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TEXTO DA DISCIPLINA DE FÍSICA – PROFª JOSI – 3º ANO
AS PRIMEIRAS DESCOBERTAS NO CAMPO DA ELETRICIDADE
FORÇA ELÉTRICA E FORÇA MAGNÉTICA
As primeiras descobertas das quais se tem notícia, relacionadas com fenômenos elétricos, foram feitas pelos
gregos, na Antiguidade. O filósofo e matemático Thales, que vivia na cidade de Mileto no século VI a.C., observou
que um pedaço de âmbar*, após ser atritado com uma pele de animal, adquiria a propriedade de atrair corpos leves
(como pedaços de palha e sementes de grama). Praticamente na mesma época observou-se também que certas
pedras – os imãs naturais – atraíam pedaços de ferro.
Durante muito tempo julgou-se que estes dois fenômenos eram da mesma natureza, ou seja, acreditou-se
que ambos eram devidos a uma mesma propriedade dos corpos materiais. Ainda na Antiguidade, entretanto,
percebeu-se uma grande diferença entre estes fenômenos: o âmbar atritado exercia sua atração sobre vários outros
corpos, enquanto o imã só atraía pedaços de ferro. Portanto, estas atrações não deviam ser confundidas entre si,
pois correspondiam a fenômenos diferentes. Em nossa linguagem atual, esta verificação é traduzida dizendo-se que
o âmbar atritado exerce uma força elétrica e o imã exerce uma força magnética.
IDEIAS INICIAIS SOBRE A ORIGEM DA FORÇA ELÉTRICA
Em todas as referências aos fenômenos elétricos feitas pelos filósofos da Antiguidade, encontramos sempre
uma tentativa de explicação da origem das forças elétricas. Estas explicações apresentavam as mais diversas formas,
sendo algumas teológicas e até mesmo psíquicas. Muitos filósofos atribuíam a atração a uma simpatia entre os
corpos que se atraíam e outros acreditavam que os corpos atraídos serviam de alimentos para o âmbar.
Uma outra explicação das atrações elétricas, muito divulgada na Antiguidade, apresentava um caráter
mecânico (ou material). Os defensores desta hipótese julgavam que o âmbar atritado emitia uma substância
invisível, à qual denominavam eflúvio. Esta substância estabeleceria um contato material entre o âmbar e um objeto
próximo, provocando sua atração.
Durante a Idade Média, predominou a antiga hipótese de que a atração era devida a uma simpatia entre os
corpos. Entretanto, a impossibilidade de explicar vários fenômenos elétricos a partir desta idéia fez com os cientistas
do Renascimento (séculos XV e XVI) voltassem sua atenção para a hipótese material do eflúvio.
GILBERT PUBLICA O De magnete
No século XVI, o médico inglês W. Gilbert desenvolveu um estudo detalhado sobre os fenômenos elétricos e
magnéticos publicando, em 1600, um extenso tratado denominado De magnete,no qual apresentava os resultados
de suas observações. Um dos capítulos desta obra era dedicado exclusivamente ao
efeito âmbar.
Gilbert conseguia detectar a existência de forças elétricas muito pequenas
usando um aparelho que ele inventou e ao qual denominou versorium. Este aparelho
consistia em uma seta de madeira suspensa em um suporte vertical em torno do qual
ela podia girar livremente.
Se a seta girasse quando um
corpo atritado era aproximado
de sua extremidade, concluía-se
que o corpo estava apresentando
o
efeito
âmbar
(estava
eletrizado). Como o versorium
era um aparelho muito sensível, Gilbert conseguiu verificar que um grande número de substâncias atritadas adquiria
aquela propriedade, e não apenas o âmbar, como se acreditava até então. Ele descreve esta descoberta no De
magnete da seguinte maneira:
“pois não é apenas o âmbar, como eles supõem, que atrai pequenos corpos, mas também o diamante, a
safira, a opala, a ametista, o cristal etc. Estas substâncias atraem todas as coisas, não somente penas e limalhas, mas
todos os metais, madeira, pedra, terra e também a água e o azeite e tudo o que está sujeito a nossos sentidos e é
sólido...”
Para explicar a atração exercida por todas aquelas substâncias, Gilbert adotou a hipótese do eflúvio,
rejeitando veementemente a idéia da simpatia entre os corpos que se atraíam.
Apesar do grande número de cuidadosas experiências realizadas por Gilbert, ele não chegou a observar a
existência da repulsão entre dois corpos eletrizados. Como sabemos, quando um corpo leve é atraído por um objeto
atritado, após tocar este objeto o corpo é repelido por ele. Este fenômeno só foi observado pela primeira vez, alguns
anos após a morte de Gilbert pelo jesuíta italiano Nicolo Cabeo. Em virtude desta descoberta, a teoria do eflúvio
teve de sofrer modificações, pois ela não era capaz de explicar o fenômeno da repulsão elétrica.
CONDUTORES E ISOLANTES
Após a publicação dos trabalhos de Gilbert, durante todo o século XVII vários cientistas preocuparam-se em
realizar experiências com corpos eletrizados, usando preferencialmente tubos e esferas de vidro, material este que
se mostrou bastante adequado para este tipo de experiências. No início do século XVIII, alguns experimentadores
perceberam que era possível eletrizar um corpo ligando-o, por meio de um fio, a um outro corpo que tivesse
adquirido eletricidade por atrito. O cientista francês François Dufay, analisando estas experiências, concluiu que a
intensidade da eletrização do corpo por meio da ligação dependia do material de que era feito o fio. Ele chegou,
então, à conclusão de que certas substâncias conduziam bem a eletricidade, enquanto outras não o faziam. Desta
maneira, estavam sendo estabelecidos os conceitos de corpos condutores e corpos isolantes, tais como os
conhecemos atualmente.
EXISTEM DOIS TIPOS DE ELETRICIDADE
Prosseguindo com o estudo da repulsão elétrica, que Cabeo havia iniciado, Dufay procurou dar uma
explicação para o fenômeno. Ele supunha que um corpo atraído por outro eletrizado era repelido depois de tocá-lo
porque se tornava também eletrizado. Concluiu, então, que dois corpos eletrizados sempre se repelem. Entretanto,
esta ideia inicial de Dufay teve de ser modificada, pois ele mesmo observou, mais tarde, que um pedaço de vidro
atritado com seda atraía um pedaço de âmbar atritado com pele, isto é, dois corpos eletrizados podiam se atrair.
Baseando-se em um grande número de experiências, Dufay lançou, então, as bases de uma nova hipótese que teve
grande aceitação durante o século XVIII. Segundo ele, existiam dois tipos de eletricidade: eletricidade vítrea, aquela
que aparece em um pedaço de vidro atritado com seda, e eletricidade resinosa, aquela que aparece no âmbar
atritado com pele (o termo resinosa foi usado por ser o âmbar uma resina). Todos os corpos que possuíssem
eletricidade vítrea (ou resinosa) repeliam uns aos outros. Por outro lado, corpos com eletricidade de nomes
contrários atraíam-se mutuamente.
A TEORIA DOS DOIS FLUIDOS ELÉTRICOS
Para explicar por que estes dois tipos de eletrização eram observados, lançou-se também a ideia da
existência de dois fluidos elétricos: um fluido vítreo e um fluido resinoso. Em um corpo normal, não eletrizado, estes
dois fluidos apresentavam-se misturados em igual quantidade. Ao atritar, por exemplo, o vidro com a seda, havia
passagem, em igual quantidade, de fluido vítreo da seda para o vidro e de fluido resinoso do vidro para a seda.
Assim, o vidro apresentava-se com eletricidade vítrea porque passou a ter um excesso de fluido vítreo e a
seda, que passou a ter um excesso de fluido resinoso, apresentava-se com eletricidade resinosa.
Portanto, de acordo com estas ideias, a eletricidade não era criada quando um corpo era atritado. Os fluidos
elétricos já existiam nos corpos e havia apenas uma redistribuição destes fluidos quando os corpos eram atritados.
Esta teoria passou a ser conhecida com o nome de teoria dos dois fluidos e com ela era possível explicar todos os
fenômenos elétricos conhecidos na época.
A TEORIA DO FLUIDO ÚNICO DE BENJAMIN FRANKLIN
No decorrer do século XVIII, as experiências com corpos eletrizados tornaram-se muito populares e eram
realizadas em praças públicas, mesmo por pessoas leigas, apresentando resultados espetaculares que atraíam a
atenção de um grande público. Foi ao assistir a um desses espetáculos que o cientista americano Benjamin Franklin
se interessou pelo estudo dos fenômenos elétricos. Este cientista realizou um número muito grande de experiências
que contribuíram significativamente para o desenvolvimento da eletricidade.
Uma importante contribuição de Franklin, apresentada na mesma época em que a teoria dos fluidos era
amplamente divulgada na Europa, foi a formulação de uma outra hipótese, denominada teoria do fluido único. De
acordo com esta teoria os corpos não eletrizados possuíam uma quantidade normal de um certo fluido elétrico.
Quando um corpo era atritado com outro, um deles perdia parte de seu fluido, que era transferida para o
outro. Como Franklin não conhecia a terminologia usada por Dufay, ele criou sua própria nomenclatura, dizendo que
o corpo que recebia o fluido elétrico ficava eletrizado positivamente e aquele que perdia o fluido ficava eletrizado
negativamente. Esta terminologia, como sabemos, é usada até hoje e corresponde, respectivamente, aos termos
eletricidade vítrea e eletricidade resinosa, usados por Dufay.
AS TEORIAS DOS FLUIDOS E AS IDEIAS MODERNAS DE ELETRIZAÇÃO
Do mesmo modo que na teoria dos dois fluidos, a teoria de Franklin previa a conservação da carga elétrica,
isto é, a eletricidade não é nem criada nem destruída no processo de eletrização: ela já existe nos corpos e
simplesmente se redistribui entre eles quando são atritados. Estas duas teorias da eletrização mostraram-se
igualmente satisfatórias para explicar os fenômenos elétricos conhecidos na época (século XVIII). Deste modo, não
foi possível optar por uma delas e os cientistas usavam ora uma, ora outra, de acordo com suas conveniências.
É interessante observar que a teoria dos dois fluidos está mais próxima das idéias modernas no que se refere
à constituição elétrica da matéria. De fato, sabemos atualmente que existem dois tipos de cargas elétricas nas
partículas que constituem um corpo material. Entretanto, a teoria do fluido único de Franklin está mais de acordo
com os conhecimentos atuais na explicação do processo de eletrização por atrito. Realmente, de acordo com as
teorias modernas, apenas um tipo de carga elétrica transfere-se de um corpo para outro quando eles são atritados.
Deve-se destacar, porém, que, segundo Franklin, a carga transferida durante o atrito era a carga positiva
(pela transferência do fluido único), enquanto, de acordo com as ideias modernas, são os elétrons que se transferem
de um corpo para outro e sabemos que eles transportam carga negativa.
AS EXPERIÊNCIAS DE COULOMB COM A BALANÇA DE TORÇÃO
Até a época dos trabalhos de Franklin e Dufay (meados do século XVIII) apenas os aspectos qualitativos dos
fenômenos elétricos tinham sido abordados. Os cientistas sentiam que, para o progresso dos estudos relacionados
com a eletricidade, era necessário estabelecer relações quantitativas entre as grandezas envolvidas naqueles
fenômenos.
Em particular, houve uma preocupação em relacionar quantitativamente a força elétrica, F, entre dois
corpos, com a distância, r, entre eles. Percebendo que havia uma certa semelhança entre a atração elétrica e a
atração gravitacional (cujo estudo já havia sido desenvolvido por Newton), alguns físicos, no final do século XVIII,
lançaram a hipótese de que a força elétrica, poderia, também, variar com o inverso do quadrado da distância entre
verificar se esta hipótese era verdadeira.
Entre os diversos trabalhos que foram desenvolvidos pelos cientistas com este objetivo, destacam-se as
experiências realizadas por Coulomb que, em 1785, apresentou à Academia de Ciências da França um relatório de
seus trabalhos. Coulomb construiu um aparelho, denominado balança de torção, com o qual ele podia medir
diretamente as forças de atração e repulsão entre corpos eletrizados. A figura apresenta uma cópia do desenho
desta balança, feito pelo próprio Coulomb no relatório enviado à Academia de Ciências.
Observe, no desenho, que duas esferas estão equilibradas nas extremidades de uma haste
horizontal, suspensa por um fio. A esfera a está eletrizada e uma esfera b, também
eletrizada, é aproximada de a. Em virtude da força elétrica que se manifesta entre a e b, a
haste gira, provocando uma torção no fio. Medindo o ângulo de torção do fio, Coulomb
conseguia determinar o valor da força entre as esferas. Uma balança semelhante a esta foi
usada, aproximadamente na mesma época, por Cavendish, para comprovar a lei da
Gravitação Universal e para medir o valor da constante da gravitação G. As balanças de
torção permitem realizar medidas de alta precisão. Com sua balança, Coulomb conseguia
medir forças de até 10-8N!

OS RESULTADOS OBTIDOS POR COULOMB
Realizando medidas com as esferas separadas por diversas distâncias, Coulomb verificou que, realmente, a
força elétrica era inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas. Além disso, ele concluiu também
que esta força era proporcional ao produto das cargas elétricas das esferas, chegando, assim, à expressão definitiva
da lei que leva seu nome. Este fato se revestiu de grande importância, uma vez que a lei de Coulomb foi a primeira
lei fundamental estabelecida no campo da Eletricidade. No decorrer dos séculos XIX e XX, um grande número de
novos fenômenos elétricos foi estudado e novas leis foram estabelecidas, provocando um notável progresso desta
área da ciência.

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  • 1. TEXTO DA DISCIPLINA DE FÍSICA – PROFª JOSI – 3º ANO AS PRIMEIRAS DESCOBERTAS NO CAMPO DA ELETRICIDADE FORÇA ELÉTRICA E FORÇA MAGNÉTICA As primeiras descobertas das quais se tem notícia, relacionadas com fenômenos elétricos, foram feitas pelos gregos, na Antiguidade. O filósofo e matemático Thales, que vivia na cidade de Mileto no século VI a.C., observou que um pedaço de âmbar*, após ser atritado com uma pele de animal, adquiria a propriedade de atrair corpos leves (como pedaços de palha e sementes de grama). Praticamente na mesma época observou-se também que certas pedras – os imãs naturais – atraíam pedaços de ferro. Durante muito tempo julgou-se que estes dois fenômenos eram da mesma natureza, ou seja, acreditou-se que ambos eram devidos a uma mesma propriedade dos corpos materiais. Ainda na Antiguidade, entretanto, percebeu-se uma grande diferença entre estes fenômenos: o âmbar atritado exercia sua atração sobre vários outros corpos, enquanto o imã só atraía pedaços de ferro. Portanto, estas atrações não deviam ser confundidas entre si, pois correspondiam a fenômenos diferentes. Em nossa linguagem atual, esta verificação é traduzida dizendo-se que o âmbar atritado exerce uma força elétrica e o imã exerce uma força magnética. IDEIAS INICIAIS SOBRE A ORIGEM DA FORÇA ELÉTRICA Em todas as referências aos fenômenos elétricos feitas pelos filósofos da Antiguidade, encontramos sempre uma tentativa de explicação da origem das forças elétricas. Estas explicações apresentavam as mais diversas formas, sendo algumas teológicas e até mesmo psíquicas. Muitos filósofos atribuíam a atração a uma simpatia entre os corpos que se atraíam e outros acreditavam que os corpos atraídos serviam de alimentos para o âmbar. Uma outra explicação das atrações elétricas, muito divulgada na Antiguidade, apresentava um caráter mecânico (ou material). Os defensores desta hipótese julgavam que o âmbar atritado emitia uma substância invisível, à qual denominavam eflúvio. Esta substância estabeleceria um contato material entre o âmbar e um objeto próximo, provocando sua atração. Durante a Idade Média, predominou a antiga hipótese de que a atração era devida a uma simpatia entre os corpos. Entretanto, a impossibilidade de explicar vários fenômenos elétricos a partir desta idéia fez com os cientistas do Renascimento (séculos XV e XVI) voltassem sua atenção para a hipótese material do eflúvio. GILBERT PUBLICA O De magnete No século XVI, o médico inglês W. Gilbert desenvolveu um estudo detalhado sobre os fenômenos elétricos e magnéticos publicando, em 1600, um extenso tratado denominado De magnete,no qual apresentava os resultados de suas observações. Um dos capítulos desta obra era dedicado exclusivamente ao efeito âmbar. Gilbert conseguia detectar a existência de forças elétricas muito pequenas usando um aparelho que ele inventou e ao qual denominou versorium. Este aparelho consistia em uma seta de madeira suspensa em um suporte vertical em torno do qual ela podia girar livremente. Se a seta girasse quando um corpo atritado era aproximado de sua extremidade, concluía-se que o corpo estava apresentando o efeito âmbar (estava eletrizado). Como o versorium era um aparelho muito sensível, Gilbert conseguiu verificar que um grande número de substâncias atritadas adquiria
  • 2. aquela propriedade, e não apenas o âmbar, como se acreditava até então. Ele descreve esta descoberta no De magnete da seguinte maneira: “pois não é apenas o âmbar, como eles supõem, que atrai pequenos corpos, mas também o diamante, a safira, a opala, a ametista, o cristal etc. Estas substâncias atraem todas as coisas, não somente penas e limalhas, mas todos os metais, madeira, pedra, terra e também a água e o azeite e tudo o que está sujeito a nossos sentidos e é sólido...” Para explicar a atração exercida por todas aquelas substâncias, Gilbert adotou a hipótese do eflúvio, rejeitando veementemente a idéia da simpatia entre os corpos que se atraíam. Apesar do grande número de cuidadosas experiências realizadas por Gilbert, ele não chegou a observar a existência da repulsão entre dois corpos eletrizados. Como sabemos, quando um corpo leve é atraído por um objeto atritado, após tocar este objeto o corpo é repelido por ele. Este fenômeno só foi observado pela primeira vez, alguns anos após a morte de Gilbert pelo jesuíta italiano Nicolo Cabeo. Em virtude desta descoberta, a teoria do eflúvio teve de sofrer modificações, pois ela não era capaz de explicar o fenômeno da repulsão elétrica. CONDUTORES E ISOLANTES Após a publicação dos trabalhos de Gilbert, durante todo o século XVII vários cientistas preocuparam-se em realizar experiências com corpos eletrizados, usando preferencialmente tubos e esferas de vidro, material este que se mostrou bastante adequado para este tipo de experiências. No início do século XVIII, alguns experimentadores perceberam que era possível eletrizar um corpo ligando-o, por meio de um fio, a um outro corpo que tivesse adquirido eletricidade por atrito. O cientista francês François Dufay, analisando estas experiências, concluiu que a intensidade da eletrização do corpo por meio da ligação dependia do material de que era feito o fio. Ele chegou, então, à conclusão de que certas substâncias conduziam bem a eletricidade, enquanto outras não o faziam. Desta maneira, estavam sendo estabelecidos os conceitos de corpos condutores e corpos isolantes, tais como os conhecemos atualmente. EXISTEM DOIS TIPOS DE ELETRICIDADE Prosseguindo com o estudo da repulsão elétrica, que Cabeo havia iniciado, Dufay procurou dar uma explicação para o fenômeno. Ele supunha que um corpo atraído por outro eletrizado era repelido depois de tocá-lo porque se tornava também eletrizado. Concluiu, então, que dois corpos eletrizados sempre se repelem. Entretanto, esta ideia inicial de Dufay teve de ser modificada, pois ele mesmo observou, mais tarde, que um pedaço de vidro atritado com seda atraía um pedaço de âmbar atritado com pele, isto é, dois corpos eletrizados podiam se atrair. Baseando-se em um grande número de experiências, Dufay lançou, então, as bases de uma nova hipótese que teve grande aceitação durante o século XVIII. Segundo ele, existiam dois tipos de eletricidade: eletricidade vítrea, aquela que aparece em um pedaço de vidro atritado com seda, e eletricidade resinosa, aquela que aparece no âmbar atritado com pele (o termo resinosa foi usado por ser o âmbar uma resina). Todos os corpos que possuíssem eletricidade vítrea (ou resinosa) repeliam uns aos outros. Por outro lado, corpos com eletricidade de nomes contrários atraíam-se mutuamente. A TEORIA DOS DOIS FLUIDOS ELÉTRICOS Para explicar por que estes dois tipos de eletrização eram observados, lançou-se também a ideia da existência de dois fluidos elétricos: um fluido vítreo e um fluido resinoso. Em um corpo normal, não eletrizado, estes dois fluidos apresentavam-se misturados em igual quantidade. Ao atritar, por exemplo, o vidro com a seda, havia passagem, em igual quantidade, de fluido vítreo da seda para o vidro e de fluido resinoso do vidro para a seda. Assim, o vidro apresentava-se com eletricidade vítrea porque passou a ter um excesso de fluido vítreo e a seda, que passou a ter um excesso de fluido resinoso, apresentava-se com eletricidade resinosa.
  • 3. Portanto, de acordo com estas ideias, a eletricidade não era criada quando um corpo era atritado. Os fluidos elétricos já existiam nos corpos e havia apenas uma redistribuição destes fluidos quando os corpos eram atritados. Esta teoria passou a ser conhecida com o nome de teoria dos dois fluidos e com ela era possível explicar todos os fenômenos elétricos conhecidos na época. A TEORIA DO FLUIDO ÚNICO DE BENJAMIN FRANKLIN No decorrer do século XVIII, as experiências com corpos eletrizados tornaram-se muito populares e eram realizadas em praças públicas, mesmo por pessoas leigas, apresentando resultados espetaculares que atraíam a atenção de um grande público. Foi ao assistir a um desses espetáculos que o cientista americano Benjamin Franklin se interessou pelo estudo dos fenômenos elétricos. Este cientista realizou um número muito grande de experiências que contribuíram significativamente para o desenvolvimento da eletricidade. Uma importante contribuição de Franklin, apresentada na mesma época em que a teoria dos fluidos era amplamente divulgada na Europa, foi a formulação de uma outra hipótese, denominada teoria do fluido único. De acordo com esta teoria os corpos não eletrizados possuíam uma quantidade normal de um certo fluido elétrico. Quando um corpo era atritado com outro, um deles perdia parte de seu fluido, que era transferida para o outro. Como Franklin não conhecia a terminologia usada por Dufay, ele criou sua própria nomenclatura, dizendo que o corpo que recebia o fluido elétrico ficava eletrizado positivamente e aquele que perdia o fluido ficava eletrizado negativamente. Esta terminologia, como sabemos, é usada até hoje e corresponde, respectivamente, aos termos eletricidade vítrea e eletricidade resinosa, usados por Dufay. AS TEORIAS DOS FLUIDOS E AS IDEIAS MODERNAS DE ELETRIZAÇÃO Do mesmo modo que na teoria dos dois fluidos, a teoria de Franklin previa a conservação da carga elétrica, isto é, a eletricidade não é nem criada nem destruída no processo de eletrização: ela já existe nos corpos e simplesmente se redistribui entre eles quando são atritados. Estas duas teorias da eletrização mostraram-se igualmente satisfatórias para explicar os fenômenos elétricos conhecidos na época (século XVIII). Deste modo, não foi possível optar por uma delas e os cientistas usavam ora uma, ora outra, de acordo com suas conveniências. É interessante observar que a teoria dos dois fluidos está mais próxima das idéias modernas no que se refere à constituição elétrica da matéria. De fato, sabemos atualmente que existem dois tipos de cargas elétricas nas partículas que constituem um corpo material. Entretanto, a teoria do fluido único de Franklin está mais de acordo com os conhecimentos atuais na explicação do processo de eletrização por atrito. Realmente, de acordo com as teorias modernas, apenas um tipo de carga elétrica transfere-se de um corpo para outro quando eles são atritados. Deve-se destacar, porém, que, segundo Franklin, a carga transferida durante o atrito era a carga positiva (pela transferência do fluido único), enquanto, de acordo com as ideias modernas, são os elétrons que se transferem de um corpo para outro e sabemos que eles transportam carga negativa. AS EXPERIÊNCIAS DE COULOMB COM A BALANÇA DE TORÇÃO Até a época dos trabalhos de Franklin e Dufay (meados do século XVIII) apenas os aspectos qualitativos dos fenômenos elétricos tinham sido abordados. Os cientistas sentiam que, para o progresso dos estudos relacionados com a eletricidade, era necessário estabelecer relações quantitativas entre as grandezas envolvidas naqueles fenômenos. Em particular, houve uma preocupação em relacionar quantitativamente a força elétrica, F, entre dois corpos, com a distância, r, entre eles. Percebendo que havia uma certa semelhança entre a atração elétrica e a atração gravitacional (cujo estudo já havia sido desenvolvido por Newton), alguns físicos, no final do século XVIII, lançaram a hipótese de que a força elétrica, poderia, também, variar com o inverso do quadrado da distância entre verificar se esta hipótese era verdadeira.
  • 4. Entre os diversos trabalhos que foram desenvolvidos pelos cientistas com este objetivo, destacam-se as experiências realizadas por Coulomb que, em 1785, apresentou à Academia de Ciências da França um relatório de seus trabalhos. Coulomb construiu um aparelho, denominado balança de torção, com o qual ele podia medir diretamente as forças de atração e repulsão entre corpos eletrizados. A figura apresenta uma cópia do desenho desta balança, feito pelo próprio Coulomb no relatório enviado à Academia de Ciências. Observe, no desenho, que duas esferas estão equilibradas nas extremidades de uma haste horizontal, suspensa por um fio. A esfera a está eletrizada e uma esfera b, também eletrizada, é aproximada de a. Em virtude da força elétrica que se manifesta entre a e b, a haste gira, provocando uma torção no fio. Medindo o ângulo de torção do fio, Coulomb conseguia determinar o valor da força entre as esferas. Uma balança semelhante a esta foi usada, aproximadamente na mesma época, por Cavendish, para comprovar a lei da Gravitação Universal e para medir o valor da constante da gravitação G. As balanças de torção permitem realizar medidas de alta precisão. Com sua balança, Coulomb conseguia medir forças de até 10-8N! OS RESULTADOS OBTIDOS POR COULOMB Realizando medidas com as esferas separadas por diversas distâncias, Coulomb verificou que, realmente, a força elétrica era inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas. Além disso, ele concluiu também que esta força era proporcional ao produto das cargas elétricas das esferas, chegando, assim, à expressão definitiva da lei que leva seu nome. Este fato se revestiu de grande importância, uma vez que a lei de Coulomb foi a primeira lei fundamental estabelecida no campo da Eletricidade. No decorrer dos séculos XIX e XX, um grande número de novos fenômenos elétricos foi estudado e novas leis foram estabelecidas, provocando um notável progresso desta área da ciência.