ter na altura: saber que está alguém do outro lado que é igual a mim, que não come glúten, que sente que vale a pena. Que conselho daria a quem é diagnosticado? Não tenham vergonha, nem façam batotas. Assumam a DIG “à séria”. Tenham força de vontade e resis- tam a todo o glúten que já c o n h e c i a m . Sejam persistentes, insistam nas vossas receitas! Substituam, con- juguem, inventem, mas sobretudo experimentem! Existem ali- mentos tão bons e saudá- veis, que podem resul- tar em pratos que vocês adoram! Continuo, e não me canso de dizer, que pode ser difícil resistir à comida que está- vamos habituados, mas vale tanto a pena, em troca de uma vida feliz e sem agonias cons- tantes... E depois de entrarmos nesta rotina fica mais fácil e até mais saudável do que estáva- mos habituados! Vale a pena o resultado final. ANA PIMENTA
  • 3. 3 Conhece alguém com diag- nóstico de uma das doenças relaciona- das com o glúten e dieta isenta de glúten iniciada e que negue ter um problema de saúde? Já todos ouviram a piada que diz que "a negação não é um rio no Egipto” (jogo de palavras entre DENIAL -negação e THE NILE -o Nilo). Pois bem, não, não é! É, no entanto, uma questão muito real para muitas das pessoas que foram diagnosticadas com doen- ça celíaca ou sensibilidade ao glúten. Há dois tipos de nega- ção: o primeiro afeta-nos, enquanto o outro tipo afeta aqueles ao nosso redor. Quando estamos em negação: Muitas pessoas que são diag- nosticadas, ou quando os seus filhos o são, passam por algum tipo de negação. Ela ocorre geralmente em momentos-chave após o diagnóstico e por razões diferentes. Aqui estão alguns exemplos: 1. Negação imediata: “o diag- nóstico não está certo. Nã! Não pode ser! Eu não conheço nin- guém que tenha isso. Eu nem sequer sei o que é o glúten. Eu nunca ouvi falar de doença celíaca. Eu não tenho sintomas... Os meus sintomas são leves. É apenas intolerância à lactose, tenho a certeza. Eu não tenho diarreia, logo não posso ter isso. Estou acima do peso, e todos os celíacos são magros. Os meus resultados não foram conclusi- vos. Alguém deve ter cometido um erro.” Todos estes pensamen- tos podem ser sintomas de negação. 2. Algumas semanas após o início da dieta: “Eu não acho que o diagnóstico está correto”. Isto acontece quando a realida- de de fazer a dieta para o resto da vida se torna mais óbvia. Um Anjo (o bom, é claro) fica num ombro a sussurrar: "Tu sabes que precisas de ficar livre do glúten, aguenta, tu conse- gues! Mmmm, que queijo sabo- roso nesta tosta sem glúten”. O outro ombro é a casa do Diabo em negação: "Nem penses que vais para outro happy hour e pedes vinho e talos de aipo, enquanto todos os outros tipos estão a beber cerveja e a comer coisas fritas. Tu não tens intolerância nenhuma. Anda lá - uma cerve- ja apenas... E um pedaço de pizza. Não te vai magoar. Qual intolerância, qual quê... "Isto é real- mente apenas um período de ambivalência, cheio de esperan- ça que não sofra desta condi- ção, inclinando-se para acredi- tar que não. 3. Zona de perigo: “Eu nunca tive isso”. O tipo mais perigoso de negação ocorre vários meses após o início da dieta, quando, de repente, você se apercebe que sente-se tão bem que nem se lembra da última vez em que se sentiu mal. É quando as pes- soas, muitas vezes, pensam: "Eu sabia que só precisava de um pouco de tempo para superar esse vírus que tinha! Eu sinto-me ótimo. Aposto que nem sequer houve algo de errado comigo." Quando os outros estão em negação: Depois, há o tipo de negação que os membros da nossa famí- lia e entes queridos expressam. Pergunte a quem é sensível ao glúten ou tenha doença celíaca se têm familiares que não querem ser testados, e, provavelmente, receberá um olhar surpreso, como se tivesse adivinhado a cor da roupa interior que está a vestir, e um "Sim, como soubeste?". Isto porque todos nós temos este tipo de pessoas na família. Bem, a maioria de nós. Porque é que é tão difícil para os nossos familia- res acreditarem que podem ter isto? É, afinal, uma das doenças genéticas mais comuns e familia- res diretos têm até 20% de pro- babilidade de virem a ter doen- ça celíaca. Concluindo, eles não querem ter doença celíaca, ou não querem desistir do glúten. Alguns dos seus familiares podem até se recusar a acreditar que você a tenha. Podem acusá-lo de ser hipocon- dríaco ou neurótico. O problema com a negação é que justifica o ingerir glúten. Quando você tem essa epifania e "percebe" que não tem a doença celíaca ou não precisa de fazer a dieta, começa a correr para a pastelaria mais próxi- ma. Resista à tentação. Se já está sob dieta isenta de glúten há algum tempo, aí sim, pode-se sentir excelente, mas é porque não está a ingerir glúten. O perigo de fazer experiências é que pode não sentir qualquer sintoma quando o faz, e então é provável que queira chegar à óbvia (quer dizer, "desejada") conclusão e confirmação de que nunca houve uma razão para fazer a dieta. Se ainda se pergunta se há ou não uma razão médica para cortar o glúten da sua dieta, aqui estão algumas coisas que pode Edição 1, Nº 3 fazer para ajudar a clarificar as suas ideias: Seja devidamente testado. Obtenha uma segunda (ou terceira) opinião. Converse com outras pes- soas que foram diagnostica- das com a mesma condição sobre os seus sintomas e os seus sentimentos de negação (provavelmente elas sorrirão e dirão: "Sim, eu também me senti assim a dada altura". Escreva: liste os seus sinto- mas, os sintomas da doença, e como se sente ao seguir a dieta. Às vezes, vê-lo por escrito, é a única prova que precisa. Se tiver um diagnóstico sólido, pode passar por uma fase de negação, mas que lhe irá pare- cer uma tontice, até mesmo para si. Mas também deve ter em mente que, se tiver sido testado e os seus resultados foram incon- clusivos ou negativos, pode pre- cisar de considerar a repetição dos testes ou outras alternativas. Os testes têm mudado ao longo dos anos, e talvez os seus tenham sido feitos há muito tem- po. Há também falsos negativos. Esta condição pode surgir a qualquer momento da vida, logo só porque os testes foram nega- tivos uma vez, não significa que vão ser negativos novamente. Lembre-se: “se se parece com um pato, anda como um pato e gras- na como um pato, é mais prová- vel que seja um pato, mesmo que você gostasse que fosse um pom- bo." http:// vidassemglu- ten.blogspot.pt/2011/09/ negacao.html SABIA QUE? Sabia que a taxa de mortalidade na doença celíaca é superior à da população em geral? A taxa mais baixa relatada é de 1.26 na Fin- lândia, a mais elevada de 3.8 na Sicília. Deve-se aos cancros que a ela se podem associar (desde linfoma não Hodgkin duodenal, a car- cinoma do intestino delgado) e a doenças autoimunes (artrite reuma- toide, colagenoses) e até doença cardíaca isquémica, entre outras. A boa notícia? Esta taxa diminui após o diagnóstico tendo um efeito protetor a DIG rigorosa. Não arrisque: apenas coma o que for devi- damente rotulado ou declarado por escrito como isento e sem conta- minação cruzada. Porquê arriscar? Afinal “só se trata da sua vida”! A NEGAÇÃO
  • 4. 4 bread + 30g de farinha de trigo sarraceno Werz), 50g de margarina, sal q.b., pimenta preta moída. Preparação do recheio: Coloque no copo a cebola, as cenouras, o tomate, os alhos, o azeite e pique 5 seg/vel 5. Refogue 5 min/Varoma/vel 1. Quando terminar, adicione as carnes cortadas em cubos e programe 15 min/100°C/vel 1. Mexa de vez em quando com a espátula para ir soltando a carne. Quando terminar, deixe arrefecer um pouco, retire e escorra o molho com a ajuda do cesto. Reserve. Junte o chouriço à carne e triture CROQUETES Este mês Margaret Silva e Bia brincaram aos grandes chefes e confecionaram deliciosos croque- tes: parabéns Bia! Ingredientes para o recheio: 1 cebola, 2 cenouras, 150g de tomate, 3 dentes de alho, 50g de azeite, 500g de carne de vaca para estufar, 500g de carne de porco para estufar, 100g de chouriço de carne sem glúten, 2 ovos para o panado, pão ralado Schar q.b. para o panado Ingredientes para o béchamel: leite q.b., 180g de farinha (150g farinha Doves farm white 20 seg/vel 8. Reserve. Sem lavar o copo, pese metade do molho reservado e adicione o leite até perfazer 600 g de líquido no copo. Junte a farinha, a margarina, o sal, a pimenta e programe 8 min/90°C/vel 4. Por fim, junte o molho béchamel à carne reservada e envolva tudo com a ajuda da espátula. Depois de arrefecer, deve guar- dar no frigorífico durante pelo menos um dia para que a massa fique consistente e seja fácil moldar os croquetes. Depois de enrolados, passe-os por ovo batido, e a seguir no pão ralado. Congele os croque- tes e frite-os congelados em óleo quente e abundante. RECEITAS DO MÊS VIVA SEM GLÚTEN PORTUGAL FLOCO DE NEVE Carlos Pereira deixa-nos com “água na boca” com um floco de neve alemão! Ingredientes: 3 ovos M, 150g de açúcar, 20g açúcar baunilhado, 200g de amêndoas moídas, 1 cc de fer- mento em pó, 1 cc de canela em pó, 80g de chocolate escuro, 400ml de natas frescas, sal q.b., 2 cs de coco ralado para polvi- lhar. Preparação: Separe as claras das gemas. Bata as claras em castelo com uma pitada de sal até ficarem firmes. Junte as gemas, o açúcar, 10g de açúcar baunilhado e 2-3 colheres de sopa de água fria. Mexa por 5-10 minutos. Misture a amêndoa moída, o fermento e a canela. Em seguida, junte cuidadosa- mente as claras à mistura. Deite a massa numa forma de 26cm (forrada com papel vege- tal) e leve ao forno pré- aquecido a 190ºC durante 20- 25 minutos. Retire do forno e deixe arrefecer. Para a cobertura: Derreta o chocolate em banho- maria. De seguida, deixe arre- fecer um pouco (deve permane- cer líquido). Bata as natas com 10g de açúcar baunilhado até ficarem firmes e depois espalhe sobre a base já fria. Espalhe o chocolate derretido sobre o creme e leve ao frio. Antes de servir, polvilhe com coco ralado. HUMOR SEM GLÚTEN 15.Se teve que dar um curso intensivo de “Introdução à Doen- ça Celíaca” a um médico ; 16.Se chora em piqueniques, festas, recepções e lojas de fast- food; 17.Se chora ao pequeno-almoço, almoço e jantar; 18.Se traz um tupperware com comida para um jantar elegante; 19.Se alguma vez conduziu mais de 40 quilómetros para comprar farinha ou bolachas; 20.Se demora quatro horas no supermercado a ler rótulos e está a perder a visão por causa disso; 21.Se começa a hiperventilar ao passar pela padaria; 22.Se paga de bom grado qual- quer preço por um salgadinho que não sabe a serradura, ou pão que não sabe a sola de sapato; 23.Se tiver deserdado entes queridos por colocarem as facas deles no SEU frasco de maione- se; 24.Se traz uma mala cheia de comida quando viaja; 25.Se descobriu como fazer farinha a partir de nabos; 26.Se ler o rótulo com os ingre- dientes num pacote de chá verde - chá verde simples. Retirado daqui: http:// neurotalk.psychcentral.com/ archive/index.php/t-4863.html Newsletter seus parentes e amigos; 7.Se sabe o que é goma xanta- na; 8.Se não lambe selos; 9.Se a sua mãe está com medo de cozinhar; 10.Se sabe que espelta é um primo distante do trigo, mas trigo sarraceno não está de todo rela- cionado com o trigo; 11.Se chora de alívio ao ver a expressão "sem glúten" na emba- lagem de um produto; 12.Se vendeu a sua casa para comprar produtos de mercearia; 13.Se vendeu o seu primeiro filho para comprar produtos de mer- cearia; 14.Se pode encontrar "glúten escondido nos rótulos dos alimen -tos, só ao olhar de relance; Você sabe que é intolerante ao glúten: 1.Se não se lembra a que sabem as bola- chas de água e sal; 2. Se trouxer cerveja “especial” para uma festa, e não partilhar; 3. Se tiver pesadelos com a leitu- ra de rótulos; 4.Se comparar todos os seus alimentos à "comida das pessoas normais"; 5.Se ligar a todos os seus fami- liares e amigos quando fica doente pois deve ser algo que comeu nas suas casas e que esta- va contaminado; 6.Se chora quando descobre uma nova maneira de fazer pão sem glúten. E telefona a todos os
  • 5. 5 CONTA COPY / BASE DE DADOS Procura infor- mação sobre doença celíaca? Listas de produ- tos sem glúten? Legislação? Informação relativa subsídios da segurança social? Mas o que é o Copy? Copy é um serviço para arma- zenamento de arquivos. Baseia -se no conceito de computação em nuvem" (cloud computing). Nela encontrará duas pastas, uma de acesso reservado ao grupo (registo obrigatório) e outra de acesso publico (via partilha de hiperligação): 1- Na pasta Viva sem Glúten, Portugal (reservada e de acesso restrito ao grupo) encontrará informação diversa sobre: doen- ça celíaca, intolerância à lacto- se, listagens de produtos sem glúten / com glúten, lista de médicos e nutricionistas, infor- mação geral sobre nutrição, outras alergias e intolerâncias, receitas e dicas culinárias, segu- rança alimentar e aditivos, via- gens, restauração e comércio. Para aceder envie pedido por mensagem privada com endere- ço de correio eletrónico, via Facebook, para Ana Pimenta. Deverá seguir as instruções do email-convite que receberá após solicitação de acesso. Deve criar nome de usuário e senha. Irá receber por correio eletrónico um pedido para con- firmação e ativação da conta. Se desejar instalar a aplicação, esta é grátis e muito simples, e resulta na criação de uma pasta no seu computador. Assim pode também comodamente consultar offline os documentos no seu computador. Pode em alternati- va optar por não descarregar a aplicação e nesse caso apenas terá acesso aos documentos enquanto estiver conectado à internet. 2- Na pasta Viva sem glúten, Portugal_bibliografia, de acesso ao público em geral e de regis- to não obrigatório, encontra bibliografia geral sobre doen- ças relacionadas com o glúten. Use esta última para divulgar informação entre os seus amigos e familiares. Partilhe o link: INFO & DICAS https://copy.com/vZxvLJSiRJG4 FACEBOOK PÁGINA ABERTA: GRUPO VIVA SEM GLÚTEN POR- TUGAL Foi recentemente criado uma página/perfil no Facebook para o grupo. Quais as vantagens? Deste modo, poderá partilhar publicações como a Newsletter e a rubrica Sinais & Sintomas com os seus amigos, divulgando este tipo de informação para além do grupo. Dado tratar-se de um grupo fechado, não dispomos da função de partilha, pelo que esta nova página vem colmatar esta necessidade. Torne-se nosso ami- go para poder partilhar estas informações! MEDICAMENTO PARA DOENÇA CELÍACA AVANÇA NOS ENSAIOS CLÍNICOS A Alba Therapeutics comunicou recentemente ter obtido resulta- dos positivos no ensaio de fase IIb, aleatorizado, em dupla ocul- tação, para o seu medicamento AT-1001, acetato de larazorido, no tratamento da DC. Aquele destinou-se a avaliar a eficácia de várias dosagens do medica- mento na prevenção de altera- ções de permeabilidade na mucosa duodenal induzida pela ingestão de glúten durante seis semanas. O estudo envolveu 342 doentes com sintomas persistentes apesar de cumprirem dieta isenta de glúten. O medicamento é um regulador das “tight junction”. Estas estru- turas protei- cas selam o espaço entre as células que revestem a mucosa (parede interna) do duodeno, regulando o fluxo de grandes moléculas entre a corrente san- guínea e o lúmen intestinal. O estudo cumpriu o objetivo prin- cipal pelo que continuará no programa de desenvolvimento clínico seguindo para a fase III. A doença celíaca é uma doença autoimune desencadeada pela ingestão de glúten em indivíduos geneticamente predispostos. Aquele encontra-se principal- mente no pão, massas, bolos, bolachas e crosta de pizza à base de trigo, centeio e cevada. Os sinais e sintomas típicos de doença celíaca incluem dor abdominal, meteorismo, diarreia e atraso de crescimento nas crianças. Associa-se a risco aumentado de cancro nomeada- mente linfoma de células T duo- denal, cancro do esófago e intestino grosso e delgado. Os doentes celíacos quando expos- tos ao glúten sofrem uma reação autoimune que leva a lesão da mucosa (vilosidades) duodenal, e consequente diminuição de absorção de certos nutrientes. O acetato de larazotido pode inibir esta reação imune. Segundo o investigador principal Dr. A. Murray, da clínica Mayo, "estes resultados promissores contribuem para a crescente evidência da eficácia do medi- camento trazendo esperança para os doentes que enfrentam a doença apenas com dieta” . http://www.albatherapeutics.com/ Portals/0/pdf/Alba% 20Therapeutics%20FINAL% 20Press%20Release%20CLIN1001- 012%20Larazotide%20Acetate% 20February%2011%202014.pdf http://clinicaltrials.gov/ct2/show/ study/NCT00492960? term=larazotide+acetate&rank=10 https://www.precisionnutrition.com/ research-review-gut-health A FARINHA DE ALFARROBA A alfarroba vem da vagem de uma árvore que cresce ao longo do Mar Mediterrâneo. A vagem con- tém uma polpa doce, comestível. Uma vez seca e torrada, a pas- ta é moída até formar um pó chamado de farinha de alfarro- ba, e faz parte do conjunto de farinhas naturalmente isentas de glúten. É semelhante ao cacau em pó na cor, e pode ser substi- tuído um-por- um nas receitas, mas a alfarroba é única, com o seu próprio sabor especial e textura: ao contrário do chocola- te, a alfarroba é naturalmente doce, baixa em gordura, rica em fibras, tem cálcio, não tem cafeína e está repleta de pecti- na, uma fibra solúvel. Benefícios nutricionais da alfarro- ba: • Os taninos da alfarroba contêm ácido gálico, que funciona como um analgési- co, anti- alérgico, anti- bacteriano, antioxidante, antiviral e anti-séptico; • A alfarroba melhora a digestão e diminui o nível de colesterol no sangue; • É usada para o tratamen- to de diarreia em crianças e adultos; • O teor de vitamina E da alfarroba ajuda no trata- mento da tosse, gripe, e anemia; • O ácido gálico da alfar- roba ajuda na prevenção e tratamento da poliomielite em crianças; • A alfarroba ajuda na luta contra a osteoporose, devi- do à sua riqueza em fósfo- ro e cálcio; • As cascas da vagem de alfarroba são mastigadas por cantores para limpar a voz e garganta. A goma da alfarroba, extraída das sementes do fruto, é usada como um agente espessante e, usada em simultâneo com outros texturantes, tem propriedades gelificantes. Ou seja, existe uma sinergia entre a goma de alfarro- ba e outros agentes espessantes e gelificantes, como a goma xan- tana: por exemplo, a goma de alfarroba e a goma xantana usadas isoladamente, não têm a capacidade de gelificar, apenas de espessar, mas utilizadas em conjunto, em determinadas con- centrações, formam géis elásticos com características específicas. A goma de alfarroba não é digerida nem absorvida pelo intestino humano, e também não é degradada pelas bactérias do tracto intestinal, comporta-se assim, do ponto de vista nutricio- nal, como uma fibra alimentar. 2ª REUNIÃO DE DOENÇA CELÍA- CA Irá decorrer em Braga no dia 10 de Maio a 2ª Reunião de Doença Celíaca que irá contar com a participação do conhecido investi- gador, Dr. Alessio Fasano, entre outros. Para mais informações, vá a: http://www.spp.pt/eventos/ default.asp?ida=992