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Alagoas l 24 a 30 de maio I ano 08 I nº 378 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
JOGO DURO
Jorge Moraes
retorna
sem “meias
palavras”
10
EDITORIAL: PRESIDENTE DA REPÚBLICA ESQUECE PROMESSAS DE CAMPANHA E SE ALIA AOS POLÍTICOS DO “CENTRÃO”
ENTREVISTA
Sociólogo
explica o
que espera
a vida social
após a
pandemia
Fotos:FabrícioMelo
FALTA DE CONDIÇÕES ESTRUTURAIS do Prédio do INSS foi denunciada
em abril de 2019, mas a Notificação foi prorrogada devido à pandemia
AINDA NÃO
É SEGURO...
Máscaras largadas nas calçadas de Maceió têm sido cenas bastante comuns
Osriscosdeconsequências
sérias no período de gravidez,
com a pandemia da Covid-
19 em voga, fizeram com que
muito sonhos de engravidar
fossem adiados. O DIA conta
isso direitinho em matéria
especial. Vamos ver?
Elas estão no rosto das
pessoas, infectadas ou não. O
certo é que as máscaras não
podemserdescartadasnomeio
da rua nem no lixo comum. Há
critérios para o descarte desse
equipamento de proteção indi-
vidual.Vamosconhecê-los?
O Hospital de Campa-
nha Dr. Celso Tavares passa a
integrar a rede pública hospi-
talar no combate ao coronaví-
rus. Com 150 leitos clínicos, a
unidade hospitalar no Centro
de Convenções, em Jaraguá,
atenderá em tempo integral.
Mulheres adiam o
sonho da gravidez
Como devemos
descartar a máscara
Mais 150 leitos no
“Dr. Celso Tavares”
POR CAUSA DA COVID-19
NOVO HOSPITAL
MAIS CUIDADO
2
3
Só em julho/2020, a Noti-
ficação emitida pelo Corpo
de Bombeiros deve se expi-
rar. Com isso, a direção do
INSS deve apresentar os
ajustes que foram feitos no
prédio para que o CB provi-
dencieumaVistoriaelibere,
ounão,oimóvelparafuncio-
namento. Em Alagoas, o
Ministério da Saúde quer
ocupar o prédio e se juntar à
Dataprev e ao INSS, mesmo
sem laudo técnico do Corpo
de Bombeiros. 4
Estrutura do Prédio do INSS não estaria em condições de garantir a segurança dos servidores do órgão
69
2 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
EXPRESSÃO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 215 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
Para anunciar,
ligue 3023.2092
EXPEDIENTE
ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial Jackson de Lima Neto JoséAlberto Costa JorgeVieiraODiaAlagoas
Israel Lessa Ex-superintendente do Ministério do Trabalho em Alagoas
P
assados dois meses
em meio ao furacão
da pandemia, e sem
perspectiva de volta à normalidade,
com o Brasil ultrapassando a marca
das quase vinte mil mortes pela
Covid-19, o ano de 2020 traz um
desafioextraordinárioparaaspolíti-
caspúblicasdesaúdeedaeconomia.
De um lado, temos a eclosão da
pandemia do coronavírus, que vem
ceifandoavidademilharesdebrasi-
leiros, e infectando outras milhares
de pessoas.
Do outro lado, se manifesta
uma crise financeira de grandes
proporções, que atinge, em cheio,
o setor econômico, principalmente
os pequenos empresários, que
hoje formam a imensa maioria da
economia formal, e responsável
pelo consumo básico da população
pobre.
Nesse contexto, trago como
pano de fundo, as consequências
desastrosas da pandemia para a
economia em Alagoas, e de Maceió,
mas acho que a defesa da vida, está
acima de toda e qualquer argumen-
tação. A preservação da vida está
em primeiro lugar, por isso cobro
do governo de Alagoas, ações mais
incisivas no combate ao vírus.
Maséprecisotambémpreservar
a saúde das empresas, para garantir
os empregos e as oportunidades
para as pessoas, principalmente os
jovens.Oquevemporaí,seosgover-
nos Estadual, Municipal e Federal
não garantirem o que prometeram
desde o começo da pandemia, o
quadro vai se agravar mais ainda.
EmMaceió,deformaparticular,
seussetoresmaistradicionaisegran-
des geradores de renda e emprego,
como o comércio e serviços, a cons-
trução civil e o turismo amargam
sérios prejuízos.
No turismo, por exemplo, que
responde pela geração de 160 mil
empregos-seagenteintegraasmais
detrintacadeiasprodutivasdosetor
– já amargaum prejuízo de mais de
R$ 1,5 bilhão, no Brasil o prejuízo
podesuperarR$16bilhões,segundo
fontes da Associação Brasileira da
IndústriaHoteleira(ABIH).Nosetor
hoteleiro,quegeracercaoitomilem-
pregos diretos, foi anunciado férias
coletivas para os colaboradores,
diante da suspensão de atividades
no início de abril emAlagoas.
Mas como o turismo pode
sobreviver com uma taxa de deso-
cupação de leitos e hospedagem
que bate nos 90% ? Em conversa
com representantes da área, aABIH
aindaaguardapelasaçõesoficiaisde
emergência de apoio ao setor.
Já o comércio continua lamen-
tando a decisão do governo de
Alagoas de prorrogar o isolamento
e manter o setor comercial fechado,
até 31 de maio próximo. Segundo
a Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de
Alagoas (Fecomércio AL) a decisão
do governador Renan Filho, vai
aumentar mais ainda o prejuízo
acumulado no setor, que chegará a
R$ 1,6 bilhão nos próximos meses.
A entidade defende que o Estado
encontreumequilíbrioentreosinte-
resses econômicos e sociais.
Um levantamento da assessoria
econômica da Fecomércio aponta
que, excluindo serviços essenciais
não afetados com a suspensão, tais
comoeletricidade,água,gás,esgoto,
alimentação e serviços de Saúde
privados, estima-se uma perda
diária de R$ 53 milhões nas ativida-
des do Comércio e de Serviços.
Conforme a Fecomércio, o setor
terciário (Comércio e Serviços)
representa, em Alagoas, 49% do
Produto Interno Bruto (PIB), sendo
responsável por empregar 66% dos
trabalhadores com carteira assinada
e por 83,33% dos empreendimentos
existentes, respondendo por 44%
da arrecadação do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Servi-
ços (ICMS) no Estado.
A entidade afirma que, em
contrapartida, as empresas conti-
nuam com compromissos finan-
ceiros a honrar e, embora medidas
trabalhistas tenham sido anuncia-
das pelo governo Federal, assim
como normas tributárias nas esferas
federal, estadual e municipal, tais
iniciativasnãoserãosuficientespara
equilibrarascontasfaceaodesaque-
cimento de suas atividades. Como
consequência, o desemprego, que já
alcança 13,6% dos alagoanos, certa-
mente aumentará.
A construção civil tem sido
muito atingida com a evolução do
vírus. Para se ter uma ideia, após
vivenciar cinco anos de dificuldade,
entre 2013 e 2018, muitas empresas
estavam otimistas em relação ao
crescimentodosíndicesnomercado.
Entretanto,ocenáriodecrisemudou
completamente essa perspectiva,
levando a maior parte das empresas
da construção civil a adiar lança-
mentos, novos projetos de grandes
construtoras e, em alguns casos,
suspender as obras que já estavam
em andamento.
Entre as exceções, que relatam
reflexospositivos,estãoasempresas
de segmentos de alimentos, fabrica-
çãodeprodutosalimentícios,super-
mercados, fabricação de produtos
farmacêuticos e de plástico e servi-
ços da construção relacionadas a
hidráulica, ventilação ou refrigera-
ção.
Mas, como sempre, a corda só
aperta junto aos mais vulneráveis,
e se não houver uma reação e uma
pressão do governo de Alagoas e
da prefeitura de Maceió, para asse-
gurar os empregos, tudo pode ficar
muito pior. O número de empregos
preservados por meio do benefício
emergencial do governo federal
em Alagoas é o segundo pior do
Nordeste, à frente apenas do estado
de Sergipe, que ocupa a última colo-
cação na região. Os dados fazem
parte de um levantamento divul-
gado nesta quarta-feira (13), pela
Secretaria do Trabalho do Ministé-
rio da Economia. De acordo com os
números, dos 7,2 milhões de empre-
gos mantidos por meio do benefício
emergencial do governo federal,
apenas 1% estão emAlagoas - o que
emnúmerosabsolutosrepresenta72
mil vagas formais preservadas.
Diante da crise econômica
causada por conta da pandemia
do coronavírus, os pequenos
comerciantes também esperam
por medidas salvadoras, que ainda
não chegaram, tais como: redução
de impostos e taxas, aumento de
prazos de pagamento das obri-
gações das empresas e adoção de
linhasdecréditodiferenciada.Desta
forma, além da prioridade absoluta
de combater o vírus, e salvar vidas,
é preciso preservar a saúde das
empresas, mais propriamente, as
pequenas empresas, pois são elas
que sustentam a sobrevivência da
população: dos mercadinhos de
bairro às feiras livres, pelo menos
enquanto vivemos a crise sanitária
mundial. Mas tudo isso vai passar.
Em defesa da vida, dos empregos e das empresas
O
então candidato
à Presidência da
República Jair
Bolsonaro tinha dois discursos que
foram muito enfatizados durante a
campanha. Um era que seu futuro
Ministério seria composto por
pessoas técnicas e não políticas e a
outra é que não haveria negocia-
ções com o Congresso Nacional,
o famoso “toma lá da cá” e ambas
as posturas seriam a antinomia de
novapolíticaxavelhapolítica.
Bolsonaro nunca deixou claro
o que realmente seria essa nova
política, já que vale lembrar que
Bolsonaro foi deputado Federal
por quase 30 anos e ainda elegeu
seus filhos também políticos em
suasbaseseleitoraisdeSãoeRiode
Janeiro. Bolsonaro como deputado
era inexpressivo, tendo apresen-
tandodiversosprojetosdurantesua
carreira no Legislativo, mas tendo
apenas dois projetos aprovados.
Foi filiado durante 11 anos ao PP,
partido de Paulo Maluf e o partido
mais envolvido nos esquemas de
corrupção revelados pela operação
Lava-Jato.
Noentanto,apóseleito,oquese
demonstrouéqueBolsonaroainda
não conseguiu demonstrar pra
ninguém que seu governo é uma
“nova política”, primeiramente
pelo seu quadro de ministros que
de técnicos não têm nada ou quase
nada.SeusMinistériossãopreenchi-
dos em grande parte por militares,
pois estes lhe deram uma sustenta-
ção moral durante a campanha e o
doutroladoháumaaladeministros
dealinhamentoideológico,adeptos
de teorias conspiratórias e criação
deinimigosimagináriosparaserem
combatidos.
Neste diapasão deixemos
isso claro com as duas demissões
de ministros da saúde que acon-
teceram mais recentemente, tão
somente por estes ministros, encai-
xadosnessecritério“quasetécnico”
estavamouvindooqueaciênciaea
medicina indicam e dando ênfase
ao isolamento social e ao não uso
protocolardacloroquina,duasposi-
çõesquevãodeencontroaopensa-
mentodopresidente.
No que tange às negociações
com o Congresso Nacional, Bolso-
naro inicialmente contemplou
partidos e grupos de sua base, mas
os foi perdendo principalmente
depois do rompimento com o PSL,
mas mesmo assim, não era uma
base que, por si só, dava susten-
tação ao governo. As derrotas do
governoforamsetornandoeviden-
tese,tendoqueaprovarasreformas
que achava necessárias para o país,
principalmenteadaPrevidênciaea
tributáriaqueviráembreve,Bolso-
naro começou a alinhar conversas
com os presidentes do Senado e da
CâmaradosDeputados.
Noentanto,começouadarpara
trás e atacar esses dois políticos do
CongressoNacionalqueemretalia-
ção começaram a conduzir as dire-
trizesdopaísemparalelocomasdo
governofederal.
Sem saída, o que se vê agora
é Bolsonaro negociando com o
chamado “Centrão”, partidos e
políticos de blocos variados que se
unem e conseguem maioria dos
votos dentro do Congresso, mas
esse apoio tem um preço que vai
ficando cada vez mais caro a cada
vez que o Presidente comete um
erro, uma gafe ou um ataque, pois
osoutrospolíticossedistanciamesó
lherestamesses.
Essas negociações já começa-
ram a acontecer, principalmente
depois dos diversos pedidos de
impeachment e investigações que
recaem sobre o presidente e seus
filhos. O FNDE ficou com o PL de
CostaNeto,oDNOCScomoPPde
CiroNogueira,oConselhodeItaipu
BinacionalcomoMDBdeEduardo
Cunha e a Secretaria Nacional de
Mobilidade e Desenvolvimento
Regional com o Republicanos de
Marcos Pereira, todas figuras já
conhecidas da política, principal-
menteporcorrupção.
Entãorestaapergunta:oqueéa
novapolítica,Bolsonaro?
“Nova política” e “velha política”
Há como entender um
“distanciamento social” num
mundo globalizado?
Viver essa pandemia
mostra que somos “todos
um”. O mundo é uma grande
aldeia, uma espécie de vila
global.Issotemexigidomuito
de nós, tirando quase por
completo a nossa vida social.
É como se o mundo tivesse
tirado2020comoumanosabá-
tico coletivo. Nos mostrou
que era preciso puxar o freio
de mão e nos reinventarmos
enquantosociedade,repensar
nossas reais necessidades e
prioridades, nos fazer voltar a
sermos mais humanos. Tudo
isso fez com que olhássemos
para nós e para o outro, inde-
pendente de onde vive e nos
preocupássemos.
Quando isso tudo estiver
passando, como será o retorno
das pessoas à“nova vida”?
O retorno exigirá um
esforço de voltar a confiar
na vida em sociedade, que
durante a pandemia passou
a ser um risco. Será uma
volta gradual nas medidas
de distanciamento, muitas
delas ainda devem continuar.
Imaginar as crianças e jovens
numa mesma sala de aula, ou
mesmo uma ida ao cinema
ainda é complexo. Além da
crise econômica que se dese-
nha,quecertamentevaiexpor
aindamaisasnossasdesigual-
dades sociais, como a pande-
mia já fez. Para muitos essa
volta será dolorida e marcada
pela perda. Para todos certa-
mente será urgente aprender
lidar com as emoções para
enfrentaroquepassoueoque
ainda virá.
Haverá impactos fortes ou o
descumprimento do isolamento
social (considerando a média de
50%noPaís)amenizaráobaque?
É verdade que no Brasil
vivemos um isolamento
mais frouxo e isso faz com
que as mudanças tenham
sido sentidas de forma mais
branda para muitos. Apesar
de a pandemia ser democrá-
tica, atingindo a todos sem
distinção, os efeitos dela são
diferentes em cada camada
da sociedade. Existem os que
conseguiram cumprir à risca
o isolamento, àqueles que não
conseguiram porque preci-
saram trabalhar nas áreas
essenciais e existem àqueles
que flexibilizaram por conta
própria, seja por ignorar as
autoridades sanitárias, igno-
rar a ciência ou por desobedi-
ência.Então,certamenteesses
impactos serão percebidos
de formas diferentes e mais
complexas.
Hoje, o que já mudou no
comportamento da sociedade
com tudo o que implica essa
pandemia?
Estamos vivendo um
momento muito novo para
todos. Fomos forçados cole-
tivamente a mudanças muito
duras naquilo que é mais
caro para nós enquanto seres
humanos, a nossa vida social.
Mudamos coisas das mais
simples às mais complexas.
Da forma como cumprimen-
tamos uns aos outros, como
apertos de mão, beijos e abra-
ços até mesmo às nossas rela-
ções de trabalho e de vida. O
uso dos transportes públicos,
dos espaços públicos, shop-
pings e restaurantes. O uso da
tecnologia foi potencializado,
seja para o trabalho, mas
também para o lazer e para os
encontros de família. Tudo ao
nossoredorsetransformoude
forma compulsória. E certa-
mente alguns desses hábitos
permanecerão mesmo após
isso tudo passar.
Teremos um mesmo mundo
daqui pra frente?
Certamente não! O futuro
chegou de forma muito
rápida e mudou tudo. Espe-
cialistas de várias áreas já tem
chamado o que vai acontecer
no mundo pós-pandemia de
“novo normal”. Justamente
por entender que muita coisa
não voltará ao que enten-
demos como normal antes.
Em países onde as medidas
de distanciamento já estão
relaxando, esse novo normal
tem sido uma característica.
As pessoas não se sentem à
vontadeparafazertudocomo
antes. Um exemplo é você se
imaginar num ônibus, metrô
ou mesmo avião. É bem difícil
diante de tudo que estamos
passando, do medo global
que se instalou e que vai nos
guiar. Até mesmo sentar
ao lado de alguém que não
conhecemos, ou se aproximar
de outra pessoa certamente
será afetado. A desconfiança
de que esse alguém possa
representar uma ameaça é
muito grande.
Serão apenas mudanças
ruins?
Certamente, não! Muitas
mudanças impostas pelas
medidas de isolamento e
distanciamento social trarão
benefícios, sobretudo de
mobilidade relacional. Apre-
endemos e assimilarmos
novos hábitos e práticas em
tempo recorde e muitas delas
nos ajudarão a ter um mundo
mais prático. Muitas dessas
mudanças já estavam em
andamento, só foram acele-
radas, sobretudo do uso da
tecnologia, seja para a comu-
nicação e mesmo para uma
consulta médica, por exem-
plo. Descobrimos que pode-
mos fazer muitas coisas sem
sairdecasaeissoafetaráques-
tões como trânsito e os impac-
tos ambientais. Além de uma
solidariedade que redesco-
brimos de forma muito posi-
tiva. Pessoas ajudando outras
que nem mesmo conhecem.
Redes de solidariedade se
construindo. Se tudo isso
permanecerá ou se vamos ter
uma diminuição do individu-
alismo nas pessoas, ainda é
muito cedo para afirmar, mas
certamente deixará marcas na
nossa vida social.
Deraldo Francisco
Repórter
M
ais tempo em casa,por conta
da necessidade do isolamento
social, gera uma sucessão de
impactos na vida familiar.Lá fora,outro tanto de
choques.A vida social está sofrendo um abalo,cujas
alterações - quando a pandemia da Covid-19 passar -
ainda são imprevisíveis.O que se vive hoje no mundo
revela a gigantesca necessidade de uma readequação
da sociedade ao pós-pandemia. O que as pessoas
vão tirar da lição de solidariedade que é dada neste
momento?A necessidade do retorno a velhos hábitos
servirá para validá-los? Como será o mundo após o
indivíduo descobrir que há sim como produzir sem
colocar os pés na rua? O DIAALAGOAS conversou
com o sociólogoAdalberon Jr sobre isso.CONFIRA:
3O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
COM A PALAVRA... redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
SOCIÓLOGO FALA DOS EFEITOS do isolamento social nos indívíduos e qual a perspectiva de mundo para o pós-pandemia
“Estamos praticando
mais a solidariedade”
Deraldo Francisco
Repórter
A
pós suces-
sivas recla-
mações de
servidores da Superintendên-
cia Estadual do Ministério da
Saúde em Alagoas, a repor-
tagem de O DIA ALAGOAS
tentava há um mês informa-
ções concretas sobre as condi-
ções de habitabilidade com
segurançadoEdifíciodoInsti-
tuto de Seguridade Nacio-
nal (INSS), que fica na Rua
Engenheiro Roberto Gonçal-
ves Menezes (antiga Rua da
Praia), no Centro.
Há um ano, servido-
res do INSS, representados
pelo sindicato da categoria
denunciaram às autoridades,
principalmente ao Corpo
de Bombeiros, a situação de
risco em que se encontrava
o prédio. O DIA ALAGOAS
denunciou o fato aqui, na
edição 370, veiculada na
semana de 12 a 20 de abril de
2019. Ou seja: a reclamação
das péssimas condições do
prédio que é suntuoso por
foraeumdesastrepordentro,
são antigas e não mudaram
nesse período de mais de um
não. Se não houve reforma
nem manutenção, o imóvel
pode estar em situação mais
grave.
Acoisaandoueumaequipe
do Corpo de Bombeiros Mili-
tar (CBM), sob comando do 1º
TenenteBM(oficialdoquadro
de combatentes) que foi o
responsável pela Notificação
nodia22deabrilde2019.Com
isso, os gestores do prédio do
INSS receberam uma série a
de missões a cumprir, nota-
damente aquelas que estavam
na alçada da fiscalização do
CBM.
Entreelas,aprovidênciado
ProcessodeSegurançaContra
Incêndio e Pânico (PSCIP),
que deveria ser aprovado pelo
CBM/AL. Na vistoria coman-
dada pelo tenente BM Gêne-
sis, foram detectadas diversas
irregularidades no âmbito de
atuação do Bombeiro Mili-
tar. Entre elas: Estruturas de
incêndio toda precária; com
destaque para os sistemas de
hidrantes, extintores, saídas
de emergência e “chuvei-
ros”. Ou seja: tudo isso estava
precário que, em caso de
incêndio, o prédio queimaria
com um graveto seco. Além
disso, ainda vieram proble-
mas com as mangueiras e com
os alarmes.
Poisbem,adireçãodoINSS
deveria apresentar os ajustes
– ao menos neste quesito. O
Crea ainda não tinha entrado
em ação para verificar a situa-
ção estrutural do edifício.
Um cidadão assinado
como Deraldo Salvador de
Lima chefe do Setor de Licita-
ção,foiquemdeurecebimento
à Notificação do CBMAL. No
documentoqueassinou,elefoi
informado de que teria 30 dias
para comparecer ao Corpo
de Bombeiros. No encontro,
a direção do INSS solicitou o
prazo de um ano para fazer os
reparos no prédio.
Pois bem, o tempo passou
e a vigência da notificação se
encerrou em abril passado.
Mas,devidoàsituaçãoporque
passaoEstado,todososprazos
foram prorrogados, pelo
Decreto de 2 de abril de 2020,
publicadonoDiárioOficialdo
Estado de Alagoas (DOEAL).
“Os processos de regulariza-
ção de edificações existentes
neste CBMAL foram prorro-
gados. Desta forma, o prazo
para apresentação das devi-
das regularizações da edifica-
ção neste CBMAL foi dilatado
até julho de 2020”
Ou seja, até o próximo mês
de julho, a direção do INSS
tem esse período para fazer os
ajustes nos quesitos identifi-
cados pelo Corpo de Bombei-
ros. Se a situação estava feia
há mais de um ano, imagina-
-se como está hoje. Devido
ao trabalho em Homi Office,
o trabalho presencial está
suspenso.
RESPOSTA DO
SETOR TÉCNICO DO CB
Em relação às condições
de segurança do prédio para
a recepção do servidores da
Superintendência do Minis-
tério da Saúde, o tenente-
-coronel Sérgio André Silva
Verçosa - Superintendente
de Atividades Técnicas -
informou que “este CBMAL
considera que o Alvará de
VistoriadoCorpodeBombei-
ros (AVCB) é a certidão que
atesta essa condição”. Disse
ainda que, “para tanto, a
edificação precisa ter seguido
osdemaistrâmitesanteriores,
comoapresentaçãodeprojeto
técnico; obtenção do Alvará
de Construção do Corpo de
Bombeiros (ACCB); execução
do que fora projetado e apro-
vado; e Vistoria Técnica deste
CBMAL”.
Pelo que a reportagem
apurou, estes AVCB e ACCBB
só serão possíveis após o
cumprimento das exigências
feitas pela notificação em abril
de2019,prorrogadaparajulho
de 2020. Ou seja: o prédio do
INSS não está em condições,
ao menos do que diz respeito
ao que importa ao Corpo de
Bombeiros,defuncionamento
com segurança.
4 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
ESTADO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Sem laudo do CB, prédio do
INSS ainda não tem segurança
POR CAUSA DE PANDEMIA, Notificação foi prorrogada por mais 90 dias; prazo termina em julho, quando será feita a Vistoria
Háumano,servidoresdoINSSdenunciaramaspéssimascondiçõesdopr[eido
FabrícioMelo
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5O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Iracema Ferro
Repórter
A
p a n d e -
mia virou
o m u n d o
de cabeça para baixo e tem
interferido nos planos que
até então eram considera-
dos inadiáveis. Para muitas
famílias 2020 era o ano
escolhido para uma possí-
vel gravidez. Apesar de
não haver nenhum estudo
conclusivo que comprove o
perigo do coronavírus para
gestantes, o Ministério da
Saúde incluiu as futuras
mamães no grupo de risco
para a doença.
A empresária Karina
Moura, que estava em trata-
mento para uma fertiliza-
ção, revelou que a pandemia
fez com que ela adiasse os
planos. “A fertilização seria
feita em março. Eu estava
tão certa de que o proce-
dimento daria certo que já
tinha contratado um arqui-
teto para fazer o quartinho
do bebê, todo em branco e
amarelo, uma vez que eu
não saberia o sexo. Ter nosso
bebê seria meu melhor
presente de Natal da vida,
mas veio a pandemia e fica-
mos temerosos. O médico
desaconselhou e resolvemos
adiar para depois da pande-
mia, que eu nem sei quando
deve acabar. Acho que meu
bebê vai ficar para 2021”, diz
resignada.
ESPERA PROLONGADA
O mesmo aconteceu com
a psicóloga Carolina Lemos.
Ela havia decidido ter o
primeiro filho com o marido
(que já tem dois filhos de
um casamento anterior )
ainda este ano, mas devido
ao período de incertezas,
optou pelo congelamento
de embriões para uma
gravidez no futuro. “Eu já
tenho 35 anos, meu marido
tem 42. Estamos casados
há cinco anos e resolvemos
buscar ajuda porque eu
não conseguia engravidar.
Estava tudo certo para fazer
a inseminação no começo
de abril. Veio a pandemia e
decidimos, sob a indicação
médica, congelar os óvulos
para tentar o procedimento
depois que essa pandemia
passar. É melhor não correr
riscos, porque pouquíssimo
se sabe sobre a doença e suas
consequências”, afirma.
S e g u n d o F e r n a n d o
Prado, ginecologista e obste-
tra especialista em reprodu-
ção humana, o momento
agora requer cautela. “É
importante ter serenidade
para entender que a preven-
ção e o combate ao corona-
vírus é o mais importante,
por isso cada caso deve ser
avaliado individualmente.
Há mulheres, por exemplo,
que o adiamento diminui as
chances e até impedem uma
futura gestação”, destaca.
IDADE IDEAL
Ele lembra que a fase
mais fértil da mulher acon-
tece na faixa dos 25 aos 30
anos e após esse período
é normal a diminuição da
produção e da qualidade
dos óvulos. Até por isso, o
congelamento de óvulos
ou embriões tem sido uma
saída que permite planejar
o melhor momento para dar
continuidade aos planos de
aumentar a família. “Muitos
estudos apontam que aos 35
anos a fertilidade feminina
alcança a metade de chance
apresentada aos 25 anos e,
aos 40 anos, a possibilidade
é a metade confirmada aos
35 anos. Por isso o ideal é
que o congelamento seja
feito até os 35 anos, pois a
partir dessa idade existe
uma diminuição considerá-
vel da qualidade dos óvulos
que pode comprometer o
resultado final”, alerta o
especialista.
Prado assinala que desde
que tome os devidos cuida-
dos, não existe nenhum
problema se a mulher resol-
ver engravidar mesmo
durante este período. “Não
há evidências científicas que
comprovem riscos para as
gestantes e bebês como foi
na época do H1N1. Como
a Covid-19 é uma doença
nova, realmente requer todo
cuidado e precaução. Quem
tem a intenção de engra-
vidar ainda este ano deve
conversar com seu médico
e definir juntos a melhor
saída”, avalia.
A empresária Karina Moura e o marido resolveram adiar a fertilização para o próximo ano com medo da Covid-19
6 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
ESPECIAL redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Sonho da maternidade é
adiado pelo coronavírus
POR PREVENÇÃO, mulheres suspendem o tratamento para engravidar por conta da pandemia de Covid-19
Após as Cias de Seguros anunciarem a deci-
são de incluir a cobertura para a COVID-19
em seus contratos,no último mês,a procura por
seguros de vida disparou.As pesquisas feitas no
Google Brasil pelo termo seguro de vida aumen-
tou em 20% nas últimas semanas. Este é um
movimento natural diante de uma situação tão
crítica e inédita.As pessoas estão em busca de
soluções que possam protegê-las, assim como
às suas famílias.
Nesse momento o ideal éverificar se há ou não
carência nos contratos novos.Há regras diferen-
tesparacontratosnovoseantigosetambémpara
cada seguradora.A grande maioria das segura-
doras já dá cobertura de forma imediata, outras
aplicam uma carência de 60 dias ou 90 dias.
Por isso a importância de procurar um corretor
de seguros para indicar qual o melhor produto.
Não existe uma regra geral, mas a maioria dos
contratos vigentes já incorpora a cobertura por
mortecomprovadamentecausadapelacovid-19.
Muita gente ainda desconhece a inclusão desta
cobertura porque, tecnicamente, epidemias
faziampartedoquesechamariscoexcluído,mas
houve um movimento espontâneo e rápido por
grande parte das seguradoras brasileiras, que
retiraram a exclusão dos seus contratos.
Antes de optar por fazer um seguro de vida é
importante analisar alguns pontos:
a)Euquerodeixarumarendaparaminhafamília;
b) Eu tenho que definir esse valor;
c)A idade de quem contrata também é um fator
que influencia o preço do seguro,e
d)Tem ainda as coberturas complementares.
O seguro de vida vai cobrir a morte, mas pode-
-se incluir invalidez por acidente,perda de renda
eventual, etc. Para ilustrar, um seguro de vida
básico com auxílio funeral incluído, para uma
pessoa entre 28 e 38 anos de idade, e indeniza-
ção para os beneficiários entre R$ 100 mil e R$
200mil,vaioscilarentreR$50eR$100mensais.
A covid-19 antecipou o futuro das Cias de Segu-
ros. Estavam previstos nos planos das cias para
daqui a cinco anos, foram antecipados para
agora.Todo o mercado teve que se adaptar e não
foi diferente com as seguradoras. É importante
desburocratizaroacessotantoparaoscorretores
de seguros quanto para o segurado, entregando
uma resposta rápida e uma boa experiência.
O mercado também deve ficar atento a novos
produtos que o “novo normal” exigirá, como os
seguros temporários para veículos, que tendem
a ser cada vez menos usados por conta do home
office e seguros de saúde mais simplificados. O
mercado de seguros tende a crescer,mas exigirá
empresas mais enxutas, mais eficientes e que
ofereçamumamelhorexperiênciaaossegurados.
Conclusão
Em suma, a principal vantagem de contratar
um seguro de vida com um corretor de seguros,
é a independência com a qual esse profissio-
nal trabalha, pois, ele não tem vínculos com
nenhuma companhiade seguros específica.
Assim, ele pode selecionar produtos de diver-
sas seguradoras que se encaixem ao perfil do
cliente.
Nos casos dos seguros de vida, o corretor deve
assessorar o seu cliente na hora de comuni-
car o sinistro, isso ele sempre irá fazer. Mas
também existe a nova função do corretor que
é assessorar os seguros mais complexos,como
os empresariais. A tecnologia é um aliado do
corretorquetemqueseengajarnesteprocesso.
Espero que tenha gostando do tema dessa
semana e sempre que vocês desejarem enviem
suas dúvidas para meu e-mail.Não deixem de
acompanhar as novidades em minhas redes
sociais.Até a próxima se Deus quiser! Bom final
de semana para todos! Grande abraço!
7O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
MOMENTO SEGURO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
DjaildoAlmeida
Corretor de Seguros - djaildo@jaraguaseguros.com
Procura por seguro de vida cresce durante pandemia
TIM TIM | Sempre fazendo a grande diferença, os luxuosos e badalados
cronistas sociais pernambucanos Adilson Mendes e Kitty Lopes e os
alagoanos Jacira Leão e Jailthon Sillva, estão sempre em evidência
em tudo que acontece na alta sociedade. #aplausos
APLAUSOS |Todo charme e beleza
da Yasmim Pereira que festejou
seu aniversário in família na última
quarta-feira,dia 20.Parabéns!
#niver
IN LOVE | O amor em alta
do casal Júnior Levino
e Susy Siqueira.Look
by LojasVia GArapiraca.
#luxototal
FLASH |A modelo e atual Miss
Alagoas 2019 Rafaella Pinheiro
em bela foto deWoulthamberg
Rodrigues.Crédito:Agência
Mega Star.#puroluxo
TODA ELA |A gata das gatas
deArapiraca Eduarda Morais
arrasando neste outono/inverno
com look da LojasVia G
Arapiraca.#puroluxo
8 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
SOCIAL redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
EM SOCIEDADE Jailthon Sillva
jailthonsilva@yahoo.com.br
Contatos:
3522-2662 / 99944-8050
NEWS,NEWS,NEWS
É muito preocupante a situ-
ação dos profissionais de
saúde do Brasil que atuam na
linha de frente do combate
à COVID19, diante da defi-
ciência de equipamentos
de proteção individual e,
na maioria dos casos, em
condições de trabalho total-
mente insalubres. Alguns
já se contaminaram, outros
passaram e ainda estão
passando por dias terríveis. E
o pior de tudo é que a tendên-
cia desse caos que estamos
enfrentando, infelizmente é
só piorar.
COVID19
Dizem que a hidroxicloro-
quina foi a causa principal do
desenlace entre o ex-minis-
tro da Saúde, Nelson Teich
e o presidente Jair Bolso-
naro. O médico oncologista
não aprova o medicamento
como protocolo padrão para
pacientes com a Covid-19 e
se demitiu em menos de um
mês, após ter assumido o
Ministério da Saúde. Já tem
gente fazendo até estoque de
hidroxicloroquina e azitromi-
cina, ambos altamente tóxi-
cos.
Iracema Ferro,
comassessoriaSudes
E
m tempos de
pandemia do
coronavírus, o
usodeEquipamentosdeProte-
ção Individual (EPIs) precisa
estar incorporado à rotina da
população. Os decretos muni-
cipais e estaduais tornaram
obrigatório o uso de máscaras
(cirúrgica ou de tecido) para
todos os cidadãos, indepen-
dente de idade e classe social,
que necessita sair de casa.
NoenfrentamentoàCovid-
19, máscaras e luvas são ferra-
mentas que ajudam a frear a
contaminaçãoentreaspessoas.
E por se tratar de materiais
contaminantes, é preciso ter
cuidado na hora do descarte.
As máscaras de proteção
individual que os cidadãos
estão utilizando nas ruas não
são consideradas como lixo
hospitalar. A informação é do
tecnólogo de segurança do
trabalho Raphael Ferraz.
“Se este EPI for utilizado
em locais que tenham contato
com bactérias, fungos e vírus
pode sim ser considerado lixo
hospitalar. Na verdade, acaba
sendo lixo hospitalar quando
vem de hospitais, laboratórios,
postosdesaúdeoualgumesta-
belecimento voltado à saúde.
Comolixohospitalar,apessoa
pode ser contaminada pelo ar,
contato direto ou indireto e até
mesmo contaminar o solo”,
esclarece.
“Essas máscaras que todo
mundo está usando para ir à
farmácia ou supermercado,
por exemplo, não é necessa-
riamente lixo hospitalar, mas
é considerado como um lixo
que deveria ter um certo tipo
de cuidado ao ser descartado.
Elas não devem ser descarta-
das com o lixo convencional,
mas como estamos em uma
pandemia esse tipo de preo-
cupação não é levada em
consideração, mesmo porque
o risco de contaminação pelo
lixo é baixo, e porque não vai
contaminar o solo ou o cole-
tor de lixo, a não ser que a
sacola rasgue e o gari pegue
com a mão e ainda coloque
na boca ou olhos, mas essa
probabilidade é quase zero.
Ainda assim, a recomendação
é não jogar nas ruas e colocar
as máscaras e luvas que serão
descartadas em uma sacola
plástica separada, bem fecha-
das e, de preferência, escrever
na sacola ‘máscara (ou luva)
usada’, ai sim colocar no lixo
comum”, completa Ferraz.
O Titular da Superinten-
dência Municipal de Desen-
volvimento Sustentável
(Sudes),GustavoAcioliTorres,
reforça que é necessária a cola-
boração da população com o
descarte correto desses mate-
riais, pois evita riscos à saúde.
“Este cuidado individual irá
ajudar a preservar a saúde não
apenasdapopulaçãoemgeral,
que pode se contaminar com
esses materiais jogados em
vias públicas, como também
dos nossos garis, responsáveis
pela coleta”, afirma.
9O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
COTIDIANO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Pandemia: como realizar o
descarte adequado dos EPIs
CUIDADOS Máscaras descartáveis e de tecido têm sido vistas pelas ruas, mas há a forma de se desfazer deste material
Como qualquer outro tipo de lixo,máscaras não devem ser jogadas nas ruas Máscaras devem ser descartadas em saco plástico devidamente identificado
A volta com muita preocupação
Antes de comentar sobre o título desta coluna, quero
falar de outra volta,a minha a esse espaço.Em dezem-
bro do ano passado cheguei para meu editor e disse que
estava precisando de férias, que estava cansado. Estava
entrandoparaoquartoanoseguidoeprecisavadescansar.
Ele me perguntou: quantos dias você quer? Respondi que
30dias.Nessabrincadeirinha,jáestamosnosaproximando
de150dias,oquedeuparadescansaremuito.Obrigadoao
grupo O DiA, ao meu editor e a todos os companheiros de
trabalho pela compreensão.
Quanto ao título lá de cima, estou me referindo ao futebol
parado desde o dia 18 de março, quando, por determina-
ção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) todas as
competições nacionais foram suspensas: Copa do Brasil
e Copa do Nordeste, ambas em andamento, e até as que
ainda não foram iniciadas até hoje,no caso,o Campeonato
Brasileiro e suas séries. Paralelamente, Copa Libertadores
e Copa Sul-Americana também foram paralisadas, como
as eliminatórias da Copa do Mundo de 2020. Com os jogos
Olímpicosnãofoidiferente,transferidospara2021,eainda
em meio às dúvidas. A decisão de parar não foi diferente
das federações quanto aos campeonatos estaduais.
Por tabela,vieram outros esportes,Superliga Nacional de
Voleibol,oBasquete,aFórmulaUm,e,praticamente,tudo.
A partir desse instante, entrou em campo, nas quadras,
naspistas,naspiscinas,umvirúsdesconhecido.Apande-
mia tomou conta de todos os continentes com a COVID
19. Milhares e milhares de pessoas contaminadas e
muitas mortes, sem distinção. Perderam suas vidas ricos
e pobres, pretos e brancos. O povo - vírgula - de quaren-
tena,com a saúde mandando ficar em casa e o presidente
da República mandando ir para as ruas. A economia em
primeiro lugar.
l Enquantoabolanãorola,nosbastidores
o clima é quente. O assunto principal dessa
semanafoiaaçãoqueestásendomovidana
justiça pelo técnico Marcelo Cabo contra o
CSA.Otécnico,hojenoCRB,dizqueoCSAnão
cumpriunadaqueacertoucomele,quandofoi
dispensadodoclubeemjunhodoanopassado;
l Cabo cobra a premiação pelo título esta-
dual de 2019; metas alcançadas durante
sua passagem no clube, indenização pelo
restante do contrato e percentuais de férias,
13º salário e FGTS. A diretoria do CSA disse
que o clube ainda não foi notificada e isso é
conversa de advogado. Marcelo Cabo não
desmentiuatéagora;
l No CSA é uma“persona non grata”por
ano.Em 2019,foi o técnico Argel Fucks,que
largou o clube antes de terminar a Série A e
se mandou para o Ceará.Saiu pela porta dos
fundoseopresidentedoCSA,RafaelTenório,
não quer vê-lo nem pintado a ouro. Agora,
outro treinador apronta para cima do CSA.
Cabosequeimoutambém?
ALFINETADAS...E como está se dando a volta? - 1
Nesse instante é muito difícil se imaginar como isso vai terminar, com a
volta do futebol.Alguns países agiram de forma diferente.França,Holanda,
Argentina, e outros, encerraram suas competições com a declaração de
campeões. Em outros lugares, ninguém ganhou e ninguém perdeu. Ficou
porissomesmo,oditopelonãodito.Mas,porincrívelquepareça,emalguns
países a bola já está rolando, com a promessa de muitos cuidados em um
esporte onde o contato faz parte diretamente da disputa.
E como está se dando a volta? - 2
Essavoltajáocorreu.NaCoréiadoSuljátemfuteboldesdeoúltimodia8.Na
Alemanha,nasemanapassadajáocorreuaprimeirarodadapós-pandemia.
Já está indo para a segunda nessa semana.Depois disso,Hungria,dia 23;
Polônia,dia29;PortugaleCroácia,dia30;Turquia,12/06;Espanha,28/06.
Países como Itália, Inglaterra e alguns outros já trabalham para a volta do
futebol também no próximo mês.E o Brasil,quando será? Dizem que entre
junho e julho,mas a palavra está com as secretarias de saúde dos estados
brasileiros,que,hoje,se posicionam contra a idéia.
E como está se dando a volta? - 3
Está obedecendo a critérios rigorosos, sem torcida em campo, equipes de
trabalhos reduzidas e com todos os envolvidos no espetáculo sendo testa-
dos para a COVID 19, inclusive familiares.Até o material usado por cada
jogador em campo é lavado na casa de cada um. Não tem gandula, trinta
bolas são espalhadas ao redor do campo, policiamento reduzido dentro de
campo e ninguém vai para a porta dos estádios. Não pode ter apertos de
mãos,nemcomemoraçãodegolscomabraços.Essessãoalgunsdosprin-
cipaiscuidadosforadoBrasil.E,aqui,temosessacondiçãoparaissocoma
volta do futebol? É esperar para descobrir.
Campeonato Alagoano
A competição parou com um jogo disputado pela sexta rodada da fase de
classificação, entre o líder Murici e o CSE, com um empate em 2 a 2. Com
isso, restam, mais três jogos dessa rodada, e mais quatro da última dessa
primeira fase.Depois,a semi-final com duas rodadas,e a decisão também
em dois jogos.Para encerrar o campeonato são necessários quantos dias?
Comcincorodadas,15diasserãosuficientes,lembrandoquepodeprejudi-
caressecalendáriosetiverqueintercalarcomaCopadoNordesteeaCopa
do Brasil,especialmente para o CRB.
Treinamentos virtuais
Enquanto os decretos governamentais e decisões da FAF proíbem a volta
do futebol emAlagoas,jogadores de CSA e CRB estão fazendo os trabalhos
em casa, por meio de um programa de computador pela internet, com a
orientaçãodocoordenadorfísicoeasupervisãodostreinadores.Otreinador
do CRB,Marcelo Cabo,até inovou,quando comandou um trabalho de posi-
cionamentoentredefesaeataquenosistemavirtual.Seráqueissofunciona
mesmo? Quanto aos demais times,todos estão parados.
10 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
JogoDuro redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Jorge Moraes
jorgepontomoraes@gmail.com
Curso online de escrita em inglês
Fonte: Berkeley University
Universidade da
Califórnia, Berke-
ley está ofere-
cendo um curso
online gratuito
sobre gramática
inglesa e reda-
ção de ensaios. O
curso é uma intro-
dução à redação
acadêmica para
estudantes da
língua inglesa,com foco no desenvolvimento de ensaios e correção.
O curso foi desenvolvido para qualquer pessoa interessada em se na faculdade,
com proficiência suficiente em inglês para seguir um curso de nível introdutório
ou que esteja desenvolvendo habilidades de escrita e comunicação em inglês.
Maiores informações e inscrição em https://bit.ly/3e5FOqY .
International Student Excellence Scholarship – Austrália
Fonte: Griffith University
Griffith University está oferecendo bolsas de excelência para interessados em
seus programas de graduação O objetivo das bolsas Griffith International Under-
graduateExcellenceépermitireincentivarestudantesdeexcelênciadequalquer
nacionalidade.
Para ser considerado elegível, o interessado deverá ter um GPA mínimo de 3.0
em uma escala 4.0 ou 5.5 em uma escala 7.0 nos estudos do ensino médio,
inscrever-se em um programa na Griffith University e atender a todos os requisi-
tos de inscrição apropriados para o programa de graduação proposto, incluindo
resultados de estudos anteriores e proficiência na língua inglesa.
Maiores informações e inscrições em https://bit.ly/2XjxDAE .
Webinário sobre GRE realizado em casa
Fonte: Quacquarelli Symonds
Alguns testes internacionais já podem ser feitos online,como é o caso do GRE®,
exigido pelas universidades norte-americanas.
Sevocêquersabermaiscomocomoexatamenteissofunciona,poderáparticipar
deumaconversadiretamente comoETS-EducationalTestingService,criadore
responsável pela aplicação do GRE.
O webinário “Por dentro do teste geral GRE® realizado em casa” será realizado
nasexta-feira29demaioàs14:000(GMT+1).Participantespoderãoconversar,
diretamente,com MatthewBashi-KadlubowskieParasFatnani,ambosespecia-
listasnoassuntoquevãodardicassobrecomosepreparareapresentarcomoas
universidades vão considerar as pontuações do teste realizado em casa.
Maiores informações e inscrições em https://bit.ly/2XjjZgF .
11O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
Estudarláfora redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Alyshia Gomes
alyshiagomes.ri@gmail.com
Academia discute movimento pela cobertura de saúde universal
Surtos de doenças evitáveis por vacinação, impactos na
saúde causados pela poluição ambiental, mudança climá-
tica e múltiplas crises humanitárias são apenas alguns exem-
plos do que a população global vem vivenciando já há muito
tempo.
Em janeiro de 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
lançou um plano estratégico para o enfrentamento dos
problemas globais ligados à sua área de atuação.Os objetivos
foram ambiciosos e incluíram o acesso à cobertura universal
de saúde para 1 bilhão de pessoas.
O tema foi objeto de discussão na Reunião de Alto Nível das
Nações Unidas (ONU HLM) e, posteriormente, objeto de uma
declaração (Cobertura Universal de Saúde: Movendo-se
Juntos para Construir um Mundo Mais Saudável). Sua adoção
pela Assembleia Geral das Nações unidas ocorreu no mesmo
ano.
A exemplo de governos, parlamentares, sociedade civil, setor
privado, agências internacionais, redes globais de saúde, a
academia vem desempenhando um papel muito importante
no movimento pela cobertura de saúde universal (Univer-
sal Health Coverage - UHC). Discussões vêm sendo feitas e
oportunidades para que todos participem vem sendo criadas,
como é o caso do próximo webinar organizado pelo Global
Health Center, centro de pesquisa em saúde global, gover-
nança e diplomacia do Graduate Institute (Genebra - Suíça).
Para comemorar a 73ª sessão da Assembleia Mundial da
Saúde, o centro e seus parceiros estão organizando uma
série de discussões virtuais sobre questões críticas de saúde
global, como a resposta à COVID-19. Um dos eventos tratará
sobre o UHC2030, movimento global para fortalecer os siste-
mas de saúde em direção a uma cobertura universal.
O evento será gratuito e acontecerá no próximo dia 27, às
9h. As incrições poderão ser feitas através do site https://bit.
ly/2zlVPds .
Alyshia Gomes escreve sobre Educação Internacional,
Educação Global e temas correlacionados no jornal “O DIA
ALAGOAS” e no site “O Dia Mais”. Dúvidas, comentários e
sugestões, entre em contato através do email alyshiagomes.
ri@gmail.com.
Cursoonlinede
preparaçãoparaoTOEFL
Fonte:edX
EducationalTesting Service - ETS está
oferecendoumcursoonlinegratuitode
preparaçãoparaoexameTOEFL®.Um
melhor resultado noTOEFL® aumen-
tará sua chance de obter ajuda finan-
ceiranasuniversidadesamericanas.
Participantes poderão receber impor-
tantes conselhos, incluindo como
se inscrever para o teste, como ele é
pontuado e como se preparar para o
dia da avaliação. Este curso o ajudará
a entender o que você pode fazer para
obtersuamelhorpontuação.
Os instrutores utilizarão perguntas
dos testes anteriores arquivados para
orientar os participantes e explicarão
os tipos de perguntas que você pode
esperar.Este é um self-paced,ou seja,
oalunosegueoseupróprioritmo.
Inscrições e informações em http://bit.
ly/2DpIkYJ.
12 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
igor93279039@hotmail.comIGOR PEREIRA
Quais cuidados
com o carro parado
Bateria – As baterias dos
carros descarregam depois
de algum tempo, ligue o
veículo em um ambiente
aberto e ventilado por 10
minutos a cada 2 ou 3
dias; Freios – Solte o freio
de mão do seu veículo
regularmente; Fluidos –
Lubrificantes podem ficar
mais densos e os fluidos
podem começar a se
separar. Sempre verifique
os níveis de fluidos/
lubrificantes do motor,
freios e transmissão;
se possível; Ventilação
– Ventile seu carro
periodicamente para evitar
umidade no seu interior.
Jeep: condições
especiais para
público PCD
Neste momento delicado
de união contra a
Covid-19, a Jeep reforça
os incentivos para que
todos os seus clientes
realizem os seus sonhos.
Assim, após ampliar o
atendimento em seus
canais digitais, realinhar
os incentivos à rede
de concessionárias e
aumentar o prazo da
campanha que paga as
parcelas dos clientes
até 2021, a Jeep lança
condições especiais
de descontos para
pessoas com deficiência
(PCD), além de todos os
benefícios já previstos.
Desse modo, o público
PCD poderá ter descontos,
além dos de direito, de
até 28,3%, em uma
oportunidade única para
quem fizer a compra. Com
a nova tabela de preços, o
Jeep Compass Longitude
2.0 Diesel, por exemplo,
que custa R$ 170.990,
pode ter uma redução que
vai de 22,3% a 28,3%,
podendo chegar até ao
preço de R$ 98.080.
Se um comprador PCD
optar pelo Jeep Compass
Longitude 2.0 Flex,
que tem preço público
sugerido de R$ 134.990,
os descontos podem variar
entre 19,5% e 25,5%,
podendo chegar ao valor
final de R$ 90.602.
ACONTECE
esta semana
FORD LANÇA
NA EUROPA A
RANGER THUNDER
A Ford apresentou na
Europa a Ranger Thunder,
nova edição especial da
picape que chega ao
mercado local, no final
do terceiro trimestre com
produção limitada a 4.500
unidades. Combinando
o padrão de estilo e
conforto dos SUVs e alto
desempenho, o modelo tem
como objetivo aumentar o
sucesso da Ranger, que foi
eleita Picape Internacional
de 2020. Equipada com
motor diesel biturboEcoBlue
2.0, com 213 cv e torque de
51 kgfm, câmbio automático
de 10 velocidades e tração
nas quatro rodas.
Honda vai lançar
crossover de 4
cilindros com 650 cc
O conceito CB4X,
apresentado no Salão de
Milão 2019, está perto de
ganhar as ruas.As patentes
da nova crossover foram
registradas na Europa
em versão finalizada para
produção em série.A
grande novidade na família
Honda será a aplicação
do motor de 4 cilindros
em linha numa plataforma
com suspensões de
curso elevado. Será
uma CB 650X, que vai
concorrer com a Yamaha
Tracer.O design adota
semicarenagem, protetores
de mãos, para-brisa
de altura ajustável e
monobraço traseiro. Nesse
ponto ficam evidentes
mudanças ciclísticas
mais amplas, porque foi
necessário transferir o
sistema de freio para o
lado esquerdo, deixando
assim a face direita da roda
completamente exposta.
RODASDUAS
Em um veículo existem
diversos sistemas mecânicos
que funcionam simultanea-
mente e que são responsáveis
pelo bom funcionamento do
motor. Considerada uma das
principais peças dos carros
manuais e robotizados, a
embreagem tem como função
a sincronização e a troca das
marchas, e a absorção das
vibrações do motor para não
danificar a caixa de câmbio.
Segundo Fabio Ferreira
Baldin, Gerente de Produto
da Valeo Sistemas Automo-
tivos, para saber a hora certa
de trocá-la, é preciso seguir
as orientações do manual
do veículo. Porém, existem
alguns fatores que podem
ajudar o motorista a identifi-
car que a vida útil da peça está
chegando ao fim, como por
exemplo a quilometragem
avançada, os pedais duros,
os ruídos, as trepidações e a
perda na transmissão da força
do motor do carro para as
rodas.Ele ainda lista três práti-
cas que devem ser evitadas
paraquenãoocorraodesgaste
precoce do item: 1. Evite
dirigir com o pé no pedal.
Esta prática pode “enforcar”
a embreagem e causar um
desgaste prematuro; 2. Não
tire o pé da embreagem rapi-
damente. Este costume pode
gerar trancos e até arrancadas
bruscas; 3. Evite segurar o
veículo em ladeiras usando a
embreagem. Este hábito pode
ocasionar uma patinação
muito forte do item.
Dicas práticas de como preservar
a embreagem do seu carro
AFiatChryslerAutomóveis
(FCA) entregou na quarta-
feira passada ao Governo de
Pernambuco um hospital de
campanha totalmente equi-
pado para o atendimento de
casos da Covid-19. Montado
noprédiodaUnidadePernam-
bucana de Atenção Especiali-
zada (UPAE) construído pela
própria FCA no município, o
hospital conta com 100 leitos,
dos quais três de estabilização
em sala vermelha, para casos
mais graves, e outros 97 em
enfermaria. A operação da
unidade, que ficará sob a
responsabilidade do Governo
do Estado, teve início na
sexta-feira passada. Além dos
100 leitos, o hospital também
dispõededezconsultórios,sala
de triagem, postos de enfer-
magem, área administrativa
e centro de material e esterili-
zação. A FCA também doou
equipamentos para viabilizar
o funcionamento da unidade,
como raio-X, três ventiladores
pulmonares – todos recupera-
dos por funcionários do Polo
Jeep que atuam numa força-
tarefa nacional de manutenção
desses aparelhos - e materiais
médicos diversos. A FCA
tambémdoouumaFiatDucato
adaptada como ambulância
para apoio à movimentação de
pacientes.
FCA entrega hospital de campanha
em combate ao COVID-19
SOLIDARIEDADE
MANUTENÇÃO
PedroCabr
al
CORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTO
Alagoas l 24 a 30 de maio I ano 08 I nº 378 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
Envie crítica e sugestão para ndsvcampus@gmail.com
Dois
dedos
de
prosa
Mais um número de depoimentos sobre isolamento e Covid-19. Foi organizado com a
ajuda de Joelle Malta, a quem agradecemos, bem como por ter colaborado com um
texto. Agradecemos a todos os que escreveram e hoje e no futuro estarão de olho no que
disseram, especialmente, por todos serem ligados ao movimento cultural de Alagoas. A
capa é um trabalho de Tânia Pedrosa, artista plástica que nos possibilitou tê-la conosco, o
que devemos a Lula Nogueira e à ajuda de Sérgio Moreira.
Vamos ler!
Abraço,
Sávio Almeida
CAMPUSCAMPUSCAMPUSCAMPUS
VIVENTES DAS ALAGOAS
E A PANDEMIA (VI)
D
e b r a ç o s
d a d o s
com um só
tempo. Agora, agora, agora.
Me pergunto como seria
viver tão perto do agora,
caso de mim não tivesse
sido arrancada a capaci-
dade de viver plenamente
o presente? Passeio diaria-
mente pelas inúmeras possi-
bilidades do que ainda não
vivi. Revisito imagens velhas
como se fosse possível rever-
ter algo e assisto ao jornal
que por mais que pareça
sempre um replay, não é. Há
sempre um terrível detalhe
que o distingue de um dia
para o outro, um detalhe
numérico e assustadora-
mente crescente que contabi-
liza as vítimas da Covid-19.
Uma montanha russa de
sensações é a aventura do
momento. Os números são
companheiros diários e eu
que aprendi com o teatro,
o valor que as histórias
possuem, não tenho habili-
dade alguma para esvaziar
as existências que estão por
trás desses números. Defi-
nitivamente, isso não é fácil.
Que momento é esse? Não
apenas para nós artistas que,
como diz o poeta Eduardo
Galeano, temos a glândula
da consciência e sentimos
tão profundamente as dores
do mundo. Mas, para toda a
humanidade. Que momento
é esse?
Faca de dois gumes. De
um lado corta fora o abraço,
deixa a saudade afiada e
mata por falta de ar ou de
afeto. Do outro lado, causa
fissura nas distrações fúteis,
no consumo desenfreado,
nos ruídos estridentes e
constantes que diminuem a
nossa capacidade de escuta,
nos quilos de compromissos
que metemos goela abaixo
abastecendo as nossas
dispensas de ansiedade,
medo e disputa. Que freio!
As certezas escorreram entre
osdedos.Convocadaaparar,
vou adubando a esperança
de que possamos despertar
e que boas transformações
possam vir. Mesmo sendo a
fé uma criança ferida diante
de tantos golpes contra liber-
dade, a arte e a vida. Sempre,
sempre, sempre!
Penso tanto no lado da
faca que anda causando
fissuras em coisas que já não
nos servem mais. Quem dera
fossem amputadas de vez
para que algo novo, verda-
deiramente novo, tivesse a
chance de brotar. Enquanto
isso, observo a destreza
que esse lado da faca tem
em fatiar tudo. Picotar,
partir, rasgar. Cada fatia
revela o quanto o sistema
em que vivemos está podre
por dentro e muitos de nós
humanos também.
Desaceleramos. Me sinto
um relógio desgovernado
que amanhece com a lua e
adormece com o sol. Um
relógio que faz as horas, dias,
semanas e meses perderem o
sentido. Convocada a convi-
ver mais comigo, a me ver
por dentro, espelhos já não
surtem mais tanto efeito.
As percepções se ampliam
a cada dia, o corpo-rei e
a mente rainha, enfim, se
sentam em seus devidos
tronos e isso pode ser tão
leve quanto pesado. Não ter
como fugir de si mesma, é o
que está dado. Enquanto eu
olho a rua pelas grades das
janelas, plantas crescem, em
vários lugares do mundo
as águas ficam mais límpi-
das, a poluição diminui e os
animais fazem as suas revo-
luções pelas cidades.
É agridoce! Saboreio o
ácido e o mel desse tempo e,
confesso, ando com grandes
confusões no paladar! Por
isso, as vezes choro e rio ao
mesmo tempo. Que a arte,
com toda a sua simplicidade,
continue sendo o nosso
acalanto, o nosso respiro.
*
CAMPUS
2 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
“Deixemoatorempaz.Oatornão
ofereceperigo,oatoréumsonhador”
Flávio Migliaccio, 2020
Este número faz parte do Projeto Memória da pandemia nas Alagoas, coordenado por
Luiz Sávio deAlmeida e José Carlos da Silva Lima. Ele foi organizado por Joelle Malta.
Contamos, também, com a honrosa colaboração da artista Tânia Pedrosa. Nossa capa
reproduz a tela Sertão Sempre Vivo, premiado na Bienal NAÏF do SESC de Piracicaba de
2014.
Quem
é
quem?
Gessyca Geyza, atriz e diretora do Coletivo de Teatro Heteaçã, em 8 de maio de 2020, em Maceió-AL
Uma faca de dois gumes
CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 215 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
Para anunciar,
ligue 3023.2092
EXPEDIENTE
ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial JorgeVieira JoséAlberto CostaODiaAlagoas
D
e s p e r t o .
S e n t o n a
c a m a .
Procuro os propósitos para
iniciar o meu dia: dia que já é
tarde.Éinevitávelnãolembrar
de Gregor Samsa – também
eu tenho acordado depois de
sonhos intranquilos –; ou do
pensamento inicial do profes-
sor de literatura George, de
Um homem só: “despertar
começa com o dizer-se sou
e agora”, ou ainda, a fatal
Clarice Lispector quando diz
“Amanheci em cólera. Não,
não, o mundo não me agrada.
[...]”. Antes de colocar os pés
no chão, respiro e digo que
o dia é. Penso em mim, nos
meus e nas minhas que estão
distantes: nunca senti tanta
saudade. Alimento os gatos,
abro a porta do quintal para
que tomem um banho de sol:
seres aparelhados de liber-
dade. Ando pela casa. Intento
lavar os pratos, organizar
as sacolas de lixo, procurar
roupa suja para lavar. Sinto
um gosto amargo na boca,
tomo um susto, penso ser
um soluço, aparecendo como
uma surpresa. Não é. Cami-
nho no deserto e exercito a
vontade dos bichos: plantas,
dromedários, uma serpente
de chifres, a lua: máquina de
luminescência. Caminho no
deserto e procuro o saber da
água, a vontade do sonho
vasto e azul: é ainda o início
seco como a possibilidade dos
olhos suspensos na fronteira
dos gritos. É ainda manhã ou
começo da tarde: eu não sei,
mas ainda é.
Entro no quarto com
alguma comida na mão, fecho
a porta, já faz calor. São quase
sempre 13h ou um pouco
antes disso. Inicio o meu dia
quase sempre com a leitura
de poemas escritos no Brasil,
Portugal e agora na Catalu-
nha, sobre o tempo, a geogra-
fia das coisas sem vida, o cisco
no olho: a saudade é uma
planta carnívora.
E eu vou penetrando pelo
dia e sentindo na pele: tudo!
Como dizer com tão pouco
o universo? Eu quero correr
daqui. Então, penso em cava-
los. O que imagina um cavalo
na sua velocidade? Patas,
mandíbulas, a crina deline-
ada no desespero do vento,
sua musculatura: o movi-
mento do sangue. Talvez
os cavalos corram para o
caminho daquilo ainda sem
nome. Cada pata contempla
a surpresa do futuro, até as
traseiras que jamais passarão
pelos caminhos já tocados.
É um sonho ou uma filosofia
sobre as coisas camufladas
no tempo? Sinto o barulho, as
vibrações,osgalopes,ochão,a
carne, a febre.A minha cabeça
dói, tudo se mistura. Será seja
um poema que me dei de
presente de aniversário? Há
poucosdiascompletei32anos.
Tenho medo: o tempo passa e
eu continuo a ser “umbigo e
solidão”. Mas há uma certeza:
na próxima vida quero ser um
cavalo selvagem.
Talvez tudo aqui seja um
punhado de saudade me
povoando, uma vontade de
terminar aquilo que nem
comecei, fagulhas de pensa-
mentos: tudo se mistura.
O contato com o céu acon-
tece pela janela do quarto.
Olho o cheiro do céu: quero
reinventarasnuvens,repensar
uma poética do horizonte que
sustente a beleza que inunda
a maré dos olhos e diminuir o
sentido da solidão, desmon-
tando a fábrica de animais
que morrem em silêncio, aqui
perto, aqui dentro.
Àsvezes,acordoquerendo
colocar pedras nos bolsos e
afundar no rio Ouse, em 1941.
Outras vezes me lembro de
alguns versos do meu poema
favorito da Beber que diz
muito e sempre sobre o eu e o
agora,porquetudoprecisaser
poesia e a palavra é o corpo
sagrado que nos chega pelo
tempo: “deve ser perigoso/
esse gosto recorrente/ de
incêndio na boca/ [...]queria
um gosto bom, queria pernas/
pra sair correndo”.
Não sei do fim, prefiro
seguir acreditando na beleza
das palavras a nos atravessar,
assim como faremos com o
tempo: você e eu e nós, como
as borboletas que já descobri-
ram por agora como fazer e
estão invadindo a cidade. Fico
por aqui, não sei mais dizer
sobre a ilha que me habita,
quando queria eu habitar o
mar e o poder alquímico da
água salgada.
Preciso ir ficarei imóvel
na tarde a olhar os gatos
dormindo na cama, na mesa
de trabalho, na cadeira com
rodinhas. Não vou me culpar
por não escrever o poema que
representará a minha gera-
ção, nem sofrer com os filmes
que não saberei discutir por
não tê-los vistos, tampouco
as séries, as lives nas redes
sociais, os vídeos dos museus
pelo mundo, os memes, as
reportagens do jornal local
com os dados atualizados, o
retrato do medo. Ficarei aqui,
semculpa,enquantopensono
poema do Felipe, um amigo
querido, sobre suicidas, pois
todos eles serão perdoados:
“[...] aqueles que não deram
esclarecimentos/ [...] os eletro-
cutados; os embriagados;/[...]
os que guardaram balas na
boca ou no peito;/ os delica-
dos, tristes, faustos, imperfei-
tos –/ todos os suicidas serão
perdoados.
Um abraço de longe. Até
logo, até quando.
E
u acordo entre
9h e 10 horas,
mais tarde que
o que eu costumava acordar
antes da quarentena. Iniciei a
leitura de um livro do soció-
logo ZygmuntBauman, Amor
Líquido. Leio sempre pela
manhã. Durmo à tarde, pós
almoço, e tenho conseguido
fazerexercíciopor30,40minu-
tos. Adquiri novos hábitos.
Um amigo me indicou ouvir
áudio books. Iniciei a expe-
riência com Dom Casmurro,
de Machado de Assis. Tem
me feito bem. À noite, geral-
mente ocupo meu tempo no
computador,ouçomúsicasou
assisto a séries. Também não
costumava assisti-las, mais
um hábito adquirido.
Não lidar profundamente
com a Covid-19 é uma estra-
tégia de cuidado com a minha
saúde mental, mas confesso
que a ansiedade anda sendo
uma amiga presente. Tenho
me sentido inquieto. Eu não
consigo me concentrar ou
ficar parado num lugar. Fico
entre o computador, o sofá,
penduroaredenagaragemde
casa, mas logo fico impaciente
e irritado. Coloco música, mas
não consigo ao menos ouvi-la
até o fim. Tento ouvir outros
ritmos, mas nem mesmo as
músicas que mais gosto me
acalmam. Volto para o quarto,
tento me deitar. Depois vou
à cozinha tentar comer algo,
mas me percebo sem fome.
Embora, eu me mova pela
casa, eu me sinto paralisado,
sem conseguir finalizar nada
do que comecei a fazer.
Sinto que eu não conse-
gui ainda uma boa dinâmica
para vivenciar o que estamos
passando, mas estou sabendo
fazer redução de danos, o
que já é um grande começo.
Como, por exemplo: tirar um
momento rápido do dia para
ler os noticiários, correr das
mensagens motivacionais e
não me sentir inútil por não
estar fazendo algum curso
online ou uma especialização.
A quarentena está fazendo
com que a grande maioria das
pessoas lide forçadamente
com suas inquietações e para
quem já exercitava isso, a
demanda só intensificou. Não
é fácil e a opção da fuga pode
levar a gente para um cami-
nho altamente inapropriado.
Eu me encontro no processo
de assimilar aos poucos, mas
às vezes, o impacto é forte e
junto com isso vem as incer-
tezas que fazem eu pensar
em todas as esferas da minha
vida. Às vezes, sinto revolta e
não vejo tanto uma mudança
social como sendo apenas de
forma positiva.
Algo que tem me afetado
também, é ver o Brasil em
meio à uma crise política
durante uma pandemia. Esse
fator potencializa muito o
estresse e a irritabilidade em
mim. Ver o posicionamento
cruel do presidente, as postu-
ras e as medidas que ele tem
tomado para o país sem
levar em consideração ques-
tões sociais e ver que muitas
pessoas têm seguido o que é
dito por ele, se colocando em
perigo, gera em mim emoções
muito fortes. Então, diante
disso, prefiro evitar o contato
com certas notícias.
Nomomento,vejoegoísmo
das pessoas, uma ausência de
conscientização para pensar
no coletivo. Não somente nas
medidas básicas para evitar
aglomeração de quem pode
ficaremcasa,maspessoasque
pouco se importam de pensar
em um futuro diante disso
tudo. Futuro esse que seja
mais justo e com menos desi-
gualdade social, pois o coro-
navírus traz não só o risco de
morte, mas um momento de
pensar que tipo de sociedade
estamos vivendo e querendo
para todos, de forma espiri-
tual, social e ambiental.
CAMPUS
3O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
A opinião dos autores pode não coincidir no todo ou em parte com a de Campus.
Magno Almeida Mestrando em Estudos Literários (PPGLL-UFAL), Professor de Literatura e Poeta
Alexandre Ramos Estudante de Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas
Um abraço de longe. Até logo, até quando.
Prefiro evitar o contato com certas notícias
CAMPUS
4 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
FICHA TÉCNICA
CAMPUS
COORDENADORIAS SETORIAIS
L. Sávio deAlmeida
Coordenador de Campus
Cícero Rodrigues
Ilustração
Jobson Pedrosa
Diagramação
Iracema Ferro
Edição e Revisão
CíceroAlbuquerque
Semiárido
Eduardo Bastos
Artes Plásticas
Amaro Hélio da Silva
Índios
Lúcio Verçoza
Ciências Sociais
Renildo Ribeiro
Letras e Literatura
Visite o Blog do SávioAlmeida
O
s últimos dias
trouxeram a
sensação de
que tudo virou do avesso. E,
virou mesmo. Dia desses, ouvi
umamúsicadeCaetanoVeloso
e um dos versos não sai da
minha cabeça: “Alguma coisa
estáforadaordem,foradanova
ordem mundial.” Muito se tem
falado sobre as mudanças do
mundo, que nada será como
antes e que estamos passando
por uma transformação. Acre-
ditoqueháumanovaordemse
estabelecendo,umanovaforma
de viver, de conduzir os dias e
de se relacionar com o outro,
comanatureza,comotrabalho,
com nossas escolhas de vida...
Sinto que muitas e muitos de
nós estamos desenvolvendo
umnovoolharsobreotodo.
Eu estou isolada há mais de
40dias.Passeiquasedoismeses
em São Paulo e decidi ficar em
quarentena assim que voltei
de viagem. Fui surpreendida
por uma forte crise de garganta
quemedeixoucom39grausde
febre e me fez cogitar a possi-
bilidade de ter tido a covid-19.
Masnãotive.
Nesse período, minha casa
tem sido também meu abrigo,
meu casulo. As paredes são
testemunhas das minhas
angústias, do medo, dos solu-
ços ao despertar depois de um
pesadelo às 6 horas da manhã,
quando só consegui dormir às
4 horas da madrugada. Sim,
sou mais uma pessoa que tem
trocado o dia pela noite. Rotina
e sono totalmente desregu-
lados. A fim de organizar os
meus dias, eu escrevi uma lista
com uma série de coisas para
fazer.Algumas, eu nem come-
cei. Outras, até iniciei, mas não
consegui terminar. Surge com
isso a estranha sensação de
procrastinação. Estou sempre
me sentindo como se estivesse
deixando os meus planos para
depois.Masdealgummodo,eu
estou.Sobreissonãohámuitoo
quefazer.
Minha casa também tem
testemunhado meus momen-
tos de otimismo, meu corpo
dançante, os poemas lidos, os
vídeos produzidos, o cuidado
com as plantas, as brincadeiras
com as minhas cadelas, meus
sorrisos saudosos ao conversar
com amigos e família. Aliás,
a saudade tem feito morada
em muitos de nós. Meus dias
oscilam também entre o ócio
e a necessidade insistente de
ser produtiva. Já abro os olhos
pensando no que eu tenho que
fazer. É como se até ócio preci-
sasse ser criativo o tempo todo.
Há um lado positivo nisso,
quando me sinto incentivada
a tirar da gaveta alguns dese-
jos profissionais e colocá-los
em prática. Mas nem sempre é
assim.
Boca seca, coração acele-
rado, impaciência, falta de
apetite e outros sintomas me
avisam que a ansiedade está
me rondando. O que explica
os dias que vi nascer. Não é
somente estar isolada em casa
que provoca essa miscelânea
de emoções e sentimentos, mas
todas as incertezas, as postu-
ras e os discursos descabidos
de quem tenta minimizar o
problema, as imagens aterro-
rizantes ao redor do mundo, o
númerodemortos.
Em meio ao caos, entre um
dia estranho e um dia bom,
tento manter a calma embora
seja difícil manter a sanidade
em meio a tantas notícias ruins.
Mudo dependendo do dia. É
natural se sentir mais sensível
em meio a esses acontecimen-
tos. De uma maneira ou de
outra, estamos vivendo um
luto. A tristeza vai e vem. Faz
parte do processo. Embora
o estado de preocupação e
melancolia prevaleça, ouço um
chamado para me reconectar
com minha alma, com meu eu,
de me reinventar, de repensar
alguns pontos e planejar novos
passos.
Comecei a perceber que
estar conectada o tempo todo
estava me fazendo muito mal.
Eu tenho me afastado dos
jornais, das redes sociais, onde
me percebi bem ativa. Ainda
assim, é a tecnologia que tem
nos ajudado a estar em contato
com quem amamos, então, não
tem como abdicar totalmente
dela. A arte tem sido minha
ferramenta para estar mais no
mundorealemenosnovirtual.
Tenho conversado com outros
artistas locais e de outras cida-
des do país trocando sobre o
que temos sentido, vivido e
pensado nos últimos tempos.
As angústias, as dificuldades
e a esperança são muito seme-
lhantes. Há momentos mais
melancólicos, momentos mais
otimistas e seguimos nos forta-
lecendo.
Que tudo isso passe logo
para que as angústias sejam
breves!
E
u não sabe-
ria precisar
quando come-
cei o meu isolamento social.
Só lembro que foi no dia
seguinte ao primeiro decreto
do governo do Estado, que
estabeleceu a prerrogativa
de pessoas “sexes”, como eu,
serem liberadas do trabalho
presencial. Imediatamente,
vislumbrei uma das poucas
vantagens de ter a tal de
DNA e fui logo requerer essa
”benesse.” Nem me dei conta
de que não era nenhuma
bondadepalaciana,esimofato
de eu já estar no grupo de risco
preconizadopelaOMS.Ocorre
que me tornei um misantropo
de carteirinha, como cortejava
hábastantetempo,porém,sem
o sabor involuntário e amargo
de uma pandemia. Enfim,
não lembro quando comecei
minhaesperadotempopassar,
porque uma das coisas que
mais me chamam a atenção
nesses dias é o fato deles pare-
cerem absolutamente iguais,
mesmo que estabeleçamos
umarotinadiferenteparacada
dia da semana.
No começo, em meados
de março, resolvi radicalizar
e só saia da toca para subir
e descer nove andares pelas
escadas do meu prédio e
respirar outros ares, um tanto
poluídos de odores amonía-
cos. Certamente, incentiva-
ram minha ligeireza escada
a baixo e a convicção de que
pra descer todo santo ajuda.
Mesmo assim, no primeiro
dia, só consegui duas vezes.
É bem verdade que ao final
da atividade receei estar com
um dos sintomas do corona-
vírus,detantadificuldadeque
eu tinha para respirar. Porém,
fui resiliente, porque o que
me impressiona na espécie
humana é a capacidade de
adaptação, para cima ou para
baixo. Por isso, atualmente,
desço e subo os nove andares
seis vezes, todos os dias. O
que dá um tempo razoável de
atividade física, ao passo que,
literalmente, me preparo para
o campeonato dessa moda-
lidade esportiva, bastante
valorizada nos USA, antes
do Osama detonar as Torres
Gêmeas. Por enquanto, aqui,
são 154 degraus, cada um com
sua personalidade e detalhe
específico. Às vezes, alguns
me olham de baixo para cima,
claramente apreensivos, à
espera da pisada inclemente.
No entanto, minutos depois,
se vingam maldosamente,
quando os miro do meu
ângulo inferior, com o coração
na boca, e eles riem de mim,
gélidos em sua concretude, a
espera do piripaque letal.
Embora já se configure um
longo tempo sem o convívio e
o abraço afetuoso dos poucos
amigos e parentes queridos, a
monotoniaaindanãoseabateu
sobre mim e nem ameaçou
minha rotina, com suas garras
de lesma e bafo de preguiça
paralisante, no meu latifúndio
de poucos metros quadrados.
Além disso, mesmo que os
dias sejam miméticos em sua
essência,acenapolíticadopaís
e seus protagonistas ridícu-
los não permitem monotonia.
A não ser que não houvesse
mais nenhuma possibilidade
de contato com o mundo
alheio ao 904, num blecaute
das redes sociais e meios de
comunicação. Aí sim, de bom
grado, com muito mais inten-
sidade, eu iria esperar o meu
amor chegar, aprofundaria os
meus colóquios diários com o
Jipe (um felino manhoso que,
espaçosamente, coabita meu
espaço) e reforçaria a leitura
e a escrita inconsequente, tão
atávicas a mim e pré-pandê-
micas.
Pensandobem,talvezfosse
esse o mundo ideal para mim.
Um mundo pós-pandemia,
onde as pessoas estariam a
salvo dos fatos inusitados e
acontecimentos esdrúxulos,
escancarados pelas perso-
nagens em voga nesse nosso
país dilacerado e sob o desa-
brigo de um excrementíssimo
presidente virulento, tão letal
quanto é a covid-19 à vida
humana.
Exatamente agora, quando
estou chegando ao ponto final
desse escrito, sem precisar
abrir a porta, me atinge o mais
recente boletim da pandemia
em Alagoas, que aponta 777
casos confirmados e 36 óbitos,
num crescimento exponencial
a caminho do pico. Penso em
todososmaispobresevulnerá-
veis,queaindaserãoatingidos.
Pensoemtodasasfamíliasque
pranteiam seus mortos. Penso
nas classes de trabalhadores
que estão arriscando a vida no
combateaessapandemiaenos
que garantem a comodidade
do nosso recolhimento social
e, finalmente, rogo para que
esse desastre mundial sirva ao
menos como ponto de partida
para uma coexistência menos
desumana, porque não creio
mais na reinvenção da huma-
nidade.
Joelle Malta Atriz e contadora de histórias
Macléim Carneiro Músico, compositor e cantor
Tempos de vida, vírus e isolamento
Degrau Por Degrau

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Pandemia impacta economia de Alagoas

  • 1. Alagoas l 24 a 30 de maio I ano 08 I nº 378 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br JOGO DURO Jorge Moraes retorna sem “meias palavras” 10 EDITORIAL: PRESIDENTE DA REPÚBLICA ESQUECE PROMESSAS DE CAMPANHA E SE ALIA AOS POLÍTICOS DO “CENTRÃO” ENTREVISTA Sociólogo explica o que espera a vida social após a pandemia Fotos:FabrícioMelo FALTA DE CONDIÇÕES ESTRUTURAIS do Prédio do INSS foi denunciada em abril de 2019, mas a Notificação foi prorrogada devido à pandemia AINDA NÃO É SEGURO... Máscaras largadas nas calçadas de Maceió têm sido cenas bastante comuns Osriscosdeconsequências sérias no período de gravidez, com a pandemia da Covid- 19 em voga, fizeram com que muito sonhos de engravidar fossem adiados. O DIA conta isso direitinho em matéria especial. Vamos ver? Elas estão no rosto das pessoas, infectadas ou não. O certo é que as máscaras não podemserdescartadasnomeio da rua nem no lixo comum. Há critérios para o descarte desse equipamento de proteção indi- vidual.Vamosconhecê-los? O Hospital de Campa- nha Dr. Celso Tavares passa a integrar a rede pública hospi- talar no combate ao coronaví- rus. Com 150 leitos clínicos, a unidade hospitalar no Centro de Convenções, em Jaraguá, atenderá em tempo integral. Mulheres adiam o sonho da gravidez Como devemos descartar a máscara Mais 150 leitos no “Dr. Celso Tavares” POR CAUSA DA COVID-19 NOVO HOSPITAL MAIS CUIDADO 2 3 Só em julho/2020, a Noti- ficação emitida pelo Corpo de Bombeiros deve se expi- rar. Com isso, a direção do INSS deve apresentar os ajustes que foram feitos no prédio para que o CB provi- dencieumaVistoriaelibere, ounão,oimóvelparafuncio- namento. Em Alagoas, o Ministério da Saúde quer ocupar o prédio e se juntar à Dataprev e ao INSS, mesmo sem laudo técnico do Corpo de Bombeiros. 4 Estrutura do Prédio do INSS não estaria em condições de garantir a segurança dos servidores do órgão 69
  • 2. 2 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 EXPRESSÃO redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 215 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092 Para anunciar, ligue 3023.2092 EXPEDIENTE ElianePereira Diretora-Executiva DeraldoFrancisco Editor-Geral Conselho Editorial Jackson de Lima Neto JoséAlberto Costa JorgeVieiraODiaAlagoas Israel Lessa Ex-superintendente do Ministério do Trabalho em Alagoas P assados dois meses em meio ao furacão da pandemia, e sem perspectiva de volta à normalidade, com o Brasil ultrapassando a marca das quase vinte mil mortes pela Covid-19, o ano de 2020 traz um desafioextraordinárioparaaspolíti- caspúblicasdesaúdeedaeconomia. De um lado, temos a eclosão da pandemia do coronavírus, que vem ceifandoavidademilharesdebrasi- leiros, e infectando outras milhares de pessoas. Do outro lado, se manifesta uma crise financeira de grandes proporções, que atinge, em cheio, o setor econômico, principalmente os pequenos empresários, que hoje formam a imensa maioria da economia formal, e responsável pelo consumo básico da população pobre. Nesse contexto, trago como pano de fundo, as consequências desastrosas da pandemia para a economia em Alagoas, e de Maceió, mas acho que a defesa da vida, está acima de toda e qualquer argumen- tação. A preservação da vida está em primeiro lugar, por isso cobro do governo de Alagoas, ações mais incisivas no combate ao vírus. Maséprecisotambémpreservar a saúde das empresas, para garantir os empregos e as oportunidades para as pessoas, principalmente os jovens.Oquevemporaí,seosgover- nos Estadual, Municipal e Federal não garantirem o que prometeram desde o começo da pandemia, o quadro vai se agravar mais ainda. EmMaceió,deformaparticular, seussetoresmaistradicionaisegran- des geradores de renda e emprego, como o comércio e serviços, a cons- trução civil e o turismo amargam sérios prejuízos. No turismo, por exemplo, que responde pela geração de 160 mil empregos-seagenteintegraasmais detrintacadeiasprodutivasdosetor – já amargaum prejuízo de mais de R$ 1,5 bilhão, no Brasil o prejuízo podesuperarR$16bilhões,segundo fontes da Associação Brasileira da IndústriaHoteleira(ABIH).Nosetor hoteleiro,quegeracercaoitomilem- pregos diretos, foi anunciado férias coletivas para os colaboradores, diante da suspensão de atividades no início de abril emAlagoas. Mas como o turismo pode sobreviver com uma taxa de deso- cupação de leitos e hospedagem que bate nos 90% ? Em conversa com representantes da área, aABIH aindaaguardapelasaçõesoficiaisde emergência de apoio ao setor. Já o comércio continua lamen- tando a decisão do governo de Alagoas de prorrogar o isolamento e manter o setor comercial fechado, até 31 de maio próximo. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL) a decisão do governador Renan Filho, vai aumentar mais ainda o prejuízo acumulado no setor, que chegará a R$ 1,6 bilhão nos próximos meses. A entidade defende que o Estado encontreumequilíbrioentreosinte- resses econômicos e sociais. Um levantamento da assessoria econômica da Fecomércio aponta que, excluindo serviços essenciais não afetados com a suspensão, tais comoeletricidade,água,gás,esgoto, alimentação e serviços de Saúde privados, estima-se uma perda diária de R$ 53 milhões nas ativida- des do Comércio e de Serviços. Conforme a Fecomércio, o setor terciário (Comércio e Serviços) representa, em Alagoas, 49% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo responsável por empregar 66% dos trabalhadores com carteira assinada e por 83,33% dos empreendimentos existentes, respondendo por 44% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Servi- ços (ICMS) no Estado. A entidade afirma que, em contrapartida, as empresas conti- nuam com compromissos finan- ceiros a honrar e, embora medidas trabalhistas tenham sido anuncia- das pelo governo Federal, assim como normas tributárias nas esferas federal, estadual e municipal, tais iniciativasnãoserãosuficientespara equilibrarascontasfaceaodesaque- cimento de suas atividades. Como consequência, o desemprego, que já alcança 13,6% dos alagoanos, certa- mente aumentará. A construção civil tem sido muito atingida com a evolução do vírus. Para se ter uma ideia, após vivenciar cinco anos de dificuldade, entre 2013 e 2018, muitas empresas estavam otimistas em relação ao crescimentodosíndicesnomercado. Entretanto,ocenáriodecrisemudou completamente essa perspectiva, levando a maior parte das empresas da construção civil a adiar lança- mentos, novos projetos de grandes construtoras e, em alguns casos, suspender as obras que já estavam em andamento. Entre as exceções, que relatam reflexospositivos,estãoasempresas de segmentos de alimentos, fabrica- çãodeprodutosalimentícios,super- mercados, fabricação de produtos farmacêuticos e de plástico e servi- ços da construção relacionadas a hidráulica, ventilação ou refrigera- ção. Mas, como sempre, a corda só aperta junto aos mais vulneráveis, e se não houver uma reação e uma pressão do governo de Alagoas e da prefeitura de Maceió, para asse- gurar os empregos, tudo pode ficar muito pior. O número de empregos preservados por meio do benefício emergencial do governo federal em Alagoas é o segundo pior do Nordeste, à frente apenas do estado de Sergipe, que ocupa a última colo- cação na região. Os dados fazem parte de um levantamento divul- gado nesta quarta-feira (13), pela Secretaria do Trabalho do Ministé- rio da Economia. De acordo com os números, dos 7,2 milhões de empre- gos mantidos por meio do benefício emergencial do governo federal, apenas 1% estão emAlagoas - o que emnúmerosabsolutosrepresenta72 mil vagas formais preservadas. Diante da crise econômica causada por conta da pandemia do coronavírus, os pequenos comerciantes também esperam por medidas salvadoras, que ainda não chegaram, tais como: redução de impostos e taxas, aumento de prazos de pagamento das obri- gações das empresas e adoção de linhasdecréditodiferenciada.Desta forma, além da prioridade absoluta de combater o vírus, e salvar vidas, é preciso preservar a saúde das empresas, mais propriamente, as pequenas empresas, pois são elas que sustentam a sobrevivência da população: dos mercadinhos de bairro às feiras livres, pelo menos enquanto vivemos a crise sanitária mundial. Mas tudo isso vai passar. Em defesa da vida, dos empregos e das empresas O então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro tinha dois discursos que foram muito enfatizados durante a campanha. Um era que seu futuro Ministério seria composto por pessoas técnicas e não políticas e a outra é que não haveria negocia- ções com o Congresso Nacional, o famoso “toma lá da cá” e ambas as posturas seriam a antinomia de novapolíticaxavelhapolítica. Bolsonaro nunca deixou claro o que realmente seria essa nova política, já que vale lembrar que Bolsonaro foi deputado Federal por quase 30 anos e ainda elegeu seus filhos também políticos em suasbaseseleitoraisdeSãoeRiode Janeiro. Bolsonaro como deputado era inexpressivo, tendo apresen- tandodiversosprojetosdurantesua carreira no Legislativo, mas tendo apenas dois projetos aprovados. Foi filiado durante 11 anos ao PP, partido de Paulo Maluf e o partido mais envolvido nos esquemas de corrupção revelados pela operação Lava-Jato. Noentanto,apóseleito,oquese demonstrouéqueBolsonaroainda não conseguiu demonstrar pra ninguém que seu governo é uma “nova política”, primeiramente pelo seu quadro de ministros que de técnicos não têm nada ou quase nada.SeusMinistériossãopreenchi- dos em grande parte por militares, pois estes lhe deram uma sustenta- ção moral durante a campanha e o doutroladoháumaaladeministros dealinhamentoideológico,adeptos de teorias conspiratórias e criação deinimigosimagináriosparaserem combatidos. Neste diapasão deixemos isso claro com as duas demissões de ministros da saúde que acon- teceram mais recentemente, tão somente por estes ministros, encai- xadosnessecritério“quasetécnico” estavamouvindooqueaciênciaea medicina indicam e dando ênfase ao isolamento social e ao não uso protocolardacloroquina,duasposi- çõesquevãodeencontroaopensa- mentodopresidente. No que tange às negociações com o Congresso Nacional, Bolso- naro inicialmente contemplou partidos e grupos de sua base, mas os foi perdendo principalmente depois do rompimento com o PSL, mas mesmo assim, não era uma base que, por si só, dava susten- tação ao governo. As derrotas do governoforamsetornandoeviden- tese,tendoqueaprovarasreformas que achava necessárias para o país, principalmenteadaPrevidênciaea tributáriaqueviráembreve,Bolso- naro começou a alinhar conversas com os presidentes do Senado e da CâmaradosDeputados. Noentanto,começouadarpara trás e atacar esses dois políticos do CongressoNacionalqueemretalia- ção começaram a conduzir as dire- trizesdopaísemparalelocomasdo governofederal. Sem saída, o que se vê agora é Bolsonaro negociando com o chamado “Centrão”, partidos e políticos de blocos variados que se unem e conseguem maioria dos votos dentro do Congresso, mas esse apoio tem um preço que vai ficando cada vez mais caro a cada vez que o Presidente comete um erro, uma gafe ou um ataque, pois osoutrospolíticossedistanciamesó lherestamesses. Essas negociações já começa- ram a acontecer, principalmente depois dos diversos pedidos de impeachment e investigações que recaem sobre o presidente e seus filhos. O FNDE ficou com o PL de CostaNeto,oDNOCScomoPPde CiroNogueira,oConselhodeItaipu BinacionalcomoMDBdeEduardo Cunha e a Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional com o Republicanos de Marcos Pereira, todas figuras já conhecidas da política, principal- menteporcorrupção. Entãorestaapergunta:oqueéa novapolítica,Bolsonaro? “Nova política” e “velha política”
  • 3. Há como entender um “distanciamento social” num mundo globalizado? Viver essa pandemia mostra que somos “todos um”. O mundo é uma grande aldeia, uma espécie de vila global.Issotemexigidomuito de nós, tirando quase por completo a nossa vida social. É como se o mundo tivesse tirado2020comoumanosabá- tico coletivo. Nos mostrou que era preciso puxar o freio de mão e nos reinventarmos enquantosociedade,repensar nossas reais necessidades e prioridades, nos fazer voltar a sermos mais humanos. Tudo isso fez com que olhássemos para nós e para o outro, inde- pendente de onde vive e nos preocupássemos. Quando isso tudo estiver passando, como será o retorno das pessoas à“nova vida”? O retorno exigirá um esforço de voltar a confiar na vida em sociedade, que durante a pandemia passou a ser um risco. Será uma volta gradual nas medidas de distanciamento, muitas delas ainda devem continuar. Imaginar as crianças e jovens numa mesma sala de aula, ou mesmo uma ida ao cinema ainda é complexo. Além da crise econômica que se dese- nha,quecertamentevaiexpor aindamaisasnossasdesigual- dades sociais, como a pande- mia já fez. Para muitos essa volta será dolorida e marcada pela perda. Para todos certa- mente será urgente aprender lidar com as emoções para enfrentaroquepassoueoque ainda virá. Haverá impactos fortes ou o descumprimento do isolamento social (considerando a média de 50%noPaís)amenizaráobaque? É verdade que no Brasil vivemos um isolamento mais frouxo e isso faz com que as mudanças tenham sido sentidas de forma mais branda para muitos. Apesar de a pandemia ser democrá- tica, atingindo a todos sem distinção, os efeitos dela são diferentes em cada camada da sociedade. Existem os que conseguiram cumprir à risca o isolamento, àqueles que não conseguiram porque preci- saram trabalhar nas áreas essenciais e existem àqueles que flexibilizaram por conta própria, seja por ignorar as autoridades sanitárias, igno- rar a ciência ou por desobedi- ência.Então,certamenteesses impactos serão percebidos de formas diferentes e mais complexas. Hoje, o que já mudou no comportamento da sociedade com tudo o que implica essa pandemia? Estamos vivendo um momento muito novo para todos. Fomos forçados cole- tivamente a mudanças muito duras naquilo que é mais caro para nós enquanto seres humanos, a nossa vida social. Mudamos coisas das mais simples às mais complexas. Da forma como cumprimen- tamos uns aos outros, como apertos de mão, beijos e abra- ços até mesmo às nossas rela- ções de trabalho e de vida. O uso dos transportes públicos, dos espaços públicos, shop- pings e restaurantes. O uso da tecnologia foi potencializado, seja para o trabalho, mas também para o lazer e para os encontros de família. Tudo ao nossoredorsetransformoude forma compulsória. E certa- mente alguns desses hábitos permanecerão mesmo após isso tudo passar. Teremos um mesmo mundo daqui pra frente? Certamente não! O futuro chegou de forma muito rápida e mudou tudo. Espe- cialistas de várias áreas já tem chamado o que vai acontecer no mundo pós-pandemia de “novo normal”. Justamente por entender que muita coisa não voltará ao que enten- demos como normal antes. Em países onde as medidas de distanciamento já estão relaxando, esse novo normal tem sido uma característica. As pessoas não se sentem à vontadeparafazertudocomo antes. Um exemplo é você se imaginar num ônibus, metrô ou mesmo avião. É bem difícil diante de tudo que estamos passando, do medo global que se instalou e que vai nos guiar. Até mesmo sentar ao lado de alguém que não conhecemos, ou se aproximar de outra pessoa certamente será afetado. A desconfiança de que esse alguém possa representar uma ameaça é muito grande. Serão apenas mudanças ruins? Certamente, não! Muitas mudanças impostas pelas medidas de isolamento e distanciamento social trarão benefícios, sobretudo de mobilidade relacional. Apre- endemos e assimilarmos novos hábitos e práticas em tempo recorde e muitas delas nos ajudarão a ter um mundo mais prático. Muitas dessas mudanças já estavam em andamento, só foram acele- radas, sobretudo do uso da tecnologia, seja para a comu- nicação e mesmo para uma consulta médica, por exem- plo. Descobrimos que pode- mos fazer muitas coisas sem sairdecasaeissoafetaráques- tões como trânsito e os impac- tos ambientais. Além de uma solidariedade que redesco- brimos de forma muito posi- tiva. Pessoas ajudando outras que nem mesmo conhecem. Redes de solidariedade se construindo. Se tudo isso permanecerá ou se vamos ter uma diminuição do individu- alismo nas pessoas, ainda é muito cedo para afirmar, mas certamente deixará marcas na nossa vida social. Deraldo Francisco Repórter M ais tempo em casa,por conta da necessidade do isolamento social, gera uma sucessão de impactos na vida familiar.Lá fora,outro tanto de choques.A vida social está sofrendo um abalo,cujas alterações - quando a pandemia da Covid-19 passar - ainda são imprevisíveis.O que se vive hoje no mundo revela a gigantesca necessidade de uma readequação da sociedade ao pós-pandemia. O que as pessoas vão tirar da lição de solidariedade que é dada neste momento?A necessidade do retorno a velhos hábitos servirá para validá-los? Como será o mundo após o indivíduo descobrir que há sim como produzir sem colocar os pés na rua? O DIAALAGOAS conversou com o sociólogoAdalberon Jr sobre isso.CONFIRA: 3O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 COM A PALAVRA... redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br SOCIÓLOGO FALA DOS EFEITOS do isolamento social nos indívíduos e qual a perspectiva de mundo para o pós-pandemia “Estamos praticando mais a solidariedade”
  • 4. Deraldo Francisco Repórter A pós suces- sivas recla- mações de servidores da Superintendên- cia Estadual do Ministério da Saúde em Alagoas, a repor- tagem de O DIA ALAGOAS tentava há um mês informa- ções concretas sobre as condi- ções de habitabilidade com segurançadoEdifíciodoInsti- tuto de Seguridade Nacio- nal (INSS), que fica na Rua Engenheiro Roberto Gonçal- ves Menezes (antiga Rua da Praia), no Centro. Há um ano, servido- res do INSS, representados pelo sindicato da categoria denunciaram às autoridades, principalmente ao Corpo de Bombeiros, a situação de risco em que se encontrava o prédio. O DIA ALAGOAS denunciou o fato aqui, na edição 370, veiculada na semana de 12 a 20 de abril de 2019. Ou seja: a reclamação das péssimas condições do prédio que é suntuoso por foraeumdesastrepordentro, são antigas e não mudaram nesse período de mais de um não. Se não houve reforma nem manutenção, o imóvel pode estar em situação mais grave. Acoisaandoueumaequipe do Corpo de Bombeiros Mili- tar (CBM), sob comando do 1º TenenteBM(oficialdoquadro de combatentes) que foi o responsável pela Notificação nodia22deabrilde2019.Com isso, os gestores do prédio do INSS receberam uma série a de missões a cumprir, nota- damente aquelas que estavam na alçada da fiscalização do CBM. Entreelas,aprovidênciado ProcessodeSegurançaContra Incêndio e Pânico (PSCIP), que deveria ser aprovado pelo CBM/AL. Na vistoria coman- dada pelo tenente BM Gêne- sis, foram detectadas diversas irregularidades no âmbito de atuação do Bombeiro Mili- tar. Entre elas: Estruturas de incêndio toda precária; com destaque para os sistemas de hidrantes, extintores, saídas de emergência e “chuvei- ros”. Ou seja: tudo isso estava precário que, em caso de incêndio, o prédio queimaria com um graveto seco. Além disso, ainda vieram proble- mas com as mangueiras e com os alarmes. Poisbem,adireçãodoINSS deveria apresentar os ajustes – ao menos neste quesito. O Crea ainda não tinha entrado em ação para verificar a situa- ção estrutural do edifício. Um cidadão assinado como Deraldo Salvador de Lima chefe do Setor de Licita- ção,foiquemdeurecebimento à Notificação do CBMAL. No documentoqueassinou,elefoi informado de que teria 30 dias para comparecer ao Corpo de Bombeiros. No encontro, a direção do INSS solicitou o prazo de um ano para fazer os reparos no prédio. Pois bem, o tempo passou e a vigência da notificação se encerrou em abril passado. Mas,devidoàsituaçãoporque passaoEstado,todososprazos foram prorrogados, pelo Decreto de 2 de abril de 2020, publicadonoDiárioOficialdo Estado de Alagoas (DOEAL). “Os processos de regulariza- ção de edificações existentes neste CBMAL foram prorro- gados. Desta forma, o prazo para apresentação das devi- das regularizações da edifica- ção neste CBMAL foi dilatado até julho de 2020” Ou seja, até o próximo mês de julho, a direção do INSS tem esse período para fazer os ajustes nos quesitos identifi- cados pelo Corpo de Bombei- ros. Se a situação estava feia há mais de um ano, imagina- -se como está hoje. Devido ao trabalho em Homi Office, o trabalho presencial está suspenso. RESPOSTA DO SETOR TÉCNICO DO CB Em relação às condições de segurança do prédio para a recepção do servidores da Superintendência do Minis- tério da Saúde, o tenente- -coronel Sérgio André Silva Verçosa - Superintendente de Atividades Técnicas - informou que “este CBMAL considera que o Alvará de VistoriadoCorpodeBombei- ros (AVCB) é a certidão que atesta essa condição”. Disse ainda que, “para tanto, a edificação precisa ter seguido osdemaistrâmitesanteriores, comoapresentaçãodeprojeto técnico; obtenção do Alvará de Construção do Corpo de Bombeiros (ACCB); execução do que fora projetado e apro- vado; e Vistoria Técnica deste CBMAL”. Pelo que a reportagem apurou, estes AVCB e ACCBB só serão possíveis após o cumprimento das exigências feitas pela notificação em abril de2019,prorrogadaparajulho de 2020. Ou seja: o prédio do INSS não está em condições, ao menos do que diz respeito ao que importa ao Corpo de Bombeiros,defuncionamento com segurança. 4 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 ESTADO redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Sem laudo do CB, prédio do INSS ainda não tem segurança POR CAUSA DE PANDEMIA, Notificação foi prorrogada por mais 90 dias; prazo termina em julho, quando será feita a Vistoria Háumano,servidoresdoINSSdenunciaramaspéssimascondiçõesdopr[eido FabrícioMelo
  • 5. PUBLICIDADE 5O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br
  • 6. Iracema Ferro Repórter A p a n d e - mia virou o m u n d o de cabeça para baixo e tem interferido nos planos que até então eram considera- dos inadiáveis. Para muitas famílias 2020 era o ano escolhido para uma possí- vel gravidez. Apesar de não haver nenhum estudo conclusivo que comprove o perigo do coronavírus para gestantes, o Ministério da Saúde incluiu as futuras mamães no grupo de risco para a doença. A empresária Karina Moura, que estava em trata- mento para uma fertiliza- ção, revelou que a pandemia fez com que ela adiasse os planos. “A fertilização seria feita em março. Eu estava tão certa de que o proce- dimento daria certo que já tinha contratado um arqui- teto para fazer o quartinho do bebê, todo em branco e amarelo, uma vez que eu não saberia o sexo. Ter nosso bebê seria meu melhor presente de Natal da vida, mas veio a pandemia e fica- mos temerosos. O médico desaconselhou e resolvemos adiar para depois da pande- mia, que eu nem sei quando deve acabar. Acho que meu bebê vai ficar para 2021”, diz resignada. ESPERA PROLONGADA O mesmo aconteceu com a psicóloga Carolina Lemos. Ela havia decidido ter o primeiro filho com o marido (que já tem dois filhos de um casamento anterior ) ainda este ano, mas devido ao período de incertezas, optou pelo congelamento de embriões para uma gravidez no futuro. “Eu já tenho 35 anos, meu marido tem 42. Estamos casados há cinco anos e resolvemos buscar ajuda porque eu não conseguia engravidar. Estava tudo certo para fazer a inseminação no começo de abril. Veio a pandemia e decidimos, sob a indicação médica, congelar os óvulos para tentar o procedimento depois que essa pandemia passar. É melhor não correr riscos, porque pouquíssimo se sabe sobre a doença e suas consequências”, afirma. S e g u n d o F e r n a n d o Prado, ginecologista e obste- tra especialista em reprodu- ção humana, o momento agora requer cautela. “É importante ter serenidade para entender que a preven- ção e o combate ao corona- vírus é o mais importante, por isso cada caso deve ser avaliado individualmente. Há mulheres, por exemplo, que o adiamento diminui as chances e até impedem uma futura gestação”, destaca. IDADE IDEAL Ele lembra que a fase mais fértil da mulher acon- tece na faixa dos 25 aos 30 anos e após esse período é normal a diminuição da produção e da qualidade dos óvulos. Até por isso, o congelamento de óvulos ou embriões tem sido uma saída que permite planejar o melhor momento para dar continuidade aos planos de aumentar a família. “Muitos estudos apontam que aos 35 anos a fertilidade feminina alcança a metade de chance apresentada aos 25 anos e, aos 40 anos, a possibilidade é a metade confirmada aos 35 anos. Por isso o ideal é que o congelamento seja feito até os 35 anos, pois a partir dessa idade existe uma diminuição considerá- vel da qualidade dos óvulos que pode comprometer o resultado final”, alerta o especialista. Prado assinala que desde que tome os devidos cuida- dos, não existe nenhum problema se a mulher resol- ver engravidar mesmo durante este período. “Não há evidências científicas que comprovem riscos para as gestantes e bebês como foi na época do H1N1. Como a Covid-19 é uma doença nova, realmente requer todo cuidado e precaução. Quem tem a intenção de engra- vidar ainda este ano deve conversar com seu médico e definir juntos a melhor saída”, avalia. A empresária Karina Moura e o marido resolveram adiar a fertilização para o próximo ano com medo da Covid-19 6 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 ESPECIAL redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Sonho da maternidade é adiado pelo coronavírus POR PREVENÇÃO, mulheres suspendem o tratamento para engravidar por conta da pandemia de Covid-19
  • 7. Após as Cias de Seguros anunciarem a deci- são de incluir a cobertura para a COVID-19 em seus contratos,no último mês,a procura por seguros de vida disparou.As pesquisas feitas no Google Brasil pelo termo seguro de vida aumen- tou em 20% nas últimas semanas. Este é um movimento natural diante de uma situação tão crítica e inédita.As pessoas estão em busca de soluções que possam protegê-las, assim como às suas famílias. Nesse momento o ideal éverificar se há ou não carência nos contratos novos.Há regras diferen- tesparacontratosnovoseantigosetambémpara cada seguradora.A grande maioria das segura- doras já dá cobertura de forma imediata, outras aplicam uma carência de 60 dias ou 90 dias. Por isso a importância de procurar um corretor de seguros para indicar qual o melhor produto. Não existe uma regra geral, mas a maioria dos contratos vigentes já incorpora a cobertura por mortecomprovadamentecausadapelacovid-19. Muita gente ainda desconhece a inclusão desta cobertura porque, tecnicamente, epidemias faziampartedoquesechamariscoexcluído,mas houve um movimento espontâneo e rápido por grande parte das seguradoras brasileiras, que retiraram a exclusão dos seus contratos. Antes de optar por fazer um seguro de vida é importante analisar alguns pontos: a)Euquerodeixarumarendaparaminhafamília; b) Eu tenho que definir esse valor; c)A idade de quem contrata também é um fator que influencia o preço do seguro,e d)Tem ainda as coberturas complementares. O seguro de vida vai cobrir a morte, mas pode- -se incluir invalidez por acidente,perda de renda eventual, etc. Para ilustrar, um seguro de vida básico com auxílio funeral incluído, para uma pessoa entre 28 e 38 anos de idade, e indeniza- ção para os beneficiários entre R$ 100 mil e R$ 200mil,vaioscilarentreR$50eR$100mensais. A covid-19 antecipou o futuro das Cias de Segu- ros. Estavam previstos nos planos das cias para daqui a cinco anos, foram antecipados para agora.Todo o mercado teve que se adaptar e não foi diferente com as seguradoras. É importante desburocratizaroacessotantoparaoscorretores de seguros quanto para o segurado, entregando uma resposta rápida e uma boa experiência. O mercado também deve ficar atento a novos produtos que o “novo normal” exigirá, como os seguros temporários para veículos, que tendem a ser cada vez menos usados por conta do home office e seguros de saúde mais simplificados. O mercado de seguros tende a crescer,mas exigirá empresas mais enxutas, mais eficientes e que ofereçamumamelhorexperiênciaaossegurados. Conclusão Em suma, a principal vantagem de contratar um seguro de vida com um corretor de seguros, é a independência com a qual esse profissio- nal trabalha, pois, ele não tem vínculos com nenhuma companhiade seguros específica. Assim, ele pode selecionar produtos de diver- sas seguradoras que se encaixem ao perfil do cliente. Nos casos dos seguros de vida, o corretor deve assessorar o seu cliente na hora de comuni- car o sinistro, isso ele sempre irá fazer. Mas também existe a nova função do corretor que é assessorar os seguros mais complexos,como os empresariais. A tecnologia é um aliado do corretorquetemqueseengajarnesteprocesso. Espero que tenha gostando do tema dessa semana e sempre que vocês desejarem enviem suas dúvidas para meu e-mail.Não deixem de acompanhar as novidades em minhas redes sociais.Até a próxima se Deus quiser! Bom final de semana para todos! Grande abraço! 7O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 MOMENTO SEGURO redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br DjaildoAlmeida Corretor de Seguros - djaildo@jaraguaseguros.com Procura por seguro de vida cresce durante pandemia
  • 8. TIM TIM | Sempre fazendo a grande diferença, os luxuosos e badalados cronistas sociais pernambucanos Adilson Mendes e Kitty Lopes e os alagoanos Jacira Leão e Jailthon Sillva, estão sempre em evidência em tudo que acontece na alta sociedade. #aplausos APLAUSOS |Todo charme e beleza da Yasmim Pereira que festejou seu aniversário in família na última quarta-feira,dia 20.Parabéns! #niver IN LOVE | O amor em alta do casal Júnior Levino e Susy Siqueira.Look by LojasVia GArapiraca. #luxototal FLASH |A modelo e atual Miss Alagoas 2019 Rafaella Pinheiro em bela foto deWoulthamberg Rodrigues.Crédito:Agência Mega Star.#puroluxo TODA ELA |A gata das gatas deArapiraca Eduarda Morais arrasando neste outono/inverno com look da LojasVia G Arapiraca.#puroluxo 8 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 SOCIAL redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br EM SOCIEDADE Jailthon Sillva jailthonsilva@yahoo.com.br Contatos: 3522-2662 / 99944-8050 NEWS,NEWS,NEWS É muito preocupante a situ- ação dos profissionais de saúde do Brasil que atuam na linha de frente do combate à COVID19, diante da defi- ciência de equipamentos de proteção individual e, na maioria dos casos, em condições de trabalho total- mente insalubres. Alguns já se contaminaram, outros passaram e ainda estão passando por dias terríveis. E o pior de tudo é que a tendên- cia desse caos que estamos enfrentando, infelizmente é só piorar. COVID19 Dizem que a hidroxicloro- quina foi a causa principal do desenlace entre o ex-minis- tro da Saúde, Nelson Teich e o presidente Jair Bolso- naro. O médico oncologista não aprova o medicamento como protocolo padrão para pacientes com a Covid-19 e se demitiu em menos de um mês, após ter assumido o Ministério da Saúde. Já tem gente fazendo até estoque de hidroxicloroquina e azitromi- cina, ambos altamente tóxi- cos.
  • 9. Iracema Ferro, comassessoriaSudes E m tempos de pandemia do coronavírus, o usodeEquipamentosdeProte- ção Individual (EPIs) precisa estar incorporado à rotina da população. Os decretos muni- cipais e estaduais tornaram obrigatório o uso de máscaras (cirúrgica ou de tecido) para todos os cidadãos, indepen- dente de idade e classe social, que necessita sair de casa. NoenfrentamentoàCovid- 19, máscaras e luvas são ferra- mentas que ajudam a frear a contaminaçãoentreaspessoas. E por se tratar de materiais contaminantes, é preciso ter cuidado na hora do descarte. As máscaras de proteção individual que os cidadãos estão utilizando nas ruas não são consideradas como lixo hospitalar. A informação é do tecnólogo de segurança do trabalho Raphael Ferraz. “Se este EPI for utilizado em locais que tenham contato com bactérias, fungos e vírus pode sim ser considerado lixo hospitalar. Na verdade, acaba sendo lixo hospitalar quando vem de hospitais, laboratórios, postosdesaúdeoualgumesta- belecimento voltado à saúde. Comolixohospitalar,apessoa pode ser contaminada pelo ar, contato direto ou indireto e até mesmo contaminar o solo”, esclarece. “Essas máscaras que todo mundo está usando para ir à farmácia ou supermercado, por exemplo, não é necessa- riamente lixo hospitalar, mas é considerado como um lixo que deveria ter um certo tipo de cuidado ao ser descartado. Elas não devem ser descarta- das com o lixo convencional, mas como estamos em uma pandemia esse tipo de preo- cupação não é levada em consideração, mesmo porque o risco de contaminação pelo lixo é baixo, e porque não vai contaminar o solo ou o cole- tor de lixo, a não ser que a sacola rasgue e o gari pegue com a mão e ainda coloque na boca ou olhos, mas essa probabilidade é quase zero. Ainda assim, a recomendação é não jogar nas ruas e colocar as máscaras e luvas que serão descartadas em uma sacola plástica separada, bem fecha- das e, de preferência, escrever na sacola ‘máscara (ou luva) usada’, ai sim colocar no lixo comum”, completa Ferraz. O Titular da Superinten- dência Municipal de Desen- volvimento Sustentável (Sudes),GustavoAcioliTorres, reforça que é necessária a cola- boração da população com o descarte correto desses mate- riais, pois evita riscos à saúde. “Este cuidado individual irá ajudar a preservar a saúde não apenasdapopulaçãoemgeral, que pode se contaminar com esses materiais jogados em vias públicas, como também dos nossos garis, responsáveis pela coleta”, afirma. 9O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 COTIDIANO redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Pandemia: como realizar o descarte adequado dos EPIs CUIDADOS Máscaras descartáveis e de tecido têm sido vistas pelas ruas, mas há a forma de se desfazer deste material Como qualquer outro tipo de lixo,máscaras não devem ser jogadas nas ruas Máscaras devem ser descartadas em saco plástico devidamente identificado
  • 10. A volta com muita preocupação Antes de comentar sobre o título desta coluna, quero falar de outra volta,a minha a esse espaço.Em dezem- bro do ano passado cheguei para meu editor e disse que estava precisando de férias, que estava cansado. Estava entrandoparaoquartoanoseguidoeprecisavadescansar. Ele me perguntou: quantos dias você quer? Respondi que 30dias.Nessabrincadeirinha,jáestamosnosaproximando de150dias,oquedeuparadescansaremuito.Obrigadoao grupo O DiA, ao meu editor e a todos os companheiros de trabalho pela compreensão. Quanto ao título lá de cima, estou me referindo ao futebol parado desde o dia 18 de março, quando, por determina- ção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) todas as competições nacionais foram suspensas: Copa do Brasil e Copa do Nordeste, ambas em andamento, e até as que ainda não foram iniciadas até hoje,no caso,o Campeonato Brasileiro e suas séries. Paralelamente, Copa Libertadores e Copa Sul-Americana também foram paralisadas, como as eliminatórias da Copa do Mundo de 2020. Com os jogos Olímpicosnãofoidiferente,transferidospara2021,eainda em meio às dúvidas. A decisão de parar não foi diferente das federações quanto aos campeonatos estaduais. Por tabela,vieram outros esportes,Superliga Nacional de Voleibol,oBasquete,aFórmulaUm,e,praticamente,tudo. A partir desse instante, entrou em campo, nas quadras, naspistas,naspiscinas,umvirúsdesconhecido.Apande- mia tomou conta de todos os continentes com a COVID 19. Milhares e milhares de pessoas contaminadas e muitas mortes, sem distinção. Perderam suas vidas ricos e pobres, pretos e brancos. O povo - vírgula - de quaren- tena,com a saúde mandando ficar em casa e o presidente da República mandando ir para as ruas. A economia em primeiro lugar. l Enquantoabolanãorola,nosbastidores o clima é quente. O assunto principal dessa semanafoiaaçãoqueestásendomovidana justiça pelo técnico Marcelo Cabo contra o CSA.Otécnico,hojenoCRB,dizqueoCSAnão cumpriunadaqueacertoucomele,quandofoi dispensadodoclubeemjunhodoanopassado; l Cabo cobra a premiação pelo título esta- dual de 2019; metas alcançadas durante sua passagem no clube, indenização pelo restante do contrato e percentuais de férias, 13º salário e FGTS. A diretoria do CSA disse que o clube ainda não foi notificada e isso é conversa de advogado. Marcelo Cabo não desmentiuatéagora; l No CSA é uma“persona non grata”por ano.Em 2019,foi o técnico Argel Fucks,que largou o clube antes de terminar a Série A e se mandou para o Ceará.Saiu pela porta dos fundoseopresidentedoCSA,RafaelTenório, não quer vê-lo nem pintado a ouro. Agora, outro treinador apronta para cima do CSA. Cabosequeimoutambém? ALFINETADAS...E como está se dando a volta? - 1 Nesse instante é muito difícil se imaginar como isso vai terminar, com a volta do futebol.Alguns países agiram de forma diferente.França,Holanda, Argentina, e outros, encerraram suas competições com a declaração de campeões. Em outros lugares, ninguém ganhou e ninguém perdeu. Ficou porissomesmo,oditopelonãodito.Mas,porincrívelquepareça,emalguns países a bola já está rolando, com a promessa de muitos cuidados em um esporte onde o contato faz parte diretamente da disputa. E como está se dando a volta? - 2 Essavoltajáocorreu.NaCoréiadoSuljátemfuteboldesdeoúltimodia8.Na Alemanha,nasemanapassadajáocorreuaprimeirarodadapós-pandemia. Já está indo para a segunda nessa semana.Depois disso,Hungria,dia 23; Polônia,dia29;PortugaleCroácia,dia30;Turquia,12/06;Espanha,28/06. Países como Itália, Inglaterra e alguns outros já trabalham para a volta do futebol também no próximo mês.E o Brasil,quando será? Dizem que entre junho e julho,mas a palavra está com as secretarias de saúde dos estados brasileiros,que,hoje,se posicionam contra a idéia. E como está se dando a volta? - 3 Está obedecendo a critérios rigorosos, sem torcida em campo, equipes de trabalhos reduzidas e com todos os envolvidos no espetáculo sendo testa- dos para a COVID 19, inclusive familiares.Até o material usado por cada jogador em campo é lavado na casa de cada um. Não tem gandula, trinta bolas são espalhadas ao redor do campo, policiamento reduzido dentro de campo e ninguém vai para a porta dos estádios. Não pode ter apertos de mãos,nemcomemoraçãodegolscomabraços.Essessãoalgunsdosprin- cipaiscuidadosforadoBrasil.E,aqui,temosessacondiçãoparaissocoma volta do futebol? É esperar para descobrir. Campeonato Alagoano A competição parou com um jogo disputado pela sexta rodada da fase de classificação, entre o líder Murici e o CSE, com um empate em 2 a 2. Com isso, restam, mais três jogos dessa rodada, e mais quatro da última dessa primeira fase.Depois,a semi-final com duas rodadas,e a decisão também em dois jogos.Para encerrar o campeonato são necessários quantos dias? Comcincorodadas,15diasserãosuficientes,lembrandoquepodeprejudi- caressecalendáriosetiverqueintercalarcomaCopadoNordesteeaCopa do Brasil,especialmente para o CRB. Treinamentos virtuais Enquanto os decretos governamentais e decisões da FAF proíbem a volta do futebol emAlagoas,jogadores de CSA e CRB estão fazendo os trabalhos em casa, por meio de um programa de computador pela internet, com a orientaçãodocoordenadorfísicoeasupervisãodostreinadores.Otreinador do CRB,Marcelo Cabo,até inovou,quando comandou um trabalho de posi- cionamentoentredefesaeataquenosistemavirtual.Seráqueissofunciona mesmo? Quanto aos demais times,todos estão parados. 10 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 JogoDuro redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Jorge Moraes jorgepontomoraes@gmail.com
  • 11. Curso online de escrita em inglês Fonte: Berkeley University Universidade da Califórnia, Berke- ley está ofere- cendo um curso online gratuito sobre gramática inglesa e reda- ção de ensaios. O curso é uma intro- dução à redação acadêmica para estudantes da língua inglesa,com foco no desenvolvimento de ensaios e correção. O curso foi desenvolvido para qualquer pessoa interessada em se na faculdade, com proficiência suficiente em inglês para seguir um curso de nível introdutório ou que esteja desenvolvendo habilidades de escrita e comunicação em inglês. Maiores informações e inscrição em https://bit.ly/3e5FOqY . International Student Excellence Scholarship – Austrália Fonte: Griffith University Griffith University está oferecendo bolsas de excelência para interessados em seus programas de graduação O objetivo das bolsas Griffith International Under- graduateExcellenceépermitireincentivarestudantesdeexcelênciadequalquer nacionalidade. Para ser considerado elegível, o interessado deverá ter um GPA mínimo de 3.0 em uma escala 4.0 ou 5.5 em uma escala 7.0 nos estudos do ensino médio, inscrever-se em um programa na Griffith University e atender a todos os requisi- tos de inscrição apropriados para o programa de graduação proposto, incluindo resultados de estudos anteriores e proficiência na língua inglesa. Maiores informações e inscrições em https://bit.ly/2XjxDAE . Webinário sobre GRE realizado em casa Fonte: Quacquarelli Symonds Alguns testes internacionais já podem ser feitos online,como é o caso do GRE®, exigido pelas universidades norte-americanas. Sevocêquersabermaiscomocomoexatamenteissofunciona,poderáparticipar deumaconversadiretamente comoETS-EducationalTestingService,criadore responsável pela aplicação do GRE. O webinário “Por dentro do teste geral GRE® realizado em casa” será realizado nasexta-feira29demaioàs14:000(GMT+1).Participantespoderãoconversar, diretamente,com MatthewBashi-KadlubowskieParasFatnani,ambosespecia- listasnoassuntoquevãodardicassobrecomosepreparareapresentarcomoas universidades vão considerar as pontuações do teste realizado em casa. Maiores informações e inscrições em https://bit.ly/2XjjZgF . 11O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 Estudarláfora redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Alyshia Gomes alyshiagomes.ri@gmail.com Academia discute movimento pela cobertura de saúde universal Surtos de doenças evitáveis por vacinação, impactos na saúde causados pela poluição ambiental, mudança climá- tica e múltiplas crises humanitárias são apenas alguns exem- plos do que a população global vem vivenciando já há muito tempo. Em janeiro de 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou um plano estratégico para o enfrentamento dos problemas globais ligados à sua área de atuação.Os objetivos foram ambiciosos e incluíram o acesso à cobertura universal de saúde para 1 bilhão de pessoas. O tema foi objeto de discussão na Reunião de Alto Nível das Nações Unidas (ONU HLM) e, posteriormente, objeto de uma declaração (Cobertura Universal de Saúde: Movendo-se Juntos para Construir um Mundo Mais Saudável). Sua adoção pela Assembleia Geral das Nações unidas ocorreu no mesmo ano. A exemplo de governos, parlamentares, sociedade civil, setor privado, agências internacionais, redes globais de saúde, a academia vem desempenhando um papel muito importante no movimento pela cobertura de saúde universal (Univer- sal Health Coverage - UHC). Discussões vêm sendo feitas e oportunidades para que todos participem vem sendo criadas, como é o caso do próximo webinar organizado pelo Global Health Center, centro de pesquisa em saúde global, gover- nança e diplomacia do Graduate Institute (Genebra - Suíça). Para comemorar a 73ª sessão da Assembleia Mundial da Saúde, o centro e seus parceiros estão organizando uma série de discussões virtuais sobre questões críticas de saúde global, como a resposta à COVID-19. Um dos eventos tratará sobre o UHC2030, movimento global para fortalecer os siste- mas de saúde em direção a uma cobertura universal. O evento será gratuito e acontecerá no próximo dia 27, às 9h. As incrições poderão ser feitas através do site https://bit. ly/2zlVPds . Alyshia Gomes escreve sobre Educação Internacional, Educação Global e temas correlacionados no jornal “O DIA ALAGOAS” e no site “O Dia Mais”. Dúvidas, comentários e sugestões, entre em contato através do email alyshiagomes. ri@gmail.com. Cursoonlinede preparaçãoparaoTOEFL Fonte:edX EducationalTesting Service - ETS está oferecendoumcursoonlinegratuitode preparaçãoparaoexameTOEFL®.Um melhor resultado noTOEFL® aumen- tará sua chance de obter ajuda finan- ceiranasuniversidadesamericanas. Participantes poderão receber impor- tantes conselhos, incluindo como se inscrever para o teste, como ele é pontuado e como se preparar para o dia da avaliação. Este curso o ajudará a entender o que você pode fazer para obtersuamelhorpontuação. Os instrutores utilizarão perguntas dos testes anteriores arquivados para orientar os participantes e explicarão os tipos de perguntas que você pode esperar.Este é um self-paced,ou seja, oalunosegueoseupróprioritmo. Inscrições e informações em http://bit. ly/2DpIkYJ.
  • 12. 12 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br igor93279039@hotmail.comIGOR PEREIRA Quais cuidados com o carro parado Bateria – As baterias dos carros descarregam depois de algum tempo, ligue o veículo em um ambiente aberto e ventilado por 10 minutos a cada 2 ou 3 dias; Freios – Solte o freio de mão do seu veículo regularmente; Fluidos – Lubrificantes podem ficar mais densos e os fluidos podem começar a se separar. Sempre verifique os níveis de fluidos/ lubrificantes do motor, freios e transmissão; se possível; Ventilação – Ventile seu carro periodicamente para evitar umidade no seu interior. Jeep: condições especiais para público PCD Neste momento delicado de união contra a Covid-19, a Jeep reforça os incentivos para que todos os seus clientes realizem os seus sonhos. Assim, após ampliar o atendimento em seus canais digitais, realinhar os incentivos à rede de concessionárias e aumentar o prazo da campanha que paga as parcelas dos clientes até 2021, a Jeep lança condições especiais de descontos para pessoas com deficiência (PCD), além de todos os benefícios já previstos. Desse modo, o público PCD poderá ter descontos, além dos de direito, de até 28,3%, em uma oportunidade única para quem fizer a compra. Com a nova tabela de preços, o Jeep Compass Longitude 2.0 Diesel, por exemplo, que custa R$ 170.990, pode ter uma redução que vai de 22,3% a 28,3%, podendo chegar até ao preço de R$ 98.080. Se um comprador PCD optar pelo Jeep Compass Longitude 2.0 Flex, que tem preço público sugerido de R$ 134.990, os descontos podem variar entre 19,5% e 25,5%, podendo chegar ao valor final de R$ 90.602. ACONTECE esta semana FORD LANÇA NA EUROPA A RANGER THUNDER A Ford apresentou na Europa a Ranger Thunder, nova edição especial da picape que chega ao mercado local, no final do terceiro trimestre com produção limitada a 4.500 unidades. Combinando o padrão de estilo e conforto dos SUVs e alto desempenho, o modelo tem como objetivo aumentar o sucesso da Ranger, que foi eleita Picape Internacional de 2020. Equipada com motor diesel biturboEcoBlue 2.0, com 213 cv e torque de 51 kgfm, câmbio automático de 10 velocidades e tração nas quatro rodas. Honda vai lançar crossover de 4 cilindros com 650 cc O conceito CB4X, apresentado no Salão de Milão 2019, está perto de ganhar as ruas.As patentes da nova crossover foram registradas na Europa em versão finalizada para produção em série.A grande novidade na família Honda será a aplicação do motor de 4 cilindros em linha numa plataforma com suspensões de curso elevado. Será uma CB 650X, que vai concorrer com a Yamaha Tracer.O design adota semicarenagem, protetores de mãos, para-brisa de altura ajustável e monobraço traseiro. Nesse ponto ficam evidentes mudanças ciclísticas mais amplas, porque foi necessário transferir o sistema de freio para o lado esquerdo, deixando assim a face direita da roda completamente exposta. RODASDUAS Em um veículo existem diversos sistemas mecânicos que funcionam simultanea- mente e que são responsáveis pelo bom funcionamento do motor. Considerada uma das principais peças dos carros manuais e robotizados, a embreagem tem como função a sincronização e a troca das marchas, e a absorção das vibrações do motor para não danificar a caixa de câmbio. Segundo Fabio Ferreira Baldin, Gerente de Produto da Valeo Sistemas Automo- tivos, para saber a hora certa de trocá-la, é preciso seguir as orientações do manual do veículo. Porém, existem alguns fatores que podem ajudar o motorista a identifi- car que a vida útil da peça está chegando ao fim, como por exemplo a quilometragem avançada, os pedais duros, os ruídos, as trepidações e a perda na transmissão da força do motor do carro para as rodas.Ele ainda lista três práti- cas que devem ser evitadas paraquenãoocorraodesgaste precoce do item: 1. Evite dirigir com o pé no pedal. Esta prática pode “enforcar” a embreagem e causar um desgaste prematuro; 2. Não tire o pé da embreagem rapi- damente. Este costume pode gerar trancos e até arrancadas bruscas; 3. Evite segurar o veículo em ladeiras usando a embreagem. Este hábito pode ocasionar uma patinação muito forte do item. Dicas práticas de como preservar a embreagem do seu carro AFiatChryslerAutomóveis (FCA) entregou na quarta- feira passada ao Governo de Pernambuco um hospital de campanha totalmente equi- pado para o atendimento de casos da Covid-19. Montado noprédiodaUnidadePernam- bucana de Atenção Especiali- zada (UPAE) construído pela própria FCA no município, o hospital conta com 100 leitos, dos quais três de estabilização em sala vermelha, para casos mais graves, e outros 97 em enfermaria. A operação da unidade, que ficará sob a responsabilidade do Governo do Estado, teve início na sexta-feira passada. Além dos 100 leitos, o hospital também dispõededezconsultórios,sala de triagem, postos de enfer- magem, área administrativa e centro de material e esterili- zação. A FCA também doou equipamentos para viabilizar o funcionamento da unidade, como raio-X, três ventiladores pulmonares – todos recupera- dos por funcionários do Polo Jeep que atuam numa força- tarefa nacional de manutenção desses aparelhos - e materiais médicos diversos. A FCA tambémdoouumaFiatDucato adaptada como ambulância para apoio à movimentação de pacientes. FCA entrega hospital de campanha em combate ao COVID-19 SOLIDARIEDADE MANUTENÇÃO
  • 13. PedroCabr al CORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTOCORONAPANDEMIAISOLAMENTO Alagoas l 24 a 30 de maio I ano 08 I nº 378 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br Envie crítica e sugestão para ndsvcampus@gmail.com Dois dedos de prosa Mais um número de depoimentos sobre isolamento e Covid-19. Foi organizado com a ajuda de Joelle Malta, a quem agradecemos, bem como por ter colaborado com um texto. Agradecemos a todos os que escreveram e hoje e no futuro estarão de olho no que disseram, especialmente, por todos serem ligados ao movimento cultural de Alagoas. A capa é um trabalho de Tânia Pedrosa, artista plástica que nos possibilitou tê-la conosco, o que devemos a Lula Nogueira e à ajuda de Sérgio Moreira. Vamos ler! Abraço, Sávio Almeida CAMPUSCAMPUSCAMPUSCAMPUS VIVENTES DAS ALAGOAS E A PANDEMIA (VI)
  • 14. D e b r a ç o s d a d o s com um só tempo. Agora, agora, agora. Me pergunto como seria viver tão perto do agora, caso de mim não tivesse sido arrancada a capaci- dade de viver plenamente o presente? Passeio diaria- mente pelas inúmeras possi- bilidades do que ainda não vivi. Revisito imagens velhas como se fosse possível rever- ter algo e assisto ao jornal que por mais que pareça sempre um replay, não é. Há sempre um terrível detalhe que o distingue de um dia para o outro, um detalhe numérico e assustadora- mente crescente que contabi- liza as vítimas da Covid-19. Uma montanha russa de sensações é a aventura do momento. Os números são companheiros diários e eu que aprendi com o teatro, o valor que as histórias possuem, não tenho habili- dade alguma para esvaziar as existências que estão por trás desses números. Defi- nitivamente, isso não é fácil. Que momento é esse? Não apenas para nós artistas que, como diz o poeta Eduardo Galeano, temos a glândula da consciência e sentimos tão profundamente as dores do mundo. Mas, para toda a humanidade. Que momento é esse? Faca de dois gumes. De um lado corta fora o abraço, deixa a saudade afiada e mata por falta de ar ou de afeto. Do outro lado, causa fissura nas distrações fúteis, no consumo desenfreado, nos ruídos estridentes e constantes que diminuem a nossa capacidade de escuta, nos quilos de compromissos que metemos goela abaixo abastecendo as nossas dispensas de ansiedade, medo e disputa. Que freio! As certezas escorreram entre osdedos.Convocadaaparar, vou adubando a esperança de que possamos despertar e que boas transformações possam vir. Mesmo sendo a fé uma criança ferida diante de tantos golpes contra liber- dade, a arte e a vida. Sempre, sempre, sempre! Penso tanto no lado da faca que anda causando fissuras em coisas que já não nos servem mais. Quem dera fossem amputadas de vez para que algo novo, verda- deiramente novo, tivesse a chance de brotar. Enquanto isso, observo a destreza que esse lado da faca tem em fatiar tudo. Picotar, partir, rasgar. Cada fatia revela o quanto o sistema em que vivemos está podre por dentro e muitos de nós humanos também. Desaceleramos. Me sinto um relógio desgovernado que amanhece com a lua e adormece com o sol. Um relógio que faz as horas, dias, semanas e meses perderem o sentido. Convocada a convi- ver mais comigo, a me ver por dentro, espelhos já não surtem mais tanto efeito. As percepções se ampliam a cada dia, o corpo-rei e a mente rainha, enfim, se sentam em seus devidos tronos e isso pode ser tão leve quanto pesado. Não ter como fugir de si mesma, é o que está dado. Enquanto eu olho a rua pelas grades das janelas, plantas crescem, em vários lugares do mundo as águas ficam mais límpi- das, a poluição diminui e os animais fazem as suas revo- luções pelas cidades. É agridoce! Saboreio o ácido e o mel desse tempo e, confesso, ando com grandes confusões no paladar! Por isso, as vezes choro e rio ao mesmo tempo. Que a arte, com toda a sua simplicidade, continue sendo o nosso acalanto, o nosso respiro. * CAMPUS 2 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br “Deixemoatorempaz.Oatornão ofereceperigo,oatoréumsonhador” Flávio Migliaccio, 2020 Este número faz parte do Projeto Memória da pandemia nas Alagoas, coordenado por Luiz Sávio deAlmeida e José Carlos da Silva Lima. Ele foi organizado por Joelle Malta. Contamos, também, com a honrosa colaboração da artista Tânia Pedrosa. Nossa capa reproduz a tela Sertão Sempre Vivo, premiado na Bienal NAÏF do SESC de Piracicaba de 2014. Quem é quem? Gessyca Geyza, atriz e diretora do Coletivo de Teatro Heteaçã, em 8 de maio de 2020, em Maceió-AL Uma faca de dois gumes CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 215 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092 Para anunciar, ligue 3023.2092 EXPEDIENTE ElianePereira Diretora-Executiva DeraldoFrancisco Editor-Geral Conselho Editorial JorgeVieira JoséAlberto CostaODiaAlagoas
  • 15. D e s p e r t o . S e n t o n a c a m a . Procuro os propósitos para iniciar o meu dia: dia que já é tarde.Éinevitávelnãolembrar de Gregor Samsa – também eu tenho acordado depois de sonhos intranquilos –; ou do pensamento inicial do profes- sor de literatura George, de Um homem só: “despertar começa com o dizer-se sou e agora”, ou ainda, a fatal Clarice Lispector quando diz “Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. [...]”. Antes de colocar os pés no chão, respiro e digo que o dia é. Penso em mim, nos meus e nas minhas que estão distantes: nunca senti tanta saudade. Alimento os gatos, abro a porta do quintal para que tomem um banho de sol: seres aparelhados de liber- dade. Ando pela casa. Intento lavar os pratos, organizar as sacolas de lixo, procurar roupa suja para lavar. Sinto um gosto amargo na boca, tomo um susto, penso ser um soluço, aparecendo como uma surpresa. Não é. Cami- nho no deserto e exercito a vontade dos bichos: plantas, dromedários, uma serpente de chifres, a lua: máquina de luminescência. Caminho no deserto e procuro o saber da água, a vontade do sonho vasto e azul: é ainda o início seco como a possibilidade dos olhos suspensos na fronteira dos gritos. É ainda manhã ou começo da tarde: eu não sei, mas ainda é. Entro no quarto com alguma comida na mão, fecho a porta, já faz calor. São quase sempre 13h ou um pouco antes disso. Inicio o meu dia quase sempre com a leitura de poemas escritos no Brasil, Portugal e agora na Catalu- nha, sobre o tempo, a geogra- fia das coisas sem vida, o cisco no olho: a saudade é uma planta carnívora. E eu vou penetrando pelo dia e sentindo na pele: tudo! Como dizer com tão pouco o universo? Eu quero correr daqui. Então, penso em cava- los. O que imagina um cavalo na sua velocidade? Patas, mandíbulas, a crina deline- ada no desespero do vento, sua musculatura: o movi- mento do sangue. Talvez os cavalos corram para o caminho daquilo ainda sem nome. Cada pata contempla a surpresa do futuro, até as traseiras que jamais passarão pelos caminhos já tocados. É um sonho ou uma filosofia sobre as coisas camufladas no tempo? Sinto o barulho, as vibrações,osgalopes,ochão,a carne, a febre.A minha cabeça dói, tudo se mistura. Será seja um poema que me dei de presente de aniversário? Há poucosdiascompletei32anos. Tenho medo: o tempo passa e eu continuo a ser “umbigo e solidão”. Mas há uma certeza: na próxima vida quero ser um cavalo selvagem. Talvez tudo aqui seja um punhado de saudade me povoando, uma vontade de terminar aquilo que nem comecei, fagulhas de pensa- mentos: tudo se mistura. O contato com o céu acon- tece pela janela do quarto. Olho o cheiro do céu: quero reinventarasnuvens,repensar uma poética do horizonte que sustente a beleza que inunda a maré dos olhos e diminuir o sentido da solidão, desmon- tando a fábrica de animais que morrem em silêncio, aqui perto, aqui dentro. Àsvezes,acordoquerendo colocar pedras nos bolsos e afundar no rio Ouse, em 1941. Outras vezes me lembro de alguns versos do meu poema favorito da Beber que diz muito e sempre sobre o eu e o agora,porquetudoprecisaser poesia e a palavra é o corpo sagrado que nos chega pelo tempo: “deve ser perigoso/ esse gosto recorrente/ de incêndio na boca/ [...]queria um gosto bom, queria pernas/ pra sair correndo”. Não sei do fim, prefiro seguir acreditando na beleza das palavras a nos atravessar, assim como faremos com o tempo: você e eu e nós, como as borboletas que já descobri- ram por agora como fazer e estão invadindo a cidade. Fico por aqui, não sei mais dizer sobre a ilha que me habita, quando queria eu habitar o mar e o poder alquímico da água salgada. Preciso ir ficarei imóvel na tarde a olhar os gatos dormindo na cama, na mesa de trabalho, na cadeira com rodinhas. Não vou me culpar por não escrever o poema que representará a minha gera- ção, nem sofrer com os filmes que não saberei discutir por não tê-los vistos, tampouco as séries, as lives nas redes sociais, os vídeos dos museus pelo mundo, os memes, as reportagens do jornal local com os dados atualizados, o retrato do medo. Ficarei aqui, semculpa,enquantopensono poema do Felipe, um amigo querido, sobre suicidas, pois todos eles serão perdoados: “[...] aqueles que não deram esclarecimentos/ [...] os eletro- cutados; os embriagados;/[...] os que guardaram balas na boca ou no peito;/ os delica- dos, tristes, faustos, imperfei- tos –/ todos os suicidas serão perdoados. Um abraço de longe. Até logo, até quando. E u acordo entre 9h e 10 horas, mais tarde que o que eu costumava acordar antes da quarentena. Iniciei a leitura de um livro do soció- logo ZygmuntBauman, Amor Líquido. Leio sempre pela manhã. Durmo à tarde, pós almoço, e tenho conseguido fazerexercíciopor30,40minu- tos. Adquiri novos hábitos. Um amigo me indicou ouvir áudio books. Iniciei a expe- riência com Dom Casmurro, de Machado de Assis. Tem me feito bem. À noite, geral- mente ocupo meu tempo no computador,ouçomúsicasou assisto a séries. Também não costumava assisti-las, mais um hábito adquirido. Não lidar profundamente com a Covid-19 é uma estra- tégia de cuidado com a minha saúde mental, mas confesso que a ansiedade anda sendo uma amiga presente. Tenho me sentido inquieto. Eu não consigo me concentrar ou ficar parado num lugar. Fico entre o computador, o sofá, penduroaredenagaragemde casa, mas logo fico impaciente e irritado. Coloco música, mas não consigo ao menos ouvi-la até o fim. Tento ouvir outros ritmos, mas nem mesmo as músicas que mais gosto me acalmam. Volto para o quarto, tento me deitar. Depois vou à cozinha tentar comer algo, mas me percebo sem fome. Embora, eu me mova pela casa, eu me sinto paralisado, sem conseguir finalizar nada do que comecei a fazer. Sinto que eu não conse- gui ainda uma boa dinâmica para vivenciar o que estamos passando, mas estou sabendo fazer redução de danos, o que já é um grande começo. Como, por exemplo: tirar um momento rápido do dia para ler os noticiários, correr das mensagens motivacionais e não me sentir inútil por não estar fazendo algum curso online ou uma especialização. A quarentena está fazendo com que a grande maioria das pessoas lide forçadamente com suas inquietações e para quem já exercitava isso, a demanda só intensificou. Não é fácil e a opção da fuga pode levar a gente para um cami- nho altamente inapropriado. Eu me encontro no processo de assimilar aos poucos, mas às vezes, o impacto é forte e junto com isso vem as incer- tezas que fazem eu pensar em todas as esferas da minha vida. Às vezes, sinto revolta e não vejo tanto uma mudança social como sendo apenas de forma positiva. Algo que tem me afetado também, é ver o Brasil em meio à uma crise política durante uma pandemia. Esse fator potencializa muito o estresse e a irritabilidade em mim. Ver o posicionamento cruel do presidente, as postu- ras e as medidas que ele tem tomado para o país sem levar em consideração ques- tões sociais e ver que muitas pessoas têm seguido o que é dito por ele, se colocando em perigo, gera em mim emoções muito fortes. Então, diante disso, prefiro evitar o contato com certas notícias. Nomomento,vejoegoísmo das pessoas, uma ausência de conscientização para pensar no coletivo. Não somente nas medidas básicas para evitar aglomeração de quem pode ficaremcasa,maspessoasque pouco se importam de pensar em um futuro diante disso tudo. Futuro esse que seja mais justo e com menos desi- gualdade social, pois o coro- navírus traz não só o risco de morte, mas um momento de pensar que tipo de sociedade estamos vivendo e querendo para todos, de forma espiri- tual, social e ambiental. CAMPUS 3O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br A opinião dos autores pode não coincidir no todo ou em parte com a de Campus. Magno Almeida Mestrando em Estudos Literários (PPGLL-UFAL), Professor de Literatura e Poeta Alexandre Ramos Estudante de Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas Um abraço de longe. Até logo, até quando. Prefiro evitar o contato com certas notícias
  • 16. CAMPUS 4 O DIA ALAGOAS l 24 a 30 de maio I 2020 redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br FICHA TÉCNICA CAMPUS COORDENADORIAS SETORIAIS L. Sávio deAlmeida Coordenador de Campus Cícero Rodrigues Ilustração Jobson Pedrosa Diagramação Iracema Ferro Edição e Revisão CíceroAlbuquerque Semiárido Eduardo Bastos Artes Plásticas Amaro Hélio da Silva Índios Lúcio Verçoza Ciências Sociais Renildo Ribeiro Letras e Literatura Visite o Blog do SávioAlmeida O s últimos dias trouxeram a sensação de que tudo virou do avesso. E, virou mesmo. Dia desses, ouvi umamúsicadeCaetanoVeloso e um dos versos não sai da minha cabeça: “Alguma coisa estáforadaordem,foradanova ordem mundial.” Muito se tem falado sobre as mudanças do mundo, que nada será como antes e que estamos passando por uma transformação. Acre- ditoqueháumanovaordemse estabelecendo,umanovaforma de viver, de conduzir os dias e de se relacionar com o outro, comanatureza,comotrabalho, com nossas escolhas de vida... Sinto que muitas e muitos de nós estamos desenvolvendo umnovoolharsobreotodo. Eu estou isolada há mais de 40dias.Passeiquasedoismeses em São Paulo e decidi ficar em quarentena assim que voltei de viagem. Fui surpreendida por uma forte crise de garganta quemedeixoucom39grausde febre e me fez cogitar a possi- bilidade de ter tido a covid-19. Masnãotive. Nesse período, minha casa tem sido também meu abrigo, meu casulo. As paredes são testemunhas das minhas angústias, do medo, dos solu- ços ao despertar depois de um pesadelo às 6 horas da manhã, quando só consegui dormir às 4 horas da madrugada. Sim, sou mais uma pessoa que tem trocado o dia pela noite. Rotina e sono totalmente desregu- lados. A fim de organizar os meus dias, eu escrevi uma lista com uma série de coisas para fazer.Algumas, eu nem come- cei. Outras, até iniciei, mas não consegui terminar. Surge com isso a estranha sensação de procrastinação. Estou sempre me sentindo como se estivesse deixando os meus planos para depois.Masdealgummodo,eu estou.Sobreissonãohámuitoo quefazer. Minha casa também tem testemunhado meus momen- tos de otimismo, meu corpo dançante, os poemas lidos, os vídeos produzidos, o cuidado com as plantas, as brincadeiras com as minhas cadelas, meus sorrisos saudosos ao conversar com amigos e família. Aliás, a saudade tem feito morada em muitos de nós. Meus dias oscilam também entre o ócio e a necessidade insistente de ser produtiva. Já abro os olhos pensando no que eu tenho que fazer. É como se até ócio preci- sasse ser criativo o tempo todo. Há um lado positivo nisso, quando me sinto incentivada a tirar da gaveta alguns dese- jos profissionais e colocá-los em prática. Mas nem sempre é assim. Boca seca, coração acele- rado, impaciência, falta de apetite e outros sintomas me avisam que a ansiedade está me rondando. O que explica os dias que vi nascer. Não é somente estar isolada em casa que provoca essa miscelânea de emoções e sentimentos, mas todas as incertezas, as postu- ras e os discursos descabidos de quem tenta minimizar o problema, as imagens aterro- rizantes ao redor do mundo, o númerodemortos. Em meio ao caos, entre um dia estranho e um dia bom, tento manter a calma embora seja difícil manter a sanidade em meio a tantas notícias ruins. Mudo dependendo do dia. É natural se sentir mais sensível em meio a esses acontecimen- tos. De uma maneira ou de outra, estamos vivendo um luto. A tristeza vai e vem. Faz parte do processo. Embora o estado de preocupação e melancolia prevaleça, ouço um chamado para me reconectar com minha alma, com meu eu, de me reinventar, de repensar alguns pontos e planejar novos passos. Comecei a perceber que estar conectada o tempo todo estava me fazendo muito mal. Eu tenho me afastado dos jornais, das redes sociais, onde me percebi bem ativa. Ainda assim, é a tecnologia que tem nos ajudado a estar em contato com quem amamos, então, não tem como abdicar totalmente dela. A arte tem sido minha ferramenta para estar mais no mundorealemenosnovirtual. Tenho conversado com outros artistas locais e de outras cida- des do país trocando sobre o que temos sentido, vivido e pensado nos últimos tempos. As angústias, as dificuldades e a esperança são muito seme- lhantes. Há momentos mais melancólicos, momentos mais otimistas e seguimos nos forta- lecendo. Que tudo isso passe logo para que as angústias sejam breves! E u não sabe- ria precisar quando come- cei o meu isolamento social. Só lembro que foi no dia seguinte ao primeiro decreto do governo do Estado, que estabeleceu a prerrogativa de pessoas “sexes”, como eu, serem liberadas do trabalho presencial. Imediatamente, vislumbrei uma das poucas vantagens de ter a tal de DNA e fui logo requerer essa ”benesse.” Nem me dei conta de que não era nenhuma bondadepalaciana,esimofato de eu já estar no grupo de risco preconizadopelaOMS.Ocorre que me tornei um misantropo de carteirinha, como cortejava hábastantetempo,porém,sem o sabor involuntário e amargo de uma pandemia. Enfim, não lembro quando comecei minhaesperadotempopassar, porque uma das coisas que mais me chamam a atenção nesses dias é o fato deles pare- cerem absolutamente iguais, mesmo que estabeleçamos umarotinadiferenteparacada dia da semana. No começo, em meados de março, resolvi radicalizar e só saia da toca para subir e descer nove andares pelas escadas do meu prédio e respirar outros ares, um tanto poluídos de odores amonía- cos. Certamente, incentiva- ram minha ligeireza escada a baixo e a convicção de que pra descer todo santo ajuda. Mesmo assim, no primeiro dia, só consegui duas vezes. É bem verdade que ao final da atividade receei estar com um dos sintomas do corona- vírus,detantadificuldadeque eu tinha para respirar. Porém, fui resiliente, porque o que me impressiona na espécie humana é a capacidade de adaptação, para cima ou para baixo. Por isso, atualmente, desço e subo os nove andares seis vezes, todos os dias. O que dá um tempo razoável de atividade física, ao passo que, literalmente, me preparo para o campeonato dessa moda- lidade esportiva, bastante valorizada nos USA, antes do Osama detonar as Torres Gêmeas. Por enquanto, aqui, são 154 degraus, cada um com sua personalidade e detalhe específico. Às vezes, alguns me olham de baixo para cima, claramente apreensivos, à espera da pisada inclemente. No entanto, minutos depois, se vingam maldosamente, quando os miro do meu ângulo inferior, com o coração na boca, e eles riem de mim, gélidos em sua concretude, a espera do piripaque letal. Embora já se configure um longo tempo sem o convívio e o abraço afetuoso dos poucos amigos e parentes queridos, a monotoniaaindanãoseabateu sobre mim e nem ameaçou minha rotina, com suas garras de lesma e bafo de preguiça paralisante, no meu latifúndio de poucos metros quadrados. Além disso, mesmo que os dias sejam miméticos em sua essência,acenapolíticadopaís e seus protagonistas ridícu- los não permitem monotonia. A não ser que não houvesse mais nenhuma possibilidade de contato com o mundo alheio ao 904, num blecaute das redes sociais e meios de comunicação. Aí sim, de bom grado, com muito mais inten- sidade, eu iria esperar o meu amor chegar, aprofundaria os meus colóquios diários com o Jipe (um felino manhoso que, espaçosamente, coabita meu espaço) e reforçaria a leitura e a escrita inconsequente, tão atávicas a mim e pré-pandê- micas. Pensandobem,talvezfosse esse o mundo ideal para mim. Um mundo pós-pandemia, onde as pessoas estariam a salvo dos fatos inusitados e acontecimentos esdrúxulos, escancarados pelas perso- nagens em voga nesse nosso país dilacerado e sob o desa- brigo de um excrementíssimo presidente virulento, tão letal quanto é a covid-19 à vida humana. Exatamente agora, quando estou chegando ao ponto final desse escrito, sem precisar abrir a porta, me atinge o mais recente boletim da pandemia em Alagoas, que aponta 777 casos confirmados e 36 óbitos, num crescimento exponencial a caminho do pico. Penso em todososmaispobresevulnerá- veis,queaindaserãoatingidos. Pensoemtodasasfamíliasque pranteiam seus mortos. Penso nas classes de trabalhadores que estão arriscando a vida no combateaessapandemiaenos que garantem a comodidade do nosso recolhimento social e, finalmente, rogo para que esse desastre mundial sirva ao menos como ponto de partida para uma coexistência menos desumana, porque não creio mais na reinvenção da huma- nidade. Joelle Malta Atriz e contadora de histórias Macléim Carneiro Músico, compositor e cantor Tempos de vida, vírus e isolamento Degrau Por Degrau