1. Cláudio Pastro: Arte, sagrado e beleza
prof. Locimar Massalai
«A perda do sentido de beleza na Igreja
Católica (ora romântica, ora muito racional,
ora show popularesco) revela-nos a perda do
sentido do Sagrado».
“Adorai o Senhor na beleza de seu santuário”. (Sl 29,2)
2. “Eu trabalhei nos 30
piores anos da Igreja católica
no Brasil. por causa da
situação local – ditadura,
pobreza, etc. –, a Igreja deu
ênfase apenas à questão
social, não se preocupando
com o ser espiritual, com a
linguagem espiritual, com a
cultura cristã.
Levei pontapé de
bispos e de padres. Hoje há
equipes de arquitetos e de
artistas que estão sendo
promovidos pela CNBB”.
3. Na Igreja oriental, e no primeiro milênio do
cristianismo, a arte sacra e o artista
faziam parte dos sagrados mistérios da
Igreja. Logo depois do bispo, do padre, do
diácono, vinha o artista, como um
ministério dentro da Igreja.
A partir do Concílio de Verona, a Igreja
católica latina rompeu com o artista; ela o
tirou do seu quadro de ministérios. O
artista foi se desenvolvendo como auto-
suficiente. E aí surgiram Humboldt, Giotto,
mais tarde Michelangelo, Rubens, Rafael,
etc. Esses já são artistas autônomos, dos
quais a Igreja se aproveitou
O padre estava precisando fazer uma
pintura na sua igreja e convidava um
artista famoso, Michelangelo, por
exemplo. Necessariamente ele não tinha
de ter fé, não tinha de fazer parte dos
sagrados ministérios, etc. Ele era
simplesmente um grande artista.
Um pouco de história da arte!
4. “Este é o templo do
corpo.” Ele não disse:
“Este é um templo
divino.” Michelangelo
retratou muito bem o
corpo humano, e a
preocupação dele era
fazer uma obra muito
bonita em que os
corpos humanos
aparecessem no seu
esplendor.
5. “Ele nos educou para
uma volta às fontes e
para uma consideração
das culturas locais. Isso
tudo fez com que minha
educação, mais forte,
fosse a religiosa, me
voltasse mais para a arte,
e a arte sacra”.
Recebe a influência do Concílio Vaticano II
6. Somos seduzidos pela beleza;
A beleza é um dos mais
importantes e esquecidos
direitos humanos;
O maior dos direitos humanos,
o que faz o ser humano mais
parecido com o seu criador, é o
direito à criatividade, ao
gratuito, ao repouso, ao ócio,
ao lúdico, à contemplação e ao
prazer da beleza;
Diferentemente dos animais,
que só estão voltados para a
terra, o ser humano é um ser
bípede, ereto. O ser humano
olha para cima de si mesmo.
A beleza atrai todo o ser humano
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10. À guisa de conclusão
“Os meus desenhos, ainda iniciais, já tinham fortes
características indígenas e negras. Não se entendia
a arte sob prisma cultural enraizado. Você pode
fazer uma leitura de nossas raízes através da arte,
seja do branco, negro ou índio (...). Hoje fico muito
feliz, porque sou conhecido como uma pessoa que
gritou a questão da arte sacra na Igreja, e chamou a
atenção para isso. Hoje já começa a se
desenvolveu em todo o País um trabalho de arte
sacra e surgir comissões diocesanas, cursos de arte
sacra em Faculdades de Teologia”.