O documento descreve a evolução do entendimento sobre eletricidade desde a antiga Grécia até a invenção da pilha elétrica por Volta em 1800. Detalha estudos iniciais e descobertas de cientistas como Gilbert, Gray, Du Fay, Franklin, Galvani e Volta, culminando na construção da primeira pilha elétrica por Volta.
1. Das primeiras ideias da
eletricidade até a pilha de Volta
Universidade Federal de São Paulo Diadema – SP
PIBID – Sub/Projeto Química
Profª. Coordenadora Simone Martorano
Profª. Supervisora Alexandra Blumtritt
Amanda G. A. Martins
2. Primeiras ideias sobre a eletricidade
• Filósofo da antiga Grécia Tales de Mileto (636 -
546 a.c.)
• Atração de pequenos objetos pelo âmbar,
após atritado com tecido.
3. Renascimento e primeiros estudos
• Período reconhecido por muitos intelectuais
na literatura e nas artes
• Já na ciência, marcado pelas grandes
mudanças quanto as interpretações dos
fenômenos naturais
4. William Gilbert (1540 – 1603)
• Publicação, em 1600, do livro De Magnete,
Magneticisque Corporibus, et de Magno
Magnete Tellure (Sobre os ímãs, os corpos
magnéticos e o grande imã terrestre)
5. William Gilbert (1540 – 1603)
• Identificou materiais com comportamento
semelhante ao do âmbar
• Fez separação de corpos “elétricos” e “não-
eléticos”
Versorium de Gilbert
6. Otto von Guericke (1602 – 1686)
• Fez uma máquina eletroestática com uma
esfera de enxofre que podia girar em um eixo,
conseguindo acumular eletricidade estática
pelo atrito, por exemplo, com a mão, gerando
centelhas quando descarregadas
7. Garrafa de Leyden
• Desenvolvida paralelamente em 1745 e 1746,
por Ewald Jürgen von Kleist (1700 – 1748) e
por Pieter van Musschenbroek (1692 – 1761)
respectivamente.
8. Garrafa de Leyden
• Em contato com uma máquina eletroestática,
a garrafa podia acumular cargas elétricas, e
era descarregada se o fio era tocado com a
mão, causando um forte choque elétrico.
9. Stephen Gray (1666 – 1736)
• Em 1729, descobriu o fenômeno da condução
elétrica
• Separou os corpos em condutores de eletricidade,
e não-condutores (isolantes)
• Isso trouxe uma nova visão
sobre a natureza da
eletricidade, passando a ser
vista como algo substancial
que podia viajar através da
matéria
10. Charles François de Cisternay Du Fay
(1692 – 1739)
• Fez a divisão da eletricidade em resinosa e
vítrea
• Quando os dois diferentes tipos interagiam,
havia atração, mas se o mesmo tipo interagia,
havia repulsão
• Teoria dos dois fluídos
11. Benjamin Franklin (1706 – 1790)
• Ao contrário de Dufay, acreditava na existência
de apenas um fluído, o qual:
– Em quantidades normais era neutro
– Em excesso tornava o corpo positivo
– Em deficiência tornava o corpo negativo
12. Henry Cavendish (1731 – 1810)
• Utilizou as centelhas da máquina
eletroestática na reação do gás hidrogênio
com o gás oxigênio, conseguindo fazer a
síntese da água.
13. Luigi Galvani (1737 – 1798)
• Tinha interesse no uso medicinal da
eletricidade
• Estudava sobre a eletricidade animal,
buscando relação entre os movimentos
musculares e a eletricidade.
A eletricidade animal era uma teoria
que já existia, defendida por Pierre
Bertholon (1741-1800) juntamente
com Giuseppe Gardini (1740-1816)
14. Luigi Galvani (1737 – 1798)
• Seus estudos vieram a partir de um evento
acidental, envolvendo a dissecação de uma rã
enquanto uma máquina eletrostática estava em
funcionamento
15. Luigi Galvani (1737 – 1798)
• Baseado nas pesquisas de Benjamim Franklin
sobre a natureza elétrica dos raios, Galvani
pendurou várias rãs com ganchos de latão na
grade de ferro de seu jardim, afim de verificar se
elas apresentariam o mesmo comportamento
“Finalmente, cansado de esperar inutilmente, comecei a
apertar e espremer os ganchos que estavam presos à
espinha [das rãs] contra a grade de ferro, para ver se assim
conseguiria estimular a contração dos músculos e se, em
vez de depender das condições atmosféricas e de sua
eletricidade, alguma outra mudança poderia ter influência”
(Galvani, em Magie, A source book in physics, pp. 423-4).
16. Luigi Galvani (1737 – 1798)
• Estudando diversos materiais, Galvani conseguiu
reproduzir as contrações em seu laboratório
• Seus experimentos o levaram a concluir que a
eletricidade vinha do próprio animal
• Também observou que as
contrações eram mais
fortes quando utilizava
metais diferentes
17. Luigi Galvani (1737 – 1798)
• Publicou, em 1791, suas descobertas sobre a
eletricidade animal no livro chamado De
Viribus Eletricitatis in Motu Musculari (Sobre
as forças de eletricidade nos movimentos
musculares)
18. Alessandro Volta (1745-1827)
• Inicialmente, assim como Galvani, Volta
acreditava que havia um tipo de eletricidade
especial no corpo animal
• Após repetir e modificar os experimentos de
Galvani, verificou a importância do uso de
metais diferentes, mais tarde atribuindo o
efeito das contrações aos
dois metais diferentes
19. Eletricidade animal x metálica
• Em uma carta dirigida ao sobrinho de Galvani
em 1893, Volta declarou sua posição contraria
a eletricidade animal, deparando-se com
dificuldades para apoiar suas ideias devido:
– A utilização de animais em seus experimentos; e
– Aos estudos de Eusébio Valli, que conseguiu
causar contrações nas pernas de uma rã sem o
uso de metais, apenas fechando o circuito com as
mãos
20. Eletricidade animal x metálica
• Volta replicou, explicando o fenômeno observado
por Valli como resultado de condutores diferentes.
• Também analisou diferentes combinações de
materiais, metálicos ou não, que produziam efeitos
elétricos, mas sempre se utilizando de rãs.
• Até que, com as observações de Johann Georg
Sulzer (1720-1779) do efeito causado pelo contato
de sua língua com dois discos diferentes de metais,
Volta procurou detectar efeitos elétricos nos pares
de metais, conseguindo tal feito com a ajuda de seu
condensador, já construído em 1782.
21. Eletricidade animal x metálica
• Foi a partir da interpretação desses
fenômenos que Volta teve a ideia de empilhar
discos de dois metais diferentes intercalados,
também adicionando entre eles um disco de
tecido umedecido com água, ou solução salina
22. A primeira pilha elétrica
• Então, em 1800, Volta publicou em um artigo
sua invenção, a primeira pilha elétrica,
abrindo caminho para novos experimentos em
toda a Europa.
23. Referências
• TOLENTINO, M., ROCHA-FILHO, R.C. O bicentenário da invenção da
pilha elétrica. Química Nova na Escola. n. 11. Maio, 2000.
• OKI, M. C. M. A Eletricidade e a Química. Química Nova na Escola,
n. 12. Novembro, 2000.
• MARTINS, R. A. Alessandro Volta e a invenção da pilha: dificuldades
no estabelescimento da identidade entre o galvanismo e a
eletricidade. Grupo de História e Teoria da Ciência.
• RONAN, C. A. História Ilustrada da Ciência da Universidade de
Cambridge, Volume I: Das origens à Grécia. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed., 2001.
• CARVALHO, L. M., CALDAS, M. J. A., FACCIN, H. Os estudos sobre
química e eletricidade no renascimento: seus protagonistas, suas
obras e influências. Lusíada. História nº. 9/10/2013.
• MEDEIROS, A. As Origens Históricas do Eletroscópio. Revista
Brasileira de Ensino de Física. Vol. 24. Nº 3. Setembro, 2002.