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AUTORES
MARCELO RAFAEL PETRY
marcelopetry@novohamburgo.rs.gov.br
51 91779996
Rua Guia Lopes, 4201, Novo Hamburgo - RS
Biomédico Analista Ambiental
Mestre/UFCSPA-RS
HENRIQUE DA SILVA VERON
henriqueveron@hotmail.com
55 99036123
Rua Guia Lopes, 4201, Novo Hamburgo - RS
Estágiário em Engenharia Florestal
Superior Incompleto/UFSM-RS
EDUARDO ANTONIO BONATO DA ROSA
bonato@novohamburgo.rs.gov.br
51 95491480
Rua Guia Lopes, 4201, Novo Hamburgo - RS
Tecnólogo em Gestão Ambiental
Mestrado Incompleto/FEEVALE-RS
GT4-009
AVALIAÇÃO DESCRITIVA E COMPARATIVA DE ÍNDICES ECONÔMICOS,
FINANCEIROS E OPERACIONAIS DOS SERVIÇOS DE COLETA SELETIVA, TRIAGEM
E RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM NOVO HAMBURGO
DESCRIPTIVE AND COMPARATIVE EVALUATION OF THE ECONOMIC, FINANCIAL
AND OPERACIONAL INDEX RELATED TO SELECTIVE COLLECTION, WASTE
SORTING AND RECYCLING SERVICES IN NOVO HAMBURGO
Resumo: a gestão integrada de resíduos sólidos constitui desafio na agenda brasileira. A inclusão de
catadores de materiais recicláveis nos serviços públicos de reciclagem tem se mostrado importante
ferramenta no combate à pobreza e desigualdade social. A finalidade deste estudo é demonstrar e
comparar índices econômicos, financeiros e operacionais das unidades de coleta seletiva (UCCS),
triagem e reciclagem (UTR) de Novo Hamburgo, relativos ao ano de 2014. A metodologia
contemplou a tabulação de dados relacionados aos serviços tais como renda dos recicladores,
quantidades de resíduos comercializados e receitas operacionais dos serviços. Observou-se que a
renda dos catadores da UTR foi maior que a observada na UCCS. Possivelmente, essa diferença se
deu em virtude da quantidade de resíduos comercializada na primeira em comparação à última, a
qual foi proporcionalmente maior quando considerado o número de catadores de cada unidade.
Palavras-chave: gestão de resíduos, coleta seletiva, reciclagem de resíduos, geração de renda.
Abstract: the solid waste integrated management is a challenge in Brazil. The waste pickers
inclusion in public recycling services has proved to be an important tool to reduce poverty and
social injustice. The aim of this study is to demonstrate and compare Novo Hamburgo's selective
collection (UCCS), sorting and recycling units (UTR) economic, financial and operational index at
2014. Methodology included the tabulation of services related data such as pickers income, recycled
waste amounts and services operational revenue. The UTR collectors income was higher than that
observed in UCCS. Possibly, this difference was due to the measured traded amount of waste in
UTR compared UCCS, which was proportionally greater when considering each unit number of
collectors.
Keywords: waste management, selective collection, waste recycling, income generation
Introdução
Com o aumento no crescimento populacional, urbanização progressiva
desenvolvimento econômico constante, a produção de resíduos sólidos cresce no mundo inteiro.
Com o objetivo de preservar o meio ambiente faz-se mister o manejo adequado dos
resíduos sólidos, pois, uma vez estes depositados em aterros podem comprometer a qualidade do
solo, água e ar, podendo haver também a proliferação de vetores e agentes transmissores de
doenças, pois, possuem compostos orgânicos voláteis, metais pesados, entre outros. A
decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos sólidos urbanos, resulta na formação de
chorume que pode contaminar o solo e as águas superficiais e do lençol freático, além da formação
de gases tóxicos. Além desses impactos ambientais, a disposição de resíduos sólidos pode
contribuir nas mudanças climáticas, de acordo com a quantidade de gás metano presente nos
aterros.
A diferenciação entre os tipos de resíduos sólidos é importante para sua gestão. Tanto
é assim que o Artigo 13 da Lei Federal n° 12.305/2010, que dispõe sobre a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS), estabelece critérios para sua classificação em conformidade com sua
origem e periculosidade. Dentre os grupos classificados, destacam-se os Resíduos Sólidos Urbanos
(RSU). No Brasil, no ano de 2010, eram coletados diariamente entre 180 e 250 mil toneladas de
RSU, quantidade que apresentava franco crescimento anual, equivalente a 7%. Essa quantidade
corresponde de 1 Kg/hab/dia, números similares a alguns países da União Europeia1
.
O Brasil possui um PIB per capita relativamente alto, combinado com a má
distribuição de renda, isto causa elevados índices de desigualdade, pobreza e miséria. No entanto,
isso vem sendo revertido nos últimos anos, por meio dos sucessivos aumentos do salário-mínimo e
políticas econômicas redistributivas2
.
Ao encontro da promoção da igualdade social e da sustentabilidade ambiental
relacionada aos resíduos sólidos, o marco legal instituído pela PNRS estabelece a coleta seletiva e o
processo de reciclagem como instrumentos centrais a gestão dos RSU.
1
GONÇALVES DIAS, SLF. Catadores: uma perspectiva de sua inserção no campo da indústria de reciclagem [tese]. São Paulo:
Universidade de São Paulo; 2009.p.184.
2
PEREIRA, Claudiney et. al. POLITICA FISCAL, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E POBREZA NO
BRASIL.2014.www.commitmentoequity.org/publications_files/Brazil/CEQ_Brasil_Policy_Assessment_Portugues_Dec
%202014.pdf. Acesso: 06/05/2014.
Nesse sentido, cabe aos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo
dos resíduos sólidos a implementação desses instrumentos. Ainda, as associações e cooperativas de
catadores de materiais recicláveis devem ser priorizadas na execução desses serviços, sendo
facultada inclusive a dispensa de licitação para tanto. Além disso, cabe salientar que a execução
desses serviços tem garantida nessa legislação a sua sustentabilidade econômico-financeira, de
acordo com o artigo 29 da lei n° 11.445/2007, a qual dispõe acerca da Política Federal de
Saneamento Básico.
Dessa forma, os catadores de materiais recicláveis desempenham papel fundamental
neste contexto, pois contribuem para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental.
Contudo, o país apresenta baixo percentual de reciclagem. Em 2011, apenas 481
Municípios no país desenvolviam Coleta Seletiva3
.
Considerando esse cenário, município de Novo Hamburgo conta com 239.051
habitantes e com IDH em torno de 0,8094
possui uma geração anual de 64.800 toneladas de
resíduos sólidos, representando uma geração per capita de 0,75 Kg/hab5.
.
Nesse contexto, o Município de Novo Hamburgo tem desenvolvido desde 2008 o
Programa Municipal de Gestão Social de Resíduos Sólidos (CATAVIDA), o qual busca ampliar a
participação dos catadores, bem como qualificar sua renda e condições de trabalho no âmbito dos
serviços públicos de coleta seletiva, triagem e reciclagem de RSU. Para tanto, o CATAVIDA é
administrado de forma colaborativa entre diferentes Secretarias Municipais, marcadamente
Secretaria do Meio Ambiente e Secretaria de Desenvolvimento Social. No âmbito privado, a
Municipalidade conta com a parceria da Cooperativa de Trabalho, Limpeza Urbana e Reciclagem
(COOLABORE), com a qual mantém dois contratos de prestação de serviço.
O objeto do contrato 128/2011 é a triagem para reciclagem dos RSU gerados em
Novo Hamburgo. Essa operação ocorre na Unidade de Triagem e Reciclagem da Roselândia
(UTR), sito à Rua Benjamin Altmayer, n° 2660, zona norte da cidade. Nesse local são
desenvolvidos, por meio do coletivo de recicladores, processos de triagem dos RSU regularmente
coletados na cidade. Na UTR, os cooperados trabalham em três esteiras mecanizadas, coletando e
segregando os resíduos para posterior prensagem e comercialização.
3
RIBEIRO, Helena et.al. Panorama da coleta seletiva no Brasil: desafios e perspectivas a partir de três estudos de caso. InterfacEHS-
Revista de Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade, v. 2, n. 4, 2011.p.146-156.
4
IBGE. Censo Demográfico 2010.Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/>.Acesso: 30/04/2014.
5
CONSÓRCIO PRÓ-SINOS, 2011. Plano regional e planos municipais de saneamento básico dos municípios consorciados da bacia
do rio dos sinos.www.consorcioprosinos.com.br/downloads/NOVO%20HAMBURGO_PMSB_rev_0_pdf.pdf. Acesso: 25/04/2014.
Paralelamente, o objeto do contrato 077/2013 é a prestação de serviços de Coleta
Seletiva Solidária (CCS) em Novo Hamburgo assim como a posterior triagem e reciclagem dos
resíduos coletados. Essa operação de parte da Unidade Centro de Coleta Seletiva Solidária (UCCS),
sito à Rua Visconde de Taunay, n° 441, região central da cidade. A UCCS é desenvolvida de forma
multimodal, contemplando carrinhos de força motriz humana, carrinhos motorizados movido a
gasolina e dois caminhões do tipo baú. Ainda, vale salientar que a UCCS conta com uma esteira
mecanizada e prensas para a triagem, prensagem e comercialização dos resíduos.
O Programa CATAVIDA tem recebido reconhecimento nacional, tendo sido
agraciado por prêmios de âmbito nacional, tais como o 1° Lugar do Prêmio Boas Práticas em
Sustentabilidade Ambiental Urbana, promovido pela Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente
Urbano do Ministério do Meio Ambiente no ano de 2012, o Selo Cidade Cidadã, conferido pela
Câmara dos Deputados em 2011, ano no qual também recebeu o Prêmio Fundação Banco do Brasil
de Tecnologia Social.
Contudo, a política pública alcançada pelo programa carece de estudos aprofundados
que avalie de forma estratégica seus índices econômicos, financeiros, operacionais e ambientais.
Nessa lacuna se enquadra o presente estudo, a fim de elucidar os aspectos positivos e eventuais
limitações do programa, de modo a garantir sua sustentabilidade econômico-financeira e sua
continuidade como política de estado bem como fundamentar o planejamento de sua expansão e a
reprodução do modelo em outras localidades.
1. Objetivo geral
Este trabalho objetiva desenvolver avaliação descritiva e comparativa de índices
econômicos e financeiros e operacionais dos serviços de triagem, reciclagem e coleta seletiva
desenvolvidos no âmbito do Programa CATAVIDA no município de Novo Hamburgo no ano de
2014.
1.1 Objetivos específicos
a) Mensurar a renda mensal dos catadores que operam os serviços desenvolvidos no
âmbito do Programa CATAVIDA no ano de 2014;
b) Mensurar o quantitativo de catadores envolvidos nos serviços desenvolvidos no
âmbito do Programa CATAVIDA no ano de 2014;
c) Mensurar e avaliar a receita operacional (RO) dos serviços desenvolvidos no
âmbito do Programa CATAVIDA no ano de 2014;
d) Mensurar e avaliar de forma qualiquantitativa os resíduos comercializados no
âmbito do Programa CATAVIDA no ano de 2014 e o impacto deste componente no quantitativo de
recursos necessários à operação dos serviços;
2. Metodologia
A fim de mensurar a renda dos recicladores e o quantitativo de recicladores, a
Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo solicitou a COOLABORE e a sua assessoria contábil,
todas as folhas de pagamentos de seus recicladores no ano de 2014. A partir desses documentos, os
dados foram tabulados em planilha eletrônica e calculadas as médias mensais dos valores
recebidos, tanto o pagamento bruto como o pagamento líquido. Paralelamente, as folhas de
pagamento foram utilizadas para aferir a quantidade de trabalhadores envolvidos nos serviços em
cada mês do ano de 2014.
Para a aferição dos recursos que alimentam a operação dos serviços foi adotada
metodologia cálculo de Receita Operacional (RO). Nesta análise, são somados todos os aportes
mensais de recursos relacionados à operação das unidades. As fontes dessas informações
contemplam: A) As notas fiscais de serviços prestados, as quais são adimplidas pela administração
municipal por força contratual; B) As notas fiscais de venda de materiais reciclados, às quais são
emitidas pela COOLABORE e foram disponibilizados a Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo;
c) Valores investidos pela administração municipal com energia elétrica e demais despesas
relacionadas aos imóveis onde são desenvolvidos os serviços de triagem, reciclagem e coleta
seletiva, tais como aluguel e seguro. Todos os valores financeiros foram tabulados em planilha
eletrônica, somados e categorizados conforme sua origem.
Para o desenvolvimento da análise qualiquantitativa dos resíduos comercializados e
seu impacto na receita, também foram utilizadas como fonte as notas fiscais de venda emitidas pela
COOLABORE. Nesse sentido, foram tabulados os dados relacionados à quantidade de resíduos
comercializados, os preços de venda de cada resíduo e a receita financeira advinda do comércio de
cada tipo de resíduo.
3. Resultados
No que tange à renda mensal média, verificou-se que houve variação significativa na
renda dos recicladores da UCCS, tanto no valor bruto como no valor líquido, como demonstrado no
Gráfico 1. Observou-se que o mês de abril foi onde se obteve a renda mais alta no ano de 2014,
com valor bruto médio de R$ 1.642,23 e valor líquido médio de R$ 1.461,01. Já o mês de dezembro
a média da renda mensal dos recicladores foi menor, com valor bruto médio de R$ 981,89 e valor
líquido médio de R$ 870,86.
Gráfico 1: Renda mensal média bruta e líquida dos recicladores alocados na UCCS.
Resultados expressos em R$ (Reais).
Paralelamente, conforme o Gráfico 2, observou-se na UTR uma maior estabilidade
em sua renda mensal média e também averiguou-se que o recebimento dos recicladores da Unidade
Roselândia foi maior que os recicladores da UCCS em todos os meses de 2014. O mês de abril foi o
qual se teve maior renda mensal média na Unidade Roselândia, com valor bruto médio de R$
2.490,83 e valor líquido médio de R$ 2.110,99. Enquanto isso o mês de fevereiro foi menor,
totalizando um valor bruto médio de R$ 2.096,12 e valor líquido médio de R$ 1.790,01.
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
RENDA MENSAL MÉDIA UCCS
Período
R$
Renda Líquida
Renda Bruta
Gráfico 3: Representa os valores de RO na UCCS. Resultados expressos em R$
(Reais).
Já na UTR (gráfico 4), os valores de contratos apresentam variações nos seus valores
no decorrer do ano, que vão de R$ 79.959,20 no mês de junho até R$ 85.711,20 no mês de abril,
conforme o Gráfico 4 abaixo. Esta unidade não apresenta pagamento de aluguel de sua sede e
também não conta com o seguro anual que está presenta na UCCS. Quanto a energia elétrica, o
custo total anual acumulou R$ 75.198,78, mais de dez vezes o custo da UCCS. Quanto aos valores
comercializados na UTR, é possível perceber a flutuação dos valores ao longo dos meses, de modo
que o valor máximo arrecadado ocorreu no mês de Julho R$ 93.969,43 e o valor mínimo observado
equivaleu a R$ 63.061,79 no mês de Junho.
Gráfico 4: Representa os valores de RO na UTR. Resultados expressos em R$
(Reais).
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50000
60000
RECEITA OPERACIONAL UCCS
Valor Comercializado /
UCCS
Seguro / UCCS
Luz / UCCS
Aluguel / UCCS
Contrato / UCCS
Período
R$
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50000
100000
150000
200000
RECEITA OPERACIONAL UTR
Valor Comercializado / UTR
Luz / UTR
Contrato / UTR
Período
R$
Considerando todos os valores estabelecidos, foi possível verificar que o aporte
financeiro total para a manutenção do Programa CATAVIDA como um corresponderam aos valores
máximo e mínimo mensal de R$ 236.909,87 e a R$ 193.003,46, conforme visualização do Gráfico
5.
Gráfico 5: RO total. Resultados expressos em R$ (Reais).
Conforme demonstra o Gráfico 6, ao analisar as RO's e individualizá-las conforme o
número de catadores, observa-se que o índice calculado para a UCCS foi sempre menor que o
correspondente à UTR no ano de 2014. No mês de novembro, o primeiro valor calculado
correspondeu à aproximadamente à metade do último.
01/2014
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03/2014
04/2014
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RECEITA OPERACIONAL TOTAL
Valor Comercializado / UTR
Luz / UTR
Contrato / UTR
Valor Comercializado / UCCS
Seguro / UCCS
Luz / UCCS
Aluguel / UCCS
Contrato / UCCS
Período
R$
Gráfico 6: RO UCCS por catador, RO UTR por catador e RO total por catador.
Resultados expressos em R$ (Reais).
De forma bastante semelhante, ao analisarmos a RO por catador, considerando
apenas o componente da despesa municipal, verificamos valores maiores da despesa municipal por
reciclador na UTR em comparação com a UCCS. Em observação aos valores médios, os dados
demonstram que a Prefeitura Municipal investiu mensalmente o valor mínimo de R$ 1.158,37 e o
valor máximo de R$ 1.472,53 por cooperado.
Gráfico 7: Despesa municipal por catador em cada unidade e despesa Municipal por
reciclador média. Resultados expressos em R$ (Reais).
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DESPESA MUNICIPAL POR RECICLADOR
Período
R$
UCCS
UTR
TOTAL
01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
RECEITA OPERACIONAL POR CATADOR
UCCS
UTR
TOTAL
Período
R$
Em observação ao componente da RO relacionado à comercialização de resíduos e
sua composição, descritos no Gráfico 8 abaixo, destacamos os diferentes tipos de resíduos que são
coletados pela Unidade Centro, onde verificou-se que o papelão, o papel branco, jornal e o papel
misto são os resíduos coletados em maior quantidade na Unidade, os quais representam 94,51% do
total da comercialização de resíduos no mês de Abril. Ainda, vale salientar que a quantidade
máxima de resíduos comercializada se deu no mês de Abril, atingindo 65.818 Kg. Em
contraposição ao passo que a menor quantidade não superou a marca de 40.480 Kg, o que ocorreu
no mês de Junho.
Gráfico 8: Composição mensal dos resíduos comercializados na UCCS.
Resultados expressos em Kg (quilograma).
01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014
0
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70000
QUANTIDADE DE RESÍDUOS COMERCIALIZADOS UCCS Garrafa Comum
Vidro Quebrado
Ferro
Metal NF
Cobre Sujo
Alumínio
RX
Filme Transp.
Filme Colorido
PET Resina
PET Verde
PET Transp.
PEAD Colorido
Balde Bacia
Cones PP
Tetra Park
Papel Branco
Papel Misto
Papelão
JornalPeríodo
Kg
Quando a quantidade acima de resíduos é convertida em receita financeira, é
possível perceber, em consonância com o Gráfico 9, que as quantias de PET Transparente, Filme
Transparente e Filme Colorido passam a corresponder maiores parcelas do total da amostra. Nesse
sentido estes materiais apresentam os percentuais máximos de 24,08% (Junho), 14,89%
(Novembro) e 11,44% (Agosto), respectivamente. Ainda assim, papelão chega a corresponder à
59,81% da receita oriunda da comercialização de materiais recicláveis no mês de Julho de
2014.Gráfico 9: Composição da receita mensal advinda da comercialização de material reciclável
na UCCS. Resultado expresso em R$ (Reais).
No tocante à UTR, fica claro no Gráfico 10 que a volumetria de resíduos
comercializados é substancialmente maior do que na UCCS. Esse quantitativo partiu de 153.579,5
Kg em Janeiro e atingiu 225.986,2 Kg em Abril de 2014. Observa-se ainda que a composição dessa
amostra é mais heterogênea, sendo que seis categorias de resíduos respondem cada uma por
percentuais médios anuais que variam entre 5% e 25%. Em ordem crescente, são estas: Papel
Branco (5,58%), Papel Misto (7,3%), Jornal (7,84%), Vidro Quebrado (13,9%), Papelão (18,56%) e
filme colorido (22,,4%).
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0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
COMPOSIÇÃO DA RECEITA DE COMERCIALIZAÇÃO UCCS
Garrafa Comum
Vidro Quebrado
Ferro
Metal NF
Cobre Sujo
Alumínio
RX
Filme Transp.
Filme Colorido
PET Resina
PET Verde
PET Transp.
PEAD Colorido
Balde Bacia
Cones PP
Tetra Park
Papel Branco
Papel Misto
Papelão
Jornal
Meses
R$
Gráfico 10: Composição mensal dos resíduos comercializados na Unidade
Roselândia no ano de 2014. Resultados expressos em Kg (quilograma).
Em relação a composição da receita comercializada na Unidade Roselândia,
conforme demonstrado no Gráfico 11, podemos perceber que alguns resíduos comercializados em
grande quantidade possuem um valor agregado no mercado muito baixo, como o vidro quebrado
que custa em média R$ 0,07 o quilograma. Já o filme colorido, papelão e PET transparente que tem
uma grande quantidade comercializada apresentam também um alto valor de mercado, aumentando
assim a composição da receita através destes resíduos comercializados.
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0
50000
100000
150000
200000
250000
QUANTIDADE DE RESÍDUOS COMERCIALIZADOS UTR
Garrafa Comum
Vidro Quebrado
Ferro
Metal NF
Cobre Sujo
Alumínio
RX
Filme Transp.
Filme Colorido
PET Resina
PET Verde
PET Transp.
PEAD Colorido
Balde Bacia
Cones PP
Tetra Park
Papel Branco
Papel Misto
Papelão
Jornal
Meses
Kg
Gráfico 11: Composição da receita mensal advinda da comercialização de material
reciclável na UTR. Resultado expresso em R$ (Reais).
No Gráfico 12 é apresentado o preço médio de venda dos resíduos comercializados
Essa análise demonstrou uma relação equilibrada entre as unidades durante o ano de 2014, uma que
vez que cada uma obteve maiores valores de médias de preços de comercialização em seis
oportunidades no ano.
Gráfico 12: Médias de preços de comercialização de ambas Unidades. Resultados
expressos em R$/Kg (Reais/Quilograma).
01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014
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30000
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80000
90000
100000
COMPOSIÇÃO DA RECEITA DE COMERCIALIZAÇÃO
Garrafa Comum
Vidro Quebrado
Ferro
Metal NF
Cobre Sujo
Alumínio
RX
Filme Transp.
Filme Colorido
PET Resina
PET Verde
PET Transp.
PEAD Colorido
Balde Bacia
Cones PP
Tetra Park
Papel Branco
Papel Misto
Papelão
JornalPeríodo
R$
01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
PREÇO MÉDIO DE VENDA
Período
R$/Kg
UCCS
UTR
Em seguida, é apresentado o Gráfico 13, o qual trata da eficiência operacional de
cada planta. Com base nesses dados, é possível afirmar que a UTR comercializa, em termos de
proporção, maior quantidade que a UCCS.
Gráfico 13: Quantidades médias de resíduos comercializados por catador em cada
unidade e quantidade média global. Resultados expressos em Kg (Kilograma).
Por fim, o gráfico 14 apresenta a receita de comercialização média por catador, ou
seja, demonstra quanto cada reciclador contribui para a composição da receita oriunda do comércio
de resíduos. Nesse sentido, é possível afirmar que a UTR arrecada, por meio de comércio e em
termos de proporção, maior quantia que a UCCS.
01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014
0
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2000
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3000
3500
4000
4500
QUANTIDADE COMERCIALIZADA POR CATADOR
Período
Kg
UCCS
UTR
TOTAL
Gráfico 14: Receita média comercializada por catador em cada unidade e receita
média global. Resultados expressos em Kg (Kilograma).
Considerações finais
Com base nos dados observados, é possível observar que o Programa CATAVIDA e
os serviços prestados nas unidades operacionais ocupadas pela COOLABORE contribuem de forma
significativa para a gestão ambientalmente sustentável e geração de renda no Município de Novo
Hamburgo. Considerando os números oficiais de geração de resíduos, o Programa CATAVIDA
gerencia aproximadamente 5% do total de RSU gerados no município de Novo Hamburgo. Ainda
assim, tal estratégia tem comportado a inclusão aproximada de 80 trabalhadores, o que demonstra o
potencial de expansão desta política pública. Nesse sentido, vale salientar a importância da inciativa
municipal, a qual investiu mensalmente em termos médios entre R$ 1.158,37 e R$ 1.472,53, por
catador incluso no processo, conforme observado no gráfico 6.
Considerando as informações apresentadas, uma das principais conclusões é de que a renda
dos catadores da UCCS em 2014 foi significativamente menor do que aquela correspondente à
UTR. Também nesse sentido, pode ser percebido que a renda na UCCS apresentou quedas ao final
do ano de 2014. Em comparação com a UTR, a renda dessa unidade parece não ter sofrido
variações significativas. Cabe salientar que as rendas médias aferidas encontram-se superiores à
renda média dos catadores no Brasil (R$ 571,76), segundo demonstrou o IPEA em 20136
.
6
IPEA, Situação Social das Catadoras e dos Catadores de Material Reciclável e Reutilizável Brasília, Brasília: IPEA, 2013, p. 53.
01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014
0
500
1000
1500
2000
RECEITA COMERCIALIZADA POR CATADOR
Período
R$
UCCS
UTR
TOTAL
Os fatores que contribuem para essa diferenciação parecem estar contidos nas RO's
individualizadas de cada unidade, vide gráficos 6, 7, 10, 11, 13 e 14. No que tange à Despesa
Municipal por Catador, esse dado deverá subsidiar novas estratégias contratuais, visando a
harmonização das diferenças encontradas. Já no que concerne à Receita Comercializada por
Catador, cabe considerar que, ainda que as composições dos resíduos comercializados apresentem
perfis diversos, essa característica parece não influir nos resultados de venda de cada unidade. Isso
se explica na medida em que os preços médios praticados em cada unidade apresentam-se
equilibrados. O fator preponderante, nesse caso, parece ser a quantidade de resíduos comercializada
por catador nas diferentes unidades. Conforme o gráfico 14 demonstra, os catadores comercializam
individualmente mais resíduos que aqueles que trabalham na UCCS.
Contudo, ainda que não possa ser desconsiderada a marcante relevância dos dados
ora apresentados, é importante delinear as limitações do presente estudo. Até o presente momento,
encontra-se em desenvolvimento a análise concreta das despesas operacionais arcadas pela
COOLABORE na operação das unidades. Tal avaliação possibilitará tecer considerações acerca da
funcionalidade, eficiência e eficácia dos serviços prestados e acreditamos que permitirá a redução
de custos e o consequente aumento da renda dos catadores. Ainda, objetivamos levantar os preços
de venda praticados no mercado privado, a fim de avaliar a competitividade do mercado de
comércio de recicláveis no Vale do Rio dos Sinos e arredores e possivelmente qualificar a carteira
de clientes da COOLABORE e a receita oriunda da comercialização.
Por fim, em que pese os seus limites, o presente estudo insere-se na literatura
técnico-científica no sentido de contribuir com o desenvolvimento do Programa CATAVIDA,
buscando garantir sua continuidade e sua Sustentabilidade Econômico-Financeira. E mais, instrui
técnicos e gestores públicos desejosos de cumprir com políticas de geração de trabalho, renda e
cidadania associado à sustentabilidade ambiental e qualificação dos serviços públicos de limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos.
Referências
GONÇALVES DIAS, SLF. Catadores: uma perspectiva de sua inserção no campo da indústria de
reciclagem [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2009.p.184.
PEREIRA, Claudiney et. al. POLITICA FISCAL, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E POBREZA NO
BRASIL.2014.www.commitmentoequity.org/publications_files/Brazil/CEQ_Brasil_Policy_Assess
ment_Portugues_Dec%202014.pdf. Acesso: 06/05/2014.
RIBEIRO, Helena et.al. Panorama da coleta seletiva no Brasil: desafios e perspectivas a partir de
três estudos de caso. InterfacEHS-Revista de Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade, v. 2, n. 4,
2011.p.146-156.
IBGE. Censo Demográfico 2010.Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/>.Acesso:
30/04/2014.
CONSÓRCIO PRÓ-SINOS, 2011. Plano regional e planos municipais de saneamento básico dos
municípios consorciados da bacia do rio dos sinos. consorcioprosinos.com.br/downloads/NOVO
%20HAMBURGO_PMSB_rev_0_pdf.pdf. Acesso: 25/04/2014.
IPEA, Situação Social das Catadoras e dos Catadores de Material Reciclável e Reutilizável Brasília,
Brasília: IPEA, 2013, p. 53.

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Avaliação descritiva e comparativa de índices dos serviços de reciclagem em novo hamburgo

  • 1. AUTORES MARCELO RAFAEL PETRY marcelopetry@novohamburgo.rs.gov.br 51 91779996 Rua Guia Lopes, 4201, Novo Hamburgo - RS Biomédico Analista Ambiental Mestre/UFCSPA-RS HENRIQUE DA SILVA VERON henriqueveron@hotmail.com 55 99036123 Rua Guia Lopes, 4201, Novo Hamburgo - RS Estágiário em Engenharia Florestal Superior Incompleto/UFSM-RS EDUARDO ANTONIO BONATO DA ROSA bonato@novohamburgo.rs.gov.br 51 95491480 Rua Guia Lopes, 4201, Novo Hamburgo - RS Tecnólogo em Gestão Ambiental Mestrado Incompleto/FEEVALE-RS
  • 2. GT4-009 AVALIAÇÃO DESCRITIVA E COMPARATIVA DE ÍNDICES ECONÔMICOS, FINANCEIROS E OPERACIONAIS DOS SERVIÇOS DE COLETA SELETIVA, TRIAGEM E RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM NOVO HAMBURGO DESCRIPTIVE AND COMPARATIVE EVALUATION OF THE ECONOMIC, FINANCIAL AND OPERACIONAL INDEX RELATED TO SELECTIVE COLLECTION, WASTE SORTING AND RECYCLING SERVICES IN NOVO HAMBURGO Resumo: a gestão integrada de resíduos sólidos constitui desafio na agenda brasileira. A inclusão de catadores de materiais recicláveis nos serviços públicos de reciclagem tem se mostrado importante ferramenta no combate à pobreza e desigualdade social. A finalidade deste estudo é demonstrar e comparar índices econômicos, financeiros e operacionais das unidades de coleta seletiva (UCCS), triagem e reciclagem (UTR) de Novo Hamburgo, relativos ao ano de 2014. A metodologia contemplou a tabulação de dados relacionados aos serviços tais como renda dos recicladores, quantidades de resíduos comercializados e receitas operacionais dos serviços. Observou-se que a renda dos catadores da UTR foi maior que a observada na UCCS. Possivelmente, essa diferença se deu em virtude da quantidade de resíduos comercializada na primeira em comparação à última, a qual foi proporcionalmente maior quando considerado o número de catadores de cada unidade. Palavras-chave: gestão de resíduos, coleta seletiva, reciclagem de resíduos, geração de renda. Abstract: the solid waste integrated management is a challenge in Brazil. The waste pickers inclusion in public recycling services has proved to be an important tool to reduce poverty and social injustice. The aim of this study is to demonstrate and compare Novo Hamburgo's selective collection (UCCS), sorting and recycling units (UTR) economic, financial and operational index at 2014. Methodology included the tabulation of services related data such as pickers income, recycled waste amounts and services operational revenue. The UTR collectors income was higher than that observed in UCCS. Possibly, this difference was due to the measured traded amount of waste in UTR compared UCCS, which was proportionally greater when considering each unit number of collectors. Keywords: waste management, selective collection, waste recycling, income generation
  • 3. Introdução Com o aumento no crescimento populacional, urbanização progressiva desenvolvimento econômico constante, a produção de resíduos sólidos cresce no mundo inteiro. Com o objetivo de preservar o meio ambiente faz-se mister o manejo adequado dos resíduos sólidos, pois, uma vez estes depositados em aterros podem comprometer a qualidade do solo, água e ar, podendo haver também a proliferação de vetores e agentes transmissores de doenças, pois, possuem compostos orgânicos voláteis, metais pesados, entre outros. A decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos sólidos urbanos, resulta na formação de chorume que pode contaminar o solo e as águas superficiais e do lençol freático, além da formação de gases tóxicos. Além desses impactos ambientais, a disposição de resíduos sólidos pode contribuir nas mudanças climáticas, de acordo com a quantidade de gás metano presente nos aterros. A diferenciação entre os tipos de resíduos sólidos é importante para sua gestão. Tanto é assim que o Artigo 13 da Lei Federal n° 12.305/2010, que dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelece critérios para sua classificação em conformidade com sua origem e periculosidade. Dentre os grupos classificados, destacam-se os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). No Brasil, no ano de 2010, eram coletados diariamente entre 180 e 250 mil toneladas de RSU, quantidade que apresentava franco crescimento anual, equivalente a 7%. Essa quantidade corresponde de 1 Kg/hab/dia, números similares a alguns países da União Europeia1 . O Brasil possui um PIB per capita relativamente alto, combinado com a má distribuição de renda, isto causa elevados índices de desigualdade, pobreza e miséria. No entanto, isso vem sendo revertido nos últimos anos, por meio dos sucessivos aumentos do salário-mínimo e políticas econômicas redistributivas2 . Ao encontro da promoção da igualdade social e da sustentabilidade ambiental relacionada aos resíduos sólidos, o marco legal instituído pela PNRS estabelece a coleta seletiva e o processo de reciclagem como instrumentos centrais a gestão dos RSU. 1 GONÇALVES DIAS, SLF. Catadores: uma perspectiva de sua inserção no campo da indústria de reciclagem [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2009.p.184. 2 PEREIRA, Claudiney et. al. POLITICA FISCAL, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E POBREZA NO BRASIL.2014.www.commitmentoequity.org/publications_files/Brazil/CEQ_Brasil_Policy_Assessment_Portugues_Dec %202014.pdf. Acesso: 06/05/2014.
  • 4. Nesse sentido, cabe aos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos a implementação desses instrumentos. Ainda, as associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis devem ser priorizadas na execução desses serviços, sendo facultada inclusive a dispensa de licitação para tanto. Além disso, cabe salientar que a execução desses serviços tem garantida nessa legislação a sua sustentabilidade econômico-financeira, de acordo com o artigo 29 da lei n° 11.445/2007, a qual dispõe acerca da Política Federal de Saneamento Básico. Dessa forma, os catadores de materiais recicláveis desempenham papel fundamental neste contexto, pois contribuem para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental. Contudo, o país apresenta baixo percentual de reciclagem. Em 2011, apenas 481 Municípios no país desenvolviam Coleta Seletiva3 . Considerando esse cenário, município de Novo Hamburgo conta com 239.051 habitantes e com IDH em torno de 0,8094 possui uma geração anual de 64.800 toneladas de resíduos sólidos, representando uma geração per capita de 0,75 Kg/hab5. . Nesse contexto, o Município de Novo Hamburgo tem desenvolvido desde 2008 o Programa Municipal de Gestão Social de Resíduos Sólidos (CATAVIDA), o qual busca ampliar a participação dos catadores, bem como qualificar sua renda e condições de trabalho no âmbito dos serviços públicos de coleta seletiva, triagem e reciclagem de RSU. Para tanto, o CATAVIDA é administrado de forma colaborativa entre diferentes Secretarias Municipais, marcadamente Secretaria do Meio Ambiente e Secretaria de Desenvolvimento Social. No âmbito privado, a Municipalidade conta com a parceria da Cooperativa de Trabalho, Limpeza Urbana e Reciclagem (COOLABORE), com a qual mantém dois contratos de prestação de serviço. O objeto do contrato 128/2011 é a triagem para reciclagem dos RSU gerados em Novo Hamburgo. Essa operação ocorre na Unidade de Triagem e Reciclagem da Roselândia (UTR), sito à Rua Benjamin Altmayer, n° 2660, zona norte da cidade. Nesse local são desenvolvidos, por meio do coletivo de recicladores, processos de triagem dos RSU regularmente coletados na cidade. Na UTR, os cooperados trabalham em três esteiras mecanizadas, coletando e segregando os resíduos para posterior prensagem e comercialização. 3 RIBEIRO, Helena et.al. Panorama da coleta seletiva no Brasil: desafios e perspectivas a partir de três estudos de caso. InterfacEHS- Revista de Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade, v. 2, n. 4, 2011.p.146-156. 4 IBGE. Censo Demográfico 2010.Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/>.Acesso: 30/04/2014. 5 CONSÓRCIO PRÓ-SINOS, 2011. Plano regional e planos municipais de saneamento básico dos municípios consorciados da bacia do rio dos sinos.www.consorcioprosinos.com.br/downloads/NOVO%20HAMBURGO_PMSB_rev_0_pdf.pdf. Acesso: 25/04/2014.
  • 5. Paralelamente, o objeto do contrato 077/2013 é a prestação de serviços de Coleta Seletiva Solidária (CCS) em Novo Hamburgo assim como a posterior triagem e reciclagem dos resíduos coletados. Essa operação de parte da Unidade Centro de Coleta Seletiva Solidária (UCCS), sito à Rua Visconde de Taunay, n° 441, região central da cidade. A UCCS é desenvolvida de forma multimodal, contemplando carrinhos de força motriz humana, carrinhos motorizados movido a gasolina e dois caminhões do tipo baú. Ainda, vale salientar que a UCCS conta com uma esteira mecanizada e prensas para a triagem, prensagem e comercialização dos resíduos. O Programa CATAVIDA tem recebido reconhecimento nacional, tendo sido agraciado por prêmios de âmbito nacional, tais como o 1° Lugar do Prêmio Boas Práticas em Sustentabilidade Ambiental Urbana, promovido pela Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente no ano de 2012, o Selo Cidade Cidadã, conferido pela Câmara dos Deputados em 2011, ano no qual também recebeu o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Contudo, a política pública alcançada pelo programa carece de estudos aprofundados que avalie de forma estratégica seus índices econômicos, financeiros, operacionais e ambientais. Nessa lacuna se enquadra o presente estudo, a fim de elucidar os aspectos positivos e eventuais limitações do programa, de modo a garantir sua sustentabilidade econômico-financeira e sua continuidade como política de estado bem como fundamentar o planejamento de sua expansão e a reprodução do modelo em outras localidades. 1. Objetivo geral Este trabalho objetiva desenvolver avaliação descritiva e comparativa de índices econômicos e financeiros e operacionais dos serviços de triagem, reciclagem e coleta seletiva desenvolvidos no âmbito do Programa CATAVIDA no município de Novo Hamburgo no ano de 2014. 1.1 Objetivos específicos a) Mensurar a renda mensal dos catadores que operam os serviços desenvolvidos no âmbito do Programa CATAVIDA no ano de 2014; b) Mensurar o quantitativo de catadores envolvidos nos serviços desenvolvidos no âmbito do Programa CATAVIDA no ano de 2014;
  • 6. c) Mensurar e avaliar a receita operacional (RO) dos serviços desenvolvidos no âmbito do Programa CATAVIDA no ano de 2014; d) Mensurar e avaliar de forma qualiquantitativa os resíduos comercializados no âmbito do Programa CATAVIDA no ano de 2014 e o impacto deste componente no quantitativo de recursos necessários à operação dos serviços; 2. Metodologia A fim de mensurar a renda dos recicladores e o quantitativo de recicladores, a Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo solicitou a COOLABORE e a sua assessoria contábil, todas as folhas de pagamentos de seus recicladores no ano de 2014. A partir desses documentos, os dados foram tabulados em planilha eletrônica e calculadas as médias mensais dos valores recebidos, tanto o pagamento bruto como o pagamento líquido. Paralelamente, as folhas de pagamento foram utilizadas para aferir a quantidade de trabalhadores envolvidos nos serviços em cada mês do ano de 2014. Para a aferição dos recursos que alimentam a operação dos serviços foi adotada metodologia cálculo de Receita Operacional (RO). Nesta análise, são somados todos os aportes mensais de recursos relacionados à operação das unidades. As fontes dessas informações contemplam: A) As notas fiscais de serviços prestados, as quais são adimplidas pela administração municipal por força contratual; B) As notas fiscais de venda de materiais reciclados, às quais são emitidas pela COOLABORE e foram disponibilizados a Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo; c) Valores investidos pela administração municipal com energia elétrica e demais despesas relacionadas aos imóveis onde são desenvolvidos os serviços de triagem, reciclagem e coleta seletiva, tais como aluguel e seguro. Todos os valores financeiros foram tabulados em planilha eletrônica, somados e categorizados conforme sua origem. Para o desenvolvimento da análise qualiquantitativa dos resíduos comercializados e seu impacto na receita, também foram utilizadas como fonte as notas fiscais de venda emitidas pela COOLABORE. Nesse sentido, foram tabulados os dados relacionados à quantidade de resíduos comercializados, os preços de venda de cada resíduo e a receita financeira advinda do comércio de cada tipo de resíduo.
  • 7. 3. Resultados No que tange à renda mensal média, verificou-se que houve variação significativa na renda dos recicladores da UCCS, tanto no valor bruto como no valor líquido, como demonstrado no Gráfico 1. Observou-se que o mês de abril foi onde se obteve a renda mais alta no ano de 2014, com valor bruto médio de R$ 1.642,23 e valor líquido médio de R$ 1.461,01. Já o mês de dezembro a média da renda mensal dos recicladores foi menor, com valor bruto médio de R$ 981,89 e valor líquido médio de R$ 870,86. Gráfico 1: Renda mensal média bruta e líquida dos recicladores alocados na UCCS. Resultados expressos em R$ (Reais). Paralelamente, conforme o Gráfico 2, observou-se na UTR uma maior estabilidade em sua renda mensal média e também averiguou-se que o recebimento dos recicladores da Unidade Roselândia foi maior que os recicladores da UCCS em todos os meses de 2014. O mês de abril foi o qual se teve maior renda mensal média na Unidade Roselândia, com valor bruto médio de R$ 2.490,83 e valor líquido médio de R$ 2.110,99. Enquanto isso o mês de fevereiro foi menor, totalizando um valor bruto médio de R$ 2.096,12 e valor líquido médio de R$ 1.790,01. Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 RENDA MENSAL MÉDIA UCCS Período R$ Renda Líquida Renda Bruta
  • 8.
  • 9. Gráfico 3: Representa os valores de RO na UCCS. Resultados expressos em R$ (Reais). Já na UTR (gráfico 4), os valores de contratos apresentam variações nos seus valores no decorrer do ano, que vão de R$ 79.959,20 no mês de junho até R$ 85.711,20 no mês de abril, conforme o Gráfico 4 abaixo. Esta unidade não apresenta pagamento de aluguel de sua sede e também não conta com o seguro anual que está presenta na UCCS. Quanto a energia elétrica, o custo total anual acumulou R$ 75.198,78, mais de dez vezes o custo da UCCS. Quanto aos valores comercializados na UTR, é possível perceber a flutuação dos valores ao longo dos meses, de modo que o valor máximo arrecadado ocorreu no mês de Julho R$ 93.969,43 e o valor mínimo observado equivaleu a R$ 63.061,79 no mês de Junho. Gráfico 4: Representa os valores de RO na UTR. Resultados expressos em R$ (Reais). 01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 RECEITA OPERACIONAL UCCS Valor Comercializado / UCCS Seguro / UCCS Luz / UCCS Aluguel / UCCS Contrato / UCCS Período R$ 01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014 0 50000 100000 150000 200000 RECEITA OPERACIONAL UTR Valor Comercializado / UTR Luz / UTR Contrato / UTR Período R$
  • 10. Considerando todos os valores estabelecidos, foi possível verificar que o aporte financeiro total para a manutenção do Programa CATAVIDA como um corresponderam aos valores máximo e mínimo mensal de R$ 236.909,87 e a R$ 193.003,46, conforme visualização do Gráfico 5. Gráfico 5: RO total. Resultados expressos em R$ (Reais). Conforme demonstra o Gráfico 6, ao analisar as RO's e individualizá-las conforme o número de catadores, observa-se que o índice calculado para a UCCS foi sempre menor que o correspondente à UTR no ano de 2014. No mês de novembro, o primeiro valor calculado correspondeu à aproximadamente à metade do último. 01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014 0 50000 100000 150000 200000 250000 RECEITA OPERACIONAL TOTAL Valor Comercializado / UTR Luz / UTR Contrato / UTR Valor Comercializado / UCCS Seguro / UCCS Luz / UCCS Aluguel / UCCS Contrato / UCCS Período R$
  • 11. Gráfico 6: RO UCCS por catador, RO UTR por catador e RO total por catador. Resultados expressos em R$ (Reais). De forma bastante semelhante, ao analisarmos a RO por catador, considerando apenas o componente da despesa municipal, verificamos valores maiores da despesa municipal por reciclador na UTR em comparação com a UCCS. Em observação aos valores médios, os dados demonstram que a Prefeitura Municipal investiu mensalmente o valor mínimo de R$ 1.158,37 e o valor máximo de R$ 1.472,53 por cooperado. Gráfico 7: Despesa municipal por catador em cada unidade e despesa Municipal por reciclador média. Resultados expressos em R$ (Reais). 01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 DESPESA MUNICIPAL POR RECICLADOR Período R$ UCCS UTR TOTAL 01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 RECEITA OPERACIONAL POR CATADOR UCCS UTR TOTAL Período R$
  • 12. Em observação ao componente da RO relacionado à comercialização de resíduos e sua composição, descritos no Gráfico 8 abaixo, destacamos os diferentes tipos de resíduos que são coletados pela Unidade Centro, onde verificou-se que o papelão, o papel branco, jornal e o papel misto são os resíduos coletados em maior quantidade na Unidade, os quais representam 94,51% do total da comercialização de resíduos no mês de Abril. Ainda, vale salientar que a quantidade máxima de resíduos comercializada se deu no mês de Abril, atingindo 65.818 Kg. Em contraposição ao passo que a menor quantidade não superou a marca de 40.480 Kg, o que ocorreu no mês de Junho. Gráfico 8: Composição mensal dos resíduos comercializados na UCCS. Resultados expressos em Kg (quilograma). 01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 QUANTIDADE DE RESÍDUOS COMERCIALIZADOS UCCS Garrafa Comum Vidro Quebrado Ferro Metal NF Cobre Sujo Alumínio RX Filme Transp. Filme Colorido PET Resina PET Verde PET Transp. PEAD Colorido Balde Bacia Cones PP Tetra Park Papel Branco Papel Misto Papelão JornalPeríodo Kg
  • 13. Quando a quantidade acima de resíduos é convertida em receita financeira, é possível perceber, em consonância com o Gráfico 9, que as quantias de PET Transparente, Filme Transparente e Filme Colorido passam a corresponder maiores parcelas do total da amostra. Nesse sentido estes materiais apresentam os percentuais máximos de 24,08% (Junho), 14,89% (Novembro) e 11,44% (Agosto), respectivamente. Ainda assim, papelão chega a corresponder à 59,81% da receita oriunda da comercialização de materiais recicláveis no mês de Julho de 2014.Gráfico 9: Composição da receita mensal advinda da comercialização de material reciclável na UCCS. Resultado expresso em R$ (Reais). No tocante à UTR, fica claro no Gráfico 10 que a volumetria de resíduos comercializados é substancialmente maior do que na UCCS. Esse quantitativo partiu de 153.579,5 Kg em Janeiro e atingiu 225.986,2 Kg em Abril de 2014. Observa-se ainda que a composição dessa amostra é mais heterogênea, sendo que seis categorias de resíduos respondem cada uma por percentuais médios anuais que variam entre 5% e 25%. Em ordem crescente, são estas: Papel Branco (5,58%), Papel Misto (7,3%), Jornal (7,84%), Vidro Quebrado (13,9%), Papelão (18,56%) e filme colorido (22,,4%). 01/201402/201403/201404/201405/201406/201407/201408/201409/201410/201411/201412/2014 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 COMPOSIÇÃO DA RECEITA DE COMERCIALIZAÇÃO UCCS Garrafa Comum Vidro Quebrado Ferro Metal NF Cobre Sujo Alumínio RX Filme Transp. Filme Colorido PET Resina PET Verde PET Transp. PEAD Colorido Balde Bacia Cones PP Tetra Park Papel Branco Papel Misto Papelão Jornal Meses R$
  • 14. Gráfico 10: Composição mensal dos resíduos comercializados na Unidade Roselândia no ano de 2014. Resultados expressos em Kg (quilograma). Em relação a composição da receita comercializada na Unidade Roselândia, conforme demonstrado no Gráfico 11, podemos perceber que alguns resíduos comercializados em grande quantidade possuem um valor agregado no mercado muito baixo, como o vidro quebrado que custa em média R$ 0,07 o quilograma. Já o filme colorido, papelão e PET transparente que tem uma grande quantidade comercializada apresentam também um alto valor de mercado, aumentando assim a composição da receita através destes resíduos comercializados. 01/201402/201403/201404/201405/201406/201407/201408/201409/201410/201411/201412/2014 0 50000 100000 150000 200000 250000 QUANTIDADE DE RESÍDUOS COMERCIALIZADOS UTR Garrafa Comum Vidro Quebrado Ferro Metal NF Cobre Sujo Alumínio RX Filme Transp. Filme Colorido PET Resina PET Verde PET Transp. PEAD Colorido Balde Bacia Cones PP Tetra Park Papel Branco Papel Misto Papelão Jornal Meses Kg
  • 15. Gráfico 11: Composição da receita mensal advinda da comercialização de material reciclável na UTR. Resultado expresso em R$ (Reais). No Gráfico 12 é apresentado o preço médio de venda dos resíduos comercializados Essa análise demonstrou uma relação equilibrada entre as unidades durante o ano de 2014, uma que vez que cada uma obteve maiores valores de médias de preços de comercialização em seis oportunidades no ano. Gráfico 12: Médias de preços de comercialização de ambas Unidades. Resultados expressos em R$/Kg (Reais/Quilograma). 01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 90000 100000 COMPOSIÇÃO DA RECEITA DE COMERCIALIZAÇÃO Garrafa Comum Vidro Quebrado Ferro Metal NF Cobre Sujo Alumínio RX Filme Transp. Filme Colorido PET Resina PET Verde PET Transp. PEAD Colorido Balde Bacia Cones PP Tetra Park Papel Branco Papel Misto Papelão JornalPeríodo R$ 01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 PREÇO MÉDIO DE VENDA Período R$/Kg UCCS UTR
  • 16. Em seguida, é apresentado o Gráfico 13, o qual trata da eficiência operacional de cada planta. Com base nesses dados, é possível afirmar que a UTR comercializa, em termos de proporção, maior quantidade que a UCCS. Gráfico 13: Quantidades médias de resíduos comercializados por catador em cada unidade e quantidade média global. Resultados expressos em Kg (Kilograma). Por fim, o gráfico 14 apresenta a receita de comercialização média por catador, ou seja, demonstra quanto cada reciclador contribui para a composição da receita oriunda do comércio de resíduos. Nesse sentido, é possível afirmar que a UTR arrecada, por meio de comércio e em termos de proporção, maior quantia que a UCCS. 01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 QUANTIDADE COMERCIALIZADA POR CATADOR Período Kg UCCS UTR TOTAL
  • 17. Gráfico 14: Receita média comercializada por catador em cada unidade e receita média global. Resultados expressos em Kg (Kilograma). Considerações finais Com base nos dados observados, é possível observar que o Programa CATAVIDA e os serviços prestados nas unidades operacionais ocupadas pela COOLABORE contribuem de forma significativa para a gestão ambientalmente sustentável e geração de renda no Município de Novo Hamburgo. Considerando os números oficiais de geração de resíduos, o Programa CATAVIDA gerencia aproximadamente 5% do total de RSU gerados no município de Novo Hamburgo. Ainda assim, tal estratégia tem comportado a inclusão aproximada de 80 trabalhadores, o que demonstra o potencial de expansão desta política pública. Nesse sentido, vale salientar a importância da inciativa municipal, a qual investiu mensalmente em termos médios entre R$ 1.158,37 e R$ 1.472,53, por catador incluso no processo, conforme observado no gráfico 6. Considerando as informações apresentadas, uma das principais conclusões é de que a renda dos catadores da UCCS em 2014 foi significativamente menor do que aquela correspondente à UTR. Também nesse sentido, pode ser percebido que a renda na UCCS apresentou quedas ao final do ano de 2014. Em comparação com a UTR, a renda dessa unidade parece não ter sofrido variações significativas. Cabe salientar que as rendas médias aferidas encontram-se superiores à renda média dos catadores no Brasil (R$ 571,76), segundo demonstrou o IPEA em 20136 . 6 IPEA, Situação Social das Catadoras e dos Catadores de Material Reciclável e Reutilizável Brasília, Brasília: IPEA, 2013, p. 53. 01/2014 02/2014 03/2014 04/2014 05/2014 06/2014 07/2014 08/2014 09/2014 10/2014 11/2014 12/2014 0 500 1000 1500 2000 RECEITA COMERCIALIZADA POR CATADOR Período R$ UCCS UTR TOTAL
  • 18. Os fatores que contribuem para essa diferenciação parecem estar contidos nas RO's individualizadas de cada unidade, vide gráficos 6, 7, 10, 11, 13 e 14. No que tange à Despesa Municipal por Catador, esse dado deverá subsidiar novas estratégias contratuais, visando a harmonização das diferenças encontradas. Já no que concerne à Receita Comercializada por Catador, cabe considerar que, ainda que as composições dos resíduos comercializados apresentem perfis diversos, essa característica parece não influir nos resultados de venda de cada unidade. Isso se explica na medida em que os preços médios praticados em cada unidade apresentam-se equilibrados. O fator preponderante, nesse caso, parece ser a quantidade de resíduos comercializada por catador nas diferentes unidades. Conforme o gráfico 14 demonstra, os catadores comercializam individualmente mais resíduos que aqueles que trabalham na UCCS. Contudo, ainda que não possa ser desconsiderada a marcante relevância dos dados ora apresentados, é importante delinear as limitações do presente estudo. Até o presente momento, encontra-se em desenvolvimento a análise concreta das despesas operacionais arcadas pela COOLABORE na operação das unidades. Tal avaliação possibilitará tecer considerações acerca da funcionalidade, eficiência e eficácia dos serviços prestados e acreditamos que permitirá a redução de custos e o consequente aumento da renda dos catadores. Ainda, objetivamos levantar os preços de venda praticados no mercado privado, a fim de avaliar a competitividade do mercado de comércio de recicláveis no Vale do Rio dos Sinos e arredores e possivelmente qualificar a carteira de clientes da COOLABORE e a receita oriunda da comercialização. Por fim, em que pese os seus limites, o presente estudo insere-se na literatura técnico-científica no sentido de contribuir com o desenvolvimento do Programa CATAVIDA, buscando garantir sua continuidade e sua Sustentabilidade Econômico-Financeira. E mais, instrui técnicos e gestores públicos desejosos de cumprir com políticas de geração de trabalho, renda e cidadania associado à sustentabilidade ambiental e qualificação dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Referências GONÇALVES DIAS, SLF. Catadores: uma perspectiva de sua inserção no campo da indústria de reciclagem [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2009.p.184. PEREIRA, Claudiney et. al. POLITICA FISCAL, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E POBREZA NO BRASIL.2014.www.commitmentoequity.org/publications_files/Brazil/CEQ_Brasil_Policy_Assess ment_Portugues_Dec%202014.pdf. Acesso: 06/05/2014.
  • 19. RIBEIRO, Helena et.al. Panorama da coleta seletiva no Brasil: desafios e perspectivas a partir de três estudos de caso. InterfacEHS-Revista de Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade, v. 2, n. 4, 2011.p.146-156. IBGE. Censo Demográfico 2010.Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/>.Acesso: 30/04/2014. CONSÓRCIO PRÓ-SINOS, 2011. Plano regional e planos municipais de saneamento básico dos municípios consorciados da bacia do rio dos sinos. consorcioprosinos.com.br/downloads/NOVO %20HAMBURGO_PMSB_rev_0_pdf.pdf. Acesso: 25/04/2014. IPEA, Situação Social das Catadoras e dos Catadores de Material Reciclável e Reutilizável Brasília, Brasília: IPEA, 2013, p. 53.