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C8 Caderno 2 QUINTA-FEIRA, 6 DE OUTUBRO DE 2016 O ESTADO DE S. PAULO
MINISTÉRIO DA CULTURA E MOZARTEUM BRASILEIRO APRESENTAM
TEMPORADA 2016
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LUC
24 e 25 I OUT I 21 h I Sala São Paulo
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Programação sujeita a alterações
O CANTO DIVINO DO CORAL QUE ENCANTA
O MUNDO HÁ 90 ANOS
24 de outubro
Johannes Brahms
25 de outubro
Johannes Brahms,
Gustav Mahler,
Wolfgang A. Mozart
CORO DA RÁDIO DE BERLIM
& ARTE DEL MONDO
Gijs Leenaars, regente
Werner Ehrhardt, diretor artístico
‘Arte é como uma arma
não violenta’, diz artista
Coreógrafa Maguy Marin apresenta ‘BiT’, dentro da programação da
mostra France Danse, que exibe companhias e artistas franceses
A Compagnie Maguy Marin es-
treia a programação do France
Danse em São Paulo, iniciativa
criada em 2007 pelo Institut
Français que fomenta a dança
contemporânea francesa e que
já passou pela Europa, Ásia,
Oceania e pelos Estados Uni-
dos. No Brasil, 15 cidades rece-
bemoprojeto.SomenteemSão
Paulo, serão 19 espetáculos de
11 companhias até novembro.
Missão. Maguy Marin nasceu
emToulouse,ondeestudouba-
lé clássico. Dançou no Balé de
Estrasburgo e frequentou a Es-
colaMudra,queMauriceBéjart
construiu na Bélgica. Foi ainda
solista no Ballet do Século XX,
de Béjart. Em 2016, sua primei-
ra obra completa quatro déca-
das. Resume o que a faz persis-
tir há 40 anos: “É a única coisa
que gosto de fazer”.
A coreógrafa construiu uma
carreira prolífica preocupada
com o que poderia oferecer à
sociedade dentro e fora do pal-
co.ParaMaguy,filhaderefugia-
dos espanhóis, que escaparam
da ditadura de Franco, a arte é
como uma arma não violenta.
“Quando leio poesia ou vejo o
trabalho de outros artistas, é
muito importante para mim
que eu pegue disso coragem,
energiaeconfiançapara mudar
omundo oumudarminha vida,
antes do mundo. Espero que,
enquanto companhia, forneça-
moscorageme prazerao públi-
co, e que, além de um bom mo-
mento, o trabalho mude o mo-
dodeaspessoaspensaremeagi-
rem. Alguma coisa tem de mu-
dar lá no fundo”, acrescenta.
Juliana Ravelli
ESPECIAL PARA O ESTADO
O ritmo sempre integrou o ali-
cerce das criações da bailarina
francesa Maguy Marin, um dos
maiores nomes da dança con-
temporânea mundial. Mas foi
emBiT,suaobrade número49,
queacoreógrafaseaprofundou
em uma questão que só parece
simples:oqueeleé?Acomplexi-
dade surge quando se olha para
o ritmo como um componente
que cadencia a humanidade
contemporânea. E como viver
juntos com tantos ritmos dife-
rentes?Observaromundoetra-
duzir pequenas – mas profun-
das–porçõesdeleéoquetorna
otrabalhodeMaguygrandioso.
BiT, que estreou em 2014 no
Teatro Garonne de Toulouse,
na França, será apresentado
nesta sexta, 7, e sábado, 8, no
SescPinheiros, dentro dofesti-
val France Danse. “É uma obra
que coloca as pessoas dançan-
dojuntas,vivendojuntas,pode-
mos dizer, e que são perturba-
dasporalgorítmico”,disseMa-
guy, por telefone, ao Estado.
“Hoje, todos dançam sozinhos,
não se tocam. Tento trabalhar
com isso. Quando você dança
com as pessoas é como na vida,
você precisa ter suas próprias
sensações,mas,aomesmotem-
po,vocêlidacomasdosoutros.
Porquevocêdependedapessoa
que está à sua direita e à sua es-
querda. Você não pode desapa-
recer por causa do grupo e, ao
mesmo tempo, tem que estar
comogrupo.Antagonismo”,ex-
plicou Maguy, de 65 anos.
Oantagonismoestánosigni-
ficado e também na forma de
BiT. Maguy Marin coloca os
seis bailarinos – três mulheres
e três homens – em formações
que remetem à farândola, dan-
ça medieval de origem france-
sa em que os participantes se
movimentam com as mãos da-
das. Mas a música não é fol-
clórica, como os passos suge-
rem. É eletrônica, composta
porCharlie Aubry. É entãoque
obit(unidadebásicadeinforma-
çãodigital,cujovalor ébinário:0
ou1)semisturaaosbeats(bati-
das,oritmo)emumadançain-
tensa que evoca o ancestral e o
novo, os instintos e as obses-
sões da vida contemporânea.
P
arábola. Estamos no século
14.A PesteNegra assola a Eu-
ropa. Uma cidade sitiada re-
sisteaocercodeforçasinimigas,re-
peletodososataqueslançadoscon-
tra as suas muralhas e recusa-se a
capitular.Ocomandante das forças
sitiantes tem uma ideia. Manda as
catapultas lançarem cadáveres dos
quemorreramdapesteporsobreas
muralhas da cidade sitiada, para in-
fectar sua população.
E lá vão os cadáveres pesteados.
Swush, swush, swush.
Não dá certo.
– General, os habitantes da cidade
estão fugindo dos corpos pesteados.
O comandante tem outra ideia.
– Comecem a catapultar pesteados
ainda vivos. Assim eles podem correr
atrás dos que fogem.
– Sim senhor.
E lá vão os pesteados vivos.
Swush, swush, swush.
Não dá certo.
–General,ospesteadosvivos,debili-
tados,não conseguem alcançar os que
fogem.
O comandante tem outra ideia.
– Preparem os intrigantes.
Umasalvadeintrigantesédisparada
pelas catapultas sobre a cidade, com o
objetivo de espalhar boatos infunda-
dosesemearadiscórdiaentreosdefen-
sores.
Swush, swush, swush.
Não dá certo. A resolução dos sitia-
dos continua firme, apesar de as intri-
gas causarem algumas brigas familia-
res.
– Mandem os sofistas!
Lá vão os sofistas por cima dos mu-
ros, para começar discussões filosófi-
cas sobre a futilidade de resistir, e da
existência humana em geral.
Swush, swush, swush.
Não dá certo. A resistência conti-
nua.
– Disparar economistas!
Com suas análises e recomenda-
ções,empoucotempooseconomistas
criarão tamanha confusão na econo-
mia da cidade que enfraquecerão sua
defesa.
Swush, swush, swush.
Também não dá certo.
– Disparem economistas de escolas
diferentes!
Swush, swush, swush, swush,
swush, swush, swush.
Aideiaéqueeconomistasdeesco-
las diferentes causem uma confu-
sãoaindamaior,obrigandoacidade
a se render para evitar o caos.
Mastambémnãodácerto.Nãohá
indícios de desânimo ou rendição.
Pelo contrário. Começam-se a ou-
virossonsinconfundíveisdeumen-
saioparaocarnavalvindodedentro
das muralhas. Aparece um habitan-
te da cidade acenando uma bandei-
ra. Mas não é um sinal de capitula-
ção. É para fazer um pedido:
– Atirem alguém que toque ago-
gô!
SEGUNDA-FEIRA
LÚCIA GUIMARÃES
VANESSA BARBARA
TERÇA-FEIRA
HUMBERTO WERNECK
ARNALDO JABOR
QUARTA-FEIRA
ROBERTO DAMATTA
QUINTA-FEIRA
LUIS FERNANDO
VERISSIMO
SEXTA-FEIRA
IGNÁCIO DE LOYOLA
BRANDÃO
MILTON HATOUM
SÁBADO
MARCELO RUBENS
PAIVA
SÉRGIO AUGUSTO
DOMINGO
VERISSIMO
RUTH MANUS
LEANDRO KARNAL
VERISSIMO
Programaçãosegue
aténovembroem
unidadesdoSesc
“
– gravação de DVD –
Hoje e amanhã!
Classificação Etária: 16 anos. 14 e 15 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais. *Os benefícios são válidos somente para compras
de ingressos realizadas com cartões de crédito Citi, Diners Club e cartões de débito Citi. As datas das pré-vendas e dos shows podem sofrer
alteração sem aviso prévio, assim como os locais dos eventos. Para saber mais sobre os benefícios vigentes e demais condições acesse: www.
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Swush
l As apresentações do France-
Danse Brasil ocorrem até 12 de
novembro em unidades do Sesc
e em teatros da capital. Além de
Maguy Marin, outros destaques
da dança francesa exibem traba-
lhos em SP. Thomas Lebrun traz
seu Lied Ballet ao Teatro Brades-
co na terça (11), às 21h. Em três
atos, a obra combina a seu modo
a arte (música e balé) e temas do
Romantismo para questionar a
criação contemporânea.
Outra grande figura é Jérôme
Bel, que apresenta Gala nos dias
29 (21h) e 30 (18h) no Sesc Bom
Retiro. Ao colocar profissionais e
amadores em cena, o coreógrafo
brinca com os limites entre per-
feição e falha, subvertendo julga-
mentos e o significado de qualida-
de. Bel compartilha a produção
da arte com ‘não artistas’ para
revelar a singularidade e a dança
que existe em todos os corpos.
Em novembro, São Paulo rece-
berá ainda nomes como Chris-
tian Rizzo e a Compagnie Käfig,
de Mourad Merzouki. Programa-
ção completa do FranceDanse
em www.ambafrance-br.org.
Quando vejo o trabalho de
outros artistas, é importante
para mim que eu pegue
disso energia e confiança
para mudar o mundo”
Maguy Marin
BiT
Sesc Pinheiros. Teatro Paulo
Autran. Rua Paes Leme, 195,
tel. 3095-9400. 6ª e sáb., às 21h.
Ingressos: R$ 15/ R$ 50.
HERVE DEROO/DIVULGAÇÃO
Mãos dadas.
O ancestral
e o novo,
os instintos
e as obsessões
Ritmo da vida moderna
sob batidas eletrônicas
Dança