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A SOCIOLOGIA DIGITAL:
UM DESAFIO PARA O SÉCULO XXI
Leonardo Fernandes Nascimento
Natália Francesca Marinho
 O termo sociologia digital apareceu pela primeira vez na
literatura acadêmica de língua inglesa, em 2009, no
artigo Digital Sociology: Emergent Technologies in the
Field and the Classroom (Sociologia digital: tecnologias
emergentes no campo e na sala de aula) do então
professor do Smith College, Prof. Jonathan Wynn
 O artigo descreve o modo como as mudanças tecnológicas
representam um dos grandes desafios para a sociologia do
século XXI, argumentando que é fundamental o avanço em
termos do significado epistemológico das tecnologias
digitais para a imaginação sociológica.
 Em linhas gerais a sociologia digital tem implicações mais
amplas que o estudo das tecnologias digitais, ela busca
saber como os sociólogos estão usando as mídias digitais
sociais como parte do seu trabalho. O texto defende que a
sociologia tradicional deve estar atrelada a sociologia
digital.
OBJETIVO
 Determinar a relevância de se pensar a sociologia digital,
tendo em vista o uso de novas tecnologias no ensino, na
pesquisa e na divulgação científica da sociologia.
 Isso influencia a forma de se buscar e referenciar
informação. O texto revela as limitações teórico-
metodológicas dos sociólogos frente ao grande número de
variáveis disponíveis, a partir do uso das tecnologias
digitais.
“O fato nu e cru é que a sociologia está lamentavelmente
despreparada para lidar com esse problema: não temos
nem as ferramentas analíticas, nem a imaginação
conceitual necessária. Nossas aparelhagens metodológicas
foram projetadas para investigar as relações entre um
pequeno número de variáveis e são inúteis para grande
escala de reconhecimento de padrões ou, como temos
pejorativamente rotulado, para a dragagem de dados (data
dredging).”
(Abbott, 2000, p. 298)
CAMPOS DISTINTOS DE PREOCUPAÇÃO DA SOCIOLOGIA DIGITAL:
a) A prática profissional digitalizada: o uso de ferramentas
digitais para propósitos profissionais;
b) Análise de dados digitais para investigações
qualitativas e quantitativas;
c) Análises sociológicas de uso de mídias digitais para o
comportamento dos atores sociais;
d) Sociologia digital crítica: realizar análises das mídias
digitais com base nas teorias sociais
(Lupton, 2015, p. 11)
A partir da produção massiva de dados digitais, surge o
fenômeno dos big data:
Big data ou “megadados” são dados produzidos em alta
velocidade, em grande volume e imensa variedade e
que costumam apresentar grande complexidade.
 As redes sociais digitais como Facebook, Twitter, entre
outros, e os gerenciadores de busca como Google, Bing,
etc, dispõe de produção contínua e massiva de dados,
acerca do tipo e da amplitude das interações sociais.
 Dados sobre gênero raça, comportamento de consumo,
etc, são reconhecidos pela sociologia digital como
artefatos socioculturais. Os big data são pensados a
partir do comportamento humano e das dinâmicas da
vida em sociedade.
 CAQDAS (computer assisted qualitative data analysis)
 Softwares de análise qualitativa auxiliada por computador,
progressivamente utilizados por pesquisadores e
estudantes para tratar os big data digitais
 Segundo o autor, os softwares Atlas.ti e NVivo dominam o
cenário brasileiro, por causa da oferta de cursos que
aparecem nos grandes centros de pesquisa e nos diversos
congressos. Além disso, os CAQDAS representam novas
formas de estruturação da imaginação e da investigação
sociológica e, em especial, da sociologia digital.
 O tratamento dos dados digitais poderia atualizar a divisão
entre aqueles que seriam capazes de coletar e analisar os
dados mediante ferramentas digitais de análise e os que
teorizam sobre o mundo social digital.
 A maior dificuldade é conciliar as análises automatizadas
dos big data com os métodos tradicionais da sociologia.
 Os estudos sociais tradicionais devem estar atrelados aos
estudos sociais digitais, pelo fato de que existe uma falta de
significação cultural das tecnologias digitais pela sociedade
contemporânea, que vive no mundo digital social.
 Outra abordagem diz respeito a uma reedição da
diferença entre métodos qualitativos e quantitativos de
análise.
 Grande parte das análises de big data, por conta da
evidente extensão dos dados, estão baseadas em lógicas
de programação automatizadas, fundamentadas em
natural language processing (processamento de
linguagem natural) um campo de convergência entre a
linguística e a inteligência artificial. Em ferramentas de
sentiment analysis (análise de sentimentos) para redes
sociais são utilizados algoritmos sofisticados que estimam
os sentimentos dos usuários sobre temas específicos.
(Agarwal et al., 2011)
 Dá-se o exemplo de Florestan Fernandes, sobre o “gavetão”,
ou fichário de madeira que ele possuía. Uma grande
quantidade de fichas de cartolina escritas à mão e
organizadas segundo temas e autores. Florestan passava
horas reescrevendo, organizando e fazendo buscas neste
grande fichário para a montagem de aulas e escrita de
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digital”, através de programas como Atlas.ti e Nvivo, os
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CONCLUSÃO
 O temor do autor é a divisão digital da sociologia, pois é
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tecnologias digitais, e assim sendo, a partir do momento
que eles precisam de ferramentas para auxiliar na coleta e
análise de dados, esse processo é “terceirizado”.
 A metodologia survey vem sendo trocada pela mineração
digital de dados e, sobretudo, pela coleta automatizada de
metadados.
CONCLUSÃO
 Os sociólogos precisam ter habilidades computacionais
para argumentar sócio-tecno-logicamente com os
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tecnologia.
 O problema fundamental, e que não estaria restrito aos
sociólogos, é que a formação acadêmica em geral das
ciências sociais, pensando além da sociologia, ainda não
incorporou a programação e o manejo de softwares como
um dos seus conteúdos.
REFERÊNCIAS
 Leonardo Fernandes Nascimento - Doutor em sociologia pelo Instituto
de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (UERJ), colaborador no Programa de Pós-graduação em
Ciências Sociais da UFBA (PPGCS/UFBA) e desenvolve pesquisas sobre
Sociologia Digital, “Big Data Social Science” e análise de mídia.
leofn@yahoo.com.br
 ABBOTT, A. Reflections on the Future of Sociology. Contemporary
Sociology, v. 29, n. 2, mar. 2000. pp. 296.
 LUPTON, D. Digital Sociology. [S.l.]: Routledge, 2015
 AGARWAL, A. et al. Sentiment Analysis of Twitter Data. In: Workshop
on Language in Social Media (LSM 2011), 2011, Portland, Oregon.
Proceedings… Portland, Oregon: Association for Computational
Linguistics, 2011. p. 30–38. Disponível em: . Acesso em: 23 jan. 2015.

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A Sociologia Digital e os Desafios do Século XXI

  • 1. A SOCIOLOGIA DIGITAL: UM DESAFIO PARA O SÉCULO XXI Leonardo Fernandes Nascimento Natália Francesca Marinho
  • 2.  O termo sociologia digital apareceu pela primeira vez na literatura acadêmica de língua inglesa, em 2009, no artigo Digital Sociology: Emergent Technologies in the Field and the Classroom (Sociologia digital: tecnologias emergentes no campo e na sala de aula) do então professor do Smith College, Prof. Jonathan Wynn
  • 3.  O artigo descreve o modo como as mudanças tecnológicas representam um dos grandes desafios para a sociologia do século XXI, argumentando que é fundamental o avanço em termos do significado epistemológico das tecnologias digitais para a imaginação sociológica.  Em linhas gerais a sociologia digital tem implicações mais amplas que o estudo das tecnologias digitais, ela busca saber como os sociólogos estão usando as mídias digitais sociais como parte do seu trabalho. O texto defende que a sociologia tradicional deve estar atrelada a sociologia digital.
  • 4. OBJETIVO  Determinar a relevância de se pensar a sociologia digital, tendo em vista o uso de novas tecnologias no ensino, na pesquisa e na divulgação científica da sociologia.  Isso influencia a forma de se buscar e referenciar informação. O texto revela as limitações teórico- metodológicas dos sociólogos frente ao grande número de variáveis disponíveis, a partir do uso das tecnologias digitais.
  • 5. “O fato nu e cru é que a sociologia está lamentavelmente despreparada para lidar com esse problema: não temos nem as ferramentas analíticas, nem a imaginação conceitual necessária. Nossas aparelhagens metodológicas foram projetadas para investigar as relações entre um pequeno número de variáveis e são inúteis para grande escala de reconhecimento de padrões ou, como temos pejorativamente rotulado, para a dragagem de dados (data dredging).” (Abbott, 2000, p. 298)
  • 6. CAMPOS DISTINTOS DE PREOCUPAÇÃO DA SOCIOLOGIA DIGITAL: a) A prática profissional digitalizada: o uso de ferramentas digitais para propósitos profissionais; b) Análise de dados digitais para investigações qualitativas e quantitativas; c) Análises sociológicas de uso de mídias digitais para o comportamento dos atores sociais; d) Sociologia digital crítica: realizar análises das mídias digitais com base nas teorias sociais (Lupton, 2015, p. 11)
  • 7. A partir da produção massiva de dados digitais, surge o fenômeno dos big data: Big data ou “megadados” são dados produzidos em alta velocidade, em grande volume e imensa variedade e que costumam apresentar grande complexidade.
  • 8.  As redes sociais digitais como Facebook, Twitter, entre outros, e os gerenciadores de busca como Google, Bing, etc, dispõe de produção contínua e massiva de dados, acerca do tipo e da amplitude das interações sociais.  Dados sobre gênero raça, comportamento de consumo, etc, são reconhecidos pela sociologia digital como artefatos socioculturais. Os big data são pensados a partir do comportamento humano e das dinâmicas da vida em sociedade.
  • 9.  CAQDAS (computer assisted qualitative data analysis)  Softwares de análise qualitativa auxiliada por computador, progressivamente utilizados por pesquisadores e estudantes para tratar os big data digitais  Segundo o autor, os softwares Atlas.ti e NVivo dominam o cenário brasileiro, por causa da oferta de cursos que aparecem nos grandes centros de pesquisa e nos diversos congressos. Além disso, os CAQDAS representam novas formas de estruturação da imaginação e da investigação sociológica e, em especial, da sociologia digital.
  • 10.  O tratamento dos dados digitais poderia atualizar a divisão entre aqueles que seriam capazes de coletar e analisar os dados mediante ferramentas digitais de análise e os que teorizam sobre o mundo social digital.  A maior dificuldade é conciliar as análises automatizadas dos big data com os métodos tradicionais da sociologia.  Os estudos sociais tradicionais devem estar atrelados aos estudos sociais digitais, pelo fato de que existe uma falta de significação cultural das tecnologias digitais pela sociedade contemporânea, que vive no mundo digital social.
  • 11.  Outra abordagem diz respeito a uma reedição da diferença entre métodos qualitativos e quantitativos de análise.  Grande parte das análises de big data, por conta da evidente extensão dos dados, estão baseadas em lógicas de programação automatizadas, fundamentadas em natural language processing (processamento de linguagem natural) um campo de convergência entre a linguística e a inteligência artificial. Em ferramentas de sentiment analysis (análise de sentimentos) para redes sociais são utilizados algoritmos sofisticados que estimam os sentimentos dos usuários sobre temas específicos. (Agarwal et al., 2011)
  • 12.  Dá-se o exemplo de Florestan Fernandes, sobre o “gavetão”, ou fichário de madeira que ele possuía. Uma grande quantidade de fichas de cartolina escritas à mão e organizadas segundo temas e autores. Florestan passava horas reescrevendo, organizando e fazendo buscas neste grande fichário para a montagem de aulas e escrita de artigos.  Os novos tempos proporcionam o recurso de um “gavetão digital”, através de programas como Atlas.ti e Nvivo, os quais representam um fenômeno que já existia e, ao mesmo tempo, um elemento revolucionário para a sociologia.
  • 13. CONCLUSÃO  O temor do autor é a divisão digital da sociologia, pois é visível a relutância dos sociólogos para com o uso das tecnologias digitais, e assim sendo, a partir do momento que eles precisam de ferramentas para auxiliar na coleta e análise de dados, esse processo é “terceirizado”.  A metodologia survey vem sendo trocada pela mineração digital de dados e, sobretudo, pela coleta automatizada de metadados.
  • 14. CONCLUSÃO  Os sociólogos precisam ter habilidades computacionais para argumentar sócio-tecno-logicamente com os programadores e outros funcionários da área da tecnologia.  O problema fundamental, e que não estaria restrito aos sociólogos, é que a formação acadêmica em geral das ciências sociais, pensando além da sociologia, ainda não incorporou a programação e o manejo de softwares como um dos seus conteúdos.
  • 15. REFERÊNCIAS  Leonardo Fernandes Nascimento - Doutor em sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), colaborador no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da UFBA (PPGCS/UFBA) e desenvolve pesquisas sobre Sociologia Digital, “Big Data Social Science” e análise de mídia. leofn@yahoo.com.br  ABBOTT, A. Reflections on the Future of Sociology. Contemporary Sociology, v. 29, n. 2, mar. 2000. pp. 296.  LUPTON, D. Digital Sociology. [S.l.]: Routledge, 2015  AGARWAL, A. et al. Sentiment Analysis of Twitter Data. In: Workshop on Language in Social Media (LSM 2011), 2011, Portland, Oregon. Proceedings… Portland, Oregon: Association for Computational Linguistics, 2011. p. 30–38. Disponível em: . Acesso em: 23 jan. 2015.