Estudo de Caso para alunos de Consultoria

1. SITUAÇÃO PROBLEMA

2.  Muitas são as situações em que nos deparamos na vida. E algumas são aquelas em
que alguém percebe que está no fundo do poço. A situação estava ruim. O pequeno
negócio falindo. Atribuía à conjuntura econômica por que o país atravessava, criando
uma retração de mercado e consequentemente a diminuição do consumo. As dívidas
aumentando, e os credores pressionando de todos os lados. Os amigos e parentes
cada vez mais se distanciando. A mulher desanimando-o cada vez mais com suas
críticas e comentários negativos que abalava ainda mais a sua motivação.
 Percebia como o mundo, o mercado, e as pessoas estavam sendo injustos com ele.
Já tivera muito sucesso e como sempre, foi muito elogiado e rodeado por todos que
usufruíam do seu êxito. Revoltava-se mais porque a própria esposa que já tinha
vivido junto com ele dias de ouro, se voltava contra ele.
 Este homem estava, na sua visão de mundo, sem saída. Não sabia o que fazer e
nem qual decisão deveria tomar.

3.  Para esquecer e fugir dos problemas e refletir sobre sua situação resolveu sair de
casa num domingo para caçar. “QUANDO ESTAMOS POR CIMA, PODEMOS
CONTAR COM TODOS À NOSSA VOLTA. QUANDO ESTAMOS POR BAIXO,
PODEMOS CONTAR APENAS CONOSCO MESMO E MAIS NINGUÉM.”
 Afastou-se da cidade em direção a uma floresta distante. Não avisou a ninguém
aonde iria, e nem que horas voltaria. Escondeu o carro entre os arbustos, para não
chamar a atenção, pois queria ficar realmente sozinho.
 Já havia começado a caçada, buscando a sua evasão psicológica, quando de
repente, escorregou numa camuflagem de folhas e caiu dentro de um enorme poço
abandonado. Nesta aventura, esperava tudo, menos cair dentro de um poço, e numa
floresta totalmente isolada.

4.  Após recobrar-se do susto, percebeu que não ficara com nenhum ferimento, porque a
quantidade de água do poço absorveu sua queda. Olhando para cima, notou que estava
a pelo menos uns doze metros abaixo da superfície. Começou então a gritar por socorro
durante muito tempo, sem ser ouvido. Dentro do poço, a sua voz era abafada pela
profundidade. O pior da estória é que se lembrou de que ninguém sabia do seu
paradeiro.
 As horas passavam, e o nosso personagem continuava dentro do poço, esperando por
um socorro, que ele sabia que não viria tão cedo ou talvez nem tarde. De vez em quando,
arriscava dar um grito de socorro, sem obter nenhuma resposta. Mil pensamentos
negativos lhe fervilhavam a mente.
 A noite veio e com ela a desesperança, o medo e a escuridão total que não lhe deixava
encontrar nenhuma alternativa de solução. Há muito tempo não experimentava esta
sensação de ter medo, se sentido totalmente desamparado. Estava realmente com medo
da situação que atravessava nos negócios, porque não enxergava nenhuma perspectiva
futura. Mas nada comparado ao medo que estava sentindo dentro daquele poço escuro e
frio.

5.  Diante daquela situação e total escuridão, sentado no fundo daquele poço, começou a
fazer analogias com sua própria vida. Que coincidência e ironia do destino, estava
realmente com grandes dificuldades nos negócios como num fundo de um poço. Os
problemas do mundo real lá fora deixavam naquele momento de serem tão importantes
diante do grande problema que enfrentava, e a possibilidade terrível de que poderia
terminar obscuramente no fundo de um poço, abandonado numa floresta. Agora, tudo o
que queria era estar de volta à sua vida e ter apenas aqueles problemas que lhe
pareciam insolúveis, como única e feliz preocupação. Lá fora teria que lutar para se
recuperar nos negócios e teria uma segunda e terceira chances, como já tivera outras
vezes. E agora precisava lutar pela sua vida.
 Passou a noite em claro, quer dizer no escuro, e quando amanheceu, notou que além de
molhado, estressado, faminto e abatido, tinha perdido talvez para sempre a família,
amigos o que restou dos negócios e estava perdendo também, o bem mais precioso que
possuía até então, sua coragem. Sabia daquele provérbio que dizia que: “Quando um
homem perde dinheiro, perdeu algo. Quando perde um amigo, perdeu muito mais,
mas quando um homem perde a coragem, perdeu tudo”.

6.  Fisicamente, estava acabado, moralmente abatido e psicologicamente sem muita
confiança para se salvar. Pensou: lá fora a minha vida está em frangalhos, aqui me
encontro dentro de um poço sem esperanças de salvação. Admitiu
mentalmente....está tudo terminado, pois nunca vou sair daqui, e nunca vão me
encontrar. Vou morrer aqui.
 Depois de muitas horas de completa prostração, lembrou de uma frase do escritor
russo Leon Tolstoi “DE QUE NÃO EXISTEM SITUAÇÕES DESEMPERADORAS,
MAS SIM PESSOAS QUE SE DESEPERAM EM DETERMINADAS SITUAÇÕES”. E
ele estava realmente desesperado.
 Então a lição é a de que “NAS SITUAÇÕES DIFÍCEIS DA VIDA, QUANDO NÃO SE
VISLUMBRA NENHUMA SAÍDA, EXISTE UMA FORÇA MAIOR SALVADORA, QUE
AUXILIAR E EIMPULSIONA OS SERES HUMANOS PARA A VITÓRIA, ENTÃO
ORAR É A SOLUÇÃO”.

7.  Quando se está contra a parede, sem perspectivas de saída, o que prevalece é a lei
do “é tudo ou nada”. Só orar também não resolve. Tem que agir e e tentar fazer
alguma coisa. A solução a principio impossível, contrariando todas as tendências
pessimistas, tornar-se-á possível.
 Lembrou-se de um livro que havia lido há muito tempo na época de adolescente, que
contava a história de duas moscas que haviam caído num balde cheio de leite, e
nadavam em vão tentando sair, mas escorregavam ao tentarem subir pela parede.
Uma delas, percebendo que estavam lutando contra o impossível, já esgotada,
desistiu de continuar nadando, deixou-se sucumbir e acabou morrendo afogada. Já a
outra, resolveu não entregar os pontos, continuou a bater suas patas, sem perceber
que depois de um bom tempo, o seu continuo movimento tinha transformado o leite
num bloco consistente de manteiga, e num impulso intenso conseguiu saltar para fora
do balde e se salvou. A moral da história lhe revelara que mesmo tendo se esgotado
todos os recursos, deve-se continuar tentanto e tentando até conseguir.

8.  Então olhou para cima, vislumbrou a parede úmida do poço e experimentou escala-
lo. Mal colocou os pés na parede do poço, já escorregou de volta à água. Com a
água até a cintura não encontrava apoio para firma os seus pés na parede do poço.
Tentou novamente e nada conseguiu. Lembrou-se da espingarda que caíra com ele
no poço. Mas pensou – como uma arma como aquela poderia ajudá-lo a sair dali?
 Você é o indivíduo que está dentro do poço, vivendo a mesma situação, e em
idênticas circunstâncias.

9.  1) Imagine-se realmente no fundo de um poço, com água até a cintura, a uns doze metros abaixo da superfície, com
uma espingarda, com cartuchos molhados, uma faca de duas polegadas, uma mochila com lanches molhados,
isqueiro e as chaves do seu veículo.
 a) Qual é o seu estado de espírito nesse momento?
 2) Existe o obstáculo, a dificuldade, poucos recursos e você está sozinho. Qual é a sua maior dificuldade neste
momento: a física ou a mental? Por que?
 3) Você tem somente duas opções: lutar ou perecer. Que atitude tomar diante deste desafio? Que tipo de estratégia
viável, você planejaria para lhe tirar do fundo deste poço?
 4) Você não conseguiu pensar e elaborar nenhuma estratégia viável, então o que faria para chamar por socorro e ser
ouvido naquele lugar tão isolado?
 5) Você também não conseguiu pensar em nenhuma maneira de chamar por socorro. Neste momento, o que é mais
importante para você? Que importância tem a vida para você neste momento?
 6) Como sair daquele poço sabendo que você em um diagnóstico verificado, percebe que tem:
 a) A espingarda
 b) Uma faca;
 c) Suas Roupas: Uma calça, uma camisa, sapatos, meias e a roupa intima.
 Agora, resolva o problema, e diga como fazer para encontrar uma saída com todas as informações conseguidas e o
material acima relatado.