2. Indústria de Papel e Celulose
Quais as empresas que vocês lembram quando falamos
em Papel e Celulose?
Qual a principal diferença entre
a Suzano e a Bracell?
5. Indústria de Papel e Celulose
As empresas desse setor são divididas em três categorias:
1. Indústrias de celulose: Fabricantes exclusivos de celulose;
2. Indústrias de papel: Fabricantes exclusivos de papel.
3. Indústrias integradas: Fabricantes de papel e celulose de fibras
longas e fabricantes de papelão e celulose de fibras curtas;
7. Indústria de Papel e Celulose
Qual a matéria prima dessa indústria?
Eucalipto Pinus
8. Madeira
Coníferas (softwood):
• Fibras longas;
• Células estreitas e alongadas;
• Tamanho entre 2 e 5 mm;
• Geralmente mais claro.
Folhosas (hardwood):
• Fibras curtas;
• Tamanho < 1 mm;
• Geralmente com graus de cor
mais escura.
10. Composição da madeira
Chamados de Materiais Lignocelulósicos, são materiais fibrosos,
que formam matrizes complexas constituídas de celulose.
Adicionalmente, essa matriz é impregnada com lignina, a qual
pode ser considerada como uma cobertura de resina plástica.
É constituído principalmente de:
• Celulose;
• Lignina;
• Hemicelulose;
• Outros (pectina, cera, terpenos etc).
11. Composição da madeira
É constituído principalmente de:
• Celulose;
• Lignina;
• Hemicelulose;
• Outros (pectina, cera, terpenos etc).
13. Composição da madeira
Celulose
• É um polímero linear de glicose de alta massa molecular formado de
ligações -1,4 glicosídicas;
• O número de unidades de glicose na molécula de celulose varia entre 15
a 15.000, apresentando um valor médio da ordem de 3.000 unidades.
• Insolúvel em água;
• Principal componente da madeira;
14. Composição da madeira
Celulose
• É um polímero linear de glicose de alta massa molecular formado de
ligações -1,4 glicosídicas;
Amido
• É um polímero linear de glicose de alta massa molecular formado de
ligações -1,4 glicosídicas;
15. Composição da madeira
Celulose
• Quando separada dos outros constituintes da madeira, apresenta uma grande
reatividade, sendo, portanto, suscetível aos seguintes tipos de reações:
• Adição: Os grupos hidroxilas da celulose reagem com diversos agentes de adição,
fornecendo as chamadas: Celuloses Alcalinas, Celuloses Ácidas, Celuloses
Amoniacais e Aminada, Celuloses Salinas.
• Substituição: Os grupos hidroxilas podem também ser esterificados ou
eterificados, fornecendo importantes produtos comerciais, tais como: Nitrato de
celulose, Xantatos (ésteres de celulose), Metilcelulose, Etilcelulose,
Carboximetilcelulose, Hidroximetilcelulose (éteres de celulose).
• Degradação: Por degradação, entende-se a cisão da ligação 1,4 glicosídica da
molécula da celulose, ou seja, a cisão da ligação entre dois monômeros de glicose.
16. Composição da madeira
Hemicelulose
• É um grupo de polissacarídeos, constituído de vários tipos de unidades
de açúcares que são solúveis em álcali. Estes polissacarídeos incluem:
D-xilose, D-manose, D-glicose, D-galactose e D-galactourônico.
• Devido à ausência de cristalinidade, e sua baixa massa molecular e
configuração irregular, as hemiceluloses absorvem água facilmente.
Este fato contribui para:
Reduzir o tempo e energia requerida no refino da pasta celulósica
Aumentar a área específica ou de ligação das fibras.
20. Composição da madeira
Lignina
• É um polifenol construído de unidades de fenil-propanas (C6-C3);
• Diferente da celulose, a lignina não tem estrutura cristalina e é
considerado um polímero amorfo, cuja estrutura principal, provém da
polimerização dehidrogenativa (iniciada por enzimas);
• A lignina é considerada como um dos materiais mais resistentes na
natureza. Ela confere firmeza e rigidez ao conjunto de fibras de celulose;
• Portanto, a lignina não deve ser considerada como uma substância
química única, mas sim, como uma classe de materiais correlatos.
24. Composição da madeira
• Para iniciar o processo, o primordial é retirar a lignina;
• Vários produtos podem ser obtidos após a separação dos componentes
da madeira:
26. • Esses processos modificam os materiais lignocelulósicos pelo
rompimento da estrutura da parede celular da biomasssa vegetal,
removendo, solubilizando ou despolimerizando a lignina;
• O tipo de processo depende do material utilizado e da finalidade
proposta de utilização das frações lignocelulósicas;
1. Processo Mecânico;
2. Processo Físico;
3. Processo Biotecnológico;
4. Processo Químico.
Processos de separação
27. 1. Processo Mecânico
• Utilizam apenas energia mecânica, não envolvendo o emprego
de reagentes químicos;
• Permitem a obtenção de materiais de baixo índice de
cristalinidade e elevada superfície especifica;
• Apesar da elevada eficiência, este tipo de processamento requer
um elevado consumo de energia, com consequentes
implicações nos custos.
Processos de separação
28. 1. Processo Mecânico
• Os equipamentos típicos utilizados são: Moinho de Bolas, Moinho de Rolos e
Extrusora.
Processos de separação
29. 2. Processo Físico
• Irradiação de raios gama: Promove uma degradação oxidativa da celulose,
não sendo ainda considerado um processo efetivo;
• Tratamento a vapor: Envolve o aquecimento do material a temperatura na
faixa de 150 a 250°C, promovendo uma hidrólise parcial da fração
hemicelulósica e um aumento dos poros do material. Este tratamento pode
provocar reações entre os produtos secundários oriundos da fração
hemicelulósica e o complexo lignina-celulose, com a consequente formação
de pseudolignina e redução do teor de celulose disponível;
Processos de separação
30. 3. Processo Biotecnológico
• É considerado um processo de grande potencialidade para reduzir a carga
de poluição gerada nas indústrias tradicionais de papel e celulose.
Entretanto, ainda apresenta grandes limitações técnicas e econômicas que
impedem a sua aplicação industrial;
• O processo é baseado na utilização de micro-organismos (fungos e bactérias)
capazes de produzir fenol-oxidases, enzimas envolvidas na degradação da
lignina. Tais micro-organismos podem promover uma deslignificação parcial
dos materiais, com concomitante perda de outras frações em diferentes
intensidades, dependendo do micro-organismo empregado.
Processos de separação
31. 4. Processo Químico
• Utilizam agentes químicos específicos para cozinhar sob pressão, a madeira;
• São os processos comercialmente utilizados na indústria de celulose e papel;
• Estes processos podem ser classificados de acordo com o pH do tratamento
químico ou com o
• tipo de substância empregada.
Processos de separação
32. 4. Processo Químico
• No Brasil:
81% Kraft;
12% Soda;
7% Outros.
Processos de separação
33. 4. Processo Químico
Vantagens e desvantagens do processo Kraft:
• Vantagens:
ciclos mais curtos de cozimento, se comparado a outros métodos;
recuperação economicamente viável dos reagentes;
produção de pastas de alto rendimento;
• Desvantagens:
baixo rendimento de polpação;
alto custo de branqueamento;
investimento necessário para montagem das fábricas é relativamente alto;
odor dos gases produzidos.
Processos de separação
34. Resumo:
1. Processo Mecânico: custo elevado;
2. Processo Físico: ineficaz;
3. Processo Biotecnológico: em fase experimental;
4. Processo Químico: efetivo, plenamente empregado.
Processos de separação
36. Processo industrial Kraft
Etapas envolvidas no Processo Kraft: Descascamento, Picagem,
Classificação, Cozimento, Depuração, Branqueamento e Recuperação do licor.
38. Processo industrial Kraft
Descascamento:
• As cascas possuem um teor de
fibras relativamente pequeno e
afetam negativamente as
propriedades físicas do produto;
• O resíduo industrial, as cascas,
constituem de 10 a 20% da
madeira total processada,
podendo ser utilizado, como
combustível para geração de vapor
necessário ao processo.
40. Processo industrial Kraft
Picagem:
• O objetivo desta etapa é reduzir
as toras à fragmentos, cujo
tamanho facilite a penetração do
licor de cozimento, utilizados nos
processos químicos;
• Os cavacos de madeira,
constituem um material de fácil
transporte (por correias ou
pneumaticamente).
44. Processo industrial Kraft
Classificação:
• Após a picagem, os cavacos
são classificados com o
objetivo de separar os cavacos
com as dimensões padrões
para o processamento
• Oversize podem retornar ao
picador;
• Finos, geralmente são
queimados na caldeira.
47. Processo industrial Kraft
Etapas envolvidas no Processo Kraft: Descascamento, Picagem,
Classificação, Cozimento, Depuração, Branqueamento e Recuperação do licor.
49. Processo industrial Kraft
Cozimento:
Cozimento ou digestão da madeira se
processa em vasos de pressão, conhecidos
como cozedor ou digestor, podendo ser
efetuado, em regime de batelada
(descontínuo) ou contínuo;
50. Processo industrial Kraft
Cozimento:
No processo de cozimento batelada ou descontínuo, o aquecimento é
realizado de acordo, com um programa pré-determinado, a temperatura é
elevada gradualmente, durante 50 a 90 min, até atingir um determinado
valor (~170 °C), sendo mantido durante um certo período de tempo.
No processo contínuo, os cavacos e o licor são alimentados continuamente
no digestor e atravessam zonas de temperaturas crescentes, até atingir a
zona de cozimento, onde a temperatura é mantida constante. O período de
tempo é determinado pelo tempo que os cavacos atravessam a zona, até
serem descarregados do digestor.
Qual dos processos (descontínuo ou contínuo) é melhor?
51. Processo industrial Kraft
Cozimento:
O cozimento descontínuo é mais antigo, e seu princípio de funcionamento
constitui-se em um conjunto de operações cíclicas.
O digestor é inicialmente carregado com cavaco e licor, essa mistura é cozida
e o digestor é descarregado, então o ciclo se reinicia.
As vantagens do processo de cozimento por batelada são: menor
investimento inicial e maior versatilidade e controle do cozimento.
Com os tamanhos padrões encontrados na indústria, a produção pode
chegar a 1500 t/dia.
52. Processo industrial Kraft
Cozimento:
No fluxo contínuo, todo o processo ocorre sem interrupções.
O cavaco e o licor são alimentados continuamente na parte de cima do
digestor, uma rosca passa para zonas mais baixas com temperatura
crescente, até atingir a zona de cozimento.
As fábricas mais modernas estão investindo em fluxos contínuos, onde
controla-se de 0 a 100% o nível do vaso.
O digestor contínuo pode chegar aos 90 m de altura e com capacidade de
produção de 5000 t/dia.
Esse processo permitiu a eliminação de tempo morto gerado pelos ciclos de
enchimento, cozimento e descarga, característicos dos sistemas por batelada
que resultavam em considerável perda de capacidade de produção instalada.
55. Processo industrial Kraft
Digestor:
Licor negro
É constituído de compostos de sódio e de enxofre, Na2CO3, Na2S, NaOH,
Na2SO4, H2S e Na2S2O3. E também dos resíduos de madeira dissolvida
(lignina).
59. Processo industrial Kraft
Etapas envolvidas no Processo Kraft: Descascamento, Picagem,
Classificação, Cozimento, Depuração, Branqueamento e Recuperação do licor.
60. Processo industrial Kraft
Depurador e lavagem:
Na etapa de depuração, a polpa é enviada para uma série de equipamentos,
como centrífugas ou ciclones, que removem parte da lignina e demais
impurezas presentes;
A lavagem é feita para remover o licor residual, que ainda contém lignina e
produtos químicos alcalinos, da polpa de celulose.
A lavagem é geralmente realizada em uma série de etapas, utilizando água
fresca para enxaguar a polpa
.
O licor de lavagem recuperado é frequentemente reciclado e reutilizado no
processo.
64. Processo industrial Kraft
Etapas envolvidas no Processo Kraft: Descascamento, Picagem,
Classificação, Cozimento, Depuração, Branqueamento e Recuperação do licor.
65. Processo industrial Kraft
Branqueamento:
• É a purificação da celulose, pois dependendo do grau de cozimento
efetuado a pasta pode conter até 5% de lignina;
• O teor de lignina presente é responsável pela tonalidade da polpa, que
pode variar do marrom ao cinza;
• A remoção da lignina é necessária não só para se obter uma celulose
pura, mas também para dar um melhor acabamento e proporcionar alta
qualidade ao produto final.
67. Processo industrial Kraft
Branqueamento:
As sequencias de branqueamento variam em função da disponibilidade de
produtos alvejantes e do grau de alvura desejado, podendo variar de simples
sequências como CEH até sequências mais complexas como CEHDED.
68. Processo industrial Kraft
Branqueamento:
As sequencias de branqueamento variam em função da disponibilidade de
produtos alvejantes e do grau de alvura desejado, podendo variar de simples
sequências como CEH até sequências mais complexas como CEHDED.
70. Processo industrial Kraft
Etapas envolvidas no Processo Kraft: Descascamento, Picagem,
Classificação, Cozimento, Depuração, Branqueamento e Recuperação do licor.