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FACULDADE DE LETRAS - UFMG
Curso de Letras – Disciplina LET212 -
INTRODUÇÃO A LITERATURA PORTUGUESA – TN5
Professora Doutora Lucia Castello Branco
ENSAIO LITERÁRIO SOBRE A OBRA:
José Cardoso Pires: “De Profundis, Valsa Lenta.”
Aluno: Oswald Stuart Nascimento Rabelo
Dezembro 2017
Vida e Obra
José Cardoso Pires foi um escritor português nascido em 1925 no interior de Portugal (Vila de Rei) e
falecido em 1998 em Lisboa. Possui uma família formada por pai oficial da Marinha Mercante e
mãe dona de casa, além de dois irmãos e que foram criados em Lisboa desda a infância. Pires cursou
graduação em Matemática, porém não chegou a concluir seus estudos nesta área, além de ter
exercidos inúmeros trabalhos informais no início de sua carreira, apesar de ter tentado trabalhar para
a Marinha Mercante mas foi demitido deste emprego por má conduta. Provavelmente seu primeiro
contato com o mundo literário ocorreu na época de estudante universitário mas a partir de suas
leituras decida-se aventura pelo mercado editorial e jornalístico, exercendo o cargo de diretor de
editora e cronista de jornais de relevo em Portugal. Ao longo de quase 50 anos de produção literária,
publica 18 livros, obras que são influenciadas pelo surrealismo português, mas indo muito além
desta escola literária. Pires se casa em 1954 e é torna-se pai de duas filhas e em 1969 torna-se
professora na Inglaterra do King’s College. Em 1968 escreve sua obra prima “Delfim”, livro
marcado por mistura de gêneros, polifonia e por uma narrativa fragmentada. Em 1974 participa do
movimento neo-ralista português e em 1985 recebe o prêmio Comendador da Ordem da Liberdade
por suas publicações de caráter crítico social, contra a censura em Portugal e político. Em 1995 sofre
de um AVC, uma morte cerebral noticiada pela imprensa mas que rapidamente é desmentida pelos
diagnósticos médicos. No processo de recuperação da doença, seu amigo médico e escritor sugere
que Pire escreva suas memórias como terapia de recuperação de suas capacidades cognitivas e logo
em seguida publica De Profundis, Valsa Lenta.
Interpretação “De Profundis, Valsa Lenta”
O livro começa com um prefácio de um médico famoso, escritor e amigo do Pires. O médico afirma
existir uma relação entre inteligência, doença e escrita, como em:
“influência de pragas antigas e contemporâneas: Keats, as Bronte, Júlio Dinis, António Nobre, Thamas Mann e tantos
mais que sofreram ou sucumbiram à tuberculose, e mais as cataratas de Monet, e a sífilis de Nietzsche, etc., etc.” (Pires,
1997, p.4).
Ele demonstra otimismo, pois Pires se mostrou solícito em aceitar as recomendações médicas, ao
contrário de muitos intelectuais famosos:
“Os seus colegas de ofício que se debruçaram sobre a minha profissão, com possível excepção daqueles que a
cultivavam, raramente eram amáveis para nós. Recordo-lhe o veneno de Voltaire que dizia que as três pragas da
humanidade eram a guerra, os podres e os médicos, e Montuigne, Molière, Bernard Shaw não lhe ficavam atrás. Noutro
género, V. talvez conheça a gravura de Goya em que este se retrata, no leito, em grande sofrimento, com um enorme
jericó a tomar-lhe o pulso. O meu amigo não sofre desta pecha e não procurou ocultar a sua gratidão. ” (Pires, 1997, p.5)
Na parte seguinte do prefacio, é narrada a condição médica de Pires vista médico:
“Encontrei assim o escritor cuja obra eu admirava, e cuja lenda atingirá para mim dimensão mitológica, numa
enfermaria de precárias condições, mas, como se veio a provar, único local apropriado para recolher um artista do seu
génio, tombado por acidente deste tipo. Prefiro acidente ao “ataque isquémico transitório” da literatura anglo-saxónica,
com que, com alguma boa vontade, se poderia carimbar o seu caso, pois a sua aflição durou mais de um dia. Quanto ao
“ataque”, lembro-me sempre de um passo de Jules Romains “A banda atacou o hino russo, que se defendeu bem!”.”
(Pires, 1997, p.7)
A recepção da imprensa foi diferente do laudo médico:
“O grande choque, para mim, foi o seu discurso. Não havia dúvida, o José Cardoso Pires sofria de uma afasia fluente
grave, ou seja, não era capaz de gerar as palavras e construir as frases que transmitissem as imagens e os pensamentos
que algures no seu cérebro iam irrompendo. A sua fala era um desconsolo: atabalhoada, incongruente, polvilhada de
parafasias palavras em que os fonemas estavam parcial ou totalmente substituídos. Sem fala, escrita e leitura, a Agência
Lusa foi peremptório: morte cerebral, diagnóstico escandalosamente errado do ponto de vista médico, mas humanamente
certeiro.” (Pires, 1997, p.8)
Mais para frente, o médico relato que pires usava um neologismo para designar vários objetos:
“Sei, agora, que uma nave espacial o tinha entretanto transportado para outra galáxia metáfora que eu prefiro à sua, mais
anedótica, da ilha dos três náufragos -, onde palavras como óculos, relógio, cama não tinham préstimo ou sentido, e
onde, para designar todos os objectos conhecidos, e os mais que havia ainda por inventar, se aplicava o neologismo
extraordinariamente eufónico que V. criara: “simoso”. “(Pires, 1997, p.9)
O autor também se divide em duas personalidades, o escritor Cardoso Pires e o doente referenciado
como “Ele”:
“Como se acabasse de dar início a um processo de despersonalização, eu tinha-me transferido para um sujeito na terceira
pessoa (Ele, ou o meu nome, é) que ainda por cima se tornava mais alheio e mais abstracto pela imprecisão parece que.
Além disso, a circunstância de ter respondido à Edite com o apelido e não com o meu primeiro nome, o mais cúmplice
entre marido e mulher e o único que nos era natural, é outro indício do distanciamento provocado pelo golpe de azar que
me destituirá de memória e de passado. ” (Pires, 1997, p.23)
A vida no hospital é narrada até que um dia ele acorda ouvindo gargalhadas, tudo parecia
vivo.
‘“A notícia da minha morte foi um exagero”
Com essa epígrafe Cardoso Pires começa a narrativa da volta a vida. Ele se descobre liberto de uma
cegueira, do apagamento, tendo a vida plena de volta, agora acompanhado de pessoas reais e não
dos sonhos. O mundo havia recomeçado pra Cardoso Pires, os dois companheiros se tornaram
amigos admirados, e depois de dois anos, em janeiro de 1997, ele encerra a viagem ao nada
escrevendo esse diário:
“Mais dois, três dias, e iria levantar ferro da ilha dos náufragos para reviver a casa e o mundo e voltar à escrita e aos
livros nas últimas linhas em que os abandonara.
Num golpe repentino tinha perdido a inteireza da fala, no mesmo golpe tinha perdido os valores da grafia e ficara
analfabeto de mim e da vida. Subitamente também, retomara tudo isso mas foi preciso algum tempo para começar a ter
consciência de tamanha felicidade. (Pires, 1997, p.57)
O livro termina com seu retorno para Lisboa em 1997:
“...que me perseguira ao longo da minha erosão da memória e que foi a única recordação que sobreviveu integralmente a
todo esse aniquilamento.” (Pires, 1997, p.58)
“Pronto. Cá vou eu, Lisboa ao sol, cá vou eu, e agora, passados meses, já sentado diante destas folhas de papel, redijo-
me em capitulo de liberdade a atravessar a capital com a Edite ao volante. Escrevo: é um meio-dia de inverno. (Pires,
1997, p.61)”
Biografema: memória
Biografema é um fato da vida de uma pessoa que simboliza a totalidade do ser de forma sintética.
Podemos entender biograma como uma analogia do universo cinematográfico: seria como um
“frame” de um filme de uma cena representativa de toda a trama. O biografema memória é
representativo do livro “De Profundis, Valsa Lenta” de Pires uma vez que seu testemunho é uma
reconstrução de seu pensamento sobre o evento vivenciado quando o escritor estava com suas
faculdades cognitivas alteradas. Assim, conforme Branco (1990), seus relatos não são um memorial
com uma temporalidade linear como as teorias clássicas categorizam a memória, ou seja um resgata
do passado ou uma reconstrução do realmente aconteceu naquele momento, mas uma interpretação
subjetiva e uma releitura do passado com os olhos do presente e com uma chave de leitura do futuro,
pois possibilita a problematização do ser no tempo e sua transformação enquanto pessoa no tempo.
Tal relação da memória entre passado e futuro está presente tanto em Pires como em Pessoa,
conforme os trechos destacados abaixo.
Em “De Profundis Valsa Lenta”:
“Sim, foi ali. Tanto quanto é possível localizar-se uma fracção mais que secreta de vida, foi naquele lugar e naquele
instante que eu, frente a frente com a minha imagem no espelho mas já desligado dela, me transferi para um Outro sem
nome e sem memória e por consequência incapaz da menor relação passado-presente, de imagem-objecto, do eu com
outro alguém ou do real com a visam que o abstracto contém.”
Em “O Livro do desassossego”:
“Não sei de prazer maior, em toda a minha vida, que poder dormir. O apagamento integral da vida e da alma, o
afastamento completo de tudo quanto é seres e gente, a noite sem memória nem ilusão, o não ter passado nem futuro.”
Em ambos trechos selecionados das obras, a memória se relaciona com o tempo. O fim e o
apagamento da memória em José Cardoso Pires e em Pessoa implica no apagamento do sujeito,
morte e despersonalização.
“De Profundis, Valsa Lenta”: Diário?
O livro pode ser considerado uma mistura de gêneros, como é a maioria das obras de Pires. Não se
pode falar em diário na definição tradicional, pois o livro é o relato de um sujeito com perda de
memória e estado de consciência alterado, portanto se tem mescla de ficção, confusões mentais com
escrita descritiva, narrativa não linear além de ser uma narrativa subjetiva de um evento marcante de
Pires, a morte branca.
Referências:
BARTHES, Roland, A câmara clara, 51 (1984).
BARTHES, Roland, Sade, Fourier, Loyola, 14-15 (1979).
BRANCO, Lúcia Castelo. A traição de Penélope; uma leitura da escrita feminina da memória. Belo
Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 1990. (Tese de Doutorado em Literatura Comparada).
PESSOA, Fernando, 1888-1935. Livro do desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante
de guarda-livros na cidade de Lisboa / Fernando Pessoa; organização Richard Zenith. — 3a edição
— São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
PIRES, José Cardoso. De Profundis, Valsa Lenta. 1.ª edição – Publicações Dom Quixote, Lisboa,
Maio de 1997, com prefácio de Professor João Lobo Antunes.
SOUZA, Eneida Maria de: “Notas sobre a crítica biográfica”, Expressões, p. 9-16 (2000).
nome e sem memória e por consequência incapaz da menor relação passado-presente, de imagem-objecto, do eu com
outro alguém ou do real com a visam que o abstracto contém.”
Em “O Livro do desassossego”:
“Não sei de prazer maior, em toda a minha vida, que poder dormir. O apagamento integral da vida e da alma, o
afastamento completo de tudo quanto é seres e gente, a noite sem memória nem ilusão, o não ter passado nem futuro.”
Em ambos trechos selecionados das obras, a memória se relaciona com o tempo. O fim e o
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morte e despersonalização.
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pode falar em diário na definição tradicional, pois o livro é o relato de um sujeito com perda de
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Referências:
BARTHES, Roland, A câmara clara, 51 (1984).
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BRANCO, Lúcia Castelo. A traição de Penélope; uma leitura da escrita feminina da memória. Belo
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PESSOA, Fernando, 1888-1935. Livro do desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante
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— São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
PIRES, José Cardoso. De Profundis, Valsa Lenta. 1.ª edição – Publicações Dom Quixote, Lisboa,
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Ensaio literatura portuguesa: José Cardoso Pires, "De Profundis, Valsa Lenta"

  • 1. FACULDADE DE LETRAS - UFMG Curso de Letras – Disciplina LET212 - INTRODUÇÃO A LITERATURA PORTUGUESA – TN5 Professora Doutora Lucia Castello Branco ENSAIO LITERÁRIO SOBRE A OBRA: José Cardoso Pires: “De Profundis, Valsa Lenta.” Aluno: Oswald Stuart Nascimento Rabelo Dezembro 2017
  • 2. Vida e Obra José Cardoso Pires foi um escritor português nascido em 1925 no interior de Portugal (Vila de Rei) e falecido em 1998 em Lisboa. Possui uma família formada por pai oficial da Marinha Mercante e mãe dona de casa, além de dois irmãos e que foram criados em Lisboa desda a infância. Pires cursou graduação em Matemática, porém não chegou a concluir seus estudos nesta área, além de ter exercidos inúmeros trabalhos informais no início de sua carreira, apesar de ter tentado trabalhar para a Marinha Mercante mas foi demitido deste emprego por má conduta. Provavelmente seu primeiro contato com o mundo literário ocorreu na época de estudante universitário mas a partir de suas leituras decida-se aventura pelo mercado editorial e jornalístico, exercendo o cargo de diretor de editora e cronista de jornais de relevo em Portugal. Ao longo de quase 50 anos de produção literária, publica 18 livros, obras que são influenciadas pelo surrealismo português, mas indo muito além desta escola literária. Pires se casa em 1954 e é torna-se pai de duas filhas e em 1969 torna-se professora na Inglaterra do King’s College. Em 1968 escreve sua obra prima “Delfim”, livro marcado por mistura de gêneros, polifonia e por uma narrativa fragmentada. Em 1974 participa do movimento neo-ralista português e em 1985 recebe o prêmio Comendador da Ordem da Liberdade por suas publicações de caráter crítico social, contra a censura em Portugal e político. Em 1995 sofre de um AVC, uma morte cerebral noticiada pela imprensa mas que rapidamente é desmentida pelos diagnósticos médicos. No processo de recuperação da doença, seu amigo médico e escritor sugere que Pire escreva suas memórias como terapia de recuperação de suas capacidades cognitivas e logo em seguida publica De Profundis, Valsa Lenta. Interpretação “De Profundis, Valsa Lenta” O livro começa com um prefácio de um médico famoso, escritor e amigo do Pires. O médico afirma existir uma relação entre inteligência, doença e escrita, como em: “influência de pragas antigas e contemporâneas: Keats, as Bronte, Júlio Dinis, António Nobre, Thamas Mann e tantos mais que sofreram ou sucumbiram à tuberculose, e mais as cataratas de Monet, e a sífilis de Nietzsche, etc., etc.” (Pires, 1997, p.4). Ele demonstra otimismo, pois Pires se mostrou solícito em aceitar as recomendações médicas, ao contrário de muitos intelectuais famosos: “Os seus colegas de ofício que se debruçaram sobre a minha profissão, com possível excepção daqueles que a cultivavam, raramente eram amáveis para nós. Recordo-lhe o veneno de Voltaire que dizia que as três pragas da humanidade eram a guerra, os podres e os médicos, e Montuigne, Molière, Bernard Shaw não lhe ficavam atrás. Noutro género, V. talvez conheça a gravura de Goya em que este se retrata, no leito, em grande sofrimento, com um enorme jericó a tomar-lhe o pulso. O meu amigo não sofre desta pecha e não procurou ocultar a sua gratidão. ” (Pires, 1997, p.5)
  • 3. Na parte seguinte do prefacio, é narrada a condição médica de Pires vista médico: “Encontrei assim o escritor cuja obra eu admirava, e cuja lenda atingirá para mim dimensão mitológica, numa enfermaria de precárias condições, mas, como se veio a provar, único local apropriado para recolher um artista do seu génio, tombado por acidente deste tipo. Prefiro acidente ao “ataque isquémico transitório” da literatura anglo-saxónica, com que, com alguma boa vontade, se poderia carimbar o seu caso, pois a sua aflição durou mais de um dia. Quanto ao “ataque”, lembro-me sempre de um passo de Jules Romains “A banda atacou o hino russo, que se defendeu bem!”.” (Pires, 1997, p.7) A recepção da imprensa foi diferente do laudo médico: “O grande choque, para mim, foi o seu discurso. Não havia dúvida, o José Cardoso Pires sofria de uma afasia fluente grave, ou seja, não era capaz de gerar as palavras e construir as frases que transmitissem as imagens e os pensamentos que algures no seu cérebro iam irrompendo. A sua fala era um desconsolo: atabalhoada, incongruente, polvilhada de parafasias palavras em que os fonemas estavam parcial ou totalmente substituídos. Sem fala, escrita e leitura, a Agência Lusa foi peremptório: morte cerebral, diagnóstico escandalosamente errado do ponto de vista médico, mas humanamente certeiro.” (Pires, 1997, p.8) Mais para frente, o médico relato que pires usava um neologismo para designar vários objetos: “Sei, agora, que uma nave espacial o tinha entretanto transportado para outra galáxia metáfora que eu prefiro à sua, mais anedótica, da ilha dos três náufragos -, onde palavras como óculos, relógio, cama não tinham préstimo ou sentido, e onde, para designar todos os objectos conhecidos, e os mais que havia ainda por inventar, se aplicava o neologismo extraordinariamente eufónico que V. criara: “simoso”. “(Pires, 1997, p.9) O autor também se divide em duas personalidades, o escritor Cardoso Pires e o doente referenciado como “Ele”: “Como se acabasse de dar início a um processo de despersonalização, eu tinha-me transferido para um sujeito na terceira pessoa (Ele, ou o meu nome, é) que ainda por cima se tornava mais alheio e mais abstracto pela imprecisão parece que. Além disso, a circunstância de ter respondido à Edite com o apelido e não com o meu primeiro nome, o mais cúmplice entre marido e mulher e o único que nos era natural, é outro indício do distanciamento provocado pelo golpe de azar que me destituirá de memória e de passado. ” (Pires, 1997, p.23) A vida no hospital é narrada até que um dia ele acorda ouvindo gargalhadas, tudo parecia vivo. ‘“A notícia da minha morte foi um exagero”
  • 4. Com essa epígrafe Cardoso Pires começa a narrativa da volta a vida. Ele se descobre liberto de uma cegueira, do apagamento, tendo a vida plena de volta, agora acompanhado de pessoas reais e não dos sonhos. O mundo havia recomeçado pra Cardoso Pires, os dois companheiros se tornaram amigos admirados, e depois de dois anos, em janeiro de 1997, ele encerra a viagem ao nada escrevendo esse diário: “Mais dois, três dias, e iria levantar ferro da ilha dos náufragos para reviver a casa e o mundo e voltar à escrita e aos livros nas últimas linhas em que os abandonara. Num golpe repentino tinha perdido a inteireza da fala, no mesmo golpe tinha perdido os valores da grafia e ficara analfabeto de mim e da vida. Subitamente também, retomara tudo isso mas foi preciso algum tempo para começar a ter consciência de tamanha felicidade. (Pires, 1997, p.57) O livro termina com seu retorno para Lisboa em 1997: “...que me perseguira ao longo da minha erosão da memória e que foi a única recordação que sobreviveu integralmente a todo esse aniquilamento.” (Pires, 1997, p.58) “Pronto. Cá vou eu, Lisboa ao sol, cá vou eu, e agora, passados meses, já sentado diante destas folhas de papel, redijo- me em capitulo de liberdade a atravessar a capital com a Edite ao volante. Escrevo: é um meio-dia de inverno. (Pires, 1997, p.61)” Biografema: memória Biografema é um fato da vida de uma pessoa que simboliza a totalidade do ser de forma sintética. Podemos entender biograma como uma analogia do universo cinematográfico: seria como um “frame” de um filme de uma cena representativa de toda a trama. O biografema memória é representativo do livro “De Profundis, Valsa Lenta” de Pires uma vez que seu testemunho é uma reconstrução de seu pensamento sobre o evento vivenciado quando o escritor estava com suas faculdades cognitivas alteradas. Assim, conforme Branco (1990), seus relatos não são um memorial com uma temporalidade linear como as teorias clássicas categorizam a memória, ou seja um resgata do passado ou uma reconstrução do realmente aconteceu naquele momento, mas uma interpretação subjetiva e uma releitura do passado com os olhos do presente e com uma chave de leitura do futuro, pois possibilita a problematização do ser no tempo e sua transformação enquanto pessoa no tempo. Tal relação da memória entre passado e futuro está presente tanto em Pires como em Pessoa, conforme os trechos destacados abaixo. Em “De Profundis Valsa Lenta”: “Sim, foi ali. Tanto quanto é possível localizar-se uma fracção mais que secreta de vida, foi naquele lugar e naquele instante que eu, frente a frente com a minha imagem no espelho mas já desligado dela, me transferi para um Outro sem
  • 5. nome e sem memória e por consequência incapaz da menor relação passado-presente, de imagem-objecto, do eu com outro alguém ou do real com a visam que o abstracto contém.” Em “O Livro do desassossego”: “Não sei de prazer maior, em toda a minha vida, que poder dormir. O apagamento integral da vida e da alma, o afastamento completo de tudo quanto é seres e gente, a noite sem memória nem ilusão, o não ter passado nem futuro.” Em ambos trechos selecionados das obras, a memória se relaciona com o tempo. O fim e o apagamento da memória em José Cardoso Pires e em Pessoa implica no apagamento do sujeito, morte e despersonalização. “De Profundis, Valsa Lenta”: Diário? O livro pode ser considerado uma mistura de gêneros, como é a maioria das obras de Pires. Não se pode falar em diário na definição tradicional, pois o livro é o relato de um sujeito com perda de memória e estado de consciência alterado, portanto se tem mescla de ficção, confusões mentais com escrita descritiva, narrativa não linear além de ser uma narrativa subjetiva de um evento marcante de Pires, a morte branca. Referências: BARTHES, Roland, A câmara clara, 51 (1984). BARTHES, Roland, Sade, Fourier, Loyola, 14-15 (1979). BRANCO, Lúcia Castelo. A traição de Penélope; uma leitura da escrita feminina da memória. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 1990. (Tese de Doutorado em Literatura Comparada). PESSOA, Fernando, 1888-1935. Livro do desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa / Fernando Pessoa; organização Richard Zenith. — 3a edição — São Paulo: Companhia das Letras, 2011. PIRES, José Cardoso. De Profundis, Valsa Lenta. 1.ª edição – Publicações Dom Quixote, Lisboa, Maio de 1997, com prefácio de Professor João Lobo Antunes. SOUZA, Eneida Maria de: “Notas sobre a crítica biográfica”, Expressões, p. 9-16 (2000).
  • 6. nome e sem memória e por consequência incapaz da menor relação passado-presente, de imagem-objecto, do eu com outro alguém ou do real com a visam que o abstracto contém.” Em “O Livro do desassossego”: “Não sei de prazer maior, em toda a minha vida, que poder dormir. O apagamento integral da vida e da alma, o afastamento completo de tudo quanto é seres e gente, a noite sem memória nem ilusão, o não ter passado nem futuro.” Em ambos trechos selecionados das obras, a memória se relaciona com o tempo. O fim e o apagamento da memória em José Cardoso Pires e em Pessoa implica no apagamento do sujeito, morte e despersonalização. “De Profundis, Valsa Lenta”: Diário? O livro pode ser considerado uma mistura de gêneros, como é a maioria das obras de Pires. Não se pode falar em diário na definição tradicional, pois o livro é o relato de um sujeito com perda de memória e estado de consciência alterado, portanto se tem mescla de ficção, confusões mentais com escrita descritiva, narrativa não linear além de ser uma narrativa subjetiva de um evento marcante de Pires, a morte branca. Referências: BARTHES, Roland, A câmara clara, 51 (1984). BARTHES, Roland, Sade, Fourier, Loyola, 14-15 (1979). BRANCO, Lúcia Castelo. A traição de Penélope; uma leitura da escrita feminina da memória. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 1990. (Tese de Doutorado em Literatura Comparada). PESSOA, Fernando, 1888-1935. Livro do desassossego: composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa / Fernando Pessoa; organização Richard Zenith. — 3a edição — São Paulo: Companhia das Letras, 2011. PIRES, José Cardoso. De Profundis, Valsa Lenta. 1.ª edição – Publicações Dom Quixote, Lisboa, Maio de 1997, com prefácio de Professor João Lobo Antunes. SOUZA, Eneida Maria de: “Notas sobre a crítica biográfica”, Expressões, p. 9-16 (2000).