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 Compilação de definições feita por
Paulo Rónai
 Escola de Tradutores
 Tradução Vivida
 Gradus Primus
 Como Aprendi o Português
 Balzac e A Comédia Humana
 Falsos Amigos Francês – Português
etc.
“Traduzir consiste em conduzir
determinado texto para o domínio de
outra língua que não aquela em que
está escrito.”
Segundo Rónai, J. L. baseia-se no verbo
latino traducere: “levar alguém para o
outro lado, para outro lugar.”
“O sujeito deste verbo é o tradutor,
o objeto direto, o autor do original
a quem o tradutor introduz num
ambiente novo.”
Lembra a questão dos verbos
alemães übersetzen / übersetzen.
“Mas”, continua Rónai:
“A imagem pode ser entendida
também de outra maneira,
considerando-se que é ao leitor
que o tradutor pega pela mão para
levá-lo para outro meio linguístico
que não o seu.”
“Conduzir uma obra estrangeira para
outro ambiente linguístico [cultural] 
adaptá-la ao máximo aos costumes do
novo meio, retirar-lhe as características
exóticas, fazer esquecer que reflete
realidade longínqua.”
[Tradução naturalizadora]
“Conduzir o leitor para o país da obra
que lê significa, ao contrário, manter
cuidadosamente o que essa tem de
estranho, de genuíno, e acentuar a cada
instante a sua origem alienígena.”
[Tradução identificadora]
“É a tradução que abre a janela para
deixar entrar a luz; que quebra a casca
para podermos comer a amêndoa; que
puxa a cortina de lado para podermos
olhar para dentro do lugar mais
sagrado; que remove a tampa do poço
para podermos chegar à água.”
“Pois somos escravos e trabalhamos na
lavoura de outrem; lavramos a vinha,
mas o vinho pertence ao proprietário;
se ás vezes o solo é maninho [infértil],
podemos estar certos de sermos
castigados; se é fértil e o nosso
trabalho dá resultado, não nos
agradecem, pois o leitor arrogante dirá:
O pobre escravo cumpriu seu dever.”
“Traduzir é como dançar na
corda bamba de pés
acorrentados.”
“O tradutor é como um picador
[amestrador] que pretendesse
levar o próprio cavalo a
executar movimentos que não
lhe fossem naturais.”
“Tradutores são como
alcoviteiros que nos elogiam
uma beldade meio velada como
altamente digna de amor e que
excitam em nós uma
curiosidade irresistível para
conhecermos o original”.
Racine, Corneille, Manzoni,
Diderot, Shakespeare,
Byron, Terêncio, Calderón,
Sófocles, Píndaro, Eurípides
etc.
“A tradução é o avesso de
uma tapeçaria.”
Madame de Staël comparou o
tradutor ao cantor que canta uma
canção escrita por outro, ao
músico que num instrumento toca
uma música escrita para outro
instrumento, ao maestro que rege
composições alheias.
Comparou o tradutor ao
escultor que tem de executar
noutro material qualquer a
cópia de uma estátua de
mármore.
Comparou o tradutor ao
pintor que copia em óleo um
pastel; ao ilustrador de um
livro; ao ator que encarna os
mais diversos papeis.
Comparou o tradutor ao
fotógrafo de um quadro de
museu que tira uma foto
colorida.
Comparou o tradutor a um
artista plástico que tivesse de
transmudar uma música em
quadro ou em estátua.
 De acordo com a lenda, Procusto era um
bandido que vivia na Ática e, noutras
lendas, no monte Elêusis. Julga-se que seu
pai era Poseidon.
 Reza a lenda que Procusto tinha uma cama
de ferro do seu tamanho exato. Todos
aqueles que hospedava em sua casa eram
obrigados a deitar-se na sua cama. Se os
viajantes não coubessem na cama, eram
cortados ou esticados, consoante fossem
altos ou baixos demais.
Em sua correspondência com seu
tradutor alemão Curt Meyer-
Clason, o autor de Grande Sertão:
Veredas chamava de procustos os
trechos difíceis de suas obras.
Dos anos 1950 / 1960 até os
anos 1980 / 1990
 A tradução intralingual ou
reformulação consiste na
interpretação dos signos verbais por
meio de outros signos da mesma
língua.
 A tradução interlingual ou tradução
propriamente dita consiste na
interpretação dos signos verbais por
meio de alguma outra língua.
A tradução intersemiótica ou
transmutação consiste na
interpretação dos signos verbais
por meio de sistemas de signos
não verbais.
O ato de traduzir pode ser definido como
o processo de transformação de signos ou
representações em outros signos ou
representações. Se os originais têm
alguma significação, é necessário, em
geral, que suas imagens tenham a mesma
significação ou, mais realisticamente,
quase a mesma significação que
pudermos apreender. Manter a
significação invariável é o problema
central da tradução entre línguas naturais.
Traduzir é substituir a formulação de
um segmento do universo em nosso
redor por uma outra formulação tão
equivalente quanto possível. Fala-se de
tradução até mesmo dentro da
estrutura de uma única língua no
tocante a modificações estilísticas, por
exemplo, quando nos pedem que
deixemos claro e inteligível uma
afirmação extremamente hermética que
acabamos de fazer.
Não obstante, esse uso do termo fica
de certo modo à margem, embora aí
estejam presentes as características
básicas do processo. Como regra,
podemos inserir em nossa definição
uma qualificação adicional: tradução
envolve a substituição de uma
interpretação em uma língua por uma
outra em uma segunda língua.
Tradução pode definir-se como a
substituição de material textual
numa língua (LF) por material
textual equivalente noutra língua
(LM). Essa definição é
intencionalmente ampla; não vaga,
embora possa parecê-lo à primeira
vista.
 Traduzir consiste em reproduzir,
na língua do receptor, o
equivalente natural mais próximo
da mensagem produzida na
língua original, primeiramente em
termos de significado e, em
segundo lugar, em termos de
estilo.
“Translation studies is to be understood
as a collective and inclusive designation
for all research activities taking the
phenomena of
translating and translation as their basis
or focus.”
Nota: Here and throughout, these terms
are used only in the strict sense of
interlingual translating and translation
(Roman Jakobson).
"The Name and Nature of Translation
Studies" is an expanded version of
a paper presented in the Translation
Section of the Third International
Congress of Applied Linguistics, held
in Copenhagen, 21-26 August 1972.
A tradução é, por conseguinte, um
contato de línguas, um fato de
bilinguismo. Mas esse fato de
bilinguismo muito especial poderia
ser, à primeira vista, recusado e
tachado de desinteressante por ser
aberrante. Embora represente uma
situação incontestável de contato
de línguas, a tradução poderia ser
descrita como um caso-limite:
um caso em que o falante bilíngue
luta conscientemente contra
qualquer desvio da norma
linguística, contra qualquer
interferência – o que irá restringir
consideravelmente a coleta de
fatos interessantes deste gênero
nos textos traduzidos.
O ato de traduzir é um sistema de
processamento textual e de
reverbalização textual que conduz de
um texto original a um outro, o mais
equivalente possível, no idioma de
chegada e que pressupõe a
compreensão temática e estilística do
texto-fonte. Portanto, a tradução é,
de per si, um processo articulado que
compreende duas fases principais:
 uma fase de compreensão, em que o
tradutor analisa o texto original
quanto a seu sentido e a seu estilo, e
uma fase de reconstrução verbal, em
que o tradutor reproduz o texto
original e previamente analisado
quanto a seu sentido e a seu estilo,
dando especial atenção a aspectos de
equivalência comunicativa.
 Em algum lugar, defini translação como uma
oferta de informação em uma língua “a” da
cultura “A”, que imita uma oferta de
informação em uma língua “p” da cultura “P”
de forma compatível com a função (!). Isso
quer dizer mais ou menos o seguinte: uma
translação não é a transcodificação de
palavras ou frases de uma língua para uma
outra, mas uma ação complexa em que
alguém, sob novas condições funcionais e
linguísticas, relata sobre um texto (situação
inicial), em uma nova situação, imitando-o, o
máximo possível, também do ponto de vista
formal.
Uma parte de mim
é todo mundo;
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera;
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta;
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente;
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem;
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
(Ferreira Gullar, Na Vertigem do Dia. 1980.)
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  • 1.
  • 2.
  • 3.
  • 4.
  • 5.
  • 6.  Compilação de definições feita por Paulo Rónai  Escola de Tradutores  Tradução Vivida  Gradus Primus  Como Aprendi o Português  Balzac e A Comédia Humana  Falsos Amigos Francês – Português etc.
  • 7. “Traduzir consiste em conduzir determinado texto para o domínio de outra língua que não aquela em que está escrito.” Segundo Rónai, J. L. baseia-se no verbo latino traducere: “levar alguém para o outro lado, para outro lugar.”
  • 8. “O sujeito deste verbo é o tradutor, o objeto direto, o autor do original a quem o tradutor introduz num ambiente novo.” Lembra a questão dos verbos alemães übersetzen / übersetzen.
  • 9. “Mas”, continua Rónai: “A imagem pode ser entendida também de outra maneira, considerando-se que é ao leitor que o tradutor pega pela mão para levá-lo para outro meio linguístico que não o seu.”
  • 10. “Conduzir uma obra estrangeira para outro ambiente linguístico [cultural]  adaptá-la ao máximo aos costumes do novo meio, retirar-lhe as características exóticas, fazer esquecer que reflete realidade longínqua.” [Tradução naturalizadora]
  • 11. “Conduzir o leitor para o país da obra que lê significa, ao contrário, manter cuidadosamente o que essa tem de estranho, de genuíno, e acentuar a cada instante a sua origem alienígena.” [Tradução identificadora]
  • 12. “É a tradução que abre a janela para deixar entrar a luz; que quebra a casca para podermos comer a amêndoa; que puxa a cortina de lado para podermos olhar para dentro do lugar mais sagrado; que remove a tampa do poço para podermos chegar à água.”
  • 13. “Pois somos escravos e trabalhamos na lavoura de outrem; lavramos a vinha, mas o vinho pertence ao proprietário; se ás vezes o solo é maninho [infértil], podemos estar certos de sermos castigados; se é fértil e o nosso trabalho dá resultado, não nos agradecem, pois o leitor arrogante dirá: O pobre escravo cumpriu seu dever.”
  • 14. “Traduzir é como dançar na corda bamba de pés acorrentados.”
  • 15. “O tradutor é como um picador [amestrador] que pretendesse levar o próprio cavalo a executar movimentos que não lhe fossem naturais.”
  • 16. “Tradutores são como alcoviteiros que nos elogiam uma beldade meio velada como altamente digna de amor e que excitam em nós uma curiosidade irresistível para conhecermos o original”.
  • 17. Racine, Corneille, Manzoni, Diderot, Shakespeare, Byron, Terêncio, Calderón, Sófocles, Píndaro, Eurípides etc.
  • 18. “A tradução é o avesso de uma tapeçaria.”
  • 19. Madame de Staël comparou o tradutor ao cantor que canta uma canção escrita por outro, ao músico que num instrumento toca uma música escrita para outro instrumento, ao maestro que rege composições alheias.
  • 20. Comparou o tradutor ao escultor que tem de executar noutro material qualquer a cópia de uma estátua de mármore.
  • 21. Comparou o tradutor ao pintor que copia em óleo um pastel; ao ilustrador de um livro; ao ator que encarna os mais diversos papeis.
  • 22. Comparou o tradutor ao fotógrafo de um quadro de museu que tira uma foto colorida.
  • 23. Comparou o tradutor a um artista plástico que tivesse de transmudar uma música em quadro ou em estátua.
  • 24.  De acordo com a lenda, Procusto era um bandido que vivia na Ática e, noutras lendas, no monte Elêusis. Julga-se que seu pai era Poseidon.  Reza a lenda que Procusto tinha uma cama de ferro do seu tamanho exato. Todos aqueles que hospedava em sua casa eram obrigados a deitar-se na sua cama. Se os viajantes não coubessem na cama, eram cortados ou esticados, consoante fossem altos ou baixos demais.
  • 25.
  • 26.
  • 27. Em sua correspondência com seu tradutor alemão Curt Meyer- Clason, o autor de Grande Sertão: Veredas chamava de procustos os trechos difíceis de suas obras.
  • 28. Dos anos 1950 / 1960 até os anos 1980 / 1990
  • 29.  A tradução intralingual ou reformulação consiste na interpretação dos signos verbais por meio de outros signos da mesma língua.  A tradução interlingual ou tradução propriamente dita consiste na interpretação dos signos verbais por meio de alguma outra língua.
  • 30. A tradução intersemiótica ou transmutação consiste na interpretação dos signos verbais por meio de sistemas de signos não verbais.
  • 31. O ato de traduzir pode ser definido como o processo de transformação de signos ou representações em outros signos ou representações. Se os originais têm alguma significação, é necessário, em geral, que suas imagens tenham a mesma significação ou, mais realisticamente, quase a mesma significação que pudermos apreender. Manter a significação invariável é o problema central da tradução entre línguas naturais.
  • 32. Traduzir é substituir a formulação de um segmento do universo em nosso redor por uma outra formulação tão equivalente quanto possível. Fala-se de tradução até mesmo dentro da estrutura de uma única língua no tocante a modificações estilísticas, por exemplo, quando nos pedem que deixemos claro e inteligível uma afirmação extremamente hermética que acabamos de fazer.
  • 33. Não obstante, esse uso do termo fica de certo modo à margem, embora aí estejam presentes as características básicas do processo. Como regra, podemos inserir em nossa definição uma qualificação adicional: tradução envolve a substituição de uma interpretação em uma língua por uma outra em uma segunda língua.
  • 34. Tradução pode definir-se como a substituição de material textual numa língua (LF) por material textual equivalente noutra língua (LM). Essa definição é intencionalmente ampla; não vaga, embora possa parecê-lo à primeira vista.
  • 35.  Traduzir consiste em reproduzir, na língua do receptor, o equivalente natural mais próximo da mensagem produzida na língua original, primeiramente em termos de significado e, em segundo lugar, em termos de estilo.
  • 36. “Translation studies is to be understood as a collective and inclusive designation for all research activities taking the phenomena of translating and translation as their basis or focus.” Nota: Here and throughout, these terms are used only in the strict sense of interlingual translating and translation (Roman Jakobson).
  • 37. "The Name and Nature of Translation Studies" is an expanded version of a paper presented in the Translation Section of the Third International Congress of Applied Linguistics, held in Copenhagen, 21-26 August 1972.
  • 38. A tradução é, por conseguinte, um contato de línguas, um fato de bilinguismo. Mas esse fato de bilinguismo muito especial poderia ser, à primeira vista, recusado e tachado de desinteressante por ser aberrante. Embora represente uma situação incontestável de contato de línguas, a tradução poderia ser descrita como um caso-limite:
  • 39. um caso em que o falante bilíngue luta conscientemente contra qualquer desvio da norma linguística, contra qualquer interferência – o que irá restringir consideravelmente a coleta de fatos interessantes deste gênero nos textos traduzidos.
  • 40. O ato de traduzir é um sistema de processamento textual e de reverbalização textual que conduz de um texto original a um outro, o mais equivalente possível, no idioma de chegada e que pressupõe a compreensão temática e estilística do texto-fonte. Portanto, a tradução é, de per si, um processo articulado que compreende duas fases principais:
  • 41.  uma fase de compreensão, em que o tradutor analisa o texto original quanto a seu sentido e a seu estilo, e uma fase de reconstrução verbal, em que o tradutor reproduz o texto original e previamente analisado quanto a seu sentido e a seu estilo, dando especial atenção a aspectos de equivalência comunicativa.
  • 42.  Em algum lugar, defini translação como uma oferta de informação em uma língua “a” da cultura “A”, que imita uma oferta de informação em uma língua “p” da cultura “P” de forma compatível com a função (!). Isso quer dizer mais ou menos o seguinte: uma translação não é a transcodificação de palavras ou frases de uma língua para uma outra, mas uma ação complexa em que alguém, sob novas condições funcionais e linguísticas, relata sobre um texto (situação inicial), em uma nova situação, imitando-o, o máximo possível, também do ponto de vista formal.
  • 43. Uma parte de mim é todo mundo; outra parte é ninguém: fundo sem fundo. Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão.
  • 44. Uma parte de mim pesa, pondera; outra parte delira. Uma parte de mim almoça e janta; outra parte se espanta.
  • 45. Uma parte de mim é permanente; outra parte se sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem; outra parte, linguagem.
  • 46. Traduzir-se uma parte na outra parte — que é uma questão de vida ou morte — será arte? (Ferreira Gullar, Na Vertigem do Dia. 1980.) https://www.youtube.com/watch?v=qdlvu6z8WaI