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Processo de Tingimento dos fios de Poliester
Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL
TINTURARIA TÊXTIL
TINGIMENTO DE FIOS 100% POLIESTER
EM BOBINES CRUZADAS
TINGIMENTO EM AUTOCLAVE
Autor: Constantino Monteiro Alves, Eng. Têxtil Ano 2015
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24
2
Tipo de Fibra: Sintética
Base química: Polietilenotereftalato
As fibras de Poliéster, juntamente com as Acrílicas e as de Poliamida, constituem as fibras
sintéticas mais importantes para a indústria têxtil.
O material base, o poliéster, é quimicamente um policondensado termoplástico linear. O
principal poliéster usado para fins têxteis é o Polietilenotereftalato, obtidos na maioria dos
casos à partir da policondensação do dimetiltereftalato e o dietileno glicol, sob vácuo e a alta
temperatura.
As fibras de Poliéster são elásticas e muito resistentes à tracção e à fricção. São muito estáveis
à luz, aos ácidos, oxidantes e aos solventes. Além disso são fáceis de lavar e secam
rapidamente.
As modernas tecnologias nos segmentos de Fiação, Tecelagem e Acabamento, podem permitir
que a fibra atenda perfeitamente a exigência de sua aplicação. Essas características fazem do
Poliéster, uma das mais versáteis fibras têxteis, podendo ser usado na fabricação de artigos
para vestuário, decoração e lar, na indústria automobilística, em artigos de passamanaria e em
tecidos técnicos, entre outras aplicações.
1-) - Características físico-químicas
Unidade P O L I É S T E R
1. Peso específico g/cm3: 1,38
2. Tenacidade (condicionado) g/dtex: 2.4 – 4,5
3. Alongamento à rorura: de 17 – 25%
4. Elasticidade (após alongar 2%): 99%
5. %Elasticidade: Perde com temperaturas acima de 230C
6. Equilíbrio em ambiente condicionado (REGAIN) 20- 65% UR: 0,4 %
7. Comportamento à chama: Queima lentamente com odor aromático
8. Ponto de fusão: 258C
9. Ponto de amolecimento: 230C - 240C
10. Acção dos ácidos: Boa resistência aos ácidos diluídos e aos concentrados a frio
11. Resistência aos álcalis:
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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FORTES: Resiste moderadamente aos álcalis fortes à temperatura ambiente, hidrolisa-se a
temperaturas altas.
FRACOS: Boa resistência aos álcalis fracos.
12. Acção dos oxidantes e redutores: Boa resistência
13. Acção de solventes orgânicos: Solúvel ao nitrobenzeno, fenol e metacresol a quente. Insolúvel na
maioria dos álcalis, em benzeno, dioxano e dimetilformamida. Insolúvel nos solventes orgânicos
empregados nas lavagens a seco.
14. Resistência ao mofo: Resistente.
15. Resistência à traça: Resistente.
16. Termoplasticidade: Com o aumento da temperatura, perde tenacidade e aumenta o alongamento.
17. Humidade Prolongada e exposição a humidade e a alta temperatura: produz degradação por
hidrólise.
18. Tingibilidade: Tinge com corantes dispersos
2-) INFORMAÇÕES SOBRE AS TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO
Durante o processamento têxtil, muitas vezes é necessário o uso de agentes de protecção e/ou
lubrificação, tendo como objectivo proteger os delicados filamentos de Poliéster durante os processos
de fiação e tecelagem,. Para isso são usados recursos físicos e químicos como:
Inserção de pontos de entrelaçamento
Retorção
Engomagem
Após protegê-los, geralmente colocam-se agentes de lubrificação, com o objectivo de minimizar o atrito
e consequentemente diminuir as paragens das máquinas por rotura dos fios.
Por se tratar de uma protecção apenas física, os dois primeiros itens não afectam quimicamente as
propriedades de tingimento da fibra de poliéster, podendo afectar apenas as características do artigo
final e no máximo diminuir a acessibilidade do banho de tingimento à fibra.
2.1. Óleos enzimáticos
Os óleos enzimáticos usados nos produtos são compostos de óleo mineral, óleo sintético e agente
emulsionante, com propriedades de lubrificação e antiestáticas, entre outras. Este composto é
facilmente eliminado durante a purga, bastando uma lavagem a quente, levemente alcalina e com o
auxílio de um detergente aniônico.
Torna-se imprescindível a eliminação completa de todo o óleo enzimático, pois a presença do mesmo,
pode afectar os processos subsequentes de Termo fixação e tingimento.
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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2.2. Agentes de engomagem
As principais gomas utilizadas no processo de preparação para a tecelagem de filamentos de poliéster
são as do tipo:
Poliéster
Acrílica
É necessário o tintureiro conhecer com precisão o tipo de goma utilizada. Em caso de dúvida, pode-se
recorrer ao teste de azul-de-metileno. Esse corante tinge de azul apenas a goma acrílica, deixando as
gomas de policondensados de poliéster na cor original. A eliminação completa dos agentes de
engomagem é imprescindível, para se obter um bom tingimento.
A goma acrílica é a mais usada actualmente na maioria das empresas têxteis.
As diferentes constituições químicas das gomas, devem ser levadas em consideração quando se faz a
receita de preparação, pois os resíduos de gomas podem provocar graves defeitos tintoriais e alterar as
características do tecido.
Gomas de diferentes características químicas são removidas de modo diferente. Por exemplo uma
receita não adequada para determinado tipo de goma , pode precipitá-la originando uma maior
dificuldade na sua eliminação.
Durante a termofixação, se não removida completamente no processo purga/desengomagem, a goma
pode polimerizar-se sobre o tecido, deixando-o com o toque rígido ( empapelado ) além de interferir
nas propriedades tintoriais da fibra, na maioria das vezes indesejados.
2.3 – Teste de Azul Metileno
Coloca-se uma pequena fita do tecido engomado na solução de azul-de-metileno.
Deixa-se em contacto por três minutos.
Após esse tempo lava-se bem, com água fria e procede-se ao seu enxaguamento com metanol.
2.3 – Resultados obtidos:
Goma de poliéster : A coloração azul do reagente permanece
Goma acrílica: não há tingimento, o tecido volta a cor natural.
Sugestão de receita para gomas de poliéster:
2 g/l de detergente aniônico
0,5 g/l de agente molhante.
Temperatura: 95º C à 100º C Tempo: 30 minutos
Sugestão de receita para gomas acrílica:
2 g/l de detergente aniônico
3 g/l de carbonato de sódio
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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0,5 g/l de agente molhante.
Temperatura: 95º C à 100º C Tempo: 30 minutos
Em caso de dificuldade na remoção da goma, ajustar o pH a 12 com soda cáustica
Sugestão de purga para óleo enzimático:
2 g/l de detergente aniônico
3 g/l de carbonato de sódio
Temperatura: 95º C Tempo: 30 minutos
Obs.: Deve-se trabalhar durante 10 minutos a 40º C e só depois elevar a temperatura a 95º C
Deve dar-se preferência a produtos aniônicos, pois se porventura quaisquer restos se encontrarem
fixados no material não afectam o subsequente tingimento dos fios, ao contrário do que se observa com
os produtos não-iônicos.
No caso de se notar a presença de corante indevido no tecido e este não estiver a ser eliminado com a
purga acima referida, então proceder à adição de 3g/l de Hidrossulfito de sódio concentrado à receita,
com o objectivo de reduzir o grupo cromóforo do corante ainda existente na fibra.
3-) TERMOFIXAÇÃO
Conforme citado anteriormente, o poliéster por ser uma fibra termoplástica adquire estabilidade
dimensional permanente quando submetido a alta temperatura.
Deve-se efectuar a termofixação à temperatura de 160ºC a 195ºC durante 30 a 60 segundos, na largura
desejada e conforme a gramagem pré-definida.
A termofixação pode ser realizada antes ou depois do tingimento, mas sempre que possível depois da
purga. Quando a termofixação for realizada após o tingimento, deve-se seleccionar os corantes para
que resistam às temperaturas de termofixação, sem que migrem alterando a cor. Deve-se utilizar
Ramas.
3.1 - TEMPERATURA MÍNIMA DE FIXAÇÃO:
Baixa estabilidade dimensional;
Toque macio e volumoso;
Maior sensibilidade à formação de rugas.
3.2 - TEMPERATURA ELEVADA DE FIXAÇÃO:
Elevada estabilidade dimensional;
Toque duro e fino;
Menor sensibilidade à formação de rugas.
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4-) OLIGÓMEROS
4.1 - O QUE SÃO OLIGÓMEROS?
 São polímeros muito curtos ou cíclicos resultado de uma fraca polimerização do
Poliester durante a fase química da produção da fibra ou filamentos.
Poliester com caracteristicas normais:
Oligómeros:
Os oligómeros constituem cerca de 1,5 a 2 % de uma fibra de Poliester e cerca de 80%
destes são Oligómeros cíclicos insolúveis.
4.2 - O QUE ACONTECE NO FIO?
 Depositam-se no fios e ou filamentos
 Dificultam o processamento do fio durante a bobinagem, tecelagem ou tricotagem:
 Quebra dos fios
 Aumento do atrito
 Poeira branca e sujidade nas máquinas
 Depósitos nas máquinas de tingimento (tubagens, bombas, serpentinas)
 Depósitos brancos nas bobines e nos equipamentos
 Originam manchas e tingimentos não uniformes.
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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o ?
As fibras de Poliéster em geral contém em diversas proporções, substâncias lineares ou cíclicas
(dímeros e trímeros) de baixo peso molecular, tecnicamente denominadas “oligómeros”. Estes
oligómeros tendem a sair do substrato durante o tingimento a alta temperatura e a transformar-se na
fase de resfriamento, em matéria insolúvel ou cristalina, depositando-se sobre o material e nas
máquinas de tingir.
Notar que a formação de depósitos de oligómeros é particularmente acentuada nas máquinas de tingir
com circulação de banho.
Os oligómeros podem originar manchas e véus cinzentos nos artigos em peça, bem como um toque
seboso do material, além de aumentar o coeficiente de fricção ( atrito ) quando em tingimento de fios
ou filamentos.
A quantidade de oligómeros contidas na fibra ou filamentos varia muito frequentemente de Poliéster
para Poliéster, só pode ser influenciada no decurso da fabricação do fio. Por isso o tintureiro não tem
outra alternativa senão diminuir a saída dos oligómeros da fibra procurando reduzir o seu efeito
desfavorável, evitando assim que se depositem em grande quantidade sobre o material e no aparelho de
tingimento.
4.3 MEDIDAS PARA REDUZIR O EFEITO DESFAVORÁVEL DOS OLIGÓMEROS
4.3.1 - Expor a fibra a altas temperaturas o menor tempo possível.
4.3.2 - Uso de dispersantes.
4.3.3 - Se possível soltar o banho de tingimento a alta temperatura (ideal acima de 110ºC).
No entanto, tendo em conta o tipo de poliester e a quantidade de oligómeros presente na fibra,
poderá efectuar-se o vazamento do banho à temperatura de 95ºC (efectuar a sua avaliação na
bobinagem através da verificação da quantidade depositada, avaliação do atrito e pegosidade do fio).
4.3.4 -Tingimento em banhos alcalinos.
4.3.5 - Limpeza redutiva após o tingimento.
Agente de remoção de Oligómeros.
Campos de Aplicação:
Lavagem redutiva de tingimentos de poliéster e na remoção de Oligómeros nos aparelhos de
tingimento.
Características:
Excelente remoção de Oligómeros.
Caracteres Físico-Químicos:
Aspecto: Líquido levemente viscoso, transparente, incolor a levemente amarelado.
Carácter Químico: Combinação de tensioactivos.
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Carácter Iónico: Catiônico
Solubilidade: Solúvel a 25ºC, em qualquer proporção, sob agitação.
Teor de Não Voláteis: 48,0% ± 2,0
pH(dil.10%): 7,0 - 8,0
Estabilidade na Aplicação Estável a água dura. Estável aos ácidos nas condições normais de aplicação.
Compatibilidade: Compatível com produtos catiônicos e não iónicos, porém recomenda-se testar
previamente.
Estabilidade na Armazenagem: Em embalagem original fechada e em condições normais de
armazenagem é estável por 6 meses.
Aplicação:
Na remoção de oligómeros em aparelhos de tingimento
- 1,0 g/L de Goldmul BV;
- 5,0 g/L Soda Cáustica a 50°Bé;
- 1,0 à 2,0 g/L de Goldpur MRO;
- 3,0 g/L Hidrossulfito de Sódio.
Iniciar com o Goldmul BV, Soda Cáustica e Goldpur MRO.
Aquecer até 90°C e adicionar o Hidrossulfito de Sódio.
Aquecer a 135°C e permanecer nesta temperatura por 30 min.
Na lavagem redutiva de poliéster para eliminação de oligómeros
- 20 min. a 80°C; embora o ideal seria lavar a 95º
- 2,0 g/L Soda Cáustica a 50°Bé;
- 1,0 g/L Hidrossulfito de Sódio;
- 0,5 g/L de Goldpur MRO.
Observar se no banho de tingimento contém produtos aniônicos. Se tal acontecer deverá ser efectuada
uma lavagem redutiva a qual deve ser feita em banho novo.
Segurança no Manuseamento:
Toxicologia:
Oral Tóxico.
Pele Irritante.
Mucosa Irritante.
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Primeiros Socorros:
- Pele: Lavar imediatamente o local com água em abundância, se necessário chamar um médico.
- Olhos: Lavar imediatamente o local com água em abundância.
Derramamento Acidental:
O material deve ser absorvido em areia ou outro material absorvente não combustível e guardado em
recipiente para posterior remoção. Lavar o local com bastante água.
Recomendações Especiais: Nenhuma.
Marca: goldpur MRO
4.4 - COMO ELIMINAR OS OLIGÓMEROS – OUTRO PROCESSO
4.4.1 - Através de uma lavagem redutora específica e reforçada
2 g/l Hidrosulfito
2,0 g/l dispersante para oligómeros
4 g/l soda cáustica palhetas
30 min 85 °C, lavar a quente e frio, neutralizar
4.4.2 – Lavagem redutora intensiva em Meio FORTEMENTE ALCALINO:
2 g/l Hidrosulfito
2 g/l OLIGOMEX NU
8 ml/l NaOH a 38º Be
30 min 85 °C, enxaguar quente e frio, neutralizar
4.4.3 - COMO EVITAR PROBLEMAS NO TINGIMENTO DE POLIESTER
4.4.3.1 - IGUALIZAÇÃO NO TINGIMENTO DO POLIESTER.
1 – Escolher o processo adequado, dos Parâmetros da máquina e efectuar uma correcta
bobinagem dos cones
2 – Utilizar dispersantes/igualizadores adequados (SERA GAL P – DEG/DRE)
3 – Utilizar um tampão/combinação sequestrante para melhor reprodutibilidade
(ATECID PHD)
4 –Juntar um carrier de alta temperatura (SYNTHAPAL BMN) no caso dos
tingimentos barrados ou problemas de penetração
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4.4.3.2 - EVITAR PROBLEMAS COM OLIGÓMEROS:
1 – Utilizar Igualizador / dispersante (SERA GAL P. DEG. Adrapur WR)
2 – Dispersante para os Oligómeros e ligante para Oligómeros (SERA Con P_NU
Adranet OD, Oligomex OLG)
5-) TINGIMENTO
A fibra de Poliéster , dentro das fibras sintéticas que tingem com corantes dispersos é a de estrutura
mais compacta e cristalina. Devido ao seu alto ponto de transição vítrea (cerca de 85C ), é necessário
que seja tingida a temperaturas elevadas que podem chegar até 140C ou ainda utilizar
transportadores (Carrier) nos banhos à ebulição, para que a velocidade de tingimento se torne
economicamente viável.
Visto que esta fibra possui óptimas propriedades têxteis e que podem ser mescladas com outras fibras,
sejam de origem sintética (químicas) como naturais, a tecnologia de tingimento foi desenvolvida
extraordinariamente, existindo métodos desde os tradicionais por esgotamento até os métodos
contínuos.
Os métodos de aplicação dependem da forma como se encontra a matéria-prima.
Assim, o filamento contínuo tinge-se por esgotamento em Autoclave a alta temperatura ou com
Carrier à ebulição, ou pelo método contínuo, com impregnação do corante e posterior fixação por calor
seco.
Todos os processos seguem mais ou menos os mesmos passos, a saber:
1 - Preparação,
2 - Tingimento propriamente dito,
3 - Enxaguamento,
4 - Lavagem redutiva e se necessário ensaboamento.
5.1. Tingimento à ebulição
Quando se tinge em máquinas abertas que não podem alcançar temperaturas superiores à 100C, é
necessário o uso de um transportador para se obter uma velocidade de tingimento razoável.
Os Carrier são compostos de baixo peso molecular que actua modificando a microestrutura da fibra
diminuindo suas tensões internas. Adicionados ao banho de tingimento aceleram a velocidade. Podem
ser compostos de fenóis, aminas, hidrocarbonetos aromáticos, ésteres, entre outros.
O Carrier é usado para o tingimento em máquinas abertas.
Deve-se tomar cuidado quando se utilizam transportadores muito voláteis (tipo clorobenzeno), pois se
os vapores condensarem nas paredes da máquina, podem voltar em formas de gotas, manchando os
tecidos.
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Sugestão de receita para tingimento à ebulição
2 g/l de sulfato de amónia (agente tampão)
0,5% - 2% de igualizante
1 – 4 g/l de agente dispersante
x g/l de transportador (Carrier)
x % de corante
pH 5,0 – 5,5 (ajustado com ácido fórmico)
Prepara-se o banho com o sulfato de amónia, ácido fórmico, agente dispersante e igualizante.
Aquece-se a 65 introduz-se o Carrier e ajusta-se novamente o pH 5,0-5,5. Depois de 10 minutos
adiciona-se o corante e eleva-se a temperatura a 95-100C a 1C/min, mantendo-se a ebulição durante
90 minutos.
Finalmente faz-se uma lavagem redutiva(item 5.3.).
5.2. Tingimento sob pressão e alta temperatura
É o processo mais racional e lógico do ponto de vista de uniformidade, penetração e solidez do
tingimento. A velocidade de difusão dos corantes dispersos a 130C é cerca de 1600 vezes superior à
obtida a 60C e cerca de 13 vezes superior à obtida a 100C.
Naturalmente é necessário utilizar corantes estáveis a alta temperatura para evitar floculação,
causando no tingimento o efeito de salpicadura. Operar a alta temperatura, significa:
a) - Aumento de energia cinética das moléculas dos corantes.
b) - Aumento do inchamento da fibra (ultrapassa-se a temperatura de transição vítrea,
facilitando o acesso do corante até as zonas amorfas da fibra).
c) - Melhor solubilidade dos corantes
É importante não superar a temperatura de 130C, sendo maior o risco de manchamento por excesso
de corantes absorvido, excepto nos casos onde existam dificuldade de tingimento, devido a alta
ordenação da molécula ( alta cristalinidade da fibra ), quando tingindo a 135C.
É aconselhável trabalhar em meio levemente ácido (pH 5,0 – 5,5) para garantir a não degradação da
fibra e da maioria dos corantes dispersos, este é o pH ideal para a montagem do corante.
Sugestão de receita para tingimento de Poliéster a alta temperatura (processo esgotamento):
x % de corante disperso (conforme cor desejada) x g/l dispersante (conforme quantidade de corantes
na receita. Quanto mais corantes maior será a quantidade de dispersante a ser utilizada) x % de
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igualizante (quanto maior a intensidade da cor, menor é a quantidade de igualizante a ser utilizada) pH
5,0 – 5,5 Temperatura: 130C Tempo: 30-60 minutos
5.3. Lavagem redutiva
A lavagem redutiva tem por objectivo eliminar da superfície da fibra o corante e os oligómeros que
porventura tenham migrado até o exterior da fibra depositado na superfície da mesma em forma de pó
branco. Este tratamento melhora a solidez à lavagem do tingimento.
Sugestão de receita
3 - 5 g/l de Hidróxido de sódio 50Bé
1 - 3 g/l de Hidrossulfito de sódio concentrado.
30 min à 70º - 80C
Neutralizar lavar
5.4. Máquinas
Para fios, utiliza-se o Autoclave à pressão (HT). Para tecidos, utiliza-se: Autoclave horizontal, Over
Flow, Jet, Jigger (HT) e máquinas contínuas (Thermosol), dependendo da aplicação final e das
características do tecido.
6-) ACABAMENTO
Consistem em operações capazes de modificar as características do substrato têxtil, dotando-o de
características técnicas e estéticas, exigidas pela aplicação final e que tornam o produto mais atraente.
Eles estão divididos em acabamentos físicos ou mecânicos.
6.1. Acabamentos químicos
O acabamento químico pode ser permanente ou temporário .
Quando o acabamento é temporário, significa que após algumas lavagens, o mesmo é retirado do
substrato. No caso de acabamento permanente, o mesmo permanece durante a vida útil do substrato.
Os principais produtos químicos e resinas usados no acabamento são:
6.1.1. - Amaciantes. São responsáveis pela diminuição do atrito e diminuição da carga estática
(agente antiestático) em um tecido.
Podem ser classificados quanto ao carácter químico: aniônicos, catiônicos, não iónicos e anfóteros .
Os de maior uso no mercado são os catiônicos e os não iónicos, enquanto que os silicónicos apresentam
os melhores resultados, porém o seu uso é limitado, devido ao seu alto custo.
6.1.2. - Encorpantes . São responsáveis pelo toque duro e rígido dado a um tecido. As gomas
podem ser enquadradas nesta categoria.
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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Destacam-se o acetato de polivinila (PVAc) e os acrilatos.
Resinas termoplásticas . Dão aos tecidos toques que vão do rígido ao macio, encorpado e aveludado.
Principais resinas termoplásticas:
Acetato de polivinila, Cloreto de polivinila, Álcool polivinílico, derivados do Ácido acrílico,
Poliestireno, Butadieno-estireno, Poliamida, Polietileno, Poliuretano, Poliéster, Poliéster acrílico e
Ésteres do ácido silicílico .
6.1.3. - Acabamento anti-mancha (Soil release) .Tem o objectivo de facilitar a remoção de
matérias gordas e outros tipos de sujidades, pois as fibras sintéticas têm grande afinidade a estas
matérias.
São chamadas genericamente de resina fluorquímica.
6.1.4. - Acabamentos fungicida e anti-mofo . Visam diminuir ou eliminar a acção dos micro -
organismos sobre o substrato têxtil.
São usados compostos inorgânicos como sais de cobre, zinco e boro ou compostos orgânicos como
fenóis clorados, sais quaternários de amónia entre outros.
6.1.5. - Acabamento hidro-repelente. Visa a repelência da água, quando a mesma entra em
contacto com o tecido.
Utiliza-se principalmente emulsão de parafina com sal de Zircónio.
6.1.6. - Acabamento anti-chama. Impede a ignifugação ou a propagação do fogo no substrato.
São usados: Cloreto de hidroximetil fosfónio, Cloreto de fosfonitrilo.
6.1.7. - Redução de peso. Tem por objectivo conferir ao tecido características próprias das
fibras naturais, especificamente da seda, melhorando o aspecto, toque, caímento, transpiração e
consequentemente o conforto do tecido.
A redução de peso (caustificação ou Debaca) é a degradação do poliéster de forma controlada.
É realizada com o auxílio de hidróxido de sódio (NaOH) e um agente catalisador, à temperatura de
ebulição ou superior. O processo pode ser feito por esgotamento ou impregnação, de forma contínua ou
descontínua.
Para cada artigo tratado é necessário que seja determinada a perda de peso desejada, de acordo com a
sua construção, sem que venha interferir de forma negativa na resistência do tecido.
A caustificação é sempre realizada antes do tingimento.
6.2. Acabamentos físicos
Os principais tratamentos físicos usados são:
6.2.1. - Sanforização. É o pré encolhimento do tecido através de compressão das tramas entre
uma manta de borracha e um cilindro aquecido, compactando os fios, evitando assim um encolhimento
posterior.
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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6.2.2. - Lixagem . Consiste na passagem do tecido por finas lixas em alta velocidade. Nesta
operação é obtido o famoso efeito de “pele de pêssego”.
6.2.3. - Plissagem. Consiste em aplicar ao tecido plisses (dobras) permanentes, usando as
características termoplásticas das fibras sintéticas, isto é fixando as dobras.
6.2.4. - Felpagem. Processo mecânico de desfiamento superficial das fibras, dando ao tecido
aspecto de flanela.
Geralmente é realizado em moletons, pois melhora-se o isolamento térmico, formando uma bolsa de ar.
6.2.5. - Termofixação. Processo térmico feito em rama para tecidos constituídos de fibras
termoplásticas. Tem o objectivo de melhorar a sua estabilidade dimensional, utilizando-se de sua
termoplasticidade.
6.2.6. - Calandragem. Processo de esmagamento superficial do tecido. O mesmo é espremido
entre dois cilindros sob pressão e alta temperatura. Visa o aumento de sua estabilidade dimensional e
brilho.
6.2.7. - Gofragem ou Gofrê. Semelhante à calandragem, no entanto um dos cilindros possui um
desenho em alto-relevo que se reproduz no tecido, dando o efeito de textura.
6.2.8. – Para artigos em malha, utilização de Carda de Carbono para criar levantamento de
fibras e uniformidade no aspecto da mesma.
7-) Multifilamentos
Ainda não há uma definição clara, entre os produtores mundiais de fibras sintéticas sobre o termo
multifilamento e os limites que os classificam.
Geralmente é aceita a seguinte classificação:
Multifilamentos: Fios de Poliéster compostos por filamentos com títulos individuais entre 1 e 2 dtex
As mesmas condições de processamento descritas anteriormente são válidas também quando se
trabalham com multifilamentos de poliéster.
Os multifilamentos conferem ao tecido melhor aspecto, toque sedoso e volumoso, caimento tipo seda, e
óptima respiração e consequentemente um melhor conforto dado pelo tecido ao ser usado quando já
vestuário.
7.1. Comportamento tintorial
O comportamento tintorial difere-se nos tecidos de multifilamentos em comparação com os filamentos
normais. Para a mesma densidade de fios , a superfície específica é maior, provocando um factor de
cobertura também maior.
Quanto mais finos forem os filamentos maior será sua área de absorção, a qual dá lugar a uma
velocidade de tingimento maior que nos filamentos maiores. O aumento da velocidade de tingimento
deve-se ao aumento líquido da adsorsão do corante na superfície da fibra. Em contrapartida a difusão
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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do corante é mais lenta, o que pode provocar tingimentos desiguais, pois há uma difusão irregular do
corante na fibra.
É necessário que na fase de difusão do corante 100C à 120C a velocidade de subida de temperatura,
seja mais lenta não ultrapassando 1C/min, melhorando assim, a homogeneidade de montagem do
corante. É importante também que o tempo de tingimento à máxima temperatura seja maior que o
usado habitualmente. Deste modo diminui-se a probabilidade de tingimentos não uniformes e degradés
Devido a maior área a ser tingida, será maior a quantidade de corante necessária para se obter a
mesma sensação de cor.
7.2. Máquinas utilizadas.
Ao menor diâmetro dos filamentos, aumenta sua capacidade de empacotamento reduzindo a
porosidade e limitando a circulação de banho através do material.
Por estas considerações é aconselhável que os multifilamentos sejam tingidos na forma de cordas em
“Jets” e “Overs”, obtendo, além de tingimentos mais uniformes, com um maior volume e corpo.
No caso de Tecidos, é pouco recomendável o tingimento em “Foulard”, pois neste processo o tecido
desenvolve muito pouco as suas possibilidades de voluminosidade.
É pouco recomendável também o tingimento na forma empacotada (turbos), já que neste caso, também
o artigo desenvolve pouco a sua voluminosidade e obtém-se toques mais rígidos.
No processo de tingimento em bobines perfuradas, há que ter o máximo cuidado no que diz respeito à
densidade das mesmas.
Na utilização de um Autoclave THIES os valores de densidade a utilizar devem seguir a tabela abaixo:
Recomendações para a densidade de enrolamento e do prensado
Matéria
Prima
Tipo de
Tubo
Densidade do
Enrolamento (g/l)
Densidade do
Prensado (g/l)
Diãmetro
(mm)
Peso (g)
Fiação - Fibras Cortadas 100% Poliester
100%PES Flexivel 360 - 380 420 - 480 180 - 220 1200 - 1600
Poliester Filamentos contínuos
100% PES
Texturizado
Flexivel 380 - 400 430 - 490 200 - 250 2500 - 4000
100% PES Flexivel 380 - 400 450 - 500 180 – 250 1300 - 3500
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24
16
8-) TINGIMENTO DE FIOS
O tingimento de poliéster em fios pode se realizado na forma de bobinas cruzadas cónicas ou
cilíndricas em autoclaves.
Tipo de bobina e de suporte:
O material para ser tingido deve ser enrolado num suporte cónico ou cilíndrico, ambos perfurados,
através de cujos orifícios penetra o banho de tingimento, o qual entrará em contacto com a matéria.
Os suportes sobre os quais se enrolam o fio são classificados quanto à sua deformidade em rígidos ou
elásticos. Os suportes rígidos são indeformáveis, tanto no enrolamento como durante o processo de
tingimento não permitindo a absorção das tensões que se produzem como consequência do fenómeno
de contracção. Nos suportes elásticos essas tensões são total ou parcialmente absorvidas.
Os suportes elásticos podem ter deformidade tanto no sentido longitudinal, permitindo a diminuição da
altura sem variar o seu diâmetro interno; também podem ser deformáveis tanto no sentido
longitudinal como também no transversal.
O ângulo de cruzamento do fio nas bobines deve ser de 1.5 voltas.
8.1. Cuidados
Para se obter um tingimento igualizado em toda a massa de fio é necessário que as bobinas sejam
enroladas com tensão uniforme, desde o interior até o exterior da bobina, para que se mantenha a
mesma densidade e dureza em todas as posições com a mínima variação possível. Caso contrário
poderá haver diferenças de intensidade de cor.
Com a prensagem das bobinas antes do tingimento (20% a 30% no longitudinal –“borear), diminuem-
se eventuais variações de dureza e densidade, diminuindo a probabilidade de tingimentos desiguais.
Entretanto se a densidade da bobina for maior do que a bomba de circulação possa suportar, haverá
pouca passagem da solução através do material, ocasionando manchas e diferente tonalidade entre as
partes do meio, interna e externa da bobina.
Outro factor a ser considerado, é a diferença de área entre as partes interna e externa.
Por exemplo, no sentido de circulação interior versus exterior produz-se uma maior concentração de
corante na superfície interior que na exterior e em relação à maior concentração que se produz na
circulação exterior versus interior é muito maior que no primeiro caso. Para equilibrar estas
diferenças de concentração é necessário que:
Estabeleça uma circulação alternada de banho a fim de igualar as intensidades do tingimento obtidas
entre o interior e exterior da bobina.
O tempo no qual se deve efectuar o tingimento no sentido IE, é sempre menor que o tempo de
circulação no sentido EI, para se obter uma homogeneização do corante em toda a secção da bobina.
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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17
À medida em que as bobinas tenham uma configuração geométrica onde as diferenças de superfície
interior e exterior tendem anular-se, menos necessário será a inversão de circulação, porque a
concentração de corante em ambas as superfícies tenderá a ser igual.
O tingimento deve ser sempre a alta temperatura. Os aparelhos devem ser providos de uma bomba
com um rendimento mínimo de 20 litros/Kg/min..
8.2 – Autoclaves:
Máquina de Tingir Bobines – Autoclave e respectivo processo
Características importantes dos Autoclaves:
 Material não se movimenta
 Movimento forte do banho de tingir
 Com controlo da temperatura
Uma boa Bobinagem é muito importante
8.3 – TINTURARIA DE FIOS EM BOBINES
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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18
9 – ALGUMAS NOTAS IMPORTANTES A TER EM CONSIDERAÇÃO NO PROCESSO
DO TINGIMENTO DO POLIESTER
 Os Corantes DISPERSOS não reagem com a fibra
 A Fixação é efectuada através da introdução dentro da estrutura da fibra
 “Abrir” a fibra através de auxiliares de tingimento – CARRIER (“Carregador” para a
molécula de corante para dentro da Fibra);
ou
 Abrir a fibra através de Tingimento a Alta Temperatura do Tingimento a 130 – 138ºC
9.1 – CURVA DO PROCESSO DE TINGIMENTO:
9.2 - FUNCIONAMENTO DO PROCESSO DO TINGIMENTO DO POLIÉSTER
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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19
9.3 - MONTAGEM DO CORANTE NA FIBRA DE POLIESTER COM UTILIZAÇÃO DE UM
IGUALIZADOR
9.4 - Tingimento de Mistura PES + CO – Um desafio na Solidez
Solidez à lavagem :
• Em PES /CEL pior que em PES 100%
==> baixa reserva para algodão dos corantes dispersos
==> os corantes dispersos sobre o algodão desbotam facilmente
• Corantes dispersos termomigram para fora do PES, quando
==> tempo de lavagem dos reactivos demasiado longo,
==> termofixação,
==> temperatura e tempo de secagem excessivamente alta ou comprido,
... causa termomigração, reduzem a solidez
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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20
9.5 - SOLIDEZ A LAVAGEM DE 100% PES - MANCHAMENTO A DIFERENTES
TEMPERATURAS
Temperatura de
lavagem
40ºC 60ºC 98ºC
CA Baixo Médio
--
CO Muito baixo Muito baixo Muito Baixo
PA Baixo/Médio Alto --
PES Muito baixo Médio Alto
PAN Muito baixo Muito baixo ---
WO Muito baixo Muito baixo ---
Resumo: a 60°C, os corantes dispersos têm uma alta afinidade para a poliamida, média para o
poliéster e acetato e muito baixa para o algodão.
9.6 - TERMOMIGRAÇÃO E SOLIDEZ A LAVAGEM
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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21
9.6.1 - Factores que influenciam a termomigração
 A temperatura do tratamento com calor
A migração do um corante disperso até a superficie da fibra começa a partir
dos 140ºC.
 O tipo e a quantidade dos produtos de acabamento
A maior parte dos produtos de acabamento aumentam a migração do
corante durante a termofixação.
As substâncias hidrófobas em particular têm um poder de extracção forte.
 O nível de energia e a concentraçaõ do corante
A quantidade de corante que migra até a superfície da fibra é maior para
corantes de baixa energia e para cores intensas.
 O tipo de substrato
Microfibras e misturas com PES dão origem à uma pior solidez ao húmido
que fibras de PES normal e PES 100%.
9.6.2 - Exemplo de fraca solidez causada pela termomigração
Teste Laboratorial Com banho
redutor
Termofixado a
180ºC, 30 s
Termofixado +
Sapamin O C
Lavagem 60ºC
Manchamento (PA)
5 3 2
Perspiração alcalina
Manchamento (PA)
5 4 3
Fricção a seco
Manchamento (CO)
5 4 - 5 4
10 – Parâmetros Importantes na aplicação por Esgotamento.
1. Concentração constante através da Bobine
2. Temperatura
3. Pressão da Bomba
4. Controlo do pH
5. Ciclo de circulação
6. Tempo
7. Grau de esgotamento.
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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11 – OUTROS PRODUTOS AUXILIARES UTILIZADOS
PARA REMOÇÃO DE OLIGÔMEROS
INPALCLEAN DTI
Composição de poli-glicóis butilados, indicada para remoção de incrustação de corantes, oligómeros e
óleos residuais após o processo de tingimento de artigos de poliester.
NOTA:
Pioneiros nos lançamentos dos carriers para tingimento de poliéster e em seguida complementação da
linha com retardantes, igualizantes, fixadores, surfactantes, anti-quebra, etc. A linha INPAL para
tinturaria está presente onde um tingimento uniforme e económico é requerido
IGUALIZANTES
INPALIZAN OLG
Produto multi-funcional com efeito removedor de oligómeros, dispersante, igualizante, amaciante e
antiestático, aumentando a condutibilidade eléctrica das fibras sintéticas e suas misturas, devendo ser
empregado nos banhos de tingimento
INPALIZAN IP
Igualizante para tingimento de poliéster por processo HT, podendo ser usado na purga e tingimento
simultâneos de poliéster.
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23
12 - RECEITAS PARA UM TINGIMENTO DE FIOS FIADOS 100% POLIESTER.
12.1 – PESO LÍQUIDO DO FIO A TINGIR - 185,0 Kg
PRODUTOS UTILIZADO NO PROCESSO DE TINGIMENTO:
0,5 g/litro - Fosfato Trissodio
x cc /litro – Ácido Acético Glacial PH 4,5 – 5,0
1g/litro - Permulsionn PE
0,5g/litro - Imogen DLP – N
TRICOMIA - RECEITA DE CORES:
0,3% - Amarelo corolene XF
0,24% - Alanrajado Fantagen 3g – SD
1,0% - Azul escuro Fantagen K-R50
TEMPERATURAS:
Inicial - 40ºC
Final - 130ºC
NOTA: NO PROCESSO DE TINGIMENTO - TRATAR 60 MINUTOS A 130ºC.
TRATAMENTO REDUTIVO:
5 cc/litro - Soda Caustica a 38º BÉ
3 g/litro - Hidrossulfito de Sódio
NO PROCESSO REDUTIVO – TRATAR 20 MINUTOS A 70 – 80ºC.
Processo de Tingimento dos fios de Poliester
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24
12.2 – OUTRA RECEITA.

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Processo de Tingimento dos fios de Poliéster

  • 1. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 1 FORMAÇÃO PROFISSIONAL TINTURARIA TÊXTIL TINGIMENTO DE FIOS 100% POLIESTER EM BOBINES CRUZADAS TINGIMENTO EM AUTOCLAVE Autor: Constantino Monteiro Alves, Eng. Têxtil Ano 2015
  • 2. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 2 Tipo de Fibra: Sintética Base química: Polietilenotereftalato As fibras de Poliéster, juntamente com as Acrílicas e as de Poliamida, constituem as fibras sintéticas mais importantes para a indústria têxtil. O material base, o poliéster, é quimicamente um policondensado termoplástico linear. O principal poliéster usado para fins têxteis é o Polietilenotereftalato, obtidos na maioria dos casos à partir da policondensação do dimetiltereftalato e o dietileno glicol, sob vácuo e a alta temperatura. As fibras de Poliéster são elásticas e muito resistentes à tracção e à fricção. São muito estáveis à luz, aos ácidos, oxidantes e aos solventes. Além disso são fáceis de lavar e secam rapidamente. As modernas tecnologias nos segmentos de Fiação, Tecelagem e Acabamento, podem permitir que a fibra atenda perfeitamente a exigência de sua aplicação. Essas características fazem do Poliéster, uma das mais versáteis fibras têxteis, podendo ser usado na fabricação de artigos para vestuário, decoração e lar, na indústria automobilística, em artigos de passamanaria e em tecidos técnicos, entre outras aplicações. 1-) - Características físico-químicas Unidade P O L I É S T E R 1. Peso específico g/cm3: 1,38 2. Tenacidade (condicionado) g/dtex: 2.4 – 4,5 3. Alongamento à rorura: de 17 – 25% 4. Elasticidade (após alongar 2%): 99% 5. %Elasticidade: Perde com temperaturas acima de 230C 6. Equilíbrio em ambiente condicionado (REGAIN) 20- 65% UR: 0,4 % 7. Comportamento à chama: Queima lentamente com odor aromático 8. Ponto de fusão: 258C 9. Ponto de amolecimento: 230C - 240C 10. Acção dos ácidos: Boa resistência aos ácidos diluídos e aos concentrados a frio 11. Resistência aos álcalis:
  • 3. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 3 FORTES: Resiste moderadamente aos álcalis fortes à temperatura ambiente, hidrolisa-se a temperaturas altas. FRACOS: Boa resistência aos álcalis fracos. 12. Acção dos oxidantes e redutores: Boa resistência 13. Acção de solventes orgânicos: Solúvel ao nitrobenzeno, fenol e metacresol a quente. Insolúvel na maioria dos álcalis, em benzeno, dioxano e dimetilformamida. Insolúvel nos solventes orgânicos empregados nas lavagens a seco. 14. Resistência ao mofo: Resistente. 15. Resistência à traça: Resistente. 16. Termoplasticidade: Com o aumento da temperatura, perde tenacidade e aumenta o alongamento. 17. Humidade Prolongada e exposição a humidade e a alta temperatura: produz degradação por hidrólise. 18. Tingibilidade: Tinge com corantes dispersos 2-) INFORMAÇÕES SOBRE AS TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO Durante o processamento têxtil, muitas vezes é necessário o uso de agentes de protecção e/ou lubrificação, tendo como objectivo proteger os delicados filamentos de Poliéster durante os processos de fiação e tecelagem,. Para isso são usados recursos físicos e químicos como: Inserção de pontos de entrelaçamento Retorção Engomagem Após protegê-los, geralmente colocam-se agentes de lubrificação, com o objectivo de minimizar o atrito e consequentemente diminuir as paragens das máquinas por rotura dos fios. Por se tratar de uma protecção apenas física, os dois primeiros itens não afectam quimicamente as propriedades de tingimento da fibra de poliéster, podendo afectar apenas as características do artigo final e no máximo diminuir a acessibilidade do banho de tingimento à fibra. 2.1. Óleos enzimáticos Os óleos enzimáticos usados nos produtos são compostos de óleo mineral, óleo sintético e agente emulsionante, com propriedades de lubrificação e antiestáticas, entre outras. Este composto é facilmente eliminado durante a purga, bastando uma lavagem a quente, levemente alcalina e com o auxílio de um detergente aniônico. Torna-se imprescindível a eliminação completa de todo o óleo enzimático, pois a presença do mesmo, pode afectar os processos subsequentes de Termo fixação e tingimento.
  • 4. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 4 2.2. Agentes de engomagem As principais gomas utilizadas no processo de preparação para a tecelagem de filamentos de poliéster são as do tipo: Poliéster Acrílica É necessário o tintureiro conhecer com precisão o tipo de goma utilizada. Em caso de dúvida, pode-se recorrer ao teste de azul-de-metileno. Esse corante tinge de azul apenas a goma acrílica, deixando as gomas de policondensados de poliéster na cor original. A eliminação completa dos agentes de engomagem é imprescindível, para se obter um bom tingimento. A goma acrílica é a mais usada actualmente na maioria das empresas têxteis. As diferentes constituições químicas das gomas, devem ser levadas em consideração quando se faz a receita de preparação, pois os resíduos de gomas podem provocar graves defeitos tintoriais e alterar as características do tecido. Gomas de diferentes características químicas são removidas de modo diferente. Por exemplo uma receita não adequada para determinado tipo de goma , pode precipitá-la originando uma maior dificuldade na sua eliminação. Durante a termofixação, se não removida completamente no processo purga/desengomagem, a goma pode polimerizar-se sobre o tecido, deixando-o com o toque rígido ( empapelado ) além de interferir nas propriedades tintoriais da fibra, na maioria das vezes indesejados. 2.3 – Teste de Azul Metileno Coloca-se uma pequena fita do tecido engomado na solução de azul-de-metileno. Deixa-se em contacto por três minutos. Após esse tempo lava-se bem, com água fria e procede-se ao seu enxaguamento com metanol. 2.3 – Resultados obtidos: Goma de poliéster : A coloração azul do reagente permanece Goma acrílica: não há tingimento, o tecido volta a cor natural. Sugestão de receita para gomas de poliéster: 2 g/l de detergente aniônico 0,5 g/l de agente molhante. Temperatura: 95º C à 100º C Tempo: 30 minutos Sugestão de receita para gomas acrílica: 2 g/l de detergente aniônico 3 g/l de carbonato de sódio
  • 5. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 5 0,5 g/l de agente molhante. Temperatura: 95º C à 100º C Tempo: 30 minutos Em caso de dificuldade na remoção da goma, ajustar o pH a 12 com soda cáustica Sugestão de purga para óleo enzimático: 2 g/l de detergente aniônico 3 g/l de carbonato de sódio Temperatura: 95º C Tempo: 30 minutos Obs.: Deve-se trabalhar durante 10 minutos a 40º C e só depois elevar a temperatura a 95º C Deve dar-se preferência a produtos aniônicos, pois se porventura quaisquer restos se encontrarem fixados no material não afectam o subsequente tingimento dos fios, ao contrário do que se observa com os produtos não-iônicos. No caso de se notar a presença de corante indevido no tecido e este não estiver a ser eliminado com a purga acima referida, então proceder à adição de 3g/l de Hidrossulfito de sódio concentrado à receita, com o objectivo de reduzir o grupo cromóforo do corante ainda existente na fibra. 3-) TERMOFIXAÇÃO Conforme citado anteriormente, o poliéster por ser uma fibra termoplástica adquire estabilidade dimensional permanente quando submetido a alta temperatura. Deve-se efectuar a termofixação à temperatura de 160ºC a 195ºC durante 30 a 60 segundos, na largura desejada e conforme a gramagem pré-definida. A termofixação pode ser realizada antes ou depois do tingimento, mas sempre que possível depois da purga. Quando a termofixação for realizada após o tingimento, deve-se seleccionar os corantes para que resistam às temperaturas de termofixação, sem que migrem alterando a cor. Deve-se utilizar Ramas. 3.1 - TEMPERATURA MÍNIMA DE FIXAÇÃO: Baixa estabilidade dimensional; Toque macio e volumoso; Maior sensibilidade à formação de rugas. 3.2 - TEMPERATURA ELEVADA DE FIXAÇÃO: Elevada estabilidade dimensional; Toque duro e fino; Menor sensibilidade à formação de rugas.
  • 6. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 6 4-) OLIGÓMEROS 4.1 - O QUE SÃO OLIGÓMEROS?  São polímeros muito curtos ou cíclicos resultado de uma fraca polimerização do Poliester durante a fase química da produção da fibra ou filamentos. Poliester com caracteristicas normais: Oligómeros: Os oligómeros constituem cerca de 1,5 a 2 % de uma fibra de Poliester e cerca de 80% destes são Oligómeros cíclicos insolúveis. 4.2 - O QUE ACONTECE NO FIO?  Depositam-se no fios e ou filamentos  Dificultam o processamento do fio durante a bobinagem, tecelagem ou tricotagem:  Quebra dos fios  Aumento do atrito  Poeira branca e sujidade nas máquinas  Depósitos nas máquinas de tingimento (tubagens, bombas, serpentinas)  Depósitos brancos nas bobines e nos equipamentos  Originam manchas e tingimentos não uniformes.
  • 7. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 7 o ? As fibras de Poliéster em geral contém em diversas proporções, substâncias lineares ou cíclicas (dímeros e trímeros) de baixo peso molecular, tecnicamente denominadas “oligómeros”. Estes oligómeros tendem a sair do substrato durante o tingimento a alta temperatura e a transformar-se na fase de resfriamento, em matéria insolúvel ou cristalina, depositando-se sobre o material e nas máquinas de tingir. Notar que a formação de depósitos de oligómeros é particularmente acentuada nas máquinas de tingir com circulação de banho. Os oligómeros podem originar manchas e véus cinzentos nos artigos em peça, bem como um toque seboso do material, além de aumentar o coeficiente de fricção ( atrito ) quando em tingimento de fios ou filamentos. A quantidade de oligómeros contidas na fibra ou filamentos varia muito frequentemente de Poliéster para Poliéster, só pode ser influenciada no decurso da fabricação do fio. Por isso o tintureiro não tem outra alternativa senão diminuir a saída dos oligómeros da fibra procurando reduzir o seu efeito desfavorável, evitando assim que se depositem em grande quantidade sobre o material e no aparelho de tingimento. 4.3 MEDIDAS PARA REDUZIR O EFEITO DESFAVORÁVEL DOS OLIGÓMEROS 4.3.1 - Expor a fibra a altas temperaturas o menor tempo possível. 4.3.2 - Uso de dispersantes. 4.3.3 - Se possível soltar o banho de tingimento a alta temperatura (ideal acima de 110ºC). No entanto, tendo em conta o tipo de poliester e a quantidade de oligómeros presente na fibra, poderá efectuar-se o vazamento do banho à temperatura de 95ºC (efectuar a sua avaliação na bobinagem através da verificação da quantidade depositada, avaliação do atrito e pegosidade do fio). 4.3.4 -Tingimento em banhos alcalinos. 4.3.5 - Limpeza redutiva após o tingimento. Agente de remoção de Oligómeros. Campos de Aplicação: Lavagem redutiva de tingimentos de poliéster e na remoção de Oligómeros nos aparelhos de tingimento. Características: Excelente remoção de Oligómeros. Caracteres Físico-Químicos: Aspecto: Líquido levemente viscoso, transparente, incolor a levemente amarelado. Carácter Químico: Combinação de tensioactivos.
  • 8. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 8 Carácter Iónico: Catiônico Solubilidade: Solúvel a 25ºC, em qualquer proporção, sob agitação. Teor de Não Voláteis: 48,0% ± 2,0 pH(dil.10%): 7,0 - 8,0 Estabilidade na Aplicação Estável a água dura. Estável aos ácidos nas condições normais de aplicação. Compatibilidade: Compatível com produtos catiônicos e não iónicos, porém recomenda-se testar previamente. Estabilidade na Armazenagem: Em embalagem original fechada e em condições normais de armazenagem é estável por 6 meses. Aplicação: Na remoção de oligómeros em aparelhos de tingimento - 1,0 g/L de Goldmul BV; - 5,0 g/L Soda Cáustica a 50°Bé; - 1,0 à 2,0 g/L de Goldpur MRO; - 3,0 g/L Hidrossulfito de Sódio. Iniciar com o Goldmul BV, Soda Cáustica e Goldpur MRO. Aquecer até 90°C e adicionar o Hidrossulfito de Sódio. Aquecer a 135°C e permanecer nesta temperatura por 30 min. Na lavagem redutiva de poliéster para eliminação de oligómeros - 20 min. a 80°C; embora o ideal seria lavar a 95º - 2,0 g/L Soda Cáustica a 50°Bé; - 1,0 g/L Hidrossulfito de Sódio; - 0,5 g/L de Goldpur MRO. Observar se no banho de tingimento contém produtos aniônicos. Se tal acontecer deverá ser efectuada uma lavagem redutiva a qual deve ser feita em banho novo. Segurança no Manuseamento: Toxicologia: Oral Tóxico. Pele Irritante. Mucosa Irritante.
  • 9. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 9 Primeiros Socorros: - Pele: Lavar imediatamente o local com água em abundância, se necessário chamar um médico. - Olhos: Lavar imediatamente o local com água em abundância. Derramamento Acidental: O material deve ser absorvido em areia ou outro material absorvente não combustível e guardado em recipiente para posterior remoção. Lavar o local com bastante água. Recomendações Especiais: Nenhuma. Marca: goldpur MRO 4.4 - COMO ELIMINAR OS OLIGÓMEROS – OUTRO PROCESSO 4.4.1 - Através de uma lavagem redutora específica e reforçada 2 g/l Hidrosulfito 2,0 g/l dispersante para oligómeros 4 g/l soda cáustica palhetas 30 min 85 °C, lavar a quente e frio, neutralizar 4.4.2 – Lavagem redutora intensiva em Meio FORTEMENTE ALCALINO: 2 g/l Hidrosulfito 2 g/l OLIGOMEX NU 8 ml/l NaOH a 38º Be 30 min 85 °C, enxaguar quente e frio, neutralizar 4.4.3 - COMO EVITAR PROBLEMAS NO TINGIMENTO DE POLIESTER 4.4.3.1 - IGUALIZAÇÃO NO TINGIMENTO DO POLIESTER. 1 – Escolher o processo adequado, dos Parâmetros da máquina e efectuar uma correcta bobinagem dos cones 2 – Utilizar dispersantes/igualizadores adequados (SERA GAL P – DEG/DRE) 3 – Utilizar um tampão/combinação sequestrante para melhor reprodutibilidade (ATECID PHD) 4 –Juntar um carrier de alta temperatura (SYNTHAPAL BMN) no caso dos tingimentos barrados ou problemas de penetração
  • 10. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 10 4.4.3.2 - EVITAR PROBLEMAS COM OLIGÓMEROS: 1 – Utilizar Igualizador / dispersante (SERA GAL P. DEG. Adrapur WR) 2 – Dispersante para os Oligómeros e ligante para Oligómeros (SERA Con P_NU Adranet OD, Oligomex OLG) 5-) TINGIMENTO A fibra de Poliéster , dentro das fibras sintéticas que tingem com corantes dispersos é a de estrutura mais compacta e cristalina. Devido ao seu alto ponto de transição vítrea (cerca de 85C ), é necessário que seja tingida a temperaturas elevadas que podem chegar até 140C ou ainda utilizar transportadores (Carrier) nos banhos à ebulição, para que a velocidade de tingimento se torne economicamente viável. Visto que esta fibra possui óptimas propriedades têxteis e que podem ser mescladas com outras fibras, sejam de origem sintética (químicas) como naturais, a tecnologia de tingimento foi desenvolvida extraordinariamente, existindo métodos desde os tradicionais por esgotamento até os métodos contínuos. Os métodos de aplicação dependem da forma como se encontra a matéria-prima. Assim, o filamento contínuo tinge-se por esgotamento em Autoclave a alta temperatura ou com Carrier à ebulição, ou pelo método contínuo, com impregnação do corante e posterior fixação por calor seco. Todos os processos seguem mais ou menos os mesmos passos, a saber: 1 - Preparação, 2 - Tingimento propriamente dito, 3 - Enxaguamento, 4 - Lavagem redutiva e se necessário ensaboamento. 5.1. Tingimento à ebulição Quando se tinge em máquinas abertas que não podem alcançar temperaturas superiores à 100C, é necessário o uso de um transportador para se obter uma velocidade de tingimento razoável. Os Carrier são compostos de baixo peso molecular que actua modificando a microestrutura da fibra diminuindo suas tensões internas. Adicionados ao banho de tingimento aceleram a velocidade. Podem ser compostos de fenóis, aminas, hidrocarbonetos aromáticos, ésteres, entre outros. O Carrier é usado para o tingimento em máquinas abertas. Deve-se tomar cuidado quando se utilizam transportadores muito voláteis (tipo clorobenzeno), pois se os vapores condensarem nas paredes da máquina, podem voltar em formas de gotas, manchando os tecidos.
  • 11. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 11 Sugestão de receita para tingimento à ebulição 2 g/l de sulfato de amónia (agente tampão) 0,5% - 2% de igualizante 1 – 4 g/l de agente dispersante x g/l de transportador (Carrier) x % de corante pH 5,0 – 5,5 (ajustado com ácido fórmico) Prepara-se o banho com o sulfato de amónia, ácido fórmico, agente dispersante e igualizante. Aquece-se a 65 introduz-se o Carrier e ajusta-se novamente o pH 5,0-5,5. Depois de 10 minutos adiciona-se o corante e eleva-se a temperatura a 95-100C a 1C/min, mantendo-se a ebulição durante 90 minutos. Finalmente faz-se uma lavagem redutiva(item 5.3.). 5.2. Tingimento sob pressão e alta temperatura É o processo mais racional e lógico do ponto de vista de uniformidade, penetração e solidez do tingimento. A velocidade de difusão dos corantes dispersos a 130C é cerca de 1600 vezes superior à obtida a 60C e cerca de 13 vezes superior à obtida a 100C. Naturalmente é necessário utilizar corantes estáveis a alta temperatura para evitar floculação, causando no tingimento o efeito de salpicadura. Operar a alta temperatura, significa: a) - Aumento de energia cinética das moléculas dos corantes. b) - Aumento do inchamento da fibra (ultrapassa-se a temperatura de transição vítrea, facilitando o acesso do corante até as zonas amorfas da fibra). c) - Melhor solubilidade dos corantes É importante não superar a temperatura de 130C, sendo maior o risco de manchamento por excesso de corantes absorvido, excepto nos casos onde existam dificuldade de tingimento, devido a alta ordenação da molécula ( alta cristalinidade da fibra ), quando tingindo a 135C. É aconselhável trabalhar em meio levemente ácido (pH 5,0 – 5,5) para garantir a não degradação da fibra e da maioria dos corantes dispersos, este é o pH ideal para a montagem do corante. Sugestão de receita para tingimento de Poliéster a alta temperatura (processo esgotamento): x % de corante disperso (conforme cor desejada) x g/l dispersante (conforme quantidade de corantes na receita. Quanto mais corantes maior será a quantidade de dispersante a ser utilizada) x % de
  • 12. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 12 igualizante (quanto maior a intensidade da cor, menor é a quantidade de igualizante a ser utilizada) pH 5,0 – 5,5 Temperatura: 130C Tempo: 30-60 minutos 5.3. Lavagem redutiva A lavagem redutiva tem por objectivo eliminar da superfície da fibra o corante e os oligómeros que porventura tenham migrado até o exterior da fibra depositado na superfície da mesma em forma de pó branco. Este tratamento melhora a solidez à lavagem do tingimento. Sugestão de receita 3 - 5 g/l de Hidróxido de sódio 50Bé 1 - 3 g/l de Hidrossulfito de sódio concentrado. 30 min à 70º - 80C Neutralizar lavar 5.4. Máquinas Para fios, utiliza-se o Autoclave à pressão (HT). Para tecidos, utiliza-se: Autoclave horizontal, Over Flow, Jet, Jigger (HT) e máquinas contínuas (Thermosol), dependendo da aplicação final e das características do tecido. 6-) ACABAMENTO Consistem em operações capazes de modificar as características do substrato têxtil, dotando-o de características técnicas e estéticas, exigidas pela aplicação final e que tornam o produto mais atraente. Eles estão divididos em acabamentos físicos ou mecânicos. 6.1. Acabamentos químicos O acabamento químico pode ser permanente ou temporário . Quando o acabamento é temporário, significa que após algumas lavagens, o mesmo é retirado do substrato. No caso de acabamento permanente, o mesmo permanece durante a vida útil do substrato. Os principais produtos químicos e resinas usados no acabamento são: 6.1.1. - Amaciantes. São responsáveis pela diminuição do atrito e diminuição da carga estática (agente antiestático) em um tecido. Podem ser classificados quanto ao carácter químico: aniônicos, catiônicos, não iónicos e anfóteros . Os de maior uso no mercado são os catiônicos e os não iónicos, enquanto que os silicónicos apresentam os melhores resultados, porém o seu uso é limitado, devido ao seu alto custo. 6.1.2. - Encorpantes . São responsáveis pelo toque duro e rígido dado a um tecido. As gomas podem ser enquadradas nesta categoria.
  • 13. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 13 Destacam-se o acetato de polivinila (PVAc) e os acrilatos. Resinas termoplásticas . Dão aos tecidos toques que vão do rígido ao macio, encorpado e aveludado. Principais resinas termoplásticas: Acetato de polivinila, Cloreto de polivinila, Álcool polivinílico, derivados do Ácido acrílico, Poliestireno, Butadieno-estireno, Poliamida, Polietileno, Poliuretano, Poliéster, Poliéster acrílico e Ésteres do ácido silicílico . 6.1.3. - Acabamento anti-mancha (Soil release) .Tem o objectivo de facilitar a remoção de matérias gordas e outros tipos de sujidades, pois as fibras sintéticas têm grande afinidade a estas matérias. São chamadas genericamente de resina fluorquímica. 6.1.4. - Acabamentos fungicida e anti-mofo . Visam diminuir ou eliminar a acção dos micro - organismos sobre o substrato têxtil. São usados compostos inorgânicos como sais de cobre, zinco e boro ou compostos orgânicos como fenóis clorados, sais quaternários de amónia entre outros. 6.1.5. - Acabamento hidro-repelente. Visa a repelência da água, quando a mesma entra em contacto com o tecido. Utiliza-se principalmente emulsão de parafina com sal de Zircónio. 6.1.6. - Acabamento anti-chama. Impede a ignifugação ou a propagação do fogo no substrato. São usados: Cloreto de hidroximetil fosfónio, Cloreto de fosfonitrilo. 6.1.7. - Redução de peso. Tem por objectivo conferir ao tecido características próprias das fibras naturais, especificamente da seda, melhorando o aspecto, toque, caímento, transpiração e consequentemente o conforto do tecido. A redução de peso (caustificação ou Debaca) é a degradação do poliéster de forma controlada. É realizada com o auxílio de hidróxido de sódio (NaOH) e um agente catalisador, à temperatura de ebulição ou superior. O processo pode ser feito por esgotamento ou impregnação, de forma contínua ou descontínua. Para cada artigo tratado é necessário que seja determinada a perda de peso desejada, de acordo com a sua construção, sem que venha interferir de forma negativa na resistência do tecido. A caustificação é sempre realizada antes do tingimento. 6.2. Acabamentos físicos Os principais tratamentos físicos usados são: 6.2.1. - Sanforização. É o pré encolhimento do tecido através de compressão das tramas entre uma manta de borracha e um cilindro aquecido, compactando os fios, evitando assim um encolhimento posterior.
  • 14. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 14 6.2.2. - Lixagem . Consiste na passagem do tecido por finas lixas em alta velocidade. Nesta operação é obtido o famoso efeito de “pele de pêssego”. 6.2.3. - Plissagem. Consiste em aplicar ao tecido plisses (dobras) permanentes, usando as características termoplásticas das fibras sintéticas, isto é fixando as dobras. 6.2.4. - Felpagem. Processo mecânico de desfiamento superficial das fibras, dando ao tecido aspecto de flanela. Geralmente é realizado em moletons, pois melhora-se o isolamento térmico, formando uma bolsa de ar. 6.2.5. - Termofixação. Processo térmico feito em rama para tecidos constituídos de fibras termoplásticas. Tem o objectivo de melhorar a sua estabilidade dimensional, utilizando-se de sua termoplasticidade. 6.2.6. - Calandragem. Processo de esmagamento superficial do tecido. O mesmo é espremido entre dois cilindros sob pressão e alta temperatura. Visa o aumento de sua estabilidade dimensional e brilho. 6.2.7. - Gofragem ou Gofrê. Semelhante à calandragem, no entanto um dos cilindros possui um desenho em alto-relevo que se reproduz no tecido, dando o efeito de textura. 6.2.8. – Para artigos em malha, utilização de Carda de Carbono para criar levantamento de fibras e uniformidade no aspecto da mesma. 7-) Multifilamentos Ainda não há uma definição clara, entre os produtores mundiais de fibras sintéticas sobre o termo multifilamento e os limites que os classificam. Geralmente é aceita a seguinte classificação: Multifilamentos: Fios de Poliéster compostos por filamentos com títulos individuais entre 1 e 2 dtex As mesmas condições de processamento descritas anteriormente são válidas também quando se trabalham com multifilamentos de poliéster. Os multifilamentos conferem ao tecido melhor aspecto, toque sedoso e volumoso, caimento tipo seda, e óptima respiração e consequentemente um melhor conforto dado pelo tecido ao ser usado quando já vestuário. 7.1. Comportamento tintorial O comportamento tintorial difere-se nos tecidos de multifilamentos em comparação com os filamentos normais. Para a mesma densidade de fios , a superfície específica é maior, provocando um factor de cobertura também maior. Quanto mais finos forem os filamentos maior será sua área de absorção, a qual dá lugar a uma velocidade de tingimento maior que nos filamentos maiores. O aumento da velocidade de tingimento deve-se ao aumento líquido da adsorsão do corante na superfície da fibra. Em contrapartida a difusão
  • 15. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 15 do corante é mais lenta, o que pode provocar tingimentos desiguais, pois há uma difusão irregular do corante na fibra. É necessário que na fase de difusão do corante 100C à 120C a velocidade de subida de temperatura, seja mais lenta não ultrapassando 1C/min, melhorando assim, a homogeneidade de montagem do corante. É importante também que o tempo de tingimento à máxima temperatura seja maior que o usado habitualmente. Deste modo diminui-se a probabilidade de tingimentos não uniformes e degradés Devido a maior área a ser tingida, será maior a quantidade de corante necessária para se obter a mesma sensação de cor. 7.2. Máquinas utilizadas. Ao menor diâmetro dos filamentos, aumenta sua capacidade de empacotamento reduzindo a porosidade e limitando a circulação de banho através do material. Por estas considerações é aconselhável que os multifilamentos sejam tingidos na forma de cordas em “Jets” e “Overs”, obtendo, além de tingimentos mais uniformes, com um maior volume e corpo. No caso de Tecidos, é pouco recomendável o tingimento em “Foulard”, pois neste processo o tecido desenvolve muito pouco as suas possibilidades de voluminosidade. É pouco recomendável também o tingimento na forma empacotada (turbos), já que neste caso, também o artigo desenvolve pouco a sua voluminosidade e obtém-se toques mais rígidos. No processo de tingimento em bobines perfuradas, há que ter o máximo cuidado no que diz respeito à densidade das mesmas. Na utilização de um Autoclave THIES os valores de densidade a utilizar devem seguir a tabela abaixo: Recomendações para a densidade de enrolamento e do prensado Matéria Prima Tipo de Tubo Densidade do Enrolamento (g/l) Densidade do Prensado (g/l) Diãmetro (mm) Peso (g) Fiação - Fibras Cortadas 100% Poliester 100%PES Flexivel 360 - 380 420 - 480 180 - 220 1200 - 1600 Poliester Filamentos contínuos 100% PES Texturizado Flexivel 380 - 400 430 - 490 200 - 250 2500 - 4000 100% PES Flexivel 380 - 400 450 - 500 180 – 250 1300 - 3500
  • 16. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 16 8-) TINGIMENTO DE FIOS O tingimento de poliéster em fios pode se realizado na forma de bobinas cruzadas cónicas ou cilíndricas em autoclaves. Tipo de bobina e de suporte: O material para ser tingido deve ser enrolado num suporte cónico ou cilíndrico, ambos perfurados, através de cujos orifícios penetra o banho de tingimento, o qual entrará em contacto com a matéria. Os suportes sobre os quais se enrolam o fio são classificados quanto à sua deformidade em rígidos ou elásticos. Os suportes rígidos são indeformáveis, tanto no enrolamento como durante o processo de tingimento não permitindo a absorção das tensões que se produzem como consequência do fenómeno de contracção. Nos suportes elásticos essas tensões são total ou parcialmente absorvidas. Os suportes elásticos podem ter deformidade tanto no sentido longitudinal, permitindo a diminuição da altura sem variar o seu diâmetro interno; também podem ser deformáveis tanto no sentido longitudinal como também no transversal. O ângulo de cruzamento do fio nas bobines deve ser de 1.5 voltas. 8.1. Cuidados Para se obter um tingimento igualizado em toda a massa de fio é necessário que as bobinas sejam enroladas com tensão uniforme, desde o interior até o exterior da bobina, para que se mantenha a mesma densidade e dureza em todas as posições com a mínima variação possível. Caso contrário poderá haver diferenças de intensidade de cor. Com a prensagem das bobinas antes do tingimento (20% a 30% no longitudinal –“borear), diminuem- se eventuais variações de dureza e densidade, diminuindo a probabilidade de tingimentos desiguais. Entretanto se a densidade da bobina for maior do que a bomba de circulação possa suportar, haverá pouca passagem da solução através do material, ocasionando manchas e diferente tonalidade entre as partes do meio, interna e externa da bobina. Outro factor a ser considerado, é a diferença de área entre as partes interna e externa. Por exemplo, no sentido de circulação interior versus exterior produz-se uma maior concentração de corante na superfície interior que na exterior e em relação à maior concentração que se produz na circulação exterior versus interior é muito maior que no primeiro caso. Para equilibrar estas diferenças de concentração é necessário que: Estabeleça uma circulação alternada de banho a fim de igualar as intensidades do tingimento obtidas entre o interior e exterior da bobina. O tempo no qual se deve efectuar o tingimento no sentido IE, é sempre menor que o tempo de circulação no sentido EI, para se obter uma homogeneização do corante em toda a secção da bobina.
  • 17. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 17 À medida em que as bobinas tenham uma configuração geométrica onde as diferenças de superfície interior e exterior tendem anular-se, menos necessário será a inversão de circulação, porque a concentração de corante em ambas as superfícies tenderá a ser igual. O tingimento deve ser sempre a alta temperatura. Os aparelhos devem ser providos de uma bomba com um rendimento mínimo de 20 litros/Kg/min.. 8.2 – Autoclaves: Máquina de Tingir Bobines – Autoclave e respectivo processo Características importantes dos Autoclaves:  Material não se movimenta  Movimento forte do banho de tingir  Com controlo da temperatura Uma boa Bobinagem é muito importante 8.3 – TINTURARIA DE FIOS EM BOBINES
  • 18. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 18 9 – ALGUMAS NOTAS IMPORTANTES A TER EM CONSIDERAÇÃO NO PROCESSO DO TINGIMENTO DO POLIESTER  Os Corantes DISPERSOS não reagem com a fibra  A Fixação é efectuada através da introdução dentro da estrutura da fibra  “Abrir” a fibra através de auxiliares de tingimento – CARRIER (“Carregador” para a molécula de corante para dentro da Fibra); ou  Abrir a fibra através de Tingimento a Alta Temperatura do Tingimento a 130 – 138ºC 9.1 – CURVA DO PROCESSO DE TINGIMENTO: 9.2 - FUNCIONAMENTO DO PROCESSO DO TINGIMENTO DO POLIÉSTER
  • 19. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 19 9.3 - MONTAGEM DO CORANTE NA FIBRA DE POLIESTER COM UTILIZAÇÃO DE UM IGUALIZADOR 9.4 - Tingimento de Mistura PES + CO – Um desafio na Solidez Solidez à lavagem : • Em PES /CEL pior que em PES 100% ==> baixa reserva para algodão dos corantes dispersos ==> os corantes dispersos sobre o algodão desbotam facilmente • Corantes dispersos termomigram para fora do PES, quando ==> tempo de lavagem dos reactivos demasiado longo, ==> termofixação, ==> temperatura e tempo de secagem excessivamente alta ou comprido, ... causa termomigração, reduzem a solidez
  • 20. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 20 9.5 - SOLIDEZ A LAVAGEM DE 100% PES - MANCHAMENTO A DIFERENTES TEMPERATURAS Temperatura de lavagem 40ºC 60ºC 98ºC CA Baixo Médio -- CO Muito baixo Muito baixo Muito Baixo PA Baixo/Médio Alto -- PES Muito baixo Médio Alto PAN Muito baixo Muito baixo --- WO Muito baixo Muito baixo --- Resumo: a 60°C, os corantes dispersos têm uma alta afinidade para a poliamida, média para o poliéster e acetato e muito baixa para o algodão. 9.6 - TERMOMIGRAÇÃO E SOLIDEZ A LAVAGEM
  • 21. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 21 9.6.1 - Factores que influenciam a termomigração  A temperatura do tratamento com calor A migração do um corante disperso até a superficie da fibra começa a partir dos 140ºC.  O tipo e a quantidade dos produtos de acabamento A maior parte dos produtos de acabamento aumentam a migração do corante durante a termofixação. As substâncias hidrófobas em particular têm um poder de extracção forte.  O nível de energia e a concentraçaõ do corante A quantidade de corante que migra até a superfície da fibra é maior para corantes de baixa energia e para cores intensas.  O tipo de substrato Microfibras e misturas com PES dão origem à uma pior solidez ao húmido que fibras de PES normal e PES 100%. 9.6.2 - Exemplo de fraca solidez causada pela termomigração Teste Laboratorial Com banho redutor Termofixado a 180ºC, 30 s Termofixado + Sapamin O C Lavagem 60ºC Manchamento (PA) 5 3 2 Perspiração alcalina Manchamento (PA) 5 4 3 Fricção a seco Manchamento (CO) 5 4 - 5 4 10 – Parâmetros Importantes na aplicação por Esgotamento. 1. Concentração constante através da Bobine 2. Temperatura 3. Pressão da Bomba 4. Controlo do pH 5. Ciclo de circulação 6. Tempo 7. Grau de esgotamento.
  • 22. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 22 11 – OUTROS PRODUTOS AUXILIARES UTILIZADOS PARA REMOÇÃO DE OLIGÔMEROS INPALCLEAN DTI Composição de poli-glicóis butilados, indicada para remoção de incrustação de corantes, oligómeros e óleos residuais após o processo de tingimento de artigos de poliester. NOTA: Pioneiros nos lançamentos dos carriers para tingimento de poliéster e em seguida complementação da linha com retardantes, igualizantes, fixadores, surfactantes, anti-quebra, etc. A linha INPAL para tinturaria está presente onde um tingimento uniforme e económico é requerido IGUALIZANTES INPALIZAN OLG Produto multi-funcional com efeito removedor de oligómeros, dispersante, igualizante, amaciante e antiestático, aumentando a condutibilidade eléctrica das fibras sintéticas e suas misturas, devendo ser empregado nos banhos de tingimento INPALIZAN IP Igualizante para tingimento de poliéster por processo HT, podendo ser usado na purga e tingimento simultâneos de poliéster.
  • 23. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 23 12 - RECEITAS PARA UM TINGIMENTO DE FIOS FIADOS 100% POLIESTER. 12.1 – PESO LÍQUIDO DO FIO A TINGIR - 185,0 Kg PRODUTOS UTILIZADO NO PROCESSO DE TINGIMENTO: 0,5 g/litro - Fosfato Trissodio x cc /litro – Ácido Acético Glacial PH 4,5 – 5,0 1g/litro - Permulsionn PE 0,5g/litro - Imogen DLP – N TRICOMIA - RECEITA DE CORES: 0,3% - Amarelo corolene XF 0,24% - Alanrajado Fantagen 3g – SD 1,0% - Azul escuro Fantagen K-R50 TEMPERATURAS: Inicial - 40ºC Final - 130ºC NOTA: NO PROCESSO DE TINGIMENTO - TRATAR 60 MINUTOS A 130ºC. TRATAMENTO REDUTIVO: 5 cc/litro - Soda Caustica a 38º BÉ 3 g/litro - Hidrossulfito de Sódio NO PROCESSO REDUTIVO – TRATAR 20 MINUTOS A 70 – 80ºC.
  • 24. Processo de Tingimento dos fios de Poliester Constantino Monteiro Alves, Eng.Têxtil Pag. nº de 24 24 12.2 – OUTRA RECEITA.