SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 36
UNIDADE 1
Poesia trovadoresca
Mapa da Península
Ibérica em 1096.
A poesia trovadoresca galego-portuguesa desenvolveu-se na área geográfica
correspondente aos reinos de Leão e Castela (inclusive a região da Galiza)
e ao reino de Portugal (c. 1196-1354).
1143 —
Independência
de Portugal
Música e dança, iluminura
de Tacuina Sanitatis (século XIV).
• Cerca de 1680 composições em verso produzidas entre os séculos XII e XIV.
• Composições musicadas e cantadas em saraus nas cortes dos grandes
senhores feudais.
Iluminura de Cantigas de Santa Maria
de Afonso X, o Sábio — Códice
do Escorial (1221-1284).
• Cerca de 1680 composições em verso produzidas entre os séculos XII e XIV.
• Composições musicadas e cantadas em saraus nas cortes dos grandes
senhores feudais.
Página do Cancioneiro
da Ajuda.
• Escritas por trovadores (origem nobre) e jograis (origem popular).
• Coligidas em três cancioneiros (coletâneas) de fins do século XIII e do
século XIV.
• Cerca de 1680 composições em verso produzidas entre os séculos XII e XIV.
• Composições musicadas e cantadas em saraus nas cortes dos grandes
senhores feudais.
Página do Cancioneiro
da Biblioteca Nacional.
Página do Cancioneiro
da Vaticana.
• Escritas por trovadores (origem nobre) e jograis (origem popular).
• Coligidas em três cancioneiros (coletâneas) de fins do século XIII e do
século XIV.
• Cerca de 1680 composições em verso produzidas entre os séculos XII e XIV.
• Composições musicadas e cantadas em saraus nas cortes dos grandes
senhores feudais.
• Escritas em galego-português (designação que costuma ser dada à língua
novilatina falada na faixa ocidental da Península Ibérica até meados do
século XIV, sobretudo quando se pretende referir a língua literária da poesia
trovadoresca).
Mapa dos dialetos hispânicos no século XIII.
Galego-português
Clero — uma classe dominante
A hierarquizada Igreja medieval,
representada num manuscrito francês
(A Fortaleza da Fé, c. séc. XVIII).
1. Sociedade e cultura medieval
A hierarquia medieval
Produção cultural
Classes privilegiadas:
Nobreza e clero
Povo e servos (afastamento)

Povo e servos

Classes privilegiadas:
Nobreza e clero
Distrações medievais
Reconquista Cortes
senhoriais
Ação
pastoral
Torneios Saraus
com dança
e canto
Banquetes
Romarias Procissões
• Torneios.
2. A cultura das cortes feudais:
senhores, trovadores e jograis
• Saraus com dança e canto.
• Banquetes.
Vencedores de um torneio
recebem o prémio das mãos das damas.
Menestréis tocam numa noite musical
(Codex Manesse).
Um banquete medieval.
Predomínio da oralidade
Saraus com dança e canto Composições escritas
em verso
=
cantigas
Autor/executor
• Trovador
• Jogral
• Segrel
• Menestrel
Protetor e mecenas:
Nobre
• Afonso X, de Leão e Castela
• D. Dinis
• D. Pedro, conde de Barcelos
• Galegos, portugueses, castelhanos e aragoneses.
Autor/executor
• Trovador
• Jogral
• Segrel
• Menestrel
• Oferecem os seus serviços aos senhores.
• Viajam de corte em corte.
• Recebem uma remuneração.
• Animam as festas da corte.
• Dinamizavam os saraus.
Trovador
Jogral
Segrel
Menestrel
Compõe a letra
e a música das cantigas
Nobre
Canta e executa
as cantigas dos trovadores
Popular
Canta e executa as cantigas dos
trovadores; compõe e executa
as suas próprias cantigas
Popular
Canta e executa
as cantigas dos trovadores
Músico ou cantor
Início:
Final do século XII
(1196? — Joam Soares
de Pavia, trovador)
3. Os limites temporais da poesia
trovadoresca galego-portuguesa
Fim:
Meados do século XIV
(1354 — morte de
D. Pedro, conde
de Barcelos,
mecenas e trovador)
4. Os géneros da poesia
trovadoresca galego-portuguesa
• 4 manuscritos do século XIII
• Corte de Afonso X
(1252-1284)
• 420 cantigas
• Com notação musical
• Louvor à Virgem Maria
• 3 cancioneiros
• c. 1680 cantigas
• 3 géneros diferentes:
— Cantigas de amigo
— Cantigas de amor
— Cantigas de escárnio
e maldizer
Lírica profana Lírica religiosa
• Sofrimento de amor
• Enganos/mentiras à mãe
• Encontro com o amigo
• Tristeza pela ausência do amigo
• Saudades do amigo
• Alegria pelo regresso do amigo
• Confidências à Natureza
• Confidências à mãe
• Confidências às amigas
• Ansiedade causada pelo amor
• Ciúmes/infidelidade
• Confiança no amigo
Temas
Sujeito poético:
Eu feminino — a amiga
Cantigas de amigo
Temas
Sujeito poético:
Eu feminino — a amiga
Cantigas de amigo
Cantigas de romaria
Bailias
Albas
Barcarolas ou marinhas
Pastorelas
Classificação temática
Cantigas de refrão
Cantigas de mestria
(sem refrão)
Cantigas paralelísticas
ou de leixa-pren
Classificação formal
Monólogo
Diálogo
Narração
Estrutura versificatória
das cantigas paralelísticas Vaiamos, irmana, vaiamos dormir,
nas ribas do lago, u eu andar vi
a las aves, meu amigo.
verso A
verso B
refrão
estrofe 1
estrofe 2
estrofe 3
estrofe 4
estrofe 5
estrofe 6
1.º par
2.º par
3.º par
verso A’ (variante de A)
verso B ’ (variante de B)
refrão
verso B
verso C
refrão
verso B’
verso C’ (variante de C)
refrão
verso C
verso D
refrão
verso C’
verso D’ (variante de D)
refrão
Vaiamos, irmana, vaiamos folgar
nas ribas do lago, u eu vi andar
a las aves, meu amigo.
Enas ribas do lago, u eu andar vi,
seu arco na mãao as aves ferir,
a las aves, meu amigo.
Enas ribas do lago, u eu vi andar,
seu arco na mano a las aves tirar,
a las aves, meu amigo.
Seu arco na mano as aves ferir,
e las que cantavam leixa-las guarir,
a las aves, meu amigo.
Seu arco na mano a las aves tirar,
e las que cantavam nom nas quer matar,
a las aves, meu amigo.
Fernando Esquio
• Esquema de composição rígido e repetitivo
• Variação subtil de motivos
• Descrição do quotidiano rural e do ambiente campestre:
— ida à fonte — ida à ermida — ida ao baile
• Vocabulário simples, corrente e familiar
• Simbolismos:
— as flores — a «fontana» — os cervos — a água — as aves
— a noite — o vento — os cabelos
• Polissemia
• Utilização de arcaísmos
• Geografia vaga (casa, fonte, rio, mar ou praia)
• Toponímia precisa (Vigo, Guarda ou San Simón)
Linguagem e recursos:
A «senhor» /
a «dona»:
mulher amada
Sujeito poético:
Eu masculino
Cantigas de amor
«Trovar à maneira
provençal»
• Convenção literária do Ocidente cristão
• Influência da poesia provençal, produzida em França,
utilizando a língua provençal (langue d’oc)
• Origem nas novelas de cavalaria e na cansó provençal
• Dama imaginada pelo trovador como um suserano
a quem se submete
• Amor espiritual por uma «senhor» idealizada
Amor cortês
Edmund Blair Leighton,
Os Elogios (1901).
Não revelar
a identidade
da «senhor»
Dominar
os seus
sentimentos
em público
Pedir a
autorização da
«senhor» quando
se ausentava
Serviço do «amador»
Iluminura medieval —
Codex Manesse
(1305-1340).
Não revelar
a identidade
da «senhor»
Dominar
os seus
sentimentos
em público
Pedir a
autorização da
«senhor» quando
se ausentava
Serviço do «amador»
Iluminura medieval —
Codex Manesse
(1305-1340).
Não revelar
a identidade
da «senhor»
Dominar
os seus
sentimentos
em público
Pedir a
autorização da
«senhor» quando
se ausentava
Serviço do «amador»
Iluminura medieval —
Codex Manesse
(1305-1340).
Não revelar
a identidade
da «senhor»
Dominar
os seus
sentimentos
em público
Pedir a
autorização da
«senhor» quando
se ausentava
Serviço do «amador»
Cantigas de refrão
Cantigas de mestria
(sem refrão)
Classificação formal
• Análise do sentimento amoroso
• Amor impossível de se realizar
• A vassalagem amorosa
• A mesura (timidez, reserva,
autodomínio do amador)
• A «coita de amor» (sofrimento)
• A morte de amor
• O amor como ascese
• O louvor hiperbólico da «senhor»
• A idealização da «senhor»
Temas
• Estética repetitiva e circular
• Repetição de vocábulos
• Utilização de sinónimos e antónimos
• Retórica discursiva (conjunções causais e consecutivas)
• Orações complexas
• Utilização de vocábulos de origem provençal («sém», «prez»)
• Simbolismos relacionados com a «coita de amor»
• Utilização de expressões cultas e fórmulas codificadas e relacionadas com
a expressão do amor cortês
Linguagem e recursos:
Em síntese:
• Eu lírico feminino
• Objeto amado: o amigo
• Ânsia pela presença
do objeto amado
• Humanização da figura
feminina, que expõe
os seus sentimentos
• Cenário campestre,
ambiente rural
Cantigas de amigo
• Eu lírico masculino
• Objeto amado: a «senhor»
• «Senhor» distante,
que não se aproxima
do eu poético
• Idealização da figura
feminina
• Cenário da corte,
ambiente palaciano
Cantigas de amor
Um bobo da corte e um palhaço
num manuscrito do século XIII.
• Influência do sirventês provençal, de intenção moral
• Temática ampla e variada
• Relato dos costumes da sociedade da época
Género satírico
Cantigas de escárnio
e maldizer
• Sátira moral e religiosa
— o desconcerto do mundo
• Sátira política e militar
— a traição dos fidalgos na guerra de Granada
— a guerra civil portuguesa (D. Sancho II e D. Afonso III)
• Sátira social e de costumes
— a decadência da nobreza
— os conflitos entre jogral e trovador
— críticas à avareza
• Sátira literária
— paródia de cantigas de amor
— ridicularização do amor cortês
— crítica ao fingimento poético
Temas
• Linguagem expressiva e variada
• Ironia
• Jogos de palavras
• Polissemia
• Equívocos
Linguagem e recursos:
Cantigas de refrão
Cantigas de mestria
(sem refrão)
Classificação formal
5. Os três cancioneiros da lírica profana
• Início do século XIV
• 310 cantigas, quase todas de amor
• Iluminuras
Cancioneiro
da Ajuda
• 1647 cantigas
• Tratado poético Arte de Trovar
Cancioneiro
da Biblioteca Nacional
• 1200 cantigas
Cancioneiro
da Vaticana
• Colocci-Brancuti
• Cópias do século XVI
Bibliografia
CASTRO, Ivo (1991) – Curso de História da Língua Portuguesa. Lisboa: Universidade Aberta.
CORREIA, Natália (1987) – Cantares dos Trovadores Galego-Portugueses, 2.ª ed.. Lisboa: Editorial Estampa.
GONÇALVES, Elsa; RAMOS, Maria Ana (1985) – A Lírica Galego-Portuguesa (Textos Escolhidos), 2.ª ed.
Lisboa: Editorial Comunicação.
FERREIRA, Maria Ema Tarracha (1988) – Poesia e Prosa Medievais, 2.ª ed. Lisboa: Editora Ulisseia.
LOPES, Graça Videira [ed.] (2002) – Cantigas de Escárnio e Maldizer dos Trovadores e Jograis Galego-
-Portugueses. Lisboa: Editorial Estampa.
______________________ (1988) – A Sátira nos Cancioneiros Medievais Galego-Portugueses, 2.ª ed.
Lisboa: Editorial Estampa.
MATTOSO, José (1985) – «A Cultura Medieval Portuguesa (séculos XI a XIV)», in O essencial sobre
a cultura medieval portuguesa (séculos XI a XIV). Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda.
NUNES, Patrícia et alii (2008) – Enciclopédia do Estudante, vol. 10. Carnaxide: Santillana-Constância,
pp. 48-55.
DOBARRO PAZ, Xosé María; et alii – Materiais Literatura Galego-Portuguesa Medieval. Corunha: Via Láctea.
SARAIVA, António José; LOPES, Óscar (1992) – História da Literatura Portuguesa, 16.ª ed. Porto: Porto
Editora.
TAVANI, Giuseppe (1988) – «Problemas da poesia lírica galego-portuguesa», in Ensaios Portugueses:
Filologia e Linguística. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Poesia trovadoresca galego-portuguesa

Semelhante a Poesia trovadoresca galego-portuguesa (20)

Trovadorismo trabalho 1
Trovadorismo trabalho 1Trovadorismo trabalho 1
Trovadorismo trabalho 1
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
[Trovadorismo E Humanismo
[Trovadorismo E Humanismo[Trovadorismo E Humanismo
[Trovadorismo E Humanismo
 
Trovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian TrombiniTrovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian Trombini
 
Trovadorismo classicismo
Trovadorismo classicismoTrovadorismo classicismo
Trovadorismo classicismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo (2)
Trovadorismo (2)Trovadorismo (2)
Trovadorismo (2)
 
Literatura Trovadorismo Humanismo by Trabalho da hora
Literatura Trovadorismo Humanismo by Trabalho da horaLiteratura Trovadorismo Humanismo by Trabalho da hora
Literatura Trovadorismo Humanismo by Trabalho da hora
 
Literatura portuguesa
Literatura portuguesaLiteratura portuguesa
Literatura portuguesa
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
literatura_trovadorismo.ppt
literatura_trovadorismo.pptliteratura_trovadorismo.ppt
literatura_trovadorismo.ppt
 
literatura_trovadorismo.ppt
literatura_trovadorismo.pptliteratura_trovadorismo.ppt
literatura_trovadorismo.ppt
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Apoesiatrovadoresca.pdf
Apoesiatrovadoresca.pdfApoesiatrovadoresca.pdf
Apoesiatrovadoresca.pdf
 
Trovadorismoemslide 091102124454-phpapp02
Trovadorismoemslide 091102124454-phpapp02Trovadorismoemslide 091102124454-phpapp02
Trovadorismoemslide 091102124454-phpapp02
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Literatura E Teatro Na Idade Média
Literatura E Teatro Na Idade MédiaLiteratura E Teatro Na Idade Média
Literatura E Teatro Na Idade Média
 
TROVADORISMO EM PORTUGAL MOVIMENTO LITERÁRIO DO SÉCULO XII
TROVADORISMO EM PORTUGAL MOVIMENTO LITERÁRIO DO SÉCULO XIITROVADORISMO EM PORTUGAL MOVIMENTO LITERÁRIO DO SÉCULO XII
TROVADORISMO EM PORTUGAL MOVIMENTO LITERÁRIO DO SÉCULO XII
 

Último

COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 

Último (20)

COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 

Poesia trovadoresca galego-portuguesa

  • 2. Mapa da Península Ibérica em 1096. A poesia trovadoresca galego-portuguesa desenvolveu-se na área geográfica correspondente aos reinos de Leão e Castela (inclusive a região da Galiza) e ao reino de Portugal (c. 1196-1354). 1143 — Independência de Portugal
  • 3. Música e dança, iluminura de Tacuina Sanitatis (século XIV). • Cerca de 1680 composições em verso produzidas entre os séculos XII e XIV. • Composições musicadas e cantadas em saraus nas cortes dos grandes senhores feudais.
  • 4. Iluminura de Cantigas de Santa Maria de Afonso X, o Sábio — Códice do Escorial (1221-1284). • Cerca de 1680 composições em verso produzidas entre os séculos XII e XIV. • Composições musicadas e cantadas em saraus nas cortes dos grandes senhores feudais.
  • 5. Página do Cancioneiro da Ajuda. • Escritas por trovadores (origem nobre) e jograis (origem popular). • Coligidas em três cancioneiros (coletâneas) de fins do século XIII e do século XIV. • Cerca de 1680 composições em verso produzidas entre os séculos XII e XIV. • Composições musicadas e cantadas em saraus nas cortes dos grandes senhores feudais. Página do Cancioneiro da Biblioteca Nacional. Página do Cancioneiro da Vaticana.
  • 6. • Escritas por trovadores (origem nobre) e jograis (origem popular). • Coligidas em três cancioneiros (coletâneas) de fins do século XIII e do século XIV. • Cerca de 1680 composições em verso produzidas entre os séculos XII e XIV. • Composições musicadas e cantadas em saraus nas cortes dos grandes senhores feudais. • Escritas em galego-português (designação que costuma ser dada à língua novilatina falada na faixa ocidental da Península Ibérica até meados do século XIV, sobretudo quando se pretende referir a língua literária da poesia trovadoresca).
  • 7. Mapa dos dialetos hispânicos no século XIII. Galego-português
  • 8. Clero — uma classe dominante A hierarquizada Igreja medieval, representada num manuscrito francês (A Fortaleza da Fé, c. séc. XVIII). 1. Sociedade e cultura medieval
  • 10. Produção cultural Classes privilegiadas: Nobreza e clero Povo e servos (afastamento)  Povo e servos  Classes privilegiadas: Nobreza e clero Distrações medievais Reconquista Cortes senhoriais Ação pastoral Torneios Saraus com dança e canto Banquetes Romarias Procissões
  • 11. • Torneios. 2. A cultura das cortes feudais: senhores, trovadores e jograis • Saraus com dança e canto. • Banquetes. Vencedores de um torneio recebem o prémio das mãos das damas.
  • 12. Menestréis tocam numa noite musical (Codex Manesse).
  • 14. Predomínio da oralidade Saraus com dança e canto Composições escritas em verso = cantigas Autor/executor • Trovador • Jogral • Segrel • Menestrel Protetor e mecenas: Nobre • Afonso X, de Leão e Castela • D. Dinis • D. Pedro, conde de Barcelos
  • 15. • Galegos, portugueses, castelhanos e aragoneses. Autor/executor • Trovador • Jogral • Segrel • Menestrel • Oferecem os seus serviços aos senhores. • Viajam de corte em corte. • Recebem uma remuneração. • Animam as festas da corte. • Dinamizavam os saraus.
  • 16. Trovador Jogral Segrel Menestrel Compõe a letra e a música das cantigas Nobre Canta e executa as cantigas dos trovadores Popular Canta e executa as cantigas dos trovadores; compõe e executa as suas próprias cantigas Popular Canta e executa as cantigas dos trovadores Músico ou cantor
  • 17. Início: Final do século XII (1196? — Joam Soares de Pavia, trovador) 3. Os limites temporais da poesia trovadoresca galego-portuguesa Fim: Meados do século XIV (1354 — morte de D. Pedro, conde de Barcelos, mecenas e trovador)
  • 18. 4. Os géneros da poesia trovadoresca galego-portuguesa • 4 manuscritos do século XIII • Corte de Afonso X (1252-1284) • 420 cantigas • Com notação musical • Louvor à Virgem Maria • 3 cancioneiros • c. 1680 cantigas • 3 géneros diferentes: — Cantigas de amigo — Cantigas de amor — Cantigas de escárnio e maldizer Lírica profana Lírica religiosa
  • 19. • Sofrimento de amor • Enganos/mentiras à mãe • Encontro com o amigo • Tristeza pela ausência do amigo • Saudades do amigo • Alegria pelo regresso do amigo • Confidências à Natureza • Confidências à mãe • Confidências às amigas • Ansiedade causada pelo amor • Ciúmes/infidelidade • Confiança no amigo Temas Sujeito poético: Eu feminino — a amiga Cantigas de amigo
  • 20. Temas Sujeito poético: Eu feminino — a amiga Cantigas de amigo
  • 21. Cantigas de romaria Bailias Albas Barcarolas ou marinhas Pastorelas Classificação temática Cantigas de refrão Cantigas de mestria (sem refrão) Cantigas paralelísticas ou de leixa-pren Classificação formal Monólogo Diálogo Narração
  • 22. Estrutura versificatória das cantigas paralelísticas Vaiamos, irmana, vaiamos dormir, nas ribas do lago, u eu andar vi a las aves, meu amigo. verso A verso B refrão estrofe 1 estrofe 2 estrofe 3 estrofe 4 estrofe 5 estrofe 6 1.º par 2.º par 3.º par verso A’ (variante de A) verso B ’ (variante de B) refrão verso B verso C refrão verso B’ verso C’ (variante de C) refrão verso C verso D refrão verso C’ verso D’ (variante de D) refrão Vaiamos, irmana, vaiamos folgar nas ribas do lago, u eu vi andar a las aves, meu amigo. Enas ribas do lago, u eu andar vi, seu arco na mãao as aves ferir, a las aves, meu amigo. Enas ribas do lago, u eu vi andar, seu arco na mano a las aves tirar, a las aves, meu amigo. Seu arco na mano as aves ferir, e las que cantavam leixa-las guarir, a las aves, meu amigo. Seu arco na mano a las aves tirar, e las que cantavam nom nas quer matar, a las aves, meu amigo. Fernando Esquio
  • 23. • Esquema de composição rígido e repetitivo • Variação subtil de motivos • Descrição do quotidiano rural e do ambiente campestre: — ida à fonte — ida à ermida — ida ao baile • Vocabulário simples, corrente e familiar • Simbolismos: — as flores — a «fontana» — os cervos — a água — as aves — a noite — o vento — os cabelos • Polissemia • Utilização de arcaísmos • Geografia vaga (casa, fonte, rio, mar ou praia) • Toponímia precisa (Vigo, Guarda ou San Simón) Linguagem e recursos:
  • 24. A «senhor» / a «dona»: mulher amada Sujeito poético: Eu masculino Cantigas de amor «Trovar à maneira provençal» • Convenção literária do Ocidente cristão • Influência da poesia provençal, produzida em França, utilizando a língua provençal (langue d’oc) • Origem nas novelas de cavalaria e na cansó provençal • Dama imaginada pelo trovador como um suserano a quem se submete • Amor espiritual por uma «senhor» idealizada Amor cortês
  • 25. Edmund Blair Leighton, Os Elogios (1901). Não revelar a identidade da «senhor» Dominar os seus sentimentos em público Pedir a autorização da «senhor» quando se ausentava Serviço do «amador»
  • 26. Iluminura medieval — Codex Manesse (1305-1340). Não revelar a identidade da «senhor» Dominar os seus sentimentos em público Pedir a autorização da «senhor» quando se ausentava Serviço do «amador»
  • 27. Iluminura medieval — Codex Manesse (1305-1340). Não revelar a identidade da «senhor» Dominar os seus sentimentos em público Pedir a autorização da «senhor» quando se ausentava Serviço do «amador»
  • 28. Iluminura medieval — Codex Manesse (1305-1340). Não revelar a identidade da «senhor» Dominar os seus sentimentos em público Pedir a autorização da «senhor» quando se ausentava Serviço do «amador»
  • 29. Cantigas de refrão Cantigas de mestria (sem refrão) Classificação formal • Análise do sentimento amoroso • Amor impossível de se realizar • A vassalagem amorosa • A mesura (timidez, reserva, autodomínio do amador) • A «coita de amor» (sofrimento) • A morte de amor • O amor como ascese • O louvor hiperbólico da «senhor» • A idealização da «senhor» Temas
  • 30. • Estética repetitiva e circular • Repetição de vocábulos • Utilização de sinónimos e antónimos • Retórica discursiva (conjunções causais e consecutivas) • Orações complexas • Utilização de vocábulos de origem provençal («sém», «prez») • Simbolismos relacionados com a «coita de amor» • Utilização de expressões cultas e fórmulas codificadas e relacionadas com a expressão do amor cortês Linguagem e recursos:
  • 31. Em síntese: • Eu lírico feminino • Objeto amado: o amigo • Ânsia pela presença do objeto amado • Humanização da figura feminina, que expõe os seus sentimentos • Cenário campestre, ambiente rural Cantigas de amigo • Eu lírico masculino • Objeto amado: a «senhor» • «Senhor» distante, que não se aproxima do eu poético • Idealização da figura feminina • Cenário da corte, ambiente palaciano Cantigas de amor
  • 32. Um bobo da corte e um palhaço num manuscrito do século XIII. • Influência do sirventês provençal, de intenção moral • Temática ampla e variada • Relato dos costumes da sociedade da época Género satírico Cantigas de escárnio e maldizer
  • 33. • Sátira moral e religiosa — o desconcerto do mundo • Sátira política e militar — a traição dos fidalgos na guerra de Granada — a guerra civil portuguesa (D. Sancho II e D. Afonso III) • Sátira social e de costumes — a decadência da nobreza — os conflitos entre jogral e trovador — críticas à avareza • Sátira literária — paródia de cantigas de amor — ridicularização do amor cortês — crítica ao fingimento poético Temas
  • 34. • Linguagem expressiva e variada • Ironia • Jogos de palavras • Polissemia • Equívocos Linguagem e recursos: Cantigas de refrão Cantigas de mestria (sem refrão) Classificação formal
  • 35. 5. Os três cancioneiros da lírica profana • Início do século XIV • 310 cantigas, quase todas de amor • Iluminuras Cancioneiro da Ajuda • 1647 cantigas • Tratado poético Arte de Trovar Cancioneiro da Biblioteca Nacional • 1200 cantigas Cancioneiro da Vaticana • Colocci-Brancuti • Cópias do século XVI
  • 36. Bibliografia CASTRO, Ivo (1991) – Curso de História da Língua Portuguesa. Lisboa: Universidade Aberta. CORREIA, Natália (1987) – Cantares dos Trovadores Galego-Portugueses, 2.ª ed.. Lisboa: Editorial Estampa. GONÇALVES, Elsa; RAMOS, Maria Ana (1985) – A Lírica Galego-Portuguesa (Textos Escolhidos), 2.ª ed. Lisboa: Editorial Comunicação. FERREIRA, Maria Ema Tarracha (1988) – Poesia e Prosa Medievais, 2.ª ed. Lisboa: Editora Ulisseia. LOPES, Graça Videira [ed.] (2002) – Cantigas de Escárnio e Maldizer dos Trovadores e Jograis Galego- -Portugueses. Lisboa: Editorial Estampa. ______________________ (1988) – A Sátira nos Cancioneiros Medievais Galego-Portugueses, 2.ª ed. Lisboa: Editorial Estampa. MATTOSO, José (1985) – «A Cultura Medieval Portuguesa (séculos XI a XIV)», in O essencial sobre a cultura medieval portuguesa (séculos XI a XIV). Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda. NUNES, Patrícia et alii (2008) – Enciclopédia do Estudante, vol. 10. Carnaxide: Santillana-Constância, pp. 48-55. DOBARRO PAZ, Xosé María; et alii – Materiais Literatura Galego-Portuguesa Medieval. Corunha: Via Láctea. SARAIVA, António José; LOPES, Óscar (1992) – História da Literatura Portuguesa, 16.ª ed. Porto: Porto Editora. TAVANI, Giuseppe (1988) – «Problemas da poesia lírica galego-portuguesa», in Ensaios Portugueses: Filologia e Linguística. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.