O Dia Digital - jhc usa velha política ao se unir à geração que lançou Alagoas no atraso, na violência e na corrupção
Coronel Felipe
colocou o
BPTran como
protagonista
no combate
ao crime
Alagoas l 27 de novembro a 5 de dezembro I ano 08 I nº 405 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
Geo Cruz adverte sobre os riscos
EM FAMÍLIA
Primo de JHC
diz que João
Caldas é quem
vai administrar
EFETIVO POLICIAL NO 2º TURNO
A
Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas
(SSP) montou um planejamento operacional integrado para
garantir a segurança da população durante o segundo turno das
eleições, quando será escolhido o próximo prefeito de Maceió.
A operação integrada terá início no sábado (28) e contará com
1.065 integrantes das forças policiais.Assim como no primeiro
turno, as forças de segurança estarão empenhadas em realizar
a guarda de urnas, garantir policiamento no entorno dos locais
de votação e também coibir a prática de crimes eleitorais que
eventualmente possam ocorrer.A Polícia Militar empregará 902
militares no reforço.O serviço de guarda de urnas será realizado
das 7h do sábado (28) às 7h do domingo (29) por alunos do
CursodeFormaçãodePraças(CFP),bombeirosmilitareseinte-
grantes do programa Ronda no Bairro.
CULTURA:TRABALHODOARTESÃOCAPELENSEJOÃODASALAGOASÉCONTADOEMDOCUMENTÁRIOEVAIPARARNATELONA
NOVO PERFIL
3
Rodrigues
7
5
A Prefeitura de Maceió
informou ONTEM que os
órgãosesecretariasmunicipais
não funcionarão na próxima
segunda-feira(30),dataemque
se comemora o Dia do Evan-
gélico em Alagoas. O decreto
com a adesão ao feriado esta-
dual será publicado no Diário
Oficial de hoje. O decreto foi
publicado no Diário Oficial
do Estado em dezembro de
2017. No decorrer da semana
passada, a Fecomércio emitiu
nota dando conta que esse
feriado será apenas nos servi-
ços públicos. O setor privado
vai funcionar normalmente.
DIA 30
Setor público
fecha, mas
as empresas
vão abrir
2 O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
EXPRESSÃO redação 82 3023.2092
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Para anunciar,
ligue 3023.2092
EXPEDIENTE
ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial Jackson de Lima Neto JoséAlberto Costa JorgeVieiraODiaAlagoas
Elly Mendes (ellymendes71@gmail.com)
O
s seres huma-
nos, em sua
maioria, costu-
mam fazer “uma tempestade
num copo d’água”, diante de
algumassituaçõesdocotidiano.
Alguns fatos que poderiam
ser resolvidos com facilidade
tornam-se um verdadeiro
inferno na vida das pessoas. E
em determinadas situações, um
simples problema, de fácil solu-
ção, é induzido a tornar-se uma
bola de neve, crescendo desen-
freadamente, sem o mínimo
controle. Contudo, sabemos
que para solucionar problemas
exigeumaeficácia,umautocon-
trolepsicológico,umaestrutura
emocional. E essas caracterís-
ticas não são fáceis de serem
encontradas na personalidade
da maioria das pessoas.
Em uma escola da rede
públicademédioportedenossa
cidade, professores, coordena-
doresegestorestentamdriblara
crise educacional atual de todas
as formas possíveis. Diante de
um cenário de dificuldade de
acesso às aulas remotas, inaces-
sibilidade às plataformas digi-
taispelamaioriadosestudantes
(que não dispõem de recursos
financeiros suficientes para
acompanhar dignamente as
aulas através do aparato tecno-
lógico), há um desafio imenso
da instituição de ensino que é
manter os estudantes assíduos
e frequentes às aulas online
diante de incontáveis obstácu-
los.
As aulas online expõem a
prática educativa do profis-
sional. Não só os estudantes
têm acesso, mas seus familia-
res, amigos e qualquer um que
possa demonstrar interesse,
uma vez que as aulas online são
acompanhadas pelos estudan-
tes na intimidade de suas casas,
salas, quartos. Ou seja, o lar
agora ganhou mais uma espe-
cificidade: tornou-se também
saladeaula,ambientedeapren-
dizado.
Para tentar manter a perma-
nência dos alunos nas aulas
remotas,aescolavembuscando
inovar,fugirdotradicionalismo
do uso da lousa e do giz. Este
tipo de prática educativa está
totalmente defasado e obsoleto.
E há um desgaste profissional
imenso quando um professor
relata que não consegue fazer
uso de recursos midiáticos que
auxiliem no desenvolvimento e
aperfeiçoamento do seu ofício.
É estarrecedor quando a escola
e seus profissionais buscam
práticas educativas diversifi-
cadas, dinamizadas e atrativas
para manter o estudante fiel
aos seus compromissos educa-
cionais e um professor reno-
mado, com formação stricto
sensu, poliglota, afirma que
não vai desenvolver e construir
determinado tema em sua área
porque não encontrou material
para tal. Pergunta-se: como em
pleno século XXI um educa-
dor, um formador de opinião,
confessa que não há material
para construir o conhecimento
comseualuno?!Temosimensas
eincontáveisfontesdepesquisa
à disposição de qualquer um
que tenha interesse em desbra-
var, buscar, conhecer. Como
esse professor pode desenvol-
ver a criticidade em seu aluno?
Como pode desabrochar o inte-
resse pela busca, pela pesquisa
se ele mesmo não possui essa
prática? Como pode limitar o
conhecimento e sua constru-
ção? A tecnologia está à nossa
disposição e meios diversos
paraobtereconstruiroconheci-
mento também. Livros digitais,
e-book, blogs, ferramentas de
busca, plataformas, livros físi-
cos, bibliotecas, museus, filmes,
documentários, periódicos,
revistas, jornais, enciclopédias,
filmes...
É inadmissível um profes-
sor afirmar que não sabe como
desenvolver e construir certo
conteúdo com seus alunos. Na
verdade, é constrangedor. O
quenosangustiaéquediantede
tantos profissionais coerentes,
esforçados, estudiosos, pesqui-
sadores, preocupados com o
bem-estar de seus alunos, com
a sua ascensão estudantil, ainda
encontremos sujeitos que não
acreditem em si mesmos nem
em sua própria prática profis-
sional. É o típico: “Eu já tenho
o meu, estou com emprego
garantido, aprendam se quise-
rem”. Profissionais dessa
estirpesóenxergamproblemas.
Profissionais comprometidos,
mesmo diante de tantas difi-
culdades, enxergam e buscam
soluções. É uma lástima que
em uma categoria tão sofrida e
penalizada profissionalmente
como os professores, que têm
salários inadequados e direitos
sonegados, sofrem um descaso
total das autoridades às quais
poderiam valorizar essa classe
tão bela, necessária e admirá-
vel, existam também profissio-
nais que não valorizem o seu
próprio oficio e desconsiderem
aquele que espera dele sempre
o seu melhor: o aluno!
Os fracos têm problemas, os fortes têm soluções
O
r a c i s m o
vitimaatodos:
quem sofre e
quem pratica essa estupidez.
O negro, alvo dessa prática
que segrega, machuca, humi-
lha, amedronta, tem sua alma
invadida pela indiferença, por
olhares e gestos que esculpem
em sua pele uma marca que o
representa com valor menor
como pessoa. Marca dolorida,
que molda tal ferro em brasa
na carne e impinge grande
sofrimento, não exatamente
porque o “olhar branco” tem
algum poder sobre a auto
estimaepersonalidadedapele
negra mas, sobretudo, porque
ele é fruto de uma cultura de
intolerância institucionalizada
e reproduzida como fato. Já
os adeptos dessa “religião” de
supremacistas tem suas dores
advindas da constatação que
não há tal superioridade – a
crença se desfaz com o simples
olhar do ciclo da vida – todos
nascem, crescem, reprodu-
zem e morrem. Sejam brancos
ou pretos, todos fadados aos
desígnios da natureza. Mesmo
assim, diante de regras imutá-
veis, insistem em alimentar
o racismo e o preconceito, da
pior forma, negando a sua
prática. O negacionista é a
materialização do pior que há
nesse tipo de gente.
No caso do Brasil, esse
espécime é abundante, proli-
feram se apoiando em falá-
cias. A realidade do racismo
no Brasil é negada tendo como
exemplo o cenário dos EUA.
Lá, a poucas décadas, separar
negros e brancos, em espaços
públicos, como nos cinemas e
no transporte coletivo, era lei,
em alguns Estados. Uma vez
que o racismo e a segregação
racial, nunca foram adotados
como norma legal no país,
usam este abominável exem-
plo para negar a intolerância
racial nas terras tupiniquins.
Aqui é diferente. O inimigo
não se declara oficialmente,
maseleestáaolado,disfarçado
de cidadão de bem e muitas
vezes de amigo ou mesmo
familiar. No supermercado,
na escola, no trabalho enfim
em todos os espaços de convi-
vência, o conflito está sendo
gerado, pois o negacionista de
plantão está pronto a agir. Seja
com menor intensidade – com
piadas e opiniões disfarçadas
de brincadeiras inocentes, seja
com potencial ofensivo à vida
– como o caso do assassinato
no Carrefour, o racismo é uma
realidade gestada no seio de
uma sociedade que ainda não
se reconhece na pluralidade
e cujas autoridades reforçam
com seus discursos destoantes
essa ideia.
Em declarações, nos últi-
mos, dias tanto o Presidente
quanto o Vice se assumiram
negacionistas. Bolsonaro e
Mourãorepresentamaparcela
da sociedade que teima em
não aceitar as evidencias e
utilizando de suas autorida-
des reforçam ainda mais o
discurso de negação dos fatos.
Os negros, pretos e pardos,
segundo conceituação do
IBGE, são a minoria quando
se fala em inclusão social e
a maioria quando se regis-
tram os índices de violência.
Estes números ensinam que a
sociedade brasileira é verda-
deiramente segregadora,
preconceituosa e racista e que
a quantidade de melanina que
o indivíduo carrega é inver-
samente proporcional ao seu
valor como humano. Se a esta-
tística não consegue ensinar
“bons modos” de convivência
a estes, quem sabe a percepção
da fugacidade da vida possa
lhes ensinar que a cor só tem
sentido em se fazer distinta no
imaginário do artista.
O pior do racismo
O
c a n d i d a t o
a prefeitura
de Maceió
João Henrique Caldas (PSB),
ao contrário do que vem
pregando como o messias da
nova política, achou sua tábua
de salvação com a velha polí-
tica, a geração do atraso, que
ainda no começo dos anos
1990 até os anos 2010, trans-
formou Alagoas e Maceió
em uma região atrasada,
violenta, corrupta e pobre.
Quem comandou toda essa
engrenagem foi o candidato a
vice-prefeito de JHC, Ronaldo
Lessa (PDT).
Ronaldo liderou a velha
política desde 1992 e 1996,
quando foi eleito e reeleito
prefeitodeMaceió,passandoo
bastão a sua sucessora, a vere-
adora Kátia Born (PSB), que
também foi reeleita em 2000.
Lessa continuou seu reinado
no estado, como governador
em duas gestões (1998-2002).
Ainda se elegeria deputado
federal, voltando a tentar a
prefeitura de Maceió em 2012,
mas teve sua candidatura
negada pela Justiça Eleitoral,
e o atual prefeito Rui Palmeira
ganhouaeleição,fechandoum
ciclo de desmando e empobre-
cimento da capital.
Quando era deputado foi
condenado por peculato e
crimes contra a administra-
ção pública a 13 anos e quatro
meses de prisão e pagamento
de multa. Uma das acusações,
segundo os jornais da época,
em 2010 um relatório da Polí-
cia Federal sobre os desvios
de mais de R$ 300 milhões na
Assembléia LegislativaAlago-
ana, no mais famoso caso
de corrupção em Alagoas, a
Operação Taturana, o então
governador Ronaldo Lessa
favoreceu ao esquema.
“Entre 2001 e 2007, quando
Lessa governou, o duodé-
cimo da Assembleia pulou de
R$ 52,5 milhões para R$ 112
milhões.A PF apurou também
que em janeiro de 2003, o
governo fez um acordo com o
INSSparregularizarosdébitos
existentes em nome daAssem-
bleia”, diz um trecho do jornal
TribunaIndependente,emsua
edição de 10 de outubro de
2010. O parlamentar recorreu
da sentença e foi absolvido em
instância recursal, em outubro
de 2017, pelo Supremo Tribu-
nal Federal.
Lessa também foi conde-
nado, em 2012, junto com o
ex-secretário da Fazenda,
Eduardo Henrique Ferreira
emaçãocivilpúblicadeimpro-
bidade administrativa em
função de má administração e
desvio de finalidade de R$ 50
milhões do Fundo Estadual
de Combate e Erradicação da
Pobreza (Fecoep).
“Foram mais de R$
50.000.000,00 que deveriam
ter sido diretamente destina-
dos ao combate à erradicação
da pobreza que tanto assola
o estado de Alagoas, valores
esses que foram, excepcional-
mente, cobrados dos cidadãos
sobre a majoração de ICMS,
masque,aofinal,foramutiliza-
dos para cobrir despesas corri-
queiras do estado de Alagoas,
aquelas que já lhes era de obri-
gação natural a realização”,
diz um trecho da decisão dos
juízes da força tarefa do Tribu-
nal de Justiça de Alagoas (TJ/
AL). Os réus foram condena-
dos à perda de função pública
esuspensãodosdireitospolíti-
cosportrêsanos,aproibiçãode
contratar com o poder público
oureceberincentivosfiscaisou
creditícios.
3O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
PODER redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Alliança pelo poder colocou Ronaldo Lessa como cabo eleitoral de JHC
KátiaBorneJoão
Caldas,paideJHC,
estãojuntospelopoder
Outros apoiadores de
JHC, a ex-prefeita Kátia Born,
candidata derrotada nessas
eleições, que é uma espécie de
consultorapolíticaeeleitorade
primeira hora do candidato,
e João Caldas, pai, mentor e
orientador de JHC, são faces
da mesma moeda. Para eleger
JHC a dupla é capaz de fazer
tudo, o possível e o impossí-
vel para ganhar uma eleição
para seus parceiros ou para si
mesmo como aconteceu nas
eleições de 2000, quando Born
e Caldas disputaram entre si a
prefeitura de Maceió.
Os que respiravam política
essaépocadevemlembrarbem
dobanhoqueKátiaBorneseus
aliados tomaram na praia da
Avenida, como grande ato de
encerramento de sua campa-
nha. A imprensa da época
considerou um grande blefe
eleitoral. Estava tudo combi-
nado, nos dias anteriores ao
banho, o Instituto do Meio
Ambiente (IMA), do governo
Ronaldo Lessa, tampou as
tubulaçõesdeesgotodoriacho
Salgadinho – que até hoje está
sujo, poluído e interditado – e
monitorou o despejo dos coli-
formesfecaisemtodaextensão
do riacho. Um dia após as elei-
ções,quandoaurnasjáaponta-
vamKátiaBornreeleita,apraia
daAvenida da Paz voltou a ser
invadida pelo lixo, pelo esgoto
e pelos coliformes fecais do
Salgadinho. Durante o banho,
Kátia Born falou aos jornais:
“Hoje foi o dia mais feliz de
minha vida.Acabei de tomar o
banho da dignidade” (sic).
https://www1.folha.
u o l . c o m . b r / f s p / b r a s i l /
fc0210200056.htm
PSBjáteveumabrigafeiaentreKátiaeJHC
Para se defender, JHC ataca adversário
A guerra foi feia nos basti-
dores, entre o PSB e JHC, que
aos trancos e barrancos conse-
guiu o controle do partido
para si. Em maio de 2016, a
presidente do diretório esta-
dualdoPSBemAlagoas,Kátia
Born,declarouqueodeputado
JHCserialançadocomocandi-
dato do partido a prefeito de
Maceió. Não durou muito essa
lua de mel. Em 2017, a já desti-
tuída ex-presidente do PSB de
Alagoas, Kátia Born coman-
dou a reação, e levou com ela
mais de 50 lideranças para o
PDT alagoano, liderado pelo
ex-governador Ronaldo Lessa.
Porém, a militância dos
socialistas caiu atirando,
segundo eles, pois JHC teria
tramado a destituição de Kátia
da Presidência do PSB. Na
época, a militância do partido,
prefeitos e vereadores eleitos,
divulgaram uma carta aberta
em repúdio ao parlamentar
quequeriaassumirocomando
dasiglanoEstadoatodocusto.
A carta aberta chama de
“golpe” a articulação de JHC
para derrubar Kátia Born,
porqueentreosargumentosque
poderiamderrubarumadireção
seriamcasosdeirregularidades
cometidas, “o que não aconte-
ceu,nemacontece”,ressaltam.
“É preciso que a sociedade
possa colocar frente a frente os
dois personagens de JHC: o
político moderno versus o polí-
tico conservador e autoritário,
que age como um coronel, na
sombraobscuradeseupai,oJoão
Caldas”, diz um trecho da carta
aberta, citando o ex-deputado
federaldequemJHCéherdeiro.
https://www.br104.com.
br/justica/justica-eleitoral-
-condena-joao-caldas-por-
-doacao-ilegal-a-campanha-
-de-jhc/
O candidato João Henri-
que Caldas (PSB), a prefeitura
de Maceió, vem utilizando
suapropagandaeleitoralpara
se fazer de vítima. Durante as
inserções, acusa o seu rival na
disputa pelo segundo turno,
Alfredo Gaspar (MDB), de
caluniartodasuafamília.Mas,
ao que parece, o próprio JHC
prefere esquecer seu passado
recente, e nunca deu explica-
ções a sociedade a respeito de
sua fortuna.
O ano de 2013 ficou
marcado na história para a
família Caldas. Foi naquele
ano que o livro “OS BEN$
Q U E O S P O L Í T I C O S
FAZEM”,dorenomadojorna-
lista do Jornal O Globo, Chico
de Góes, teve a sua primeira
edição publicada. O livro cita
três personagens alagoanos –
pai, mãe e filho – João Caldas,
Eudócia Caldas, e, é claro o
deputado federal e candi-
dato a prefeitura de Maceió,
João Henrique Caldas (JHC).
Apenas sua avó foi poupada.
O livro mostra o quão bem
sucedida financeiramente à
família Caldas é na sua princi-
pal profissão: a política.
JHC (PSB-AL) iniciou sua
carreira política ainda muito
jovem, a época com 23 anos.
Nas eleições de 2010, na qual
foi eleito deputado estadual
por Alagoas, já declarava um
patrimônio de aproximada-
menteR$2milhões.Valorque
ultrapassava o patrimônio
dos seus próprios pais.
Em 2016, quando alguns
veículos de comunicação de
Alagoas publicaram repor-
tagens sobre o livro, JHC
silenciou sobre sua riqueza.
Preferiuprocessarosjornais,e
osjornalistas.Pois,osmesmos
revelaram que seu patrimô-
nio de quase R$2 milhões em
2010,tinhaquasequedobrado
em 2016, chegando acima dos
R$ 3 milhões.
JHC ganhou notoriedade
como deputado estadual com
um discurso de “combate as
velhas práticas políticas”-
muito parecido com seu
discurso a atual de “verda-
deira mudança” - onde foi
de encontro aos interesses da
mesa diretora da Assembléia
Legislativa deAlagoas (ALE).
Oepisódioficoumarcadopela
troca de denúncias por parte
dosparlamentaresalagoanos.
JHC afirmava que a mesa
diretora da ALE era corrupta,
onde a mesma rebatia suas
acusações, também denun-
ciando a prática de nepotismo
por parte de JHC, que tinha
lotado em seu gabinete, seu
pai e sua mãe (João e Eudócia
Caldas).Ambos moravam em
Brasília, mas, mesmo assim,
tinham salários de aproxi-
madamente R$ 10 mil que
segundoopresidentedaALE,
a época, Fernando Toledo,
“nunca deram um dia de
serviço”.
Em 2018, JHC surfou na
onda Bolsonarista, sob o
discurso da “nova política”.
Foi eleito o deputado federal
mais votado, proporcional-
mente, do Brasil. No início
do ano legislativo (2019),
acreditou que poderia ser
presidente da Câmara dos
deputados, em várias entre-
vistas enfatizava que se fosse
o novo presidente abriria
mão de privilégios. Fato que
nunca aconteceu em toda a
sua trajetória política, tanto
que ainda continua como um
dos campeões de gastos de
dinheiro público da Câmara
Federal.
Aliado às forças do atraso,
JHC fala em “nova política”
DEPUTADO FEDERAL tem como vice Ronaldo Lessa, que trouxe Ferandinho Beira Mar para a sede da PF de Alagoas
O
prefeito de
Ibateguara,
G e o C r u z
(sem partido) disse, ao anun-
ciar a vitória de sua candidata
contra o nome escolhido pela
família Caldas - que ficou em
terceiro lugar na disputa - que
caso João Henrique Caldas,
seu primo, vença as eleições
na capital quem iria gover-
nar de fato seria o pai de JHC,
o ex-prefeito de Ibateguara
e ex-deputado federal João
Caldas.
“Quero alertar ao maceio-
ense que se porventura o JHC
for eleito prefeito de nossa
querida Maceió, quem irá
administrar diretamente a
prefeitura de Maceió, é o seu
pai João Caldas. Não adianta
JHC esconder o nome de seu
paienemacidadeondeviveu.
Maceió inteira já sabe disso,
que JHC é filho do homem
das ambulâncias, o famoso
sanguessuga”, disse Geo
Cruz.
O prefeito também fez
uma grave denúncia, de que
o próprio João Caldas esteve
em Ibateguara, uma semana
antes da eleição, junto com
o candidato apoiado pela
família, prometendo cargos
comissionados aos eleitores
de Ibateguara na prefeitura de
Maceió.
“Foi o pai de JHC que fez
isso. O João Caldas esteve
aqui em Ibateguara, apoiando
seu candidato e negociando
empregos na capital. Muitas
vagas de comissionados e
contratados já estão prome-
tidas aos ibateguarenses. O
JHC não tem força para o
pai, foi o pai que colocou ele
na vida pública, como o filho
mais mimado. Mas aqui em
Ibateguara eles tiveram uma
derrota acachapante. Por isso
que digo aos maceioenses que
não paguem para ver”, dispa-
rou o prefeito Geo Cruz.
Ele também não aliviou
a críticas ao candidato JHC,
que há quatro anos não pisa
na cidade, e que segundo
o prefeito, não agradeceu
sequer aos votos que recebeu
na cidade, em sua eleição para
deputado federal, apoiado
pelo próprio primo e prefeito
Geo Cruz.
“JHC abandonou Ibate-
guara, não teve a considera-
ção de vir aqui agradecer os
muitosvotosqueeletevecomo
deputado. Nessa pandemia
ele não fez sequer uma liga-
ção para saber como estava
o povo de Ibateguara. E foi
aqui ele se criou, foi aqui que
ele deu seus primeiros passos
na política. Hoje, ele esconde
que é filho da cidade, e de seu
próprio pai, que o formou na
política”, lamenta Cruz.
Ainda de acordo com
o prefeito, nos seis anos de
mandato como deputado
federal, JHC não o ajudou a
melhoraracidade,comaapro-
vação de qualquer emenda
parlamentar que favorecesse
a área social de Ibateguara.
“Ele não mandou nada
para a educação, a assistên-
cia social, a cultura. A única
verba que recebemos em
seis anos foi R$ 600 mil para
o custeio da saúde e outra
emenda pra o turismo. Mas
como posso construir um
mirante, por exemplo, se
a prefeitura não tem verba
para desapropriar terras.
Realmente, JHC deixou a
desejar em sua terra. Imagine
Maceió, que é uma grande
cidade, entregue a JHC, que
nunca teve uma experiência
como administrador, nunca
teve uma carteira assinada.
Sempre foi o menino mimado
de João Caldas”, finalizou
Geo Cruz.
“Aqui em Ibateguara
eles tiveram
uma derrota
acachapante.Por
isso que digo aos
maceioenses que
não paguem para
ver”,disparou o
prefeito Geo Cruz
4 O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
ESTADO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Primo de JHC, faz um alerta:
´Quem vai administrar é o pai’
PREFEITO DE IBATEGUARA ELEGEU A SUCESSORA e diz que teme pela gestão em Maceió, caso JHC saia vencedor
Em Ibateguarda,Geo Cruz disse que não adianta JHC esconder o nome do seu pai,João Caldas,o famoso sanguessuga
IracemaFerro
Repórter
P
o r m u i t o e
muitos anos
o Batalhão de
Polícia de Trânsito (BPTran)
foi um mero coadjuvante da
estrutura do Comando de
Operação da Polícia Militar
(Copom), sendo conhecido
apenas por fiscalizar os proce-
dimentos relativos estrita-
mente os veículos, resumindo
a atuação em realizar blitze,
conferir documentação de
condutor e licenciamento de
veículos.Masestetempoficou
para trás e esta mudança tem
nome e patente: tenente-coro-
nel Felipe Lins.
Há sete anos na unidade,
quatro deles à frente do
comando, Felipe Lins trouxe
toda a sua experiência adqui-
rida nos batalhões pelos quais
passou, além da graduação em
Direito e Marketing, e inúme-
ros cursos, entre eles Perito de
Acidente de Trânsito, Instrutor
de Trânsito e Vistoria Veicu-
lar, para dar uma nova cara ao
BPTran.
“Sempre tive na cabeça que
o BPTran poderia colaborar
mais com a segurança pública,
tanto no trânsito quanto na
criminalidade, até porque o
crime muitas vezes começa
pelo trânsito ou passa pelo
trânsito. Eu pensei: preciso
fazer com que tenha uma filo-
sofia diferente, abordando o
trânsito, não perdendo sua
essência,masajudasseaPMea
sociedadenocombateaocrime.
TenhoumavisãodequeaPMé
como uma empresa, o cliente
é a sociedade e nós prestamos
um serviço para ele”, lembra o
comandante.
Aprimeiramedidaadotada
por Felipe Lins foi implantar
um trabalho de educação para
o trânsito, que atualmente
é coordenado pela tenente
Bárbara, promovendo pales-
tras em escolas (desde o ensino
fundamental até o médio) e
faculdades sobre o trânsito e
a responsabilidade de todos.
Paralelamente, ele começou a
mostrar para o público interno
(os militares da unidade), que
era necessário mudar a abor-
dagem dos cidadãos: tratando
gente de bem com cortesia e
quemandaforadaleideforma
enérgica.
Depoisdestaprimeiraetapa
mais educacional, o tenente-
-coronel percebeu a neces-
sidade de mudar o sistema
operacional, que foi a grande
“viradadechave”doBPTran.
“Nossa primeira medida
foi implantar o Núcleo de
Inteligência, que não existia
no BPTran, e consegue detec-
tar diversos problemas onde
podíamos intervir: muitos dos
veículos roubados traziam
armas e drogas. A partir do
nosso setor de inteligência,
surgia um novo tempo para o
batalhão. Criamos as Táticas,
um grupamento que trabalha
em parceria com a inteligência
justamente nas investigações
de roubos, desmanches, tráfico
de entorpecentes e armas. Eles
atuam nas áreas mais perigo-
sas”,revela.
Mas o comandante conti-
nuava inquieto, então reim-
plantou o grupamento Águias,
os PMs de motos, que chegam
onde os veículos de quatro
rodas não conseguem ir.
Diariamente são duas guar-
nições (com três motos cada),
tendo como principal função a
abordagemdasmotos,alémde
iralocaisdedifícilacesso,como
sítiosegrotas.
Não tardou para que uma
nova ideia fosse colocada
em prática: o Patrulhamento
Móvel deAbordagem a Coleti-
vos (PMAC).As equipes ficam
com o encargo de evitar assal-
tos a ônibus, modalidade que
já chegou a registrar 160 ocor-
rênciaspormêsehojehámeses
emquenenhumcasoécompu-
tado.APMACtambémpassou
a fazer a Operação Terminal
Seguro, indo às madrugadas
revistar passageiros e pessoas
que estavam nos terminais de
ônibusesuasimediações.
“AsRotrans,RondasOsten-
sivas de Trânsito, hoje reali-
zam o trabalho mais básico de
fiscalizaçãode trânsitododia a
dia, blitze, abordagem, confe-
rir documentos, enfim, o que
anteseratodaafunçãodobata-
lhão.As Rotrans trabalham em
parceria com a Superintendên-
cia Municipal de Transporte e
Trânsito(SMTT)paracombater
otransporteirregulardepassa-
geiros, os populares clandesti-
nos”,assinalaocomandante.
Com esse novo perfil,
não era de se estranhar que o
BPTranpassasseaterumpapel
mais ativo nas operações Lei
Seca, que são um sucesso em
todoopaís.
O comandante destaca que
cada novo militar que chega à
unidade escolhe em qual dos
grupos prefere trabalhar, de
acordo com as habilidades e o
perfildecadaum.
Todas essas mudanças
fizeram não somente com o
BPTran pudesse ganhar prota-
gonismo na estrutura da segu-
rança pública, mas aproximou
aunidadedacomunidade,que
passouaconfiarefazerdenún-
ciasdecrimes.
5O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
COTIDIANO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Coronel Felipe Lins muda o
perfil do BPTran em Alagoas
UNIDADE DA PM deixa de ser coadjuvante para exercer o protagonismo da estrutura do Copom na segurança emAlagoas
Segundo dados da Susep, a
receita do segmento cresceu
11,7% no acumulado de janeiro a
setembro quando comparado ao
mesmo período de 2019
Emumanoemquetantofalamosde
saúde, finanças e futuro, os segu-
ros de vida passaram a ser cada vez
mais procurados. Segundo dados da
Susep (Superintendência de Segu-
ros Privados), a receita do segmento
de seguros de vida cresceu 11,7%
no acumulado de janeiro a setembro
quando comparado ao mesmo perí-
odo de 2019.
Outro seguro muito procurado foi o
prestamista, um produto que dá tran-
quilidade ao segurado e aos bene-
ficiários indicados de ter uma dívida
quitadaemcasodeimprevistos,como
invalidez, desemprego involuntário ou
mesmomorte.Areceitacresceu3,6%
no acumulado do ano comparado a
2019.
A Susep não divulga o total de contra-
tosouseguradose,porissomesmo,o
crescimento do setor é acompanhado
pela evolução da receita. O próprio
órgão define seguros como sendo
“um contrato mediante o qual uma
pessoa denominada segurador, se
obriga, mediante o recebimento de
um prêmio, a indenizar outra pessoa,
denominada segurado, do prejuízo
resultante de riscos futuros, previstos
no contrato”.
O mercado anda aquecido, mas os
termos ainda confundem e mais
ainda: você saberia dizer para que
serve e quando contratar um seguro
de vida? Por isso, separei abaixo as
dúvidasmaiscomunssobreoproduto.
Seguro de vida é um investi-
mento?
O seguro de vida não é um investi-
mento no sentido clássico. O órgão
que acompanha o mercado é a
Susep e não a CVM. No entanto, ele
é um passo importante no planeja-
mento financeiro no sentido de que
ele protege o segurado e seu patri-
mônio de imprevistos. Além disso, o
seguro de vida pode ainda garantir a
manutenção do padrão de vida. Caso
tenha uma internação, por exem-
plo, há coberturas que garantem o
pagamento de uma indenização pelo
período, o que faz com que você não
consuma suas reservas.
Seguro de vida só é usado em
morte?
Não, pelo contrário. Hoje em dia há
seguros com diversas coberturas em
vida, como doenças graves, invalidez
ou mesmo perda de renda.
Como é calculado um seguro de
vida? O que é análise de risco?
Cada caso é um caso e, por isso
mesmo, é importante conversar com
um especialista para entender as
necessidades e situações das quais
a pessoa quer se proteger. Em geral,
o cálculo considera as situações das
coberturas e o risco delas acontece-
rem de acordo com o seu perfil.É feita
uma análise de risco para se chegar a
um valor de cobertura e do prêmio (a
quantiamensalquevocêpagaparater
direito ao seguro).
O que é um seguro de vida resga-
tável e como ele funciona?
É um tipo de seguro de vida que
oferece a opção de resgatar a reserva
acumulada em uma data futura. Ou
seja, a pessoa pode usar o dinheiro
ainda em vida,depois de certo tempo,
caso não tenha tido os imprevistos
listados na apólice e, por consequên-
cia, não tenha recebido a indenização
prevista na cobertura.
Segurodevidaentraemherança?
O benefício não entra em inventário
e, por isso, mesmo é usado por algu-
mas pessoas como uma maneira de
transmitir parte da herança sem que
osherdeirostenhamdepagarimposto
sobre o dinheiro.
O seguro de vida é dedutível do
Imposto de Renda?
Não,é um produto simples em termos
tributários.Você não precisa declarar
o seguro de vida no Imposto de renda,
pois não terá dedução.Em contrapar-
tida,a indenização do seguro,quando
paga,também não é tributada.
*Fonte: UOL
Conclusão
Em suma,a indenização do seguro de
vida não é um direito hereditário. Ou
seja,odinheirodoseguronãoentrana
herança.Osegurodevidaéumaforma
deproteção.Elevisagarantirqueuma
pessoa, escolhida pelo contratante,
receba uma indenização no caso de
sua morte. O evento coberto costuma
ser a morte acidental ou por causas
naturais.
É muito importante observar as cláu-
sulas excludentes da cobertura. Elas
preveemhipótesesnasquaisaindeni-
zaçãopodenãoserpaga,porexemplo
morte decorrente de doenças pré-
-existentes. Se um cardíaco contrata
um seguro de vida e sofre um infarto
fulminante,os beneficiários não rece-
berão a indenização.
E aí, gostou do tema dessa semana?
Espero que tenha gostado! Acompa-
nhe também nosso quadro“Momento
Seguro” todas as quintas-feiras na
rádio 98,3 FM,a partir das 7h30 e,na
TVMAR (Canal 525 NET), a partir das
9h. Participem com suas perguntas!
Até a próxima se Deus quiser! Um
grande abraço!
6 O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
MOMENTO SEGURO redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
DjaildoAlmeida
Corretor de Seguros - djaildo@jaraguaseguros.com
Seguro de vida: você sabe para que ele serve?
Idosopolitizado
Considerados como guardiões socio-
culturais,detentores de experiências e
vivências de regimes governamentais,
o eleitor idoso maceioense teve quan-
titativamente sua participação cidadã
sob suspeita no último pleito eleito-
ral. Essa nossa intuição foi inspirada
pelo elevado número de abstenções,
mais de 148 mil, e referenciada por
falares de um grupo de convivência
de pessoas com idades avançadas.
A interpretação conclusiva é que as
renúncias tiveram vários fatores moti-
vadores. Dois são históricos: o artigo
14,parágrafo 1º da Constituição Fede-
ral que diz que“maiores de 70 anos
têm voto facultativo” ea invisibilidade,
o desleixo parlamentar, a descrença
política e o desapreço senil para com
oscandidatos,fazemumpacotesocio-
cultural. Outro fator que foi um deter-
minante potencial é a circunstância
do momento pandêmico que estamos
passando. Muitos idosos, principal-
mente os mais informados e que
gozam de oportunidades privilegiadas
para se prevenirem, optaram em não
iremàsurnas,evitandoestaremexpos-
tosaumapossívelaglomeração.
Legislaçãomunicipalgeronto
A Câmara Municipal de Maceió
acabou de receber a maior renovação
já ocorrida naquela casa. O fato cria
uma grande expectativa para que os
novatos legisladores tenham afinida-
descomascausasequestõesidosas.
Na nova composição constarão 14
novos vereadores que ocuparão
parte das 25 vagas,e três entre todos
os componentes formarão a futura
comissão do idoso.As comissões são
órgãos técnicos constituídos pelos
vereadores, e destinados a proce-
der estudos, realizar investigações
e representar a Câmara Municipal,
cabendo-lhes,emrazãodamatériade
suacompetência:apresentarproposi-
ções à Câmara Municipal; discutir e
emitir parecer, através dos votos da
maioria dos membros,às proposições
a eles submetidas; realizar audiências
públicas com entidades da sociedade
civil; receber petições, reclamações,
representações ou queixas de qual-
quer pessoa contra atos e omissões
das autoridades públicas e colher
depoimentos de qualquer autoridade
ou cidadão.
Vivenciando às especulações duvidosas e saturadas de
promessa e da imaginação que a vacina para a Covid-19
está mais próxima de ser distribuída,um termo citado por
uma autoridade em sanitarismo me chamou a atenção
essa semana, por ser um termo que eu uso cotidiana-
mente em minhas apreciações, quando eu quero justifi-
car porque temos de ter e evoluir cuidados de prevenção
contra a contaminação do novo vírus.Assisti essa semana
um cientista expressando “a praia é bem ali” para espa-
lhar paciência, ponderação, consciência e maturidade da
populaçãocomoestratégiacomportamentalparaevitaras
aglomerações, e manter os cuidados preventivos de uma
retomada da crise pandêmica, como uma segunda onda.
Por coincidência ou semelhança eu sempre também digo
para os familiares, amigos e convivais que não vou nadar,
nadaremorrernapraia.É uma alusãoaumfamosoditado
popular que serve de reflexão e até de estratégia pessoal.
É preciso que todos fiquem alertas e não se descuidem e
nem se encantem com a sensação de que o vírus acabou.
Pois, uma segunda onda já está em mar aberto ou em
alto-mar.Dizendocomclareza,asegundaondanãoémais
uma questão de hipótese ou imaginação.Com as divulga-
ções dos números de incidência decorrentes nos países
ocidentais o pressuposto já virou fato. E como diz outro
ditado: errar uma vez é humano, duas vezes é burrice e
três é opção da morte.
Passados mais quatros anos políticos, o destaque gover-
namental municipal como legado para o segmento idoso
maceioense deixado pela atual gestão podemos apontar
que foi a criação do Fundo Municipal da Pessoa Idosa
de Maceió. Com as eleições municipais desse ano de
2020, os idosos maceioenses ainda terão oportunidade
de sonhar grande, que um dia Maceió receberá, o ou um,
título de cidade amiga da pessoa idosa.O pleito vai ser
através de um segundo turno que teve oprimeiro com
resultados das urnas, uma diferença pequena de votos
entre os dois participantes classificados.A expectativa
é que o futuro gestor seja um conhecedor de políticas
públicas para a populaçãoidosa; pois,em nenhuma das
duas campanhaseleitorais dos candidatos vencedores
do primeiro turno,foram observadospronunciamentos
de projetos ou de propostas para o segmento idoso. O
cotidiano geronto municipalsobrevive flutuando há muito
temponummardedesleixoedescuidadosquejágeraram
até uma classificação irrisória no ranking nacional como
sendo um dos pioresmunicípios para envelhecer em solo
brasileiro. Segundo o Instituto de Longevidade Mongeral
Aegon em parceria com a Fundação Getúlio Vargas em
2017,Maceió ocupou a 19ª colocação entre as cidades
(150 cidades) com menores índices de longevidade. Em
recente pesquisa, outubro de 2020 a classificação foram
pesquisa 498 e a colocação foi 212ª).
2ª onda e o idoso
Gestão municipal geronto
PODERGrisalho Francisco Silvestre
silvestreanjos@bol.com.br
Expectativas angustiantes
Pelovisto,aspessoasidosasnestefinaldeanoqueseaproximavão
precisardeextremaserenidade,ponderaçãoedesuasexperiên-
ciasparasaberlidarcomosdesafiosocasionais,decorrentesdesse
tempo repleto de especulações biossociais.Mesmo desejando-lhes
umtradicional“FelizNatal”,sógarantirianomáximounsdoisdiasde
felicidade. Já votos protocolares de “Boas Festas” se estenderiam
por apenas uma semana. Por isso, quero desejar desde já a você,
idoso como eu, algo capaz de perdurar por todo o ano vindouro.A
introdução parece até uma delimitação de vitimismo senil, mas o
parecer contextual pode ser comprovado pela ansiedade e angús-
tia que se tornaram companheiros indesejados dos idosos de todo
o país.Taxados desde o inicio do período pandêmico que assola o
país como pertencentes ao grupo dos vulneráveis,os com mais de
60 vêm sendo personagens de várias decisões governamentais
desconfortantesqueafligem,agonizameatormentam.Osexemplos
queacometemessessentimentos,são:fatosinerentesaoCovid-19
e sua vacina; aprovação do 14º salário e outros contratempos coti-
dianosporfaltadepolíticaspúblicas.
CULTURA redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
7O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
C
onhecido pelo seu
trabalho primoroso
com a cerâmica, o
mestre João das Alagoas é o persona-
gem principal do documentário “Da
terra, o barro. Da arte, a vida”, produ-
zido e dirigido pela jornalista Marta
Moura. Natural de Capela, o artesão
detalha nas obras suas memórias
através de temas do cotidiano como
brincadeiras infantis, apresentações
de folguedos e o trabalho do campo.
Além da marca principal de suas
peças, o boi-bumbá.
Odocumentáriobuscaresgatarpor
meio de relatos do próprio artesão sua
trajetóriadevidaeodesenvolvimento
das obras do mestre e patrimônio vivo
do estado, João das Alagoas. A produ-
ção surgiu por meio da pesquisa do
Mestradodajornalistaetraznoroteiro
detalhes sobre a infância, convívio
famíliar, particularidades dos trinta
anos de trabalho e ensinamentos com
a cerâmica que o artesão guarda.
O passeio pela vida de João das
Alagoas, nas cenas do projeto áudio
visual narra ao público momen-
tos importantes de sua vida. Como
quando ficou desempregado e encon-
trounafabricaçãodecerâmicasaopor-
tunidade de trabalhar e sustentar a
família.“Tinhatempoqueeupensava
se conseguiria viver de arte”, conta o
mestre. O artesão também revelou
detalhes do seu primeiro contato com
o barro, na infância, quando fazia
bonecos para brincar.
Empolgada com a estreia do docu-
mentário, Marta não esconde a alegria
empoderdocumentarumahistóriatão
importante para a cultura alagoana e
transmitir conhecimento através da
arte. “É notório que no mundo virtual
que vivemos, a necessidade de gravar
e filmar diversos trabalhos manuais
contribuemparaadivulgaçãodotraba-
lho do artesão como também, fortalece
o conhecimento sobre nossa cultura e
regionalidade”, afirma Marta Moura.
O documentário “Da terra, o barro.
Da arte, a vida”, será exibido dia 27
de novembro no Cine Pilarense, na
cidade de Pilar-AL, que há poucos
meses foi revitalizado. O evento de
exibição terá início às 17:30, contando
com a presença do mestre artesão João
dasAlagoas,professores,comunidade
acadêmica, estudantes, autoridades e
população local.
TRABALHO PRODUZIDO pela jornalista Marta Moura resgata a memória do mestre alagoano
JOÃO DAS
ALAGOAS
Vida e obra do artesão capelense
é contada em documentário
RÉVEILLON 2021 | Quem estará marcando presença +QVIP inAlagoas
na vidada de ano do Réveillon da Boite JOY é oTop DJ Paulo Pringles
diretamente de SAMPA.Fique atento e garanta o seu passaporte
para não ficar de fora desse festerê.#aplausos
NA MÍDIA | Sempre simpática,a blogger Rita de Cássia,from
Taquarana,vem se destacando com sua humildade na City
deTaquarana com o seu brilhante trabalho junto a sociedade
e recebe o carinho todo especial desse confrade.A poderosa é
conhecida nas redes sociais com o perfil do Instagram @blog_darita
CELEBRATION | O MAIOR e MELHOR RéveillonAll Inclusive do Brasil,
leiam Réveillon Celebration está nessa edição de 2021 sob novo
formato Limited Ediion.O agito sonoro já tem seu cardápio musical
formado,e uma das grandes atrações dessa luxuosa virada de
ano é a dupla de renome nacional Zé Neto e Cristiano.#puroluxo
TODA ELA |A elegante amiga e empresária GeruzaTenório,leiam Lojas
Via GArapiraca,está de vento em polpa com as promoções do Black
FridayVIA G,onde convida todos para conhecer as promoções
de sua luxuosa maison que está um luxo
8 O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
SOCIAL redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
EM SOCIEDADE Jailthon Sillva
jailthonsilva@yahoo.com.br
Contatos:
3522-2662 / 99944-8050
NATAL SOLIDÁRIO l
A Legião da Boa Vontade – LBV, está
a todo vapor com a sua campanha
Natal Permanente da LBV — Jesus,
o Pão Nosso de cada dia!, vai entre-
gar 50 mil cestas de alimentos e 50
mil kits de limpeza em 175 cidades
brasileiras.
NATAL SOLIDÁRIO Il
Em Alagoas, mais de 1 mil famílias
de comunidades rurais e indígenas
dos municípios de Arapiraca,Atalaia,
Joaquim Gomes, São Sebastião,
Palmeira dos Índios e Maceió, serão
assistidas. A LBV conta com a sua
doação através do site www.lbv.org.
ATENÇÂO ESTUDANTES
A UNEAL - Universidade Estadual de
Alagoas informou através de notas e
redes sociais que já estão abertas,
desde o dia 25 de novembro até o dia
13 de dezembro,as inscrições para a
seleção dos cursos de Pós-Gradua-
ção (Lato Sensau) Uneal Especializa.
Entra no site da UNEAL, faça sua
inscrição e boa sorte!
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9O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
CSA X Ponte Preta
Com duas vitórias seguidas, contra o Cuiabá e o Operário, o CSA
voltou a jogar neste sábado, no estádio Rei Pelé, agora diante da
Ponte Preta/SP. Se jogar bem e aproveitar as oportunidades de
vários jogos seguidos em seus domínios, o time pode até colar no
G-4 da Série B do Campeonato Brasileiro. Enfrenta um adversário
complicado e que está melhor situado na tabela de classificação.
A vitória por 1 a 0, gol de pênalti na partida anterior, e sem repetir
uma boa atuação, força o CSA a ser mais cuidadoso, cauteloso e
preciso nas finalizações.
Vitória X CRB
Com uma derrota para o Brasil, em Pelotas, o CRB precisa vencer
para fazer as pazes com a tabela e sua torcida,que vem cobrando
muito a subida do elevador de pontos, criando a esperança da
aproximação com o G-4 da Série B.A derrota criou uma atmos-
fera desfavorável para a defesa,onde na falha individual do goleiro
Victor Souza, e coletiva de sua defesa, chamaram a atenção e
muitas cobranças começaram a chegar. O adversário é o Vitória,
que é o primeiro time fora do Z-4.O jogo é em Salvador e o técnico
deve mudar o time para encontrar esse novo caminho de vitória.
Morreu um ídolo e craque - 1
A morte de Diego Armando Maradona - o Dieguito - trouxe muita
comoção ao mundo do futebol. Um craque na essência da pala-
vra, um ídolo para ninguém colocar defeito e um homem com um
extracampo tumultuado, mas que ninguém tem nada a ver com
isso.A vida particular de Maradona só interessava e dizia respeito
a ele. Para mim só interessava o que ele fazia dentro de campo e
isso Maradona fez com muita maestria,com muita competência.
Morreu um ídolo e craque - 2
Eu nunca entrei nessa pilha da mídia e da grande torcida, espe-
cialmente naArgentina,de quem era o melhor Jogador do Mundo:
Pelé ou Maradona. Para mim, Pelé foi na sua época e Maradona
numa época depois. Juntando tudo, os dois foram os melhores
jogadores do mundo. O que os dois fizeram em campo poucos se
atreveram a fazer.Pelé,clássico em campo,elegante nas jogadas
e nos gols marcados, numa época onde tivemos muitos craques
jogando. Maradona, mais rápido nas jogadas, driblava com facili-
dade e, como Pelé, só fazia gol bonito. Para ao futebol:Viva Pelé,
Viva Maradona!
Morreu um ídolo e craque - 3
Antes e depois de sua morte, não ouvi ninguém questionar quem
era o cidadão Maradona. Muito pelo contrário, só elogios de
ex-jogadores que conviveram durante anos com ele. Brincalhão,
amigo, uma pessoa bondosa e humana. Fazia questão de ser
parceiro. Se fez mal a alguém, foi a ele mesmo. Poderia ter vivido
muito mais tempo e ele sabia disso. Com certeza, a droga consu-
miu parte de sua vida e antecipou a sua partida. Os depoimentos
são emocionantes e a comoção é mundial.
10 O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
ESPORTES redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
CSA enfrenta o Galo com melhor
histórico de vitórias no Rei Pelé
OCUPANDOO“MEIO”DATABELAtimesdeCRBeCSAvivemexpectativadesemanteremnaSérieB;quedaoiacessosãoincógnitas
JOGODuro Jorge Moraes
jorgepontomoraes@gmail.com
Thiago Luiz
Estagiário
C
om discur-
sos de acesso
desde o início
da temporada, o começo de
Série B foi bem distinto para
CSA e CRB. Agora, já no
segundo turno, os cenários são
muito semelhantes. As duas
equipes povoam a mesma
parte da tabela de classificação
e tentam se manter perto da
zona de classificação à Série A
de 2021.
Os dois times de Alagoas
têm ainda outra coisa em
comum: o bom retrospecto
jogandoemcasa.Maslongedo
Trapichão,odesempenhonãoé
omesmo.Emespecial,quando
se trata do CRB. Enfrentar a
equipe regatiana fora de casa
não é uma tarefa tão difícil. Já
do lado azulino, a “fortaleza”
é mesmo em Maceió. O time
marujo tem a melhor campa-
nha como mandante. No Rei
Pelé, a torcida sempre espera
bonsresultadoseaexpectativa
é suprida pelo time.
Com a vitória conquis-
tada em cima do Operário, o
Azulão chegou a 25 pontos
conquistados em casa e confir-
mou o posto de melhor “dono
decasa”dacompetição.Quem
tambémtem25pontosemcasa
é o Cuiabá, jogando na Arena
Pantanal,masoclubealagoano
tem uma vitória a mais.
O retrospecto azulino é
de dar inveja. Em 12 jogos, a
equipe venceu oito, empa-
tou um e perdeu apenas três.
Marcou ainda 21 gols e sofreu
10, faendo um saldo positivo
de 11.
Até o fechamento desta
edição, o CSA ocupava a
oitava posição na tabela de
classificação. Com a vitória na
23ª rodada, ultrapassou o rival
CRB e chegou a 34 pontos. A
diferença para o quarto colo-
cado, Juventude, também
diminuiu para apenas três
pontos.
Em entrevista, o técnico
Mozart não quis falar sobre
acesso, mas comentou sobre
a importância da força cole-
tiva do elenco e afirmou que o
grupo tem muita vontade de
vencer. “A nossa motivação é
sempre fazer um jogo melhor
do que o outro e chegar o mais
longe possível. Eu não sei o
queDeusvainosreservarlána
frente. O que temos que fazer
é viver o momento. A sinergia
desse grupo é o que faz com
que a gente conquiste esses
resultados” comentou o trei-
nador.
Aforçadentrodecasapode
ser o diferencial para ajudar o
Azulão a entrar no G-4 nas
próximas rodadas e tentar
outra vez o acesso para a elite
do futebol brasileiro. Ainda
mais porque fora de casa, a
campanha do time marujo é
muito ruim, mas no Trapichão
isso acaba sendo “compen-
sado”.JogandoforadeMaceió,
o CSA tem apenas duas vitó-
rias, contra Vitória e Cuiabá.
Três empates: Avaí, Brasil-RS
e Chape, e seis derrotas, contra
Operário-PR, Ponte Preta,
América-MG, Oeste, Sampaio
Corrêa e Guarani.
O CSA chegou à boa marca
de seis vitórias seguidas no
Rei Pelé, mas teve a sequência
interrompidanaderrotaparaa
líder Chapecoense.
Em casa, o CSA soma vitó-
rias contra Guarani, Cruzeiro,
Juventude, Figueirense,
Paraná, Botafogo-SP, Náutico
e Operário-PR. Empatou com
o Confiança, em 1 a 1 e perdeu
para CRB, Cuiabá e Chape.
Já o Galo, jogando em casa,
não tem um retrospecto ruim,
mas se complica nos confron-
tos longe de Maceió. No
Trapichão,conseguiuseisvitó-
rias, contra Oeste, Brasil-RS,
Avaí, Operário, Ponte Preta e
Náutico. Três empates, diante
de Vitória, Sampaio Corrêa e
América-MG e perdeu para
Juventude e Chapecoense.
Em contrapartida, fora de
casa são sete derrotas, para
Juventude, Paraná, Confiança,
Guarani,Figueirense,Cuiabáe
Brasil-RS. Dois empates contra
Náutico e Cruzeiro e apenas
três vitórias, contra CSA, Bota-
fogo-SP e Oeste.
De olho no clássico
CSA e CRB jogaram, neste sábado (28), de olho na
próxima rodada, quando os dois clubes se enfren-
tam, em mais um jogo esse ano, o quinto desta tempo-
rada, contando com a Copa do Nordeste, Campeonato
Alagoano e Campeonato Brasileiro. O CRB leva a
vantagem, inclusive com a conquista do estadual,
evitando o tricampeonato de seu tradicional adversá-
rio. Sem dúvida, CSA e CRB fazem um campeonato à
parte. Entra em jogo a rivalidade e a história de mais
de 100 anos de disputa, confusões dentro e fora de
campo, jogos bons e jogos ruins, com muitas conquis-
tas também e vários títulos em disputa entre ambos.
Por ser um clássico e o maior produto do futebol
alagoano, como batizou o grande narrador esportivo
Arivaldo Maia, do Timaço da 98.3 (Gazeta), qualquer
que seja o palpite não passa de um chute. As vezes a
gente acerta e outras erra. Acertar e errar já faz parte
dessa história. Em qualquer situação não existe favo-
ritismo. Nem sempre o melhor ganha o jogo, imagine
agora, quando os dois chegam com potenciais iguais,
bem próximos na tabela de classificação e com seus
treinadores se enfrentando pela primeira vez defen-
dendo seus times e, provavelmente, nunca se enfren-
taram antes como técnicos.
Mozart Santos (CSA) e Ramon Menezes (CRB) chegaram
recentemente, com o treinador do CSA com um pouco
mais de jogos, mas com uma carreira iniciada como
titular de uma comissão técnica bem mais tarde do que
a do seu colega do CRB, que já passou por clubes em
Minas Gerais, Rio de Janeiro (Vasco da Gama) e, agora,
aqui em Maceió. Os dois foram jogadores e atuaram na
mesma posição: meio-campista. Mozart no Flamengo
e Ramon no Vasco da Gama, tradicionais adversários
no futebol carioca, praticamente atuaram na mesma
época. Só por esse histórico, o clássico das multidões
apresenta um atrativo a mais, sem dúvida nenhuma.
l Vai entender o torcedor. Do lado do CRB, a surra que
poderia ser dada em cem, o presidente Marcos Barbosa
levou sozinho esta semana, tudo por conta da derrota
para o Brasil, em Pelotas. Antes a reclamação era que
não tinha atacante, agora eles reclamam da defesa,
pelos gols sofridos. Estão pedindo a contratação de
zagueiros;
l E você pensa que do lado do CSA é diferente? Para
um time que estava lá na lanterna da competição, traz
um treinador com pouco trabalho como profissional titu-
lar de uma comissão técnica e levanta a moral do time,
basta a equipe não jogar bem para ser criticado.Já estão
chamando o homem de “Galego do Veneno”;
l Presidente Felipe Feijó faça-me um favor: quando um
time alagoano estiver se preparando para disputar uma
competição nacional e não tiver condições de disputar
à altura, passe a vaga para outro. Estou me referindo ao
Jaciobá, que foi uma vergonha na Série D. Só perdeu de
goleada. Só não apanhou, quando não jogou.
ALFINETADAS...
CSA vai para o clássico com melhor retrospecto no Rei Pelé que o CRB
MatheusPimenta/ASCOMCSA
Bolsa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento Sustentável - Alemanha
Fonte: DAAD
Na reta final do
ano e nos primei-
ros meses de
2021, ainda será
possível se candi-
datar a uma bolsa
do DAAD para oito
dos 40 cursos de
Master e douto-
rado do programa
de pós-graduação
do DAAD em áreas relacionadas ao desenvolvimento sustentável (EPOS).
OúltimoprazodessaseleçãodoEPOSé31/03/2021.Oscontempladosrecebe-
rão bolsa mensal, seguro-saúde, ajuda de custo para passagem aérea e curso
preparatóriodealemão.Detalhessobreoscursosepré-requisitosestãodisponí-
veis em https://bit.ly/3ld5JAk .
Os cursos com inscrições abertas são:
* Geographyof Environmental RisksandHuman Security (U Bonn/United Nation-
sUniversity) | Prazo:15/12/2020
* LandscapeEcologyandNatureConservation (U Greifswald) | Prazo:15/12/2020
* PhD ProgrammeMathematics in IndustryandCommerce (TU Kaiserslautern) |
Prazo:15/01/2021
* IntegratedWaterResources Management (TH Köln/ GermanJordanianUniver-
sity) | Prazo:31/01/2021
*EnvironmentandResourcesManagement–FocusLatinAmerica(THKöln/USan
LuisPotosi) | Prazo:31/01/2021
* Global andUrban Health (U Freiburg) | Prazo:01/03/2021
* InternationalEducation Management (PH Ludwigsburg / HelwanUniversity) |
Prazo:31/03/2021
* International Media Studies (HS Bonn-Rhein-Sieg/DW Akademie) | Prazo:
31/03/2021
F o n t e :
DAAD
O D A A D
informou
uma inte-
r e s s a n t e
programa-
ção para as
próximas
s e m a n a s
para todos
os públicos
i n t e r e s -
sados em
estudos ou
pesquisa naAlemanha.
ParaosinteressadosempesquisarnaAlemanha,ainiciativa
“ResearchinGermany”trazumasériedequatrodiasdepales-
tras online, conduzidas em inglês. Entre 7 e 10 de dezem-
b r o , à s
10h, serão
abordados
os seguin-
tes temas:
B i o e c o -
n o m y ,
D e p a r t -
m e n t a l -
Research,
Women in
Science e
Research in
humanites.
Será possí-
vel conversar com os palestrantes para receber dicas de
como conduzir pesquisa dentro desses temas ou para
debater as questões apresentadas. Saiba mais em https://
bit.ly/362DKPl.
11O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
Estudarláfora redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
Alyshia Gomes
alyshiagomes.ri@gmail.com
Busca por mão de obra qualificada na Alemanha
Fonte: DAAD
O portal “Make it in Germany”,
que reúne informações do
governo alemão voltadas
para profissionais estrangei-
ros qualificados, ganhou uma
versão resumida em português
do Brasil.
O site apresenta oportunida-
des de carreira na Alemanha,
informa quais áreas têm maior
demanda por mão de obra bem
qualificada e como procurar
emprego no país. As dicas
vão desde assuntos como lei
de imigração para profissio-
nais e visto a reconhecimento
de diplomas e aprendizado
da língua alemã. Conheça o
portal em português https://bit.
ly/3l1JL2R ou visite as versões
em https://bit.ly/377k63X .
UNESCO e UNODC lançam série “Diálogos Globais” para escolas e universidades
Reconhecendo o papel da educação para promover o Estado de
DireitoeapoiaroavançodosObjetivosdeDesenvolvimentoSusten-
tável (ODS),a UNESCO e o UNODC firmaram parceria em um projeto
para promover a Educação para a Cidadania Global,que faz parte da
iniciativaEducaçãoparaaJustiça(E4J),noâmbitodoProgramaGlobal
doUNODCparaaImplementaçãodaDeclaraçãodeDoha.
AiniciativaE4Jpromoveumaabordageminovadoraecriativapara
fomentar o ensino de tópicos relacionados com o Estado de Direito
nas escolas (níveis primário e secundário) e instituições de ensino
superioremtodoomundo.AE4Jestáfazendoparceriacommilha-
resdeeducadoreseacadêmicosemtodoomundo,reconhecendo
o papel crucial que as escolas e instituições de ensino superior
desempenhamcomolugaresondeapróximageraçãoteráopoder
desetornaroslíderesnecessáriosparaoamanhã.Oslíderespreci-
savam fortalecer a paz e a justiça em todo o mundo e priorizar o
cumprimento dos ODS.
Após o sucesso da E4J International High-LevelConference 2019
e inspirado pela vasta gama de abordagens inovadoras de todo o
mundo para garantir que #LearningNeverStops,o UNODC sediará
de 1 a 4 de dezembro de 2020 a E4J Global Dialogue Series, que
consiste em discussões online nos tópicos de educação para o
Estadodedireito,vozdosjovenseopapeldasescolaseinstituições
de ensino superior na contribuição para os ODS, em particular o
ODS 16.As discussões incidirão e terão como alvo os níveis de
ensino primário, secundário e superior, com ênfase particular em
como a comunidade educacional internacional precisa responder
aos desafios crescentes que a educação enfrenta atualmente.
Para maiores informações sobre o programa, bem como para
inscrição na série,visite o site link https://bit.ly/3nX44k8 .
Fonte: site do E4J Initiative - UNODC
Evento online para interessados em pós-graduação na Alemanha
A edição deste ano da
SEMA Show, maior feira de
personalização de veículos do
mundo, em Las Vegas, EUA,
foi cancelada devido à Covid-
19. Mas a Ford não deixou de
exibir versões customizadas
dos novos Bronco, Mustang
Mach-E e F-150, além da
Ranger, em um evento espe-
cial transmitido pela internet,
chamado Ford Auto Nights.
Confira abaixo os destaques
da mostra. É possível também
baixar imagens digitais dos
veículos em https://fordauto-
shows.com/semaspecial/.
A Fiat prossegue com a
atualização de seus produtos
e disponibiliza, a partir de
novembro em sua rede de
concessionárias pelo Brasil,
a linha 2021 do sedã Cronos.
Referência em modernidade
na categoria, o veículo, que
possui um estilo envolvente,
arrojado e inovador típico do
design italiano, agora adere à
nova era da marca alinhada
aoRebranding,iniciadocoma
Nova Strada e levado também
para os hatches Argo e Mobi.
O modelo recebeu na grade
frontal a Fiat Flag e o Logo
Script, que também estampa
o cubo das rodas, confer-
indo nova personalidade ao
veículo. Além disso, o Cronos
2021 levou para o interior a
nova identidade da marca. O
Logo Script está no centro do
volanteenoWelcomeMoving
nas telas de inicialização do
painel de instrumentos e da
central multimídia. Já a Fiat
Flag está presente no revesti-
mento do câmbio.
12 O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
igor93279039@hotmail.comIGOR PEREIRA
Aventura do
Brasil ao “fim do
mundo” com um
Ford Ka
Movido pelo desejo de
se aventurar, o gaúcho
Gustavo Blume realizou
este ano o sonho de
conhecer a América do
Sul adaptando o seu Ford
Ka 1.0 como um mini
motorhome. Sua história
inspirou a minissérie
Ka Estou Viajando pela
América do Sul, que no
terceiro episódio mostra
a chegada do aventureiro
ao Ushuaia, a cidade mais
austral do mundo, também
conhecida como “fim do
mundo”. Mais do que a
conclusão do primeiro
objetivo da jornada,
Gustavo comemora a
decisão de ter posto o pé
na estrada.
Fiat realiza
parceria com
Instituto Jogue
Limpo para coleta
e reciclagem
As embalagens
plásticas de óleo
lubrificante utilizadas
nas concessionárias
Fiat de todo o Brasil
serão preferencialmente
recicladas através de uma
parceria estabelecida entre
a empresa e sua rede com
o Instituto Jogue Limpo.
Estas embalagens já têm
uma destinação adequada
e ambientalmente
correta, mas a partir de
agora passarão por um
sistema completo e mais
abrangente de logística
reversa.
ACONTECE
esta semana
MOPAR LANÇA
ENGATE INOVADOR
PARA JEEP®
RENEGADE
A Mopar, marca de pós-
vendas do grupo FCA, está
lançando o primeiro engate
para reboque integrado
ao para-choque do Brasil.
Disponível para qualquer
versão do Jeep® Renegade,
de qualquer ano/modelo, a
novidade pode ser adquirida
nas 191 concessionárias
da rede Jeep e se destaca
não somente pelo visual
harmonioso como pela
robustez.
Cronos 2021 chega
alinhado à nova era da Fiat
Ford exibe versões
customizadas do Bronco
REFERÊNCIA
SEMA SHOW
Yamaha lança
três motocicletas
inspiradas nos
heróis da Marvel
Para a Yamaha, quem
pilota uma motocicleta da
marca quer mais do que um
meio de transporte, quer
mostrar sua personalidade,
seu propósito, quer
transformar o seu entorno.
São heróis da vida real que
se tornam extraordinários
diante das circunstâncias,
com histórias diárias de
superação. Em homenagem
e valorização a essas
pessoas, temos orgulho
de apresentar, no dia do
aniversário de 50 anos da
Yamaha no Brasil, a série
especial de motocicletas
inspiradas nos heróis dos
Vingadores: Lander 250
Capitão América, Fazer 250
Pantera Negra e Fazer 250
Capitã Marvel.
RODASDUAS
HISTÓRIA INDÚSTRIA HISTÓRIA INDÚSTRIA HISTÓRIA INDÚSTRIA HISTÓRIA INDÚSTRIA HISTÓRIA
Alagoas l 27 de novembro a 5 de dezembro I ano 08 I nº 405 l 2020 redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
CAMPUSCAMPUSCAMPUSCAMPUS
Envie crítica e sugestão para ndsvcampus@gmail.com
Dois
dedos
de
prosa
Ailton de Souza Melo nos leva a pensar sobre a necessidade de uma nova composição temá-
tica na historiografia alagoanas e, no recorte de seu interesse, nos leva a pensar na indús-
tria têxtil. Agradecemos sua gentileza em nos dar este material para publicação. Eis algumas
informações por ele redigidas sobre suas atividades:
Licenciado em História pela UFAL, mestre em História pela UFPE e Doutorando no
programa de pós-graduação em História da UFPE. Professor da Educação Básica e Superior,
além de professor para concursos. Desenvolveu projetos de pesquisa com temas relacionados
a operários têxteis e história política alagoana. Possui artigos e capítulos de livros publicados;
publicou, na ColeçãoAlagoas Bicentenário, o livro: Operários têxteis emAlagoas: organização
sindical, repressão e vida na fábrica 1951-1964 (Imprensa Oficial Graciliano Ramos, 2018). Prin-
cipais áreas de pesquisa: História Social do Trabalho e história republicana de Alagoas. Atual-
mente desenvolve, no doutorado, pesquisa sobre a relação dos trabalhadores com as empresas
e a Justiça do Trabalho durante o período da Ditadura Militar, 1964-1979, em Alagoas.
Vamos ler!
Um abraço,
Sávio de Almeida
POR UMA HISTÓRIA DA
INDÚSTRIA TÊXTIL
O INÍCIO DA INDUSTRIALIZAÇÃO
DE ALAGOAS
A
través das
janelas de
um automó-
vel, pelas rodovias alagoanas,
observamos as plantações de
cana-de-açúcar como parte
integral desta paisagem, no
entanto, será que a cana foi
sempre uma paisagem “abso-
luta” aos olhos de homens e
mulheres durante toda histó-
ria alagoana? Será Alagoas
somente a “Civilização do
Açúcar”? Afirmamos que
NÃO para as duas perguntas.
Oalgodãopormuitasdécadas
rivalizou com o açúcar, não só
nas paisagens, mas principal-
mente na economia. É sobre
essa história ainda desconhe-
cida por muitos que vamos
nos deter, a história da força
e poder das indústrias têxteis
alagoanas nos séculos XIX e
XX. Este trabalho é uma adap-
tação de um trecho de minha
dissertação de mestrado
defendida no Programa de
Pós-graduação em História
da Universidade Federal de
Pernambuco, UFPE.
A primeira indústria em
território alagoano foi têxtil, a
Companhia União Mercantil,
sociedade anônima com sede
em Maceió, mas instalada
em Fernão Velho, fundada
em 1857 “por iniciativa do
Sr. comendador José Antônio
Mendonça,BarãodeJaraguá”,
em cuja casa se realizaram as
primeirasreuniõesesessõesda
primeira diretoria composta
de “S. Ex. e mais dos cidadãos
Manoel do Nascimento Prado
e Manoel Vasconcelos Junior.
Foi seu primeiro gerente o
cidadão Antônio da Silva
Lisboa”. A União Mercantil
surgiu de forma tímida, assim
como a maioria das fábricas
brasileiras, passando longe do
grupo das 28 maiores indús-
trias têxteis do país que inicia-
ram a partir de 1.0000:000$000
(milcontosderéis).Seucapital
primitivo foi de 150:000$000
(cento e cinquenta contos de
réis) e foi aumentando parce-
lada e sucessivamente até R
650:000$000 e afinal, por deli-
beração da assembleia geral
de 15 de abril de 1908, elevado
a 1.0000:000$000 (mil contos
de réis) (MARROQUIM, 2000,
p.201).
Acriaçãodeumaindústria
nos revela um fato, o algodão
no século XIX tinha relevância
econômica em Alagoas, não
é coincidência a instalação de
uma fábrica em Fernão Velho,
ela está ligada a produção
algodoeira no estado e um
projeto de crescimento para
esta cultura vislumbrando o
mercado brasileiro e estran-
geiro. A produção aumen-
tou durante todo século XIX
até meados do século XX. A
exportação no país salta, em
toneladas, de 14.900 no triênio
1862-1864, para 50.700 tonela-
das no quadriênio 1869-1872.
Esses números revelam o
grandecrescimentonaprodu-
ção e exportação dando início
a industrialização brasileira.
Essa expansão do algodão
está relacionada fortemente à
Guerra de Secessão nos EUA
(1861 – 1865). Quando os
Estados Unidos da América
retomam sua produção e
exportação de algodão, uma
das alternativas do Brasil foi
direcionar exportações para a
França.
Ao contrário do que se
possa imaginar, o primeiro
núcleo fabril brasileiro não
foi no Sudeste, mas sim no
Nordeste, especificamente na
Bahia. Até o final da década
de 1860, o Nordeste detinha
o maior número de fábri-
cas têxteis, sendo superado
nos anos 1870 pelo sudeste,
quando Minas Gerais passou
a ser o estado com maior
número de indústrias do país.
Está é uma estimativa da
distribuição geográfica das
indústrias têxteis pelo Brasil
de 1866- 1885. O número de
indústrias têxteis em 1866:
Alagoas(1), Bahia(5); Rio de
Janeiro (cidade, província) (2),
São Paulo (0) e Minas Gerais
(1). Em 1875, o Nordeste
ganha mais indústrias, no
entanto, a região Sudeste já
ultrapassa em número e em
produção: Alagoas (1), Bahia
(11), Maranhão (1), Pernam-
buco(1);RiodeJaneiro(5),São
Paulo (6) e Minas Gerais (5).
Em 1885, o poder econômico
do Sudeste, além das políti-
cas imperiais, deixa claro a
soberania no setor sua “voca-
ção” industrial, observamos:
Alagoas (1), Bahia (12), Mara-
nhão (1), Pernambuco (1); Rio
de Janeiro (11) São Paulo (9) e
Minas Gerais (13) indústrias
(STEIN, 1979).
Os números são bem
esclarecedores, a industriali-
zação no Brasil começa pelo
Nordeste, Alagoas foi um dos
pioneiros na implantação do
setorindustrialtêxtilnoBrasil;
a Bahia o local do primeiro
parque industrial brasileiro.
Isso se deu no Nordeste pela
queda no valor do açúcar, o
fato do algodão se adaptar ao
Agreste e Sertão nordestino, o
crescimento do consumo do
algodão no mundo e o algo-
dão adaptado ao clima e solo
doAgreste e Sertão.
A mudança da centrali-
dade industrial do Nordeste
para o Sudeste se deu de
forma definitiva na história
brasileira.
Existem vários motivos
quetornaramaregiãoSudeste
ocentroindustrialbrasileiro:o
Rio de Janeiro que se tornou a
capital e o principal centro
administrativo do império;
crescimento populacional se
deu por causa de um número
maior de escravos e cidadãos
livres; o café se tornou o prin-
cipal produto de exportação
brasileiro, levando as cidades
do Rio de Janeiro e Santos a
se firmarem como os maiores
portos do Brasil; os principais
investimentos na indústria
têxtil possuíam origemnos
cafeicultores paulistas e cario-
cas e o Sudeste já era o maior
produtor de algodão do
país. A Guerra da Secessão
contribuiu de duas formas:
São Paulo havia expandido
sua produção de algodão e
o reinício das exportações
desse produto pelos Estados
Unidos, após 1865, deixou o
Brasilcomexcedentesdealgo-
dão com baixo preço, favore-
cendo a fundação de fábricas
tanto em São Paulo quanto no
Rio de Janeiro.
Até o final do século XIX o
recrutamento e treinamento
dos operários nas fábricas
brasileiras foi feito a partir
da ideologia escravagista. As
formas de tratamento dado
por produtores de café e
açúcarsemantevecommuitos
industriais. “Não eram muito
melhores as oportunidades
que se ofereciam aos trabalha-
dores especializados estran-
geiros – mestres de fiação e
tecelagem”. Os estrangeiros
serviam para pôr as fábri-
cas em funcionamento, mas
depois eram absorvidos pela
massa de trabalhadores sem
distinçõesouretornavampara
a Europa.
Em boa parte das primei-
rasfábricasdetecidos,otraba-
lho escravo era empregado e o
número de homens livres era
pequeno. Embora a tendência
geral fosse das fábricas aban-
donarem o trabalho escravo a
partir de 1850, com o trabalho
assalariado urbano e a imigra-
ção europeia crescentes, o
trabalho escravo permaneceu
em algumas indústrias até a
abolição. As práticas paterna-
lísticaseotratamentoadvindo
das relações rurais perdurou
por vários anos.
CAMPUS
2 O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
redação 82 3023.2092
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CNPJ 07.847.607/0001-50 l Rua Pedro Oliveira Rocha, 189, 2º andar, sala 215 - Farol - Maceió - AL - CEP 57057-560 - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
Para anunciar,
ligue 3023.2092
EXPEDIENTE
ElianePereira
Diretora-Executiva
DeraldoFrancisco
Editor-Geral
Conselho Editorial JorgeVieira JoséAlberto CostaODiaAlagoas
Airton de Souza Melo
Por uma história da indústria têxtil alagoana
Visite o Blog do SávioAlmeida
Airton de Souza Melo
CAMPUS
3O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
A opinião dos autores pode não coincidir no todo ou em parte com a de Campus.
A HISTÓRIA DE ALAGOAS
NÃO É A HISTÓRIA DO
AÇÚCAR: CONSOLIDAÇÃO
DO SETOR TÊXTIL
A fábrica em Fernão Velho
viveu solitária por décadas,
somente na década de 1890
foram instaladas sete usinas
açucareiras e quatro indús-
trias têxteis, que surgiram
depois de muitas tentativas
num balé entre investidores e
governo provincial e federal.
No município de Rio
Largo, a Companhia Alago-
ana de Fiação e Tecidos,
Fábrica Cachoeira, incorpo-
rada por Propício Barreto,
organizada em sociedade
anônima por ações, com capi-
tal inicial de Rs. 300:000$000
(trezentos contos de réis),
começou a trabalhar em 1890.
Em 30 de setembro de 1892
A Companhia Progresso
Alagoano foi fundada pelo
comendador J. A. Teixeira
Basto e Propicio Barreto, e
em sua diretoria além dos
donos estava Manuel Baltha-
zar Pereira Diégues Junior. A
fábrica começou a funcionar
no ano de 1895, era composta
de máquinas inglesas e utili-
zava somente algodão alago-
ano. A Companhia Progresso
Alagoano estava localizada
no município de Rio Largo,
próximo a Companhia
Alagoana. As chaminé das
fábricas fizeram parte da vida
e imaginário das populações
do estado.
O historiador Golbery
Lessa levantou a hipótese de
que a história de Alagoas não
é a história do açúcar, a qual
defendemos. O fato da cana
de açúcar ter sido introdu-
zida com mais de um século
de antecedência em rela-
ção ao algodão e a indústria
têxtil alagoana ter entrado
em declínio a partir dos anos
1960 gerou um mito do poder
absoluto da economia cana-
vieira na história alagoana.
Nomes como o Comenda-
dor Teixeira Bastos, Propício
Barreto e o Comendador José
Antônio Mendonça (Barão de
Jaraguá),noséculoXIX;assim
como Delmiro Gouveia,
criador da Fábrica da Pedra
e Gustavo Paiva, diretor e
depois dono das fábricas:
“Alagoana” e “Progresso” na
cidadedeRioLargo,noséculo
XX, revela que figuras funda-
mentaisnoprocessopolíticoe
econômiconoEstadodurante
os séculos XIX e XX, eram
industriais têxteis.
Uma fábrica têxtil era bem
maispoderosaqueumausina
sucroalcooleira e esse poder
refletia nas relações políticas
e sociais. O poder econômico
e político da indústria têxtil
sobrepôs ao da cana-de-
-açúcar–quenuncadeixoude
ter importância – até meados
do século XX. A implantação
dosistemadefábricacomvila
operária modificou a paisa-
gem e a forma de moradia
dascidadesfabris.Introduziu
um número maior de mulhe-
res que homens na atividade
industrial têxtil, fazendo-
-as participar ativamente da
renda familiar, além de ter
dado início a uma série de
transformações nos costumes
com sua saída de casa.
As primeiras décadas do
séculoXXforamdeconsolida-
ção do setor têxtil que a cada
ano crescia e aumentava seu
poder econômico e político.
Novas indústrias surgindo
e o algodão ganhando mais
território. A cana continu-
ava a principal cultura, no
entanto, o algodão era uma
realidade consolidada. Mas
não pensemos que o cami-
nho do setor têxtil alagoano
foi brando, ele enfrentou um
tortuoso percurso.
A crise da superprodu-
ção em 1929 e sua extensão
durante os anos 1930 intensi-
ficouadisputaentreasindús-
trias têxteis brasileiras pelo
mercado interno trazendo
consequências ruins princi-
palmente para as indústrias
nordestinas. Diferentemente
da Inglaterra que possuía
indústria têxtil com alcance
global, as companhias de
tecidos brasileiras tinham
como principal mercado os
próprios estados da federa-
ção, o que dificultava uma
rápida reação perante crises
acirrando a concorrência
entre as fábricas brasileiras.
A concorrência entre as
regiões do país era claramente
desigual pelo aparato econô-
mico das empresas da região
Sudeste e também pela força
política conseguida após a
chamada“Revoluçãode1930”,
com a subida da burguesia
industrial ao poder político, e
principalmente a que se locali-
zavam no eixo Rio - São Paulo.
Com o objetivo de tornar
público para o governo Vargas
o poderio da indústria têxtil
alagoana,aAssociaçãoComer-
cial de Maceió publicou um
livreto intitulado Alagoas na
Economia do Brasil. A Asso-
ciação apresentou os seguin-
tes números: em 1932 o setor
canavieiro possuía 27 usinas
e 700 engenhos, alcançou
52.388.580$000 (cinquenta e
dois mil, trezentos e oitenta
e oito contos, quinhentos e
oitenta mil-réis) de valor de
produção. No mesmo ano,
com a cadeia produtiva de
10 fábricas de fiação e teci-
dos, produziu 40.516.800$000
(quarenta mil, quinhentos e
dezesseis contos e oitocentos
mil réis). O núcleo têxtil repre-
sentava 43,6% do produzido
pelos dois setores, elevando
a indústria de tecidos a uma
posição de destaque na econo-
mia alagoana. Golbery Lessa
apresentou dados interessan-
tes:“apartirdedadosapresen-
tados na mesma fonte sobre o
total de capital investido nas
usinas e nas fábricas têxteis,
pudemos calcular que uma
usina possuía em média um
capital de 3.009.556$000 e uma
fábrica têxtil, 5.763.383$000.
Ou seja, uma fábrica represen-
tava quase o dobro de poder
econômico de uma usina.”
Ao final da década de 1940
o número de estabelecimentos
relacionados à indústria em
Alagoasera1.139,jánofinalda
década de 1950 era 1.594.213.
O que representa cerca de 40%
de crescimento em dez anos.
O estado estava se moderni-
zando e nesta década a popu-
lação urbana aumentou de
maneira rápida. O início da 2º
Guerra Mundial, em setem-
bro de 1939, trouxe um novo
impulso para um setor que
estava saindo de uma crise.
CAMPUS
4 O DIA ALAGOAS l 27 de novembro a 5 de dezembro I 2020
redação 82 3023.2092
e-mail redacao@odia-al.com.br
FICHA TÉCNICA
CAMPUS
COORDENADORIAS SETORIAIS
L. Sávio deAlmeida
Coordenador de Campus
Enio Lins
Ilustração(projetopandemia)
Jobson Pedrosa
Diagramação
Iracema Ferro
Edição e Revisão
CíceroAlbuquerque
Semiárido
Eduardo Bastos
Artes Plásticas
Amaro Hélio da Silva
Índios
Lúcio Verçoza
Ciências Sociais
Renildo Ribeiro
Letras e Literatura
Gente
que
faz
Campus
Nome :Josivan
Banca:Fina Cultura
Endereço:Rua do
Livramento,s/n ,Centro
ASEGUNDAGUERRAMUNDIAL:
OFÔLEGOEAQUEDADO
SETORTÊXTILALAGOANO
No balanço publicado no
Diário Oficial no ano de 1939,
a diretoria da Fábrica Alexan-
dria (M. Lobo & CIA) apresen-
tou no relatório encaminhado,
nodia27demarçode1940,aos
acionistasque“Osnegóciosde
tecido estiveram, em geral, em
situação precária, até o mês de
setembro, quando, em conse-
quência da exportação desses
para alguns países daAmérica
do Sul, especificamente a
República da Argentina, por
influência da deflagração da
guerra europeia, se modificou
tal situação”. E obteve o lucro
de cerca de 1.343:650$000 (mil
trezentos e quarenta e três
contos e seiscentos e cinquenta
milréis).Obalançopositivona
empresa é condicionado pela
eclosão da guerra e esse vai ser
o tom dos discursos das outras
Indústrias têxteis.
ACompanhiaAlagoanade
Fiação e Tecidos possuía três
fábricas: fábricas Progresso e
Cachoeira, na cidade de Rio
Largo e Fábrica Vera Cruz, em
São Miguel dos Campos. No
relatório, apresentado pela
diretoria, referente ao ano de
1939,afirmouqueosprimeiros
seismesesnãoforambons,mas
com a elevação do preço do
algodãoeaprocuraquesedeu
em setembro o movimento foi
intenso,terminandooanocom
balanço satisfatório. O capital
social da companhia era de
10.000:000$000 (dez mil contos
deréis),amanufaturagerouem
contos de réis 4.232:201$620, e
o lucro líquido da Companhia
Alagoana de Fiação e Tecidos
foi de 1.002:988$090 (mil e dois
contos, novecentos e oitenta e
oito e noventa mil réis).
Com números também
satisfatórios no ano de 1939 a
Companhia Norte Alagoas,
localizada no povoado de
Saúde, bairro de Ipioca, em
Maceió, apresentou para seus
acionistas no Diário Oficial o
crédito da venda de produ-
tos manufaturados (em
contos de réis) no valor de
2.321:780$900 e de um débito
de1.067:770$190,ecomoresul-
tado dessa conta um lucro
líquido de 1.254:010$410 (em
contos de réis).
A S e g u n d a G u e r r a
Mundial fez com que a indús-
triatêxtilbrasileiraaumentasse
muitosuasexportaçõessemter
que fazer grandes transforma-
ções em seus maquinários. As
fábricas de todo o país se bene-
ficiaram com o novo momento
econômico. No entanto, o
pós-guerra lançou um difí-
cil desafio para as indústrias:
o barateamento e a volta da
dura concorrência com o
tecido internacional. Nesse
momento, o déficit técnico da
indústria têxtil brasileira vai
fazercomquesejamaisproble-
mático encarar a concorrência.
Veremos os números nos anos
de 1946 que a indústria têxtil
alagoana ainda se beneficia
comaguerraenoanoseguinte
a queda noslucroscoma baixa
nos preços.
A Companhia Alagoana
de Fiação e Tecidos passou
a possuir duas fábricas:
Progresso e Cachoeira, em
Rio Largo, com um ano satis-
fatório em 1946. Foi um ano
com muitos investimentos, o
prédio passava por reformas e
muitos maquinários estavam
sendosubstituídos,alémdisso,
em 1946, construíram mais 46
casas na vila operária, remo-
delaram 47 adaptando serviço
sanitário completo e em 77
casas da vila adicionaram
sanitários e fossas. As fábricas
venderam (em cruzeiros) Cr$
23.527.935,70. Com um lucro
aproximadamente (em cruzei-
ros) de Cr$ 14. 116.492,20. Já
no ano de 1947, há uma queda
nessesvalores,expostanorela-
tório pela diretora no início de
1948.
A indústria têxtil alago-
ana entrou na década de 1950,
lutando para manter seus
lucrosmesmocomoaltopreço
do algodão e o baixo valor do
tecido devido à grande produ-
ção e a alta concorrência nacio-
nal. Podemos acompanhar
nos relatórios apresentados no
Diário Oficial, durante alguns
anos da década de 1950, a difi-
culdade que passava e uma
estabilizaçãoapartirdoanode
1953.
Dados robustos advindos
do Diário Oficial de Alagoas
e IBGE revelaram o grande
poder econômico do algodão e
da indústria têxtil emAlagoas,
setor estruturado que passou
a determinar novas relações
culturais para o proletariado
alagoano. Observamos que a
indústriatêxtilalagoanaesteve
por várias décadas ao lado da
indústriasucroalcooleiracomo
asprincipaisatividadeseconô-
micas do estado, destacando
que uma fábrica têxtil possuía
maior poder e rentabilidade
que uma usina de açúcar.
O setor têxtil alagoano
passou as décadas de 1950
e 1960 alternando resulta-
dos bons e ruins, mas o fator
determinante para a queda
dessa indústria em Alagoas,
para além do déficit técnico e
concorrência, foi a açãogover-
namental, tendo o Instituto
do Açúcar e do Álcool como
instrumento dessa desarticu-
lação do setor têxtil. Os incen-
tivos a produção do açúcar,
tanto plantio quanto insta-
lação de usinas trouxeram
mudança na configuração da
paisagem alagoana; migração
do algodão para a cana-de-
-açúcar e fábricas de tecidos
fechando as portas. Com isso
o setor sucroalcooleiro crioua
soberania econômicae daí
surge a criação do mito da
civilização do açúcar e seu
poder através dos tempos,
mito atualmente descontru-
ído para um melhor entendi-
mento da história deAlagoas.